Estudando o Espiritismo

Observe os links ao lado. Eles podem ter artigos com o mesmo tema que você está pesquisando.

sábado, 19 de dezembro de 2015

DA LEI DE REPRODUÇÃO

Associação de Divulgadores de Espiritismo de Portugal

4. DA LEI DE REPRODUÇÃO

Evidentemente, a lei de reprodução é uma lei da natureza, que assim provê, permanentemente, a renovação do património humano, não só de bens materiais, mas culturais e espirituais que, em conjunto, formam a humanidade.

Sempre crescendo geometricamente, a população do globo terrestre ameaça chegar a um nível em que as condições da Terra não permitirão a todos viver. O fantasma da sobrepopulação e da saturação angustia o homem de hoje, que apenas vê "um canto do quadro da natureza, não podendo julgar da harmonia do conjunto". Há mecanismos naturais que impedirão a implosão da Terra por excesso de população e escassez de meios e recursos de sobrevivência.

Velhas raças são apenas lembranças históricas que deram lugar a novas raças, que envelhecerão e terão que ser substituídas. Uma visão limitada não permite que entendamos com clareza os desígnios da Providência, que se fazem sem ou com o nosso conhecimento, e sem ou com o nosso consentimento.

Embora as raças possam ser substituídas, os espíritos que as encarnam são os mesmos seres em processo de evolução. Da força bruta dos nossos ancestrais primitivos evoluiu a força da inteligência, que consegue sobrepor-se aos elementos naturais, tirando-lhes, de maneira progressiva, a força, aplicando-a em benefício próprio e colectivo, o que não conseguem os animais.

Deus manifesta-se no homem através da sua inteligência, que é colocada ao serviço do aperfeiçoamento da própria natureza, dela extraindo forças capazes de o ajudarem no seu bem-estar e a realizar o progresso, que se torna meritório de acordo com a intenção dada pelos seus construtores.

OBSTÁCULOS À REPRODUÇÃO

A natureza é regulada por leis gerais, mas a acção inteligente do homem pode alterá-las, desde que o faça de acordo com as suas necessidades e sem abuso.

Esta acção inteligente do homem é que o distingue dos animais, porque ele age com conhecimento de causa, regulando os mecanismos da reprodução, conforme os seus desejos e necessidades, provendo, com esta regulação, a um bem-estar social, económico e moral. Desde que o faça visando somente a sua sensualidade mostrará quanto ainda é material, já que predominam os valores do corpo sobre os da alma.

CASAMENTO E CELIBATO

O casamento é um progresso na marcha da humanidade e a sua abolição seria uma regressão à vida animal.

Através do casamento os seres estabelecem entre si um vínculo de solidariedade fraterna, aprendendo a cooperar com o seu semelhante, abrindo mão de interesses pessoais e egoísticos.

A indissolubilidade do casamento é uma lei humana, que contraria a natureza, que pré-estabelece a união geral dos seres, sem a formação fechada, permanente, de grupos que se enquistam e isolam dos demais. A estabilidade do casamento é dada pela união dos interesses dos cônjuges e pela sintonia espiritual que deve haver entre eles.

O celibato voluntário, procurado ou imposto a si mesmo como um estado meritório e de perfeição espiritual, não passa de uma grande mentira egoísta, desagradando às leis naturais e enganando o mundo, muitas vezes escondendo problemas de desajustes pessoais de ordem moral e sexual. O celibato torna-se meritório quando o seu móbil é o sacrifício pessoal, voltado para o bem da humanidade, mas sem qualquer ideia egoísta de autopromoção, nem tão-pouco compensado com outras práticas que adulteram a natureza da criatura humana, descaracterizando-a sexualmente. O celibatarismo deve ser aceite quando é espontâneo e não se reveste de qualquer tipo de compensação, elevando o homem acima da sua condição material. Ele só é verdadeiro quando não pesa para quem o vive e para quem não precisa de utilizar outros mecanismos de acção sexual para justificá-lo.

POLIGAMIA

A poligamia é uma lei humana, nascida muito mais da sensualidade do que da afeição real, sendo a sua abolição um progresso.

Se fosse uma lei natural, deveria, com o tempo, ter-se universalizado, o que não ocorreu, por diversas razões. Ainda é encontrada no nosso mundo como remanescente de épocas passadas, estando sujeita a uma legislação especial, apropriada a certos costumes tradicionais, que o aperfeiçoamento social irá, aos poucos, modificando.

Nenhum comentário:

Postar um comentário