Aborto e Espiritismo: o que a Codificação diz sobre o assunto
por Blog Mundo Maior
Qual a visão do espiritismo sobre o tema?
A posição entre aborto e espiritismo é bem definida e não há nenhuma dúvida sobre o erro que é a interrupção arbitrária de uma vida durante a gestação. Allan Kardec perguntou aos espíritos se consiste crime a provocação do aborto. A resposta foi publicada na questão 358 do Livro dos Espíritos: “Há crime sempre que transgredis a lei de Deus. Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento, por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando“.
Uma resposta mais clara que essa é impossível, mas como sempre acontece em temas polêmicos, as pessoas tentam encontrar alternativas ou brechas para justificar seu comportamento. O aborto seria justificável em caso de fome ou super população na terra, correto? Errado. Eis uma resposta a esse respeito na questão 687: “Não, Deus a isso provê e mantém sempre o equilíbrio. Ele coisa alguma inútil faz. O homem, que apenas vê um canto do quadro da Natureza, não pode julgar da harmonia do conjunto.”
Atualmente no Brasil muito se fala a respeito do aborto em caso de estupro. Embora não haja uma resposta específica sobre o assunto no Livro dos Espíritos, é possível deduzir um entendimento através da interpretação da Doutrina e de outras respostas encontradas na Codificação.
No caso do estupro, é preciso perguntar primeiro se foi a criança quem cometeu o crime, pois é ela quem pagará a pena com o aborto. Sendo assim, mesmo que a legislação humana dê respaldo ao aborto em caso de estupro, o espiritismo é absolutamente contra. No caso de estupro, quando a mulher não se sinta com estrutura psicológica para criar o filho, cabe à sociedade e aos órgãos governamentais facilitar e estimular a adoção da criança nascida, ao invés de promover a sua morte legal. O direito à vida está, naturalmente, acima do ilusório conforto psicológico da mulher.
Para finalizar, vamos falar sobre o aborto em casos de má formação ou de algum tipo de deficiência intelectual. Muito se fala atualmente sobre o aborto nestes casos ser justificável, mas o espiritismo é categoricamente contra. Conforme a resposta a essa pergunta, disposta na 372, que fala sobre o “aborto piedoso”, a Codificação esclarece o seguinte: “Os que habitam corpos de idiotas (como eram chamados no século XIX os deficientes mentais) são Espíritos sujeitos a uma punição. Sofrem por efeito do constrangimento que experimentam e da impossibilidade em que estão de se manifestarem mediante órgãos não desenvolvidos ou desmantelados.”
O único caso de aborto aceito pelo espiritismo é quando a gestação coloca a vida da mãe em risco de forma iminente. Segundo a resposta 359, “Preferível é se sacrifique o ser que ainda não existe a sacrificar-se o que já existe”. É preciso lembrar, felizmente, que com a evolução da medicina tais casos tornam-se cada vez mais raros.
Embora não tratem sobre o tema de forma específica, sugerimos a leitura de dois livros que falam sobre o tema de uma forma bem interessante e esclarecedora.
Matando a Morte: Você já sentiu uma súbita saudade de algo ou alguém e não sabe bem quem é? De repente…sem explicação nos sentimos angustiados, aflitos… Provávelmente já tenha acontecido e talvez tenha dito: “O que está acontecendo comigo?” Os mais sensíveis dirão: “Alguma coisa vai acontecer…estou sentindo uma angústia…” Após ler a história tão bela e comovente de Luiz – um homem simples, ingênuo, bem-humorado e, acima de tudo, sábio – você entenderá o motivo da saudade inexplicável que às vezes nos toma e , além disso, receberá ensinamentos sublimes acerca do aborto, da eutanásia, do adultério, do suicídio, das drogas, da pena de morte e outros ainda que poderíamos chamar de “regras de conduta” que servem para todos os segmentos de nossa vida. Toda a trajetória de Luiz é emocionante.Suas descobertas nos trazem sabedoria, suspense, risos e lágrimas. Em Matando a Morte, o autor nos mostra que a única separação a qual a morte nos proporciona é a separação física de nossos entes queridos e, embora inevitável.
Anjo Negro: Em Anjo Negro o autor Agnaldo Cardoso narra de uma forma envolvente e realista temas importantes como drogas, aborto, preconceito social e racial. No desenvolver da trama que relata a realidade da vida na favela, vivificando o mecanismo de destruição e reconstrução embasado nos costumes, o livro aborda também os princípios das Leis de Causa e Efeito e como a mediunidade, nem sempre explicita, pode auxiliar em diversas situações.
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