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Elzio Ferreira de Souza
Charles Richet
Afirmam alguns que Richet acabou por negar os postulados espíritas, após 20 anos
de pesquisas. Isso é falso. Sobre xenoglossia, em que o médium fala línguas
desconhecidas, afirmou em "A Grande Esperança", que "decididamente a explicação
espírita é a mais aceitável". Provavelmente, ele não tenha assumido uma posição
mais inequívoca de apoio as verdades do Espiritismo pelo receio de se expor as
"zombarias de seus colegas e ao sarcasmo dos ignorantes", conforme ele próprio
escreveu.
E escreveu também em "A Grande Esperança": "Certos fatos singulares pareciam
provar que, fora de toda ideoplastia, há talvez seres (como anjos) que aparecem,
em certas condições. Bozzano reuniu casos emocionantes de aparições de
defuntos no leito de morte. Apresentou 61 casos, cada qual mais curioso que o
outro. E contudo os moribundos não eram médiuns. Sem dúvida, devemos supor
que, no momento da morte, os moribundos tem um poder , senão de evocação, pelo
menos de visão" (pg. 192).
"Entre essas aparições de fantasmas há algumas notáveis que são, quando quem
as vê é uma criança. Posso citar dois casos admiráveis, que parecem copiados , de
tal forma idênticos. Um é o de uma criança americana, o outro o de uma menina
francesa. Rey, com idade de 2 anos e 7 meses, vê seu irmãozinho que acabara de
morrer e que o chamava. "Mamãe", diz ele, "o irmãozinho sorriu para Rey, ele quer
levá-lo". O pequeno Rey morreu dois meses depois.
O caso da menina francesa também é maravilhoso. Tinha ela 3 anos e 3 meses.
Um mês após a morte de uma tia que a adorava, ela ia a janela, olhava fixamente e
dizia: "Mamãe, olhe lá a tia Lili que me chama"; e isso se repetiu muitas vezes. Três
meses depois a pequena adoeceu e, durante a enfermidade, dizia: "Não chore,
mamãe, a tia Lili está me chamando. Como é bonito! Há anjos com ela" A pobre
criança morreu quatro meses depois da sua tia.
Devo apelar a todo meu racionalismo, pois me parece impossível negar que no
momento da morte, anunciando essa morte, haja seres sobrenaturais, fantasmas,
tendo alguma realidade objetiva, que estejam presentes, embora só sejam
divisados por uma criança. Mas não é absurdo supor que as crianças, numa
espécie de transe (agônico, espiritico, se quiserem) possam divisar seres que os
outros assistentes não vêem".
Qualquer que seja a audácia dessa afirmação, da existência de anjos e
desencanados, é impossível, em certos casos, não admiti-la, como, por exemplo,
quando crianças (o pequeno Rey e a pequena francesa) vêem (algumas semanas
antes de morrer) lindas senhoras que as chamam; quando fantasmas erram em
casas assombradas, principalmente quando George Pelham, com milhares de
recordações de sua vida passada, volta na Sra. Piper, etc, etc... Então, a explicação
espírita é a mais racional, ouso dizer. (...) há muitos fenômenos absurdos, porém
incontestáveis e conquanto a ciência oficial ainda não os receba em seu seio zeloso,
não há dúvida que daqui a alguns anos dará lugar ao inabitual, criptestesias,
telepatias, telecinesias, assombrações, fantasmas materializados, xenoglossias,
premonições. Tudo isto está bem autenticado e deve-se reconhecer que o inabitual
existe"
E suas refutações demonstram materialismo e pouco conhecimento sobre ciência
espírita:
"Jamais os espíritos puderam provar que sabem qualquer coisa. Nenhuma
descoberta inesperada tem sido indicada, nenhuma revelação tem sido feita...
nenhuma parcela da ciência futura tem sido suspeitada." (...) "Mostra-nos eles
poetas que não sabem poesia ; filósofos que não conhecem a filosofia ; padres que
não conhecem a religião". (Tratado de Metapsíquica, I, p. 122).
Cabe ao homem progredir em conhecimento pelos seus próprios esforços, embora
jamais lhe falte o auxilio da Espiritualidade, através da inspiração e da facilitação dos
meios.
Disse ainda: "A Senhora Vickman vê o fantasma de um oficial que acaba de morrer.
Será, então, mais simples admitir a teoria espírita de um corpo astral, e contudo, se
rigorosamente se pode admitir que a memória dos defuntos persiste, será realmente
admissível que o corpo de um indivíduo, após alguns dias, muitas semanas ou
meses, depois que a putrefação o desorganizou completamente, possa reaparecer
ainda?"
Ora, isso não passa de uma concessão ao materialismo então vigente.
Questionou ainda como se manifestaria um individuo desencarnado aos 90 anos, se
como criança, adulto ou ancião.
Richet esbarrou em tremenda oposição, tanto dos cientistas, que em sua maioria se
recusaram a investigar fenômenos, quanto ao clero de todas as igrejas, cujos
próceres alegaram, como o fazem ainda hoje, que "o campo da ciência é um e o da
religião é outro". Todos receosos de verem abaladas as suas convicções... Mas o
grande cientista cumpriu sua missão, trazendo os fatos psíquicos para o âmbito da
Ciência e procurando explicações racionais para fenômenos até então relegados ao
terreno da superstição e da magia. Posteriormente, em carta ao escritor Ernesto
Bozzano, Richet admitia finalmente que aceitava plenamente os postulados
espíritas.
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Prefácio de Elzio Ferreira de Souza para "No Limiar do Mistério", de Charles
Richet :
"CHARLES RICHET E O ESPIRITISMO
De quando em quando, discute-se a posição real do sábio fisiologista e
metapsiquista francês diante da hipótese espírita. É que os autores, muita vez, ficam
no Tratado de Metapsiquica, publicado pela primeira vez em 1912, citando trechos,
esquecendo outros. Por outro lado, o Prof. Richet oscilou durante muito tempo pelo
caminho da investigação em busca de uma hipótese que pudesse explicar os
fenômenos desconcertantes que estudava. Assim, em sua vida partiu dos fatos,
porque, como dizia, a hipótese do futuro, não a podia ele formular, por desconhecê-
la (vide - Sergio Valle - Silva Mello e Seus Mistérios, Lake, pg 396), procurando
ajustá-los a uma teoria, inicialmente a do conhecimento do real e depois a das
vibrações do éter, chamadas a dar explicação de um conjunto de fenômenos que
realmente não se adaptam as mesmas. Assim, em sua conferência de 1925, ao
despedir-se da Faculdade de Medicina de Paris, ainda se mostrava infenso a
Doutrina Espírita, "provisoriamente, pelo menos" (Carlos Imbassahy, Ciência
Metapsíquica, pg 42). Quando preparou A Grande Esperança, escreveu a Bozzano
que aceitara de muito a teoria espírita, para confessar que - "O titulo do meu livro - A
Grande Esperança - indica assaz nitidamente que pouco a pouco eu me aproximo
de vossas idéias..." (in Sergio Vale, op. Cit. Pg 398).
O preconceito cientifico, a necessidade de teorização complicada, que, quanto mais
difícil de ser entendida mais a torna aceitável, fizeram com que ele completasse o
trecho acima, afirmando - "Todavia eu não creio no Espiritismo segundo as formulas
infantis de Allan Kardec ou de Conan Doyle..."
Mas como descreve Sergio Valle -
"Tais formulas infantis, resultantes da aceitação da sobrevivência, não devem ser
debitadas aos seus codificadores. Se há infantilidade nelas, a culpa é do espírito
humano, que não ascende, automaticamente, a sabedoria e a moralidade, ao perder
o corpo físico. O contrario, alias, é que seria absurdo. As formulas infantis eram tais
porque simples. Essa simplicidade da teoria espírita perturbava o prof. Richet. Tanto
que, ao criticar a teoria aceita por Allan Kardec, teve que desvirtuar o pensamento
do mestre lionês para encontrar um ponto fraco - "Toda a construção do sistema
filosófico de Allan Kardec (que é aquela mesma do Espiritismo) tem por base esta
brilhante hipótese de que os médiuns, nos quais se diz que os espíritos estão
incorporados, não se enganam nunca, e que as escritas automáticas nos revelam
verdades que é necessário aceitar, a não ser que se esteja influenciado por maus
espíritos" (Tratado de Metapsíquica, tomo I, Lake).
É preciso não ter lido a obra kardecista, ou estar imbuído de desejo de encontrar
um erro para assiná-lo e com isto rejeitar a teoria espírita. A segunda hipótese
parece verdadeira. A leitura da Introdução de O Livro dos Espíritos e de O Livro dos
Médiuns demonstra o cuidado que teve Allan Kardec em chamar a atenção para
tais problemas. Na Revista Espírita de maio de 1865, Allan Kardec reproduziu uma
mensagem do Espírito de Georges sobre a mediunidade, em que se encontrava,
com todas as letras, a advertência para os automatismos de escrita -
"Jamais se devem atribuir aos Espíritos, e refiro-me aos Espíritos elevados, esses
ditados sem fundo nem forma que aliam a sua nulidade o ridículo de serem
assinados por nomes ilustres. A medianimidade séria só investe cérebros providos
de uma instrução suficiente ou, pelo menos, provados pelas lutas passionais. Os
melhores médiuns são os únicos a receber o afluxo espiritual; os outros sofrem
apenas o impulso fluídico material, que lhes arrasta as mãos, sem fazer produzir a
sua inteligência outra coisa senão o que esta contém em estado latente".
"Tento aqui estabelecer a diferença que existe entre os médiuns inspirados pelos
fluidos espirituais e os que agem apenas sob o impulso do fluido corporal, isto é, os
que vibram intelectualmente e aqueles cuja ressonância física só conduz a produção
confusa e inconsciente de suas próprias idéias, ou de idéias vulgares e sem
elevação" (Revista Espírita - 1865, trad. De Julio Abreu Filho - Ediceu, 1966, pgs
149 e sg.)
E comentando a referida comunicação, Allan Kardec acrescentou de modo claro -
"Posto que o estudo dessa parte integrante do Espiritismo esteja longe de ser
completo, já estamos longe do tempo em que se acreditava que bastasse receber
um impulso mecânico para se dizer médium, e crer-se apto para receber
comunicações de todos os espíritos" (idem, pg. 150).
Como adverte Antonio J. Freire, a teoria do automatismo psicológico de Janet data
de 1889, portanto, muito posterior as observações de Allan Kardec e dos próprios
espíritos sobre o automatismo e o subconsciente. Nos primórdios do Espiritismo,
Jackson Davis (1855), Metzger, etc, salientaram com anterioridade também as
causas determinantes da escrita automática, sendo que o médium norte americano
Hudson Tuttle, nos meados do século passado, insistia sobre a origem humana de
muitas mensagens (Antonio J. Freire, Ciência e Espiritismo, FEB, pgs 153 e 155).
Depois de mostrar a sem razão da crítica, verifiquemos como Charles Richet via o
trabalho de Allan Kardec - "É necessário admirar sem reserva a energia intelectual
de Allan Kardec. Não obstante a sua credulidade exagerada, tem fé na
experimentação. É sempre na experimentação que se apóia, de maneira que a sua
obra não é apenas uma teoria grandiosa e homogênea, mas também um imponente
repositório de fatos" (op. Cit. Pg. 54)
Por ai vemos que, desprezada aquela expressão credulidade exagerada, que se
ligava a crítica que acabamos de refutar, poder-se-ia entender que as teorias
infantis, a que ele aludia, eram mais uma referência a simplicidade (Jesus já havia
assinalado que é dos simples o Reino dos Céus). E tanto assim era, que Richet
também não deixou de reconhecer o trabalho de desbravador e pioneiro do mestre
lionês - "Da mesma maneira é Allan Kardec certamente o homem que, no período
de 1847 a 1871, exerceu a mais intensa das influências, abrindo um rasgo profundo
na ciência Metapsíquica (op. Cit. Pg 54)
A delimitação é, porém, errônea quanto aos anos, se tivermos em conta que, hoje,
no Brasil, a teoria codificada por Allan Kardec encontra a mais ampla e alentadora
aceitação, de modo que fez Andre Moreil abrir suas vistas para o coração imenso do
mundo, conclamando os espíritas de toda a parte a seguirem o exemplo do pais sulamericano
(Vida e Obra de Allan Kardec, trad. De Miguel Mallet, Edicel, pg 241). O
reconhecimento de Richet prendeu-se ao fato de que os fenômenos rotulados de
metapsíquicos eram aqueles que, com anterioridade, estavam sendo estudados pela
Ciência Espírita. Mas a luta do prof. Richet consigo mesmo nunca parou. Por isso,
ao receber o livro A Vida no Outro Mundo, que o nosso Cairbar Schutel lhe enviara,
agradeceu com palavras que são uma demonstração de sua inclinação depois de
tantos estudos - "Obrigado, caro senhor, de vosso livro. Como vos tendes razão de
estudar o mistério da morte e da Metapsíquica. A morte é a porta da vida." (Salvador
Gentile, Documentos Espíritas in Anuário Espírita, 1965, IDE, pg. 172).
Mais tarde foi ao grande amigo Bozzano que fez sua confissão através da carta, na
qual registrou em sua parte superior - Confidencial. Oferecendo o seu livro Au
Secours, o prof Richet colocou a seguinte dedicatória - "A meu sábio e valente
amigo E. Bozzano, com toda crescente simpatia". A palavra crescente viera grifada
e, por isso, Bozzano escreveu ao amigo sobre o assunto, pois achava existir mais
importância teórica do que apreciação pessoal, expressando-lhe, com certa timidez,
a esperança que tal palavra despertara em seu coração. Em resposta, recebeu a
carta com o Confidencial - "Meu caro e eminente colega e amigo: Sou inteiramente
do seu parecer: não creio, com efeito, na explicação simplista segundo a qual os
acontecimentos de nossa existência e a direção de nossa vida são provocados
exclusivamente pelo acaso, embora não seja possível apresentar prova nesse
sentido. O Fado existe, o que equivale a dizer: uma Força que nos guia e conduz
aonde bem lhe pareça, por vias indiretas, tortuosas e muitas vezes bizarras. E,
também, fora da direção da vida, há coincidências tão estonteantes que é bem
difícil não se veja a obra de uma intencionalidade. ( De quem?... De que...?)
"E agora abro-me a você de modo absolutamente confidencial. O que você supunha
é verdade. Aquilo que não alcançaram Myers, Hodgson, Hyslop e Sir Oliver Lodge,
obteve-o você por meio de suas magistrais monografias, que sempre li com religiosa
atenção. Elas contrastam, estranhamente, com as teorias obscuras que atravancam
a nossa ciência. "Creia, peco-lhe, nos meus integrais sentimentos de simpatia e
gratidão" (in Sergio Valle, op. Cit. Pg. 399 e sg. - O jornal londrino Psychic News, de
30 de maio de 1936, publicou as circunstâncias do fato).
O prof. Richet devia temer profundamente o escárnio dos seus colegas materialistas,
e assim, na confissão final, preferiu um amigo e recomendou - Confidencial.
Anteriormente, já em 1927, o seu receio começara a desaparecer, tanto que já
conseguira responder a revista francesa Comedia. - "Respondo-vos com absoluta
franqueza. As vezes creio. As vezes (mais comumente), não creio. Como pode um
fisiologista supor que haja sobrevivência da consciência sem o cérebro? Igualmente,
como negar os fatos chamados espíritas e a hipótese explicativa mais simples do
que qualquer outra?" (in Sergio Valle, op. Cit. Pg. 398)
Neste mesmo ano apareceu em Portugal um romance de sua autoria de pequena
tiragem - A Porta do Mistério, nesta edição brasileira intitulado No Limiar do Mistério,
baseado na Doutrina Espírita, inclusive na lei das vidas sucessivas. No entanto,
somente em 1934 saiu a edição francesa do mesmo livro (Au Seuil du Mystere). O
seu ultimo livro, que provocou a confissão (Au Secours), foi publicado em 1936.
Afinal, ainda que de modo confidencial escancara a porta do mistério, que lutara
tanto tempo para franquear. Interessante, porém, parece-nos concluir estas linhas
com uma noticia mais detalhada sobre o referido romance, pois dar-nos-á uma
melhor compreensão do pensamento do prof. Richet, ainda que, no passo, tenha
preferido a forma romanceada, que não feriria tanto os espíritos encastelados no
academicismo pedantesco. Assim se refere Antonio J. Freire no livro "Da Evolução
do Espiritismo" (Federação Espírita Portuguesa, 1952, pgs 38 a 40) sobre o assunto.
-
"Parece-nos digno de registro um fato invulgar, passado aqui em Portugal, relativo
ao insigne prof. Charles Richet, que, sob o pseudônimo de Charles Epheyre, foi
considerado, por unanimidade da critica francesa, um primoroso poeta, romancista e
escritor teatral. "Trata-se do romance - A Porta do Mistério - que teve a prioridade de
ser traduzido em português anteriormente a sua publicação em francês, em volta de
1927. Fato pouco conhecido em Portugal. "A tradutora foi a consagrada e ilustre
escritora, Senhora D. Virginia de Castro e Almeida, que, certamente, só pelo seu
privilegio e boas relações com o prof. Richet poderia ter conseguido tão invulgar e
honroso privilégio. "O romance é baseado nos princípios que regem o Espiritismo,
particularmente no Reencarnacionismo, nas vidas sucessivas, coluna básica em que
assenta e se desenrola o dinamismo ascendente da Evolução em todos os seus
complexos aspectos físicos, morais e espirituais, desde o mineral ao homem, para
depois surgir a super-humanidade, pois a evolução não tem limites. Deus é
inatingível. Transcrevemos a apreciação do jornal de Lisboa - Diário de Notícias: "A
Porta do Mistério", ditado pela Livraria J. Rodrigues, de Lisboa, é um romance
vasado nas teorias do Espiritismo, que tanto desenvolvimento tem tomado nos
últimos tempos, duma ação empolgante e de rara originalidade e audácia, que
prende a atenção do leitor desde a primeira linha, não lhe permitindo que interrompa
essa leitura. Tem lances da mais alta vibração dramática, descritos num estilo
sóbrio e preciso, mas da maior elegância e fluidez, terminando com uma cena
trágica passada na grande guerra. "O notável fisiologista, prof. Charles Richet,
afirma neste trabalho, mais uma vez., que seus estudos científicos não lhe
estancaram a veia da inspiração e da imaginação.
"Num breve prólogo, o prof. Charles Richet refere-se as teorias espíritas em que
seu romance foi inspirado. A Sra. D. Virginia e Almeida escreve também um
prefácio em que traça com emoção o perfil do autor do romance."
Infelizmente, as nossas academias parecem desconhecer, não só a evolução do
pensamento, mas até o trabalho do magistral professor sobre os fenômenos
espíritas, ainda que Moniz Sodre, em sua clássica obra As Três Escolas Penais,
tenha feito um resumo dos mesmos segundo classificação adotada no "Tratado de
Metapsíquica " *(nota de rodapé: Vide- As Três Escolas Penais, Livraria Freitas
Bastos S.A, 1952. Pgs 53 a 55)
Elzio Ferreira de Souza.
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Um trecho do prefácio de Richet:
"Este livro é apenas uma ficção, não é uma história verdadeira. Escrevendo-o
compus uma obra de fantasia. E não quero que, um instante sequer, o leitor possa
imaginar que se trata aqui de uma história autêntica. Mas, apesar disso... Apesar
disso... Os estranhos fenômenos encontrados nessa narrativa estão em rigorosa
conformidade com certos fenômenos verdadeiros. Vivemos em uma época em que
o oculto se tornou científico, o sobrenatural natural, e em que os mistérios do além
são revelados nos laboratórios."
Além da Reencarnação, há no livro, segundo texto na capa, "fenômenos como a
projeção astral, clarividência, premonição, efeitos físicos, visões no leito de morte,
pneumatografia e muitos outros..."
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