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Estudando o Espiritismo
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domingo, 27 de dezembro de 2015
CASAMENTO
1 - O QUE É CASAMENTO, NA VISÃO ESPÍRITA?
RESP.: A união pelo casamento reflete as Leis Divinas, leis imutáveis e perfeitas, que estabelecem a perpetuação da espécie pela reprodução e evolução. Aí predomina a Lei do Amor, exclusivamente de caráter moral, que paira acima das condições eminentementes físicas do casamento. Ele implica no:
"regime de vivência pelo qual duas criaturas se confiam uma à outra, no campo da assistência mútua".
2 - CITE DOIS ASPECTOS FUNDAMENTAIS DO CASAMENTO?
RESP.:
a - A família
b - O namoro
c - o ambiente doméstico
d - A energia sexual
e - o compromisso cármico.
3 - O CASAMENTO, OU SEJA, A UNIÃO PERMANENTE DE DOIS SERES É CONTRÁRIA À LEI DA NATUREZA?
RESP.: É um progresso na marcha da Humanidade.
4 - QUAL SERIA O EFEITO DA ABOLIÇÃO DO CASAMENTO SOBRE A SOCIEDADE HUMANA?
RESP.: O retorno à vida dos animais.
A união livre e fortuita dos sexos pertence ao estado de natureza. O casamento é um dos primeiros atos de progresso nas sociedades humanas, porque estabelece a solidariedade fraterna e se encontra entre todos os povos, embora nas mais diversas condições. A abolição do casamento seria, portanto, o retorno à infância da Humanidade e colocaria o homem abaixo mesmo de alguns animais que lhe dão o exemplo das uniões constantes.
5 - A INDISSOLUBILIDADE ABSOLUTA DO CASAMENTO PERTENCE À LEI NATURAL OU APENAS À LEI HUMANA?
RESP.: É uma lei humana, muito contrária à lei natural. Mas os homens podem modificar as suas leis; somente as naturais são imutáveis.
6 - O CELIBATO VOLUNTÁRIO É UM ESTADO DE PERFEIÇÃO, MERITÓRIO AOS OLHOS DE DEUS?
RESP.: Não, e os que vivem assim, por egoísmo, desagradam a Deus e enganam a todos.
7 - O CELIBATO NÃO É UM SACRIFÍCIO PARA ALGUMAS PESSOAS, QUE DESEJAM DEVOTAR-SE MAIS INTEIRAMENTE AO SERVIÇO DA HUMANIDADE?
RESP.: Isso é bem diferente. Eu disse: por egoísmo. Todo sacrifício pessoal é meritório, quando feito para o bem; quanto maior o sacrifício, maior o mérito.
Deus não se contradiz nem considera mau o que Ele mesmo fez. Não pode, pois, ver mérito na violação da sua lei. Mas se o celibato, por si mesmo, não é um estado meritório, já não se dá o mesmo quando constitui, pela renúncia às alegrias da vida familiar, um sacrifício realizado a favor da Humanidade. Todo sacrifício pessoal visando ao bem e sem segunda intenção egoísta eleva o homem acima da sua condição material.
8 - A IGUALDADE NUMÉRICA APROXIMADA ENTRE OS SEXOS É UM INDÍCIO DA PROPORÇÃO EM QUE ELES SE DEVEM UNIR?
RESP.: Sim, pois tudo tem um fim na Natureza.
9 - QUAL DAS DUAS, A POLIGAMIA OU A MONOGAMIA, É A MAIS CONFORME À LEI NATURAL?
RESP.: A poligamia é uma lei humana, cuja abolição marca um progresso social. O casamento, segundo as vistas de Deus, deve fundar-se na afeição dos seres que se unem. Na poligamia não há verdadeira afeição: não há mais do que sensualidade.
Se a poligamia estivesse de acordo com a lei natural devia ser universal, o que, entretanto, seria materialmente impossível em virtude da igualdade numérica dos sexos.
A poligamia deve ser considerada como um uso ou uma legislação particular, apropriada a certos costumes e que o aperfeiçoamento social fará desaparecer pouco a pouco.
10 - COMO DEVEM PROCEDER OS CÔNJUGES PARA BEM CUMPRIR SEUS DEVERES?
RESP.: O matrimônio muito frequentemente, na Terra, constitui uma prova difícil, mas redentora. Os cônjuges, desvelados por bem cumprir suas obrigações divinas, devem observar o máximo de atenção, respeito e carinho mútuos, concentrando-se ambos no lar, sempre que haja um perigo ameaçando-lhes a felicidade doméstica, porque na prece e na vigilância espiritual encontrarão sempre as melhores defesas. No lar, muitas vezes, quando um dos cônjuges se transvia, a tarefa é de lutas e lágrimas penosas; porém, no sacrifício, toda alma de santifica e se ilumina, transformando-se em modelo no sagrado instituto da família. Para alcançar a paciência e o heroísmo domésticos, faz-se mister a mais entranhada fé em Deus, tomando-as como espelho divino a exemplificação de Jesus, no seu apostolado de abnegação e de dor, à face da Terra.
11 - QUE DEVE FAZER A MÃE TERRESTRE PARA CUMPRIR EVANGELICAMENTE OS SEUS DEVERES, CONDUZINDO OS FILHOS PARA O BEM E PARA A VERDADE?
RESP.: — No ambiente doméstico, o coração maternal deve ser o expoente divino de toda a compreensão espiritual e de todos os sacrifícios pela paz da família. Dentro dessa esfera de trabalho, na mais santificada tarefa de renúncia pessoal, a mulher cristã acende a verdadeira luz para o caminho dos filhos através da vida. A missão materna resume-se em dar sempre o amor de Deus, o Pai de Infinita Bondade, que pôs no coração das mães a sagrada essência da vida. Nos labores do mundo, existem aquelas que se deixam levar pelo egoísmo do ambiente particularista; contudo, é preciso acordar a tempo, de modo a não viciar a fonte da ternura.
A mãe terrestre deve compreender, antes de tudo, que seus filhos, primeiramente, são filhos de Deus. Desde a infância, deve prepará-los para o trabalho e para a luta que os esperam. Desde os primeiros anos, deve ensinar a criança a fugir do abismo da liberdade, controlando-lhe as atitudes e concertando-lhe as posições mentais, pois que essa é a ocasião mais propícia à edificação das bases de uma vida.
Deve sentir os filhos de outras mães como se fossem os seus próprios, sem guardar, de modo algum, a falsa compreensão de que os seus são melhores e mais altamente aquinhoados que os das outras. Ensinará a tolerância mais pura, mas não desdenhará a energia quando seja necessária no processo da educação, reconhecida a heterogeneidade das tendências e a diversidade dos temperamentos.
Sacrificar-se-á de todos os modos ao seu alcance, sem quebrar o padrão de grandeza espiritual da sua tarefa, pela paz dos filhos, ensinando-lhes que toda dor é respeitável, que todo trabalho edificante e que todo desperdício é falta grave.
Ensinar-lhes-á o respeito pelo infortúnio alheio, para que sejam igualmente amparados no mundo, na hora de amargura que os espera, comum a todos os Espíritos encarnados.
Nos problemas da dor e do trabalho, da provação e da experiência, não deve dar razão a qualquer queixa dos filhos, sem exame desapaixonado e meticuloso das questões, levantando-lhes os sentimentos para Deus, sem permitir que estacionem na futilidade ou nos prejuízos morais das situações transitórias do mundo. Será ela no lar o bom conselho sem parcialidade das virtudes cristãs, transmitindo aos que a cercam os dons sublimes da humildade e da perseverança, sem qualquer preocupação pelas gloríolas efêmeras da vida material.
Cumprindo esse programa de esforço evangélico, na hipótese de fracassarem todas as suas dedicações e renúncias, compete às mães incompreendidas entregar o fruto de seus labores a Deus, prescindindo de qualquer julgamento do mundo, pois que o Pai de Misericórdia saberá apreciar os seus sacrifícios e abençoará as suas penas, no instituto sagrado da vida familiar.
12 — Quando os filhos são rebeldes e incorrigíveis, impermeáveis a todos os processos educativos, como devem proceder os pais?
RESP.: — Depois de movimentar todos os processos de amor e de energia no trabalho de orientação educativa dos filhos, é justo que os responsáveis pelo instituto familiar, sem descontinuidade da dedicação e do sacrifício, esperem a manifestação naa Providência Divina para esclarecimento dos filhos incorrigíveis, compreendendo que essa manifestação deve chegar através de dores e de provas acerbas de modo a semear-lhes, com êxito, o campo da compreensão e do sentimento.
13 - COMO PODERÃO OS PAIS DESPERTAR NO ÍNTIMO DO FILHO REBELDE AS NOÇÕES SAGRADAS DO DEVER E DAS OBRIGAÇÕES PARA COM DEUS TODO-PODEROSO, DE QUEM SOMOS FILHOS?
RESP.: Depois de esgotar todos os recursos a bem dos filhos e depois da prática sincera de todos os processos amorosos e energéticos pela sua formação espiritual, sem êxito algum, é preciso que os pais estimem nesses filhos adultos, que não lhes apreenderam a palavra e a exemplificação, os irmãos indiferentes ou endurecidos de sua alma, comparsas do passado delituoso, que é necessário entregar a Deus, de modo que sejam naturalmente trabalhados pelos processos tristes e violentos da educação do mundo. A dor tem possibilidades desconhecidas para penetrar os espíritos, onde a linfa do amor não conseguiu brotar, não obstante o serviço inestimável do afeto paternal, humano. Eis a razão pela qual, em certas circunstâncias da vida, faz-se mister que os pais estejam revestidos de se suprema resignação, reconhecendo no sofrimento que persegue os filhos a manifestação de uma bondade superior, cujo buril oculto, constituido por sofrimentos, remodela e aperfeiçoa com vistas ao futuro espiritual.
14 - A MENTIRA RETARDA O DESENVOLVIMENTO DO ESPÍRITO?
RESP.: Mentira não é ato de guardar a verdade para o momento oportuno, porquanto essa atitude mental se justifica na própria lição do Senhor, que recomendava aos discípulos não atirarem a esmo a semente bendita dos seus ensinos de amor. A mentira é a ação capciosa que visa o proveito imediato de si mesmo, em detrimento dos interesses alheios em sua feição legítima e sagrada; e essa atitude mental da criatura é das que mais humilham a personalidade humana, retardando, por todos os modos, a evolução divina do Espírito.
15 - A VERDADE QUANDO DITA COM SINCERIDADE E FRANQUEZA RUDES PODE RETARDAR O PROGRESSO ESPIRITUAL PELA DOR QUE CAUSA?
RESP.: A verdade é a essência espiritual da vida. Cada homem ou cada grupo de criaturas possui o seu quinhão de verdades relativas, com o qual se alimentam as almas nos vários planos evolutivos. O coração, que retém uma parcela maior, está habilitado a alimentar seus irmãos a caminho de aquisições mais elevadas; todavia, é imprescindível o melhor critério amoroso na distribuição dos bens da verdade, porquanto esses bens devem ser fornecidos de acordo com a capacidade de compreensão do Espírito a que se destina o ensinamento, de maneira que o esforço não se faça acompanhar de resultados contraproducentes. Ainda aqui, podemos examinar os exemplos da natureza material. A nutrição de um menino deve conter a substância mantenedora da vida, mas não pode ser análoga à nutrição do adulto. A despreocupação nesse assunto poderia levar a criança ao aniquilamento, embora as substâncias ministradas estivessem repletas de elementos vitais.
16 - CONSIDERANDO QUE AS RELIGIÕES INVOCAM O EVANGELHO DE MATEUS PARA JUSTIFICAR A NECESSIDADE DO BATISMO EM SEUS CARACTERÍSTICOS CERIMONIAIS, COMO DEVERÁ O ESPIRITISTA PROCEDER EM FACE DESSE ASSUNTO?
RESP.: Os espiritistas sinceros, na sagrada missão de paternidade, devem compreender que o batismo, aludido no Evangelho, é o da invocação das bênçãos divinas para quantos a eles se reúnem no instituto santificado da família. Longe de quaisquer cerimônias de natureza religiosa, que possam significar uma continuação dos fetichismos da Igreja Romana, que se aproveitou do símbolo evangélico para a chamada venda dos sacramentos, o espiritista deve entender o batismo como o apelo do seu coração ao Pai de Misericórdia, para que os seus esforços sejam santificados no trabalho de conduzir as almas a ele confiadas no instituto familiar, compreendendo, além do mais, que esse ato de amor e de compromisso divino deve ser continuado por toda a vida, na renúncia e no sacrifício, em favor da perfeita cristianização dos filhos, no apostolado do trabalho e da dedicação.
17 - QUAL O PROCEDIMENTO A SER ADOTADO PELOS ESPIRITISTAS NA CONSAGRAÇÃO DO CASAMENTO, SEM FERIR AS CONVENÇÕES SOCIAIS, REFLEXAS DOS CULTOS RELIGIOSOS?
RESP.: Os cultos religiosos, em sua feição dogmática, são igualmente transitórios como todas as fórmulas do convencionalismo humano. Que o espiritista sincero e cristão, assumindo os seus compromissos conjugais perante as leis dos homens, busque honrar a sua promessa e a sua decisão, santificando o casamento com o rigoroso desempenho de todos os seus deveres evangélicos, ante os preceitos terrestres e ante a imutável lei divina que vibra em sua consciência cristianizada.
18 - Compreendendo-se que muitos casamentos resultam em uniões infelizes e, às vezes, até mesmo profundamente antipáticas, induzindo os cônjuges ao divórcio, como interpretar a fase de atração recíproca, repleta de alegria e esperança, que caracterizou o namoro e o noivado?
RESP.: Qualquer pessoa que aspire a um título elevado passa pela fase de um encantamento. Esfalfa-se o professor pela ascensão à cátedra. Conseguido o certificado de competência, é imperioso entregar-se ao estudo incessante para atender às exigências do magistério. Esforça-se o acadêmico pela conquista do diploma que lhe autorize o exercício da profissão liberal. Laureado pela distinção, sente-se compelido a trabalho infatigável, de modo a sustentar-se na respeitabilidade em que anela viver. Assim também o matrimônio.
19 - Por mais ríspidas se façam as lutas, no casamento,é melhor permanecer dentro delas?
RESP.: Pagar é libertar-se, aprender é assimilar a lição.
20 - Quais são as piores conseqüências das ligações carnais desditosas, além daquelas que se apresentam nos sofrimentos das frustrações ou lesões emotivas?
RESP.:- É forçoso observar que da afeição sexual descontrolada surgem muitas calamidades para a vida do Espírito, dentre as quais destacaremos, a par da fascinação ou do ódio, nos problemas da obsessão, o suicídio e o aborto, como sendo as mais lastimáveis.
21 - Como é interpretado o aborto nos planos superiores da Vida Espiritual?
RESP.:- O aborto provocado, mesmo diante de regulamentos humanos que o permitam, é um crime perante as Leis de Deus.
22 - Quais os resultados imediatos do aborto para as mães e pais que o praticam?
Praticando o aborto, mães e pais cruéis ou irresponsáveis afastam de si mesmos os recursos de reabilitação e felicidade que lhes iluminariam, mais tarde, os caminhos, seja impedindo a reencarnação de Espíritos amigos que lhes garantiriam a segurança e o ou impedindo o renascimento de antigos desafetos, com os quais poderiam adquirir a própria tranqüilidade pela solução de velhas contas.
23 - O aborto oferece conseqüências dolorosas especiais para as mães?
RESP.:- O aborto oferece funestas intercorrências para as mulheres que a ele se submetem, impelindo-as à desencarnação prematura, seja pelo câncer ou por outras moléstias de formação obscura, quando não se anulam em aflitivos processos de obsessão.
24 - E para os pais?
RESP.: - Os pais que cooperam nos delitos do aborto, tanto quanto os ginecologistas que o favorecem, vêm a sofrer os resultados da crueldade que praticam, atraindo sobre as próprias cabeças os sofrimentos e os desesperos das próprias vítimas, relegadas por eles aos percalços e sombras da vida espiritual de esferas inferiores.
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