CONHECER-TE A TI MESMO
BIBLIOGRAFIA
01- A CONSTITUIÇÃO DIVINA, pag. 138 02 - A NOVA FÍSICA E O ESPÍRITO, pag. 82
03 - AS CASAS MAL ASSOMBRADAS, 294 04 - AUTODESCOB. UMA BUSCA INT., pag.45, 107
05 - CARIDADE, pag. 121 06 - CORRENTEZA DE LUZ, pag. 71
07 - DOENÇAS DA ALMA, pag. 182 08 - LAÇOS DE AFETO, pag. 128
09 - MEDIUNIDADE & AUTOCONHEC., pag. 9, 34, 86 10 - MEREÇA SER FELIZ, pag. 29, 71, 89
11 - O ESPIRITISMO PERANTE A CIÊNCIA, pag. 7 12 - O EVANGELHO DE TOMÉ, pag. 43, 175
13 - O LIVRO DOS ESPÍRITOS, q. 919 14 - O SEGREDO DAS BEM AVENTURANÇAS, pag. 230
15 - PSIQUIATRIA E MEDIUNISMO, pag. 17
16 - REFORMA ÍNTIMA SEM MARTÍRIO, pag.29, 34,47
17 - REVISTA ESPÍRITA 1863, pag. 191 18 - SUBLIME CONVITE, pag. 65
LEMBRETE: O NÚMERO DA PÁGINA PODE VARIAR DE ACORDO COM A EDIÇÃO DA OBRA CITADA.
CONHECER-TE A TI MESMO – COMPILAÇÃO
01 - CONHECER-TE A TI MESMO
919 - Qual o meio mais eficaz para nos melhorarmos nesta vida e resistirmos às solicitações do mal?
R: Um sábio da antiguidade vos disse: Conhece-te a ti mesmo. (O Livro dos Espíritos)
Ter humildade : "Sem humildade construímos virtudes que não temos, como se tivéssemos uma roupa para esconder deformidades de nosso corpo"(Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 7; item 11).
Compreender o próximo: "Quem estiver sem pecado, atire a primeira pedra"(Jesus, no Evangelho de João, cap. 8; versículos 1 a 10)
Interrogar a consciência: "O homem de bem interroga a consciência sobre todo o bem que fez e todo aquele que deixou de fazer" (Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 17; item 3)
*O Reino de Deus e a criança
Evangelho de Mateus, capítulo 18; versículos 1 a 5
Paulo, I Epístola aos Coríntios, IV: 20)
Acima, colocamos um exemplo de como a palestra pode ser apresentada em uma lousa. A seguir, os comentários que podem ser feitos a cada item em destaque.
Conhece-te a ti mesmo
Nesta palestra, deveremos mostrar ao público a necessidade de nos conhecermos para compreender os problemas que nos cercam.
Inicie dizendo que todos temos problemas, e que geralmente colocamos a culpa em quem convive conosco.
Ou é o marido que reclama que a esposa age friamente; ou a esposa, que diz que o marido não dialoga com ela; ou os pais, que afirmam que os filhos são rebeldes; ou os filhos, que dizem não serem compreendidos pelos pais. Ainda há o patrão, que acredita que o empregado só faz "corpo-mole"; ou o empregado, que acha o patrão mesquinho.
Mas, se analisarmos bem, será que os problemas que nos afligem são causados pelos que nos rodeiam, ou são, na verdade, provocados pelas atitudes que tomamos ou que deixamos de tomar?
Será que temos feito por merecer uma esposa mais disposta, um marido mais companheiro, filhos mais educados, pais mais compreensivos, empregados mais motivados e patrões mais altruístas? Ou será que temos apenas agido como egocêntricos, querendo apenas que "venha a nós" o nosso desejo, e nada de distribuir aos outros o que desejaríamos para nós?
Procure neste momento deixar o público refletir, pois a partir de agora é que haverá a sintonia necessária para que exista a absorção esperada dos ensinamentos da Doutrina e do Cristo.
Então, passe para a pergunta de "O Livro dos Espíritos", descrita abaixo:
919 - Qual o meio mais eficaz para nos melhorarmos nesta vida e resistirmos às solicitações do mal?
R: Um sábio da antiguidade vos disse: Conhece-te a ti mesmo. (O Livro dos Espíritos)
Nesta pergunta de "O Livro dos Espíritos", Allan Kardec, conhecedor das mazelas humanas, questiona o Espírito de Verdade sobre como poderíamos melhor evitar o mal que nos cerca, e melhor, como poderíamos progredir. E a resposta dos Espíritos é clara, ou seja, que devemos nos conhecer interiormente.
Fale ao público que precisamos ter coragem e fazermos um viagem dentro de nós mesmos. Analisarmos se temos feito por merecer o bem que desejamos em nossa vida.
Mas, para que esta análise seja real, precisamos seguir alguns passos para que não caiamos na tentação de acreditarmos ser o que não somos. Isso porque somos grandes juizes de nós mesmos, e encobertamos, às vezes até inconscientemente, as imperfeições que contribuem para a existência de nossas dificuldades.
Cite, então, algumas dicas para que possamos nos analisar melhor:
Ter humildade : "Sem humildade construímos virtudes que não temos, como se tivéssemos uma roupa para esconder deformidades de nosso corpo"(Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 7; item 11).
Fale da importância de termos humildade sincera. Pois sem ela, como diz o Evangelho, tenderemos a encobrir nossos defeitos e exaltarmos nossas virtudes. Humildade para compreendermos que erramos sim, e que podemos aprender com esse erro, sendo melhor no amanhã do que fomos no hoje. Não ter vergonha de assumir um erro, mas lutar com perseverança para resistir à tentação de errar de novo.
Envolva o público na necessidade de orar a Jesus pedindo ajuda na conquista da humildade, que nos livrará de uma série de angústias.
Compreender o próximo: "Quem estiver sem pecado, atire a primeira pedra"(Jesus, no Evangelho de João, cap. 8; versículos 1 a 10)
E se conseguirmos ser humildes, conseguiremos compreender que assim como erramos, também o próximo que convive ou não conosco tem a possibilidade de errar. E então, veremos que ninguém está sem pecados, ou seja, todos temos atitudes a serem corrigidas. Isso nos dará maior força para aprendermos a perdoar, e consequentemente, conviver melhor com que está ao nosso redor".
Interrogar a consciência: "O homem de bem interroga a consciência sobre todo o bem que fez e todo aquele que deixou de fazer" (Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 17; item 3)
Por fim, depois que tivermos buscado a humildade e a compreensão do próximo, devemos fazer a análise sincera de nossa consciência, e verificar se fomos úteis em todos os momentos que tivemos a oportunidade. Se temos a condição de, à noite, ao colocarmos a cabeça sobre nosso travesseiro, estarmos com a consciência tranquila, cientes de que nossas responsabilidades como marido, esposa, pais, filhos, patrão ou empregado foram cumpridas a contento. E, se não foram, o que poderemos fazer para melhorarmos no dia seguinte.
Diga ao público que este é o momento de refletirmos sobre a vida, e compreender quantos sofrimentos e decepções poderíamos ter evitado se tivéssemos agido com humildade, perdão e auto-análise.
Pare então por alguns segundos e vá para a parte final da palestra.
O Reino de Deus e a criança
Evangelho de Mateus, capítulo 18; versículos 1 a 5
Leia, ou, se puder, conte sem ler, a passagem que existe na referência citada acima. Nela, Jesus toma uma criança como exemplo, mostrando que o homem precisa assemelhar-se aos pequeninos para ganhar o Reino de Deus.
Ou seja, a criança tem a humildade de estar sempre disposta a aprender com tudo que a cerca, de forma atenta e constante; perdoa sempre, de forma sincera, aqueles que convivem com ela, não guardando mágoa ou ódio; e por fim, faz as coisas aos outros de maneira desinteressada, sem esperar nada em troca.
Explique então aos assistentes que agindo como as crianças iremos nos conhecer melhor, pois diz o Mestre que este é o caminho para entrarmos no Reino de Deus, que nada mais é do que um estado de espírito, onde encontraremos a paz e a felicidade que procuramos.
02 - CONHECER-TE A TI MESMO
A RECEITA DE SANTO AGOSTINHO
Ana Cristina Vargas
É raro, no meio espírita, comentar-se sobre autoconhecimento sem fazer referência ao pensamento de Santo Agostinho, exposto na questão 919 de O Livro dos Espíritos. Nela o tema foi tratado diretamente em preciosos quatro parágrafos, encerrando uma receita.
O conhecimento espírita desperta um anseio pelo progresso que nos faz pedir que nos apontem caminhos. O Codificador pediu aos espíritos superiores a fórmula da melhoria pessoal, e não pediu para as próximas encarnações, pediu para esta vida e ousou mais: tinha que ser prática e eficaz.
Respondeu-lhe o Espírito Santo Agostinho, dizendo: “Um sábio da Antigüidade vos disse: Conhece-te a ti mesmo.”
Referia-se a Sócrates e apontou a necessidade de focarmos os interesses na busca por e em nós mesmos. Ouve-se muito: “Conheço fulano como a palma da minha mão, ele não me engana.” Ou seja, conheço o outro, conheço para fora, mas quando perguntam “Quem é você?”, dizemos um nome que nem ao menos foi de nossa livre escolha e completamos informando profissão, estado civil e endereço. Pronto, qualquer um nos encontra, o que não significa um encontro pessoal.
O Codificador retruca reconhecendo a sabedoria da resposta, mas alegando dificuldades para se atingir o conhecimento interior e insiste no pedido de uma receita. Disse Jesus: “Pedi e obtereis.” Ele obteve a fórmula e a legou àqueles que em si descobrem esse anseio.
Ensinou o interrogado: “Fazei o que eu fazia de minha vida sobre a Terra: ao fim da jornada, eu interrogava minha consciência, passava em revista o que fizera, e me perguntava se não faltara algum dever, se ninguém tinha nada a lamentar de mim.”
Estava dada a receita da espiritualidade prática e eficaz para melhorar já nesta vida: conhecer a si mesmo examinando a consciência.
Mas como se faz um exame de consciência? Será que basta rememorar os acontecimentos do dia e verificar como nos comportamos, se fomos gentis, cordiais, caridosos, se cumprimos nossos deveres profissionais, familiares, se fizemos prece etc.? Talvez temeroso de que caíssemos nesta simplificação, ele especificou que o modo de fazer é realizar um interrogatório preciso e diário a si mesmo sob o amparo de Deus e do anjo guardião. Ele sugeriu que colocássemos para nossa reflexão ao menos cinco questões, a saber:
1) “Perguntai-vos o que fizeste e com qual objetivo agistes em tal circunstância”.
A primeira parte da questão é tranqüila, basta recordar as atitudes do dia. A segunda aprofunda- se pedindo para identificarmos os objetivos de nossas ações, os interesses e propósitos que as motivaram, os quais podem estar escondidos muito fundo, num canto sombrio do nosso ser, e ainda se apresentarem mascarados.
2) “Se fizeste alguma coisa que censurais em outrem”.
A nossa capacidade de olhar para fora é bem desenvolvida, então vamos aproveitar e conhecer o que estamos projetando. É sempre fácil apontar erros, condenar e exigir dos outros esquecendo que só conseguimos reconhecer aquilo que também possuímos. Esse é um procedimento importante da receita que se repetirá.
3) “Se fizeste alguma coisa que não ousaríeis confessar”.
Um questionamento ético em relação à minha conduta com o próximo e também pessoal, na medida em que devemos responder se tudo o que pensei, senti e fiz pode ficar exposto à luz? Ou falta coragem para assumir opiniões, atitudes, vontades, o “eu” e as motivações reais e profundas das minhas ações, que somente eu e Deus podemos saber quais são.
4) “Se aprouvesse a Deus me chamar neste momento (em que estou lendo está página), reentrando no mundo dos Espíritos, onde nada é oculto, eu teria o que temer diante de alguém?”.
Queremos distância da morte. Não é agradável pensar nela ou falar sobre ela. Aceitá-la não é fácil, trabalhar as perdas é um processo doloroso e delicado. Imagine pensar na própria morte, diariamente. Frente a cada decisão, refletir como ficaria a situação se morrêssemos naquele momento. Brigamos com um filho, ou com o marido, ou com um amigo, ficamos magoados, com raiva e morremos num ataque fulminante do coração. Que situação! Essa questão nos põe em xeque com um mundo onde as máscaras não enganam senão quem as usa. Se pensarmos sob esse enfoque, mudaremos muitas atitudes.
5) “Examinai o que podeis ter feito contra Deus, contra vosso próximo, e enfim, contra vós mesmos”.
Discutimos muito as nossas relações amorosas, profissionais e familiares, mais ou menos nessa ordem de prioridade. Mas a relação com Deus vai entre tapas e beijos e não paramos para discuti-Ia. Começa que Dele nem sempre fazemos um juízo claro, a nossa resposta pessoal é em geral vaga ou politicamente correta. Confundimos repetição mecânica de palavras com falar com Ele. Nós o bendizemos quando a vida corre como desejamos, mas é sobre Ele que lançamos nossas incompreensões e ingratidões quando as coisas não são como queríamos. Por fim, Ele é o cangaceiro das nossas vinganças, cada vez que vencidos pela ira desejamos o mal ao próximo e não o realizamos com as próprias mãos. Mas, ironicamente, embora O contratemos para nossas desforras, ainda O tememos. E uma relação complicada: nós a vivemos com uma grande dose de irreflexão misturada ao medo, à ira, à ingratidão. Temos um comportamento mimado e não apto ao diálogo.
Desta tríade, a relação com o outro é a mais debatida, só que em geral sob a ótica de vítima: “O que eles fizeram comigo”. O convite é para largarmos essa postura e assumirmos nossas responsabilidades.
A relação conosco é outra e apenas em circunstâncias limites começamos a discutír. Falamos muito sobre reencarnação, obsessão, lei de amor, depressão, sentimentos mal resolvidos, doenças, mas pouco nos perguntamos: “Por que sou e estou assim?” Como lido com as alegrias e as tristezas?”, “Cuido bem de mim, como corpo e alma?”
O autor da receita mostra conhecimento e compreensão da alma humana antecipando-se ao propor: “Mas, direis, corno se julgar? Não se tem a ilusão do amor próprio que ameniza as faltas e as desculpas?”.
Ilusões e justificativas podem comprometer o resultado e para evitar que algo saía errado na execução da receita, ele deixou também os segredinhos. Para evitar auto-enganos, façamos o seguinte:
1) “Quando estiverdes indecisos sobre o valor de uma de vossas ações, perguntai-vos como a qualificaríeis se fosse feita por outra pessoa; se a censurais em outrem, ela não pode ser mais legítima em vós, porque Deus não tem duas medidas para a justiça.”
2) “Não negligencieis a opinião dos vossos inimigos, porque estes não têm nenhum interesse em dissimular a verdade e, freqüentemente, Deus os coloca ao vosso lado como um espelho para vos advertir com mais franqueza que o faria um amigo.” É o verdadeiro “te enxerga”. É uma proposta valiosa para reformularmos comportamento sobre críticas e inimizades, vendo nelas auxiliares divinos para nosso crescimento. Assim, esvazia-se a raiva e a indignação. A humildade é o caminho que acaba com a falsa superioridade que nos faz preferir ignorar as críticas e inimizades a aprender com elas.
3) “Aquele que tem vontade séria de se melhorar explore, pois, sua consciência, a fim de arrancar dela as más tendências.”
O produto da fórmula ê uma visão clara de quem somos e do que precisamos reformar.
A promessa final é excelente, nada menos que uma felicidade eterna. Vale a pena conferir.
Fonte: Revista Literária Espírita Delfos . Catanduva, SP: BOA NOVA. Ano V. Ed. 03. Nº 21. 2005. p. 10-13
03 - CONHECER-TE A TI MESMO
Você reconhece que é uma pessoa com defeitos? Você já parou pra analisar suas falhas como ser humano? Você já percebeu que há muito o que corrigir como espírito imortal? Certamente que sim. O simples fato de você dedicar cinco dos seus preciosos minutos para ler este artigo já demonstra que você está em busca do crescimento moral, do progresso espiritual, da reforma íntima.
“Conhece-te a ti mesmo!” Quantas vezes você já leu ou ouviu esta frase? Muitas, né? Dizem que Sócrates construiu sua filosofia a partir desta inscrição da entrada do templo de Delfos. “Conhece-te a ti mesmo!” Acho que você já dedicou algumas horas de sua vida procurando conhecer a si mesmo, estou errado? Será que você já não teve uma ou outra noite de insônia por analisar a você mesmo?
Acho, ainda, que você encontrou um monte de coisas que precisam ser corrigidas. Se você foi sincero consigo mesmo, e não tenho motivos para duvidar disso, você deve ter ficado envergonhado de si mesmo, pelo menos umas duas ou três vezes, ao se dar conta de suas próprias falhas. Ótimo. Isso é ótimo!
Como você poderia corrigir o que precisa ser corrigido se você não percebesse onde estão suas falhas? De que adiantaria seu esforço para melhorar-se, se não soubesse para onde dirigir esse esforço, essa energia? De que valeria essa sua reencarnação se você não a aproveitasse no sentido de aperfeiçoar a si mesmo?
Tudo isso é realmente muito bom. Mas quem foi que disse que o “conhece-te a ti mesmo” quer dizer “conhece os teus próprios defeitos”? De onde veio essa ideia de que conhecer-se só vale para o lado negativo de si mesmo? Por que sempre que falamos em autoconhecimento logo surgem coisas a serem ajustadas?
Você tem um monte de coisas boas para trazer pra fora de si mesmo! Você é um manancial inesgotável de virtudes! Reconheça-as e traga-as para a superfície! Você tem qualidades que poucas pessoas têm. Não acredita? Permita a si mesmo fazer uma comparação com alguém que você admira muito. Um ídolo da juventude. De preferência, mais de um. Certamente você encontrará em você algumas qualidades que eles não possuem. Valorize essas qualidades. Você levou milênios para adquiri-las.
Como você pode pensar que merece pouco da Vida? Como você pode conformar-se em ser apenas mais um na multidão? Por acaso você pensa que isso é ser humilde? Você sabe o que é humildade? Humildade é colocar-se no seu devido lugar. Nem acima, nem abaixo. Nem prepotente nem desprezível. Nem se engrandecendo nem se rebaixando.
Você merece tudo o que você é capaz de sonhar. Se você consegue imaginar, é porque é possível. Imaginar é criar. Pra quê você conseguiria imaginar algo para si se não fosse possível criar, realizar? Tudo o que existe hoje, toda criação, toda invenção, toda tecnologia, um dia foi imaginação de alguém. E se esse alguém tivesse falado a respeito de seus sonhos e sua imaginação, provavelmente seria tido por louco, sonhador, lunático.
Você pode muito mais. Você é muito mais. Você tem apenas um limite: o limite que você se impõe. Acredite mais em você mesmo! Não ligue tanto para os outros, não ligue tanto para o passado que quer desmentir o que você se atreve a pensar, não ligue tanto para você mesmo, esse velho rabugento que você tem dentro de você.
Conhece-te a ti mesmo! Conheça suas virtudes, sua força, sua boa vontade, seu amor, sua esperança, que é perseverança, que é coragem, que é persistência, que é vitória!
Conhece-te a ti mesmo! Vence-te a ti mesmo! Ama-te a ti mesmo!
04 - CONHECER-TE A TI MESMO
A questão 919 do Livro dos Espíritos, que aborda o tema "Conhecimento de si mesmo", foi respondida pelo espírito Santo Agostinho, numa bela dissertação transcrita por Allan Kardec. Vejamos, resumidamente, ospontos principais desse ensinamento:
Indagado pelo Codificador sobre qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vidae de resistir à atração do mal, respondeu Santo Agostinho:
"Um sábio da antigüidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo."
E dissertou:
"Fazei o que eu fazia, quando vivi na Terra: ao fim do dia, interrogava a minha consciência, passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se não faltar a algum dever, se ninguém tivera motivo para de mim se queixar. Foi assim que cheguei a me conhecer e a ver o que em mim precisava de reforma. Aquele que, todas as noites evocasse todas as ações que praticara durante o dia e inquirisse de si mesmo o bem ou o mal que houvera feito, rogando a Deus e ao seu anjo de guarda que o esclarecessem, grande força adquiriria para se aperfeiçoar, porque, crede-me, Deus o assistiria.
( . . . )
"O conhecimento de si mesmo é, portanto, a chave do progresso individual. Mas, direis, como há de alguém julgar-se a si mesmo? Não está aí a ilusão do amor-próprio para atenuar as faltas e torná-las desculpáveis? O avarento se considera apenas econômico e previdente; o orgulhosos julga que em si só há dignidade. Isto é muito real, mas tendes um meio de verificação que não pode iludir-vos. Quando estiverdes indecisos sobre o valor de uma de vossas ações, inquiri como a qualificaríeis, se praticada por outra pessoa. Se a censurais noutrem, não na poderia ter por legítima quando fordes o seu autor, pois que Deus não usa de duas medidas na aplicação de Sua justiça.
( . . . )
"Formulai, pois, de vós para convosco, questões nítidas e precisas e não temais multiplicá-las. Justo é que se gastem alguns minutos para conquistar uma felicidade eterna. Não trabalhais todos os dias com o fito de juntar haveres que vos garantam repouso na velhice? Não constitui esse repouso o objeto de todos os vossos desejos, o fim que vos faz suportar fadigas e privações temporárias? Pois bem! Que é esse descanso de alguns dias, turbado sempre pelas enfermidades do corpo, em comparação com o que espera o homem de bem? Não valerá este outro a pena de alguns esforços?" Santo Agostinho
Comentário de Kardec: "Muitas faltas que cometemos nos passam despercebidas. Se, efetivamente, seguindo o conselho de Santo Agostinho, interrogássemos mais amiúde a nossa consciência, veríamos quantas vezes falimos sem que o suspeitemos, unicamente por não perscrutarmos a natureza e o móvel dos nossos atos."
QUESTÕES PARA ESTUDO E PARTICIPAÇÃO:
1 - Como devemos proceder para chegarmos ao auto-conhecimento?
2 - Por que a necessidade de nos auto-conhecermos?
3 - Segundo a orientação de Santo Agostinho, qual o instrumento que devemos nos utilizar para chegarmos ao auto-conhecimento?
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