Estudando o Espiritismo

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domingo, 27 de dezembro de 2015

Do aborto, segundo a visão espírita -


1. INTRODUÇÃO
É indiscutível que o aborto deve ser abordado de forma ampla, pois envolve aspectos biológicos, psicológicos, sócio-culturais, legais e espirituais. É necessário que entendamos todos os aspectos que o envolvem para a formação de conceitos fortemente embasados. O primeiro conceito a ser entendido é o de o que é o aborto (ou abortamento): “Abortamento é a morte do ovo, embrião ou feto”, ou seja, a interrupção da gestação desde a concepção até o parto. Com isto podemos avaliar que em qualquer período compreendido entre a união de gametas e o início de trabalho de parto é considerado um aborto. Outro conceito fundamental para a visão espírita é o de quando ocorre a união da alma ao corpo. A pergunta 344 do Livro dos Espíritos nos esclarece: “A união começa na concepção, mas não se completa senão no momento do nascimento”.
2. TIPOS DE ABORTO
Espontâneo ou provocado; de repetição; Legal ou criminoso; Social; Terapêutico; Eugênico.
3. ABORTO LEGAL
A nossa legislação prevê que em casos de estupro e em casos de risco materno seja autorizado o aborto. Estuprar é “constranger para conjunção carnal por ameaça ou violência”. Será presumida a violência se a mulher: a) Tiver menos que 14 anos; b) For débil mental e o agente conhecia esta circunstância; c) Não podia oferecer resistência. Já começamos a perceber uma lei mal elaborada quando é omissa, assim, quando um homem usa de violência sexual mas, sem no entanto ter uma “conjunção carnal” (não havendo penetração) o aborto não seria legal, pois o ato não foi um estupro e sim, um “atentado violento ao pudor”. Nestes casos por comparação, são realizados os abortos ditos “sociais”, que não deixam de ser ilegais. Outra forma legal de aborto é aquela que ocorre para proteção da mãe, denominada de aborto terapêutico. A pergunta 359 do Livro dos Espíritos. questiona sobre isto e a resposta é: "É preferível sacrificar o ser que não existe a sacrificar o que existe". No entanto, não esqueçamos que a medicina tem condições de prever os casos em que a gravidez coloca a mãe em risco, podendo se antecipar para evitar a gestação. É interessante citar que, consultando profissionais especialistas na área, nenhum consegue citar caso em que tiveram que indicar aborto terapêutico.
4. MEDICINA FETAL
Os avanços da medicina criaram fábulas no estudo dos fetos, assim, a partir de 12 semanas de gravidez, é possível à mãe saber se terá um filho saudável. Por um lado, começamos a verificar maravilhas no sentido de proporcionar tratamentos intra-uterinos, mas por outro, mães passaram a ter o conhecimento precoce de que seus filhos eram portadores de aberrações cromossômicas (por exemplo a Síndrome de Down). A sugestão de autorização de aborto nestes casos não foi acatada em nosso país e se chama aborto eugênico.
Todo aborto tem conseqüências legais, físicas, psicológicas e espirituais para todos os envolvidos na sua prática: a mãe, o aborteiro e aquele que o estimula.
5. CONSEQÜÊNCIAS LEGAIS
Para a gestante, de 1 a 3 anos de detenção; para o aborteiro, de 1 a 4 anos se houve o consentimento, e de 3 a 10 anos se não houve o consentimento. Estas penas são agravadas se houve lesão corporal da “vítima” elevando a pena para de 2 a 8 anos. Ainda no que diz respeito ao aborto no plano material, nem todos comportam-se de maneira a ignorar o feto como ser humano desde a concepção. Desta forma ignoram a crueldade física em que transcorre um aborto. Para aqueles que se negam a crer, o filme “The silent scream” ou o “Grito silencioso” mostra de forma absolutamente científica o que acontece, durante um aborto, com o feto. O Dr. E. Nathanson, é um profissional que após anos fazendo o procedimento, resolveu lutar pela sua extinção. Neste filme pode-se ver um feto na 12a semana de gestação tranqüilo na cavidade uterina e poucos segundos após, com o início do procedimento, movimentos desesperados na tentativa frustrada de esquivar-se do instrumental cirúrgico. Talvez, a ciência possa vir a reforçar a postura espiritualista dando ao feto o mesmo valor que se dá a qualquer vida humana.
6. ASPECTOS ESPIRITUAIS
ABORTO ESPONTÂNEO:
Muitos casais desejam ardentemente um filho, porém infelizmente não conseguem. Os motivos são pregressos, ou solicitaram a infertilidade como prova, ou a receberam como expiação. De alguma forma o casal colaborou na interrupção da gravidez de outrem no passado, ou eles próprios o fizeram. Da mesma forma o concepto era cúmplice dos dois. Todos tem culpa no processo e ninguém pode ser considerado inocente. O aborto é, portanto, conseqüência de débitos cármicos do casal em relação à entidade desencarnante. Além dos abortos motivados pelos débitos do casal, há aqueles em que o reencarnante teme o novo nascimento. É o caso daqueles que deverão retornar com alterações deformantes no corpo físico e da antipatia aos membros da nova família. Assim, mesmo nas encarnações compulsórias o livre arbítrio é respeitado. Quando especificamente, a desarmonia é com a mãe, as emanações energéticas agem no chakra genésico desequilibrando e alterando as suas ligações ao perispírito fetal, predispondo-se a romper-se. Rompidas estas ligações, o feto, sem espírito torna-se inviável por falta de modelo biológico organizador.
ABORTO EUGÊNICO:
As más formações congênitas são decorrentes, materialmente falando, de alterações genéticas e infecciosas, porém, sob o aspecto espiritual, há de se considerar porque um casal conceberá um deficiente físico; ou ainda por que uma criança será portadora de deficiência. O reencarnante fixa-se ao óvulo e será atraído o espermatozóide mais adequado, assim sua compleição física e imunidade são determinantes do próprio espírito reencarnante. Quanto aos pais, terão aceitado previamente esta prova. Desta forma o aborto provocado com a finalidade de evitar o nascimento de um deficiente é interferência nos planos espirituais previamente concebidos.
ESTUPRO:
No estupro existem vários envolvidos. O agressor e a “vítima” podem não ter-se encontrado por mera coincidência, mas por sintonia de vibrações. A fatalidade pode ser, na verdade, predisposição. A entidade reencarnante muitas vezes é o obsessor da “vítima” e está ligado a ela por forte atração magnética. Havendo a agressão e a condição física predisponente, o plano espiritual aproveita a oportunidade para adormecer a entidade e colocá-la em condição de filho daquela que odiava. É importante colocar que o estupro e a gravidez não foram programados, a espiritualidade apenas utiliza o mal para fazer o bem. Entendendo que a gestação decorrente do estupro é uma oportunidade para que espíritos adversos entrem em sintonia, o aborto é, além de uma agressão, uma anulação desta oportunidade de perdão mútuo. Nestes casos deve-se considerar ainda os familiares que estarão assumindo as conseqüências espirituais de um aborto, desequilibrando toda a estrutura doméstica. Do contrário, compartilharão do auxílio fraternal à mãe e à esta entidade que reencarnará naquele meio. Nos casos de a “vítima” não ter capacidade para assumir a maternidade, a melhor solução é a adoção pela própria família, ou na sua impossibilidade, encaminhamento para adoção por terceiros.  
7. CONSEQUÊNCIAS FÍSICAS E PSICOLÓGICAS DA MULHER
As lesões físicas podem ser precoces como hemorragia, perfuração uterina, perfuração de intestinos, embolia pulmonar, etc; mas também podem ocorrer tardiamente causando infertilidade por alterações uterinas. Entre as alterações psicológicas existem uma variedade muito grande que vão de quadros mais leves de depressão até profundas alterações decorrentes do sentimento de culpa. Estes sintomas podem-se agravar pela obsessão do espírito rejeitado.
8. CONSEQÜÊNCIAS ESPIRITUAIS
As conseqüências espirituais são maternas, fetais, para o aborteiro e também para aquele que induz ao ato.

CONSEQÜÊNCIAS ESPIRITUAIS PARA A GESTANTE:
Primeiro devemos lembrar que o espírito enviado para reencarnar era um ser que havia sido preparado para reconciliação e portanto já se encontrava sob esquecimento do passado. Feito o aborto, voltam as lembranças e as suas vibrações  atingirão a esfera psíquica materna agravando a sua situação psicopatológica.

Outro aspecto a ser considerado é a infração às Leis Naturais:
Livro dos Espíritos 358: “Há sempre crime no momento em que se transgride a lei de Deus”. Desta forma há evidente conseqüência espiritual do abortamento. Ao desencarnar, a mulher terá, conforme o grau de responsabilidade, alterações energéticas no perispírito que só poderão ser eliminadas na próxima encarnação através de expiação ou prova (sofrimento físico e moral), e reparação (fazer o bem àquele que foi prejudicado). A expiação não é punição e sim uma conseqüência do desequilíbrio energético patente no perispírito. No livro “Evolução em dois mundos” André Luiz explica que tais desequilíbrios influirão no sistema reprodutor feminino causando inúmeras alterações que predisporão a mulher ao abortamento ou ao trabalho de parto complicado. Não só o chakra genésico se desequilibra com o abortamento; também são conhecidas disfunções a nível do chakra cardíaco e coronário para aquelas mulheres que se desequilibraram respectivamente na esfera afetiva e psicológica. A expiação e a prova, não são, entretanto, a única forma de resgate do ato praticado. Lembrando a 1a epístola de Pedro (4:8): "...Porque a caridade cobrirá uma multidão de pecados ". O remorso e a culpa são posturas estáticas decorrentes do erro, devemos transformar esta experiência em algo produtivo e a opção pelo amor e caridade são a melhor forma de crescer em créditos espirituais.
CONSEQÜÊNCIAS PARA O PAI:
Muitas vezes o pai é o mentor intelectual do crime. Seu desequilíbrio imediato seria no chakra coronário predispondo à obsessão e posteriormente às alterações do chakra genésico, na próxima encarnação, o predisporá às conhecidas patologias que levam à infertilidade masculina.
CONSEQÜÊNCIAS PARA O ABORTADO:
Antes de tecermos maiores considerações, é importante lembrar que toda reação será proporcional à intenção da agressão e também à evolução  do espírito agredido. Vejamos o que o Livro dos Espíritos coloca sobre a conseqüência do aborto para o encarnante na pergunta 357: "Para o espírito uma existência nula a recomeçar". Para os espíritos mais evoluídos que, muitas vezes, encarnariam para restabelecer a paz doméstica, a recusa de sua encarnação não será motivo de ódio ou ressentimento, provavelmente, continuará vibrando por aquele lar na espiritualidade, aguardando nova oportunidade de auxílio. Por outro lado, aqueles ainda pouco evoluídos terão reação agressiva. Permanecerão ligados ao chakra genésico materno, causando alterações como as mencionadas na obra “No mundo maior” – cap. X, onde André Luiz relata o episódio em que a revolta do encarnante foi tanta que, passou a alterar magneticamente o útero materno, causando profusa hemorragia, seguida de distúrbio cardíaco e, finalmente ao desencarne materno. A ligação ao chakra genésico materno, poderá ser contínua, gerando alterações ginecológicas futuras, inclusive infertilidade. Por outro lado a ligação pode ser feita com o chakra esplênico, sugando as energias vitais maternas, num verdadeiro vampirismo.
CONSEQÜÊNCIAS PARA O ABORTEIRO:
Muitas vezes a ignorância de princípios básicos de religiosidade, são atenuantes à culpa do profissional (médico ou não) que executa o aborto. Este fato, no entanto não os exime da culpa da realização do aborto e das suas conseqüências. No livro “Nosso Lar” André Luiz conta em seu capítulo 31, sobre as distonias energéticas visualizadas sobre o corpo espiritual de uma mulher que se dedicava ao aborto e ao infanticídio. São relatadas formas “viscosas e aderentes, deformadas e animalizadas” vinculadas aos médicos e quiropráticas. Na presente encarnação, tais profissionais,  já podem perceber conseqüências físicas e afetivas, por interferência direta dos obsessores. Nas encarnações seguintes, todos os chacras poderão estar desequilibrados e, portanto, todo sofrimento ligado ao desequilíbrio genésico e coronário como também esplênico e cardíaco.

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