O espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática ele consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os Espíritos; como filosofia, compreende todas as conseqüências morais que dimanam dessas mesmas relações.
Podemos defini-lo assim:
O espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal. Em vista disto, constituindo a Doutrina Espírita um sistema de princípios filosóficos e éticos, de comprovação científica, apresenta três notórios aspectos: o filosófico, o científico e o religioso.
(...) Quando o homem pergunta, interroga, cogita, quer saber o como e o porque das coisas, dos fatos, dos acontecimentos, nasce a FILOSOFIA, que mostra o que são as coisas e porque são as coisas o que são. (...)
O caráter filosófico do espiritismo está, portanto, no estudo que faz o homem, sobretudo Espírito, de seus problemas, de sua origem, de sua destinação. esse estudo leva ao conhecimento do mecanismo das relações dos homens, que vivem na terra, com aqueles que já se despediram dela, temporariamente, pela morte, estabelecendo as bases desse permanente relacionamento, e demonstra a existência, inquestionável, de algo que tudo cria e tudo comanda, inteligentemente - Deus.
Definindo as responsabilidades do Espírito - quando encarnado (Alma) e também do desencarnado, o Espiritismo é Filosofia, uma regra moral de vida e comportamento para os seres da Criação, dotados de sentimentos, razão e consciência (...)
O Espiritismo não se constitui em uma religião a mais, visto que não tem cultos instituídos, nem igrejas, nem imagens, nem rituais, nem dogmas, mitos ou crendices, nem tão pouco hierarquia sacerdotal. Podemos, porém, considerá-lo em seus aspecto religioso, quando estabelece um laço moral entre homens, conduzindo-os em direção ao criador, através da vivência dos ensinamentos morais do Cristo. É no seu aspecto religioso que (...) repousa a sua grandeza divina, por constituir a restauração do Evangelho de Jesus Cristo, estabelecendo a renovação definitiva do homem, para a grandeza do seu imenso futuro espiritual. (...)
(...) Espiritismo passa de Filosofia à Ciência, quando confirma, pela experimentação, os conhecimentos filosóficos que prega e dissemina. (...)
Como filosofia, trata do conhecimento frente à razão, indaga dos princípios, das causas, perscruta o Espírito, enfim, interpreta os fenômenos; como ciência, prova-os.
Os fatos ou fenômenos espíritas, isto é, produzidos por Espíritos desencarnados, são a substância mesma da Ciência Espírita, cujo objeto é o estudo e conhecimento desses fenômenos, para fixação das leis que os regem. (...).
No seu aspecto científico e filosófico, a doutrina será sempre um campo nobre de investigações humanas, como outros movimentos coletivos de natureza intelectual, que visam o aperfeiçoamento da Humanidade. (...).
Ficha de Noções
A Doutrina Espírita apresenta três aspectos: o filosófico, o científico e o religioso.
No aspecto filosófico do Espiritismo, enquadra-se o estudo dos problemas da origem e da destinação do homem, bem como o da existência de uma inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.
No aspecto científico, demonstra experimentalmente a existência da alma e sua imortalidade, principalmente através do intercâmbio mediúnico entre os encarnados e os desencarnados.
O Espiritismo não se constitui em uma religião a mais, visto que não tem cultos, nem ritos, nem cerimoniais e que entre seus adeptos nenhum tomou ou recebeu o título de sacerdote. Podemos, porém, considerá-lo em seu aspecto religioso, quando estabelece um laço moral entre os homens, conduzindo-os a uma ascensão espiritual em direção ao Criador, através da vivência das máximas morais do Cristo.
O Espiritismo é, pois, (...) a ciência nova que vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e as relações com o mundo corpóreo, (...) . (...) É, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica (...), compreendendo todas as conseqüências morais que dimanam dessas mesmas relações.
Através dos ensinamentos espíritas, pode-se fazer diferença entre Religião, propriamente dita, e religiões no sentido de seitas humanas. Religião, para todos os homens, deveria compreender-se como sentimento divino que clarifica o caminho das almas e que cada espírito apreenderá na pauta do seu nível evolutivo.
Neste sentido, a Religião é sempre a face augusta e soberana da Verdade; porém, na inquietação que lhes caracteriza a existência na terra, os homens se dividiram em numerosas religiões como se a fé também pudesse ter fronteiras. (...).
(...) A religião é o sentimento divino que prende o homem ao Criador. As religiões são organizações dos homens, falíveis e imperfeitas como eles próprios: dignas de todo o acatamento pelo sopro de inspiração superior que as faz surgir, são como gotas de orvalho celeste, misturadas com os elementos da terra em que caíram. (...).
Bibliografia: Estudos Sistematizados da Doutrina Espírita - FEB - Programa I - Edição 1996
XAVIER, Francisco Cândido. In: Fonte Viva. Ditado pelo Espírito Emmanuel.
20 ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1995, lição 139, p. 312.
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