O Espiritismo surgiu oficialmente em 18 de abril de 1857, com a primeira edição de O Livro dos Espíritos, que viria a alterar muitos dos conceitos até então vigentes, com relação a Deus, à imortalidade da alma, à reencarnação, à comunicação com os mortos e, principalmente, ao mundo dos Espíritos.
"Escrito na forma dialogada da Filosofia Clássica, em linguagem clara e simples, para divulgação popular, este livro é um verdadeiro tratado filosófico que começa pela Metafísica, desenvolvendo em novas perspectivas a Ontologia, a Sociologia, a Psicologia, a Ética e, estabelecendo as ligações históricas de todas as fases da evolução humana em seus aspectos biológico, psíquico, social e espiritual. Um livro para ser estudado e meditado, com o auxílio dos demais volumes da Codificação ", escreveu o Prof. José Herculano Pires, o mais celebrado dos seus tradutores.
Como síntese de todo o conhecimento humano, a Doutrina dos Espíritos vem muito bem estruturada na sua obra máxima, aparecendo à análise da razão sob a forma de ciência, filosofia e religião. Estes três aspectos vêm convenientemente distribuídos no conjunto de perguntas e respostas do notável livro. Ademais, no encerramento dos "Prolegômenos" de O Livro dos Espíritos pode ver-se o nome de Espíritos Veneráveis, que formaram a plêiade do Espírito da Verdade e foram, enquanto encarnados na Terra, expoentes da Filosofia, da Ciência e da Religião.
Em princípio, o Espiritismo é filosofia, com raízes profundas na própria tradição filosófica (a partir das escolas gregas). Esta é a razão pela qual Sócrates e Platão figuram na Codificação como precursores do Cristianismo e, por conseguinte, do Espiritismo. O Livro dos Espíritos fora até mesmo escrito na forma dos diálogos de Platão: perguntas e respostas. E, ao final da obra, nas suas "Conclusões", Kardec analisa a doutrina e afirma:
"Sua força está na sua filosofia, no apelo que faz à razão e ao bom senso " (item VI). Na primeira parte de O Livro dos Espíritos, são abordadas as "Causas Primárias": Deus, Elementos Gerais do Universo, Criação e Princípio Vital. Contudo, o Espiritismo não é só filosofia.
No "Preâmbulo" do livro O que é o Espiritismo, Kardec afirma: " O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática, ele consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os espíritos; como filosofia, compreende todas as consequências morais que dimanam dessas mesmas relações." E conclui, definindo com precisão: "O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal."
Surge, então o segundo aspecto do Espiritismo, que é Ciência. Como tal, a Doutrina Espírita difere da ciência materialista, rompendo definitivamente com a barreira de pressupostos para firmar em bases lógicas e experimentais os princípios da Nova Ciência, que vinha revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis: a existência e a natureza do mundo espiritual e suas relações com o mundo corpóreo.
A Ciência Espírita, portanto, contém duas partes: uma experimental, sobre as manifestações em geral; outra, filosófica, sobre as manifestações inteligentes (L.E., "Introdução", item XVII). Ambos os casos apresentam como base do conhecimento a fenomenologia medíúnica, coroada pelo ensinamento dado pelos Espíritos, que nos revelaram as leis naturais.
Finalmente, como terceiro aspecto da Doutrina Espírita, fechando o Triângulo de Forças Espirituais a que se referiu Emmanuel em O Consolador, surge o aspecto religioso, que Kardec deixou para o final de sua missão. Neste aspecto, porém, o Espiritismo é muito diferente das religiões tradicionais, visto ser desprovido de rituais, sacramentos, idolatria, paramentos, mitos e quaisquer cultos exteriores.
A Doutrina Espírita, por isso, como religião que efetivamente é, surge do exercício da razão; daí a idéia de fé raciocinada, "que se apoia nos fatos e na lógica e não deixa nenhuma obscurídade: crê-se porque se tem a certeza, e só se está certo quando se compreendeu." (E.S.E., Cap. XIX, item 7). Não se trata de uma religião, com uma série de rituais, mas de "Religião, propriamente considerada como sistema de crescimento da alma para celeste comunhão com o Espírito Divino", nas sábias palavras do Espírito Emmanuel.
Assim, o Espiritismo, como consciência teórica, está concentrado em O Livro dos Espíritos; como consciência prática, está exposto em O Livro dos Médiuns; e, como consciência moral, religiosa, ética e estética, desdobra-se em O Evangelho Segundo o Espiritismo.
Bibliografia
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos.
8. ed. São Paulo, Ed. FEESP, 1995.
O que é o Espiritismo.
31. ed. Brasília, FEB, s.d.
Questionário
1) Onde encontrar as raízes da Filosofia Espírita?
2) Quais são as partes da Ciência Espírita?
3) Como se caracteriza a fé na Religião Espírita?
No "Preâmbulo" do livro O que é o Espiritismo, Kardec afirma: " O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática, ele consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os espíritos; como filosofia, compreende todas as consequências morais que dimanam dessas mesmas relações." E conclui, definindo com precisão: "O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal."
Surge, então o segundo aspecto do Espiritismo, que é Ciência. Como tal, a Doutrina Espírita difere da ciência materialista, rompendo definitivamente com a barreira de pressupostos para firmar em bases lógicas e experimentais os princípios da Nova Ciência, que vinha revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis: a existência e a natureza do mundo espiritual e suas relações com o mundo corpóreo.
A Ciência Espírita, portanto, contém duas partes: uma experimental, sobre as manifestações em geral; outra, filosófica, sobre as manifestações inteligentes (L.E., "Introdução", item XVII). Ambos os casos apresentam como base do conhecimento a fenomenologia medíúnica, coroada pelo ensinamento dado pelos Espíritos, que nos revelaram as leis naturais.
Finalmente, como terceiro aspecto da Doutrina Espírita, fechando o Triângulo de Forças Espirituais a que se referiu Emmanuel em O Consolador, surge o aspecto religioso, que Kardec deixou para o final de sua missão. Neste aspecto, porém, o Espiritismo é muito diferente das religiões tradicionais, visto ser desprovido de rituais, sacramentos, idolatria, paramentos, mitos e quaisquer cultos exteriores.
A Doutrina Espírita, por isso, como religião que efetivamente é, surge do exercício da razão; daí a idéia de fé raciocinada, "que se apoia nos fatos e na lógica e não deixa nenhuma obscurídade: crê-se porque se tem a certeza, e só se está certo quando se compreendeu." (E.S.E., Cap. XIX, item 7). Não se trata de uma religião, com uma série de rituais, mas de "Religião, propriamente considerada como sistema de crescimento da alma para celeste comunhão com o Espírito Divino", nas sábias palavras do Espírito Emmanuel.
Assim, o Espiritismo, como consciência teórica, está concentrado em O Livro dos Espíritos; como consciência prática, está exposto em O Livro dos Médiuns; e, como consciência moral, religiosa, ética e estética, desdobra-se em O Evangelho Segundo o Espiritismo.
Bibliografia
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos.
8. ed. São Paulo, Ed. FEESP, 1995.
O que é o Espiritismo.
31. ed. Brasília, FEB, s.d.
Questionário
1) Onde encontrar as raízes da Filosofia Espírita?
2) Quais são as partes da Ciência Espírita?
3) Como se caracteriza a fé na Religião Espírita?
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