Estudando o Espiritismo

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domingo, 9 de dezembro de 2012

Da lei de igualdade - igualdade natural


Curso Básico de Espiritismo

Associação de Divulgadores de Espiritismo de Portugal

9. Da lei de igualdade - igualdade natural

Todos os homens são iguais perante Deus, que os criou simples e ignorantes, e perante a lei natural, pois os direitos são para todos.

A desigualdade que vemos entre os homens é fruto da sua própria evolução e esforço, baseada no facto de cada um ser herdeiro de si mesmo ao longo de sua trajectória evolutiva, onde forja a sua superioridade espiritual.

Desigualdade das aptidões

O que à primeira vista pode parecer uma injustiça - a variedade e desigualdade de aptidões - é a prova maior da harmonia divina, expressa na sua lei do progresso, que coloca espíritos de condições evolutivas diferentes uns ao lado dos outros, com a finalidade de que o que estiver em situação pior encontre um modelo que lhe sirva de meio e estímulo para a sua melhoria.

A diversidade de aptidões facilita o desenvolvimento da solidariedade entre todos, pois aquilo que um não faz, faz o outro, e no final todos precisam uns dos outros, entendendo-se que só na troca é que se desenvolve o amor fraterno e o respeito mútuo.

Espíritos de planos superiores têm como finalidade servir de auxiliares do progresso, quando encarnam em mundos e meios inferiores, dando assim testemunho da sua compreensão e renúncia, desempenhando papel de real valor na ordem geral evolutiva.

Desigualdades sociais

As condições de desigualdade social são criadas pelo homem e não determinadas por Deus. Nascem geralmente do abuso no campo do egoísmo e do orgulho, que se atenuarão cada vez mais através do mecanismo reencarnatório que conduz ao progresso em todos os níveis. A única desigualdade natural é a do merecimento e dá origem a uma hierarquia moral natural ou cósmica.

Desigualdade das riquezas

É utopia a igualdade absoluta das riquezas, porque a diversidade das faculdades e dos caracteres logo a desfaria, pela força dos acontecimentos. O importante não é uma igualdade absoluta, mas uma distribuição equitativa, baseada na lei da justiça, de amor e de caridade, únicas capazes de anularem o egoísmo e o orgulho.

Geralmente, os grandes monopólios constroem-se à custa do trabalho diuturno e suarento de anónimos colaboradores que, por uma questão de justiça, devem receber pagamento pelos seus esforços, o que na sociedade actual nem sempre acontece. A exploração do trabalho de muitos enseja o enriquecimento ilícito de poucos, que perante as leis maiores candidatam-se a múltiplas dificuldades espirituais posteriores.

A riqueza deve servir para reparar injustiças e ajudar a colectividade a crescer, proporcionando-lhe o bem-estar, que "consiste em cada um empregar o seu tempo como lhe apraz e não na execução de trabalhos pelos quais nenhum gosto sente. Em tudo existe o equilíbrio; o homem é quem o perturba". A miséria é fruto do egoísmo e da imprevidência da sociedade, por um lado, e da preguiça e da acomodação, por outro, e só a educação moral dos seus membros é que a eliminará definitivamente.

As provas da riqueza e da miséria

Tanto a prova da riqueza como a da miséria são concedidas por escolha do próprio espírito, que frequentemente nelas sucumbe.

Enquanto o pobre se perde em queixas, na revolta e até no crime, como tentativa de reparar uma injustiça social, o rico não menos se compromete espiritualmente, quando, esquecendo que quanto mais poder exerce maiores deveres e obrigações tem para com os seus semelhantes, apenas cuida de aumentar o seu património material, tornando-se egoísta, orgulhoso e insaciável. "Deus experimenta o pobre pela resignação, e o rico pelo emprego que dá aos seus bens e ao seu poder".

Igualdade de direitos do homem e da mulher

Perante Deus e a lei natural o homem e a mulher têm direitos iguais, pois a ambos foi concedida a inteligência e a consciência de escolha do bem e do mal e também a faculdade de progredir.

A inferioridade com que a mulher é tratada provém de preconceitos milenares de que o homem, sendo muscularmente mais forte, tem o direito de oprimir e dominar a sua fragilidade. Deus, porém, forneceu a força para amparar e proteger e não para escravizar e esmagar. O homem e a mulher, por terem funções específicas, só podem suportar as provas e vencer juntos se mutuamente se ajudarem.

Perante a natureza, a importância da mulher é maior, porque ela cumpre o papel de fornecer aos descendentes as primeiras noções da vida. Têm muita razão todos os ramos da psicologia moderna que atribuem à mãe papel preponderante na psicologia do filho, determinando traços de personalidade que o acompanharão sempre, pelo resto da sua existência, podendo ou não ser manejados convenientemente pelo seu possuidor.

Uma legislação, para ser perfeitamente justa, deve consagrar os direitos igualitários do homem e da mulher, respeitando a diversidade de funções, para evitar uma confusão e sobreposição dos papéis que cabem a cada um e que geraria uma situação competitiva.

"Todo o privilégio a um ou a outro concedido é contrário à justiça. A emancipação da mulher acompanha o progresso da civilização. A sua escravização marcha a par da barbárie. Os sexos, além disso, só existem na organização física. Visto que os espíritos podem encarnar num e noutro, sob esse aspecto nenhuma diferença há entre eles. Devem, por conseguinte, gozar dos mesmos direitos".

Igualdade perante o túmulo

"O túmulo é o ponto de reunião de todos os homens. Aí terminam, inelutavelmente, todas as distinções humanas. Em vão o rico tenta perpetuar a sua memória, mandando erigir faustosos monumentos. O tempo os destruirá, como lhe consumirá o corpo. Assim o quer a natureza. Menos perecível do que o seu túmulo será a lembrança das suas boas e más acções. A pompa dos funerais não o limpará das suas torpezas, nem o fará subir um degrau que seja na hierarquia espiritual.

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