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Estudando o Espiritismo
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sábado, 5 de dezembro de 2015
Aceitação - Richard Simonetti
Perguntavam a Chico como conseguia conservar a tranquilidade ante tantas solicitações de multidões ávidas de consolo e conforto que o procuravam.
O médium respondia com uma única palavra: Aceitação.
Se bem analisarmos, verificaremos que muitas de nossas perturbações, quando nos deixamos dominar pela inquietação ou pela irritação, nascem de reações negativas, ante variadas situações que se sucedem no dia-a-dia:
– O trânsito lento.
– A agressividade do familiar.
– A sobrecarga no serviço.
– As críticas do companheiro.
– O problema inesperado.
Em situações mais graves, a não aceitação gera sérios problemas, passíveis de nos desajustarem.
– A morte de um ente querido.
– A doença grave.
– O prejuízo financeiro.
– A deserção de um amigo.
– A traição de um afeto.
Chico nos oferece a chave mágica para não nos perturbarmos: aceitar.
Eu diria, leitor amigo, que 90% de nossos sofrimentos, tensões e angústias, ante os desafios da existência, desde os simples contratempos às cobranças cármicas, sustentam-se em reações negativas, quando nos irritamos ou nos rebelamos.
Toneladas de tranquilizantes e analgésicos são consumidas diariamente por pessoas inquietas, irritadas, com situações que fogem ao seu controle.
Crimes, agressões, desentendimentos, afligem multidões atormentadas porque não aceitaram algo que as aborreceu ou prejudicou.
Há o problema do suicídio, que envolve, invariavelmente, alguém que tentou fugir de um problema, de uma dificuldade, de um sofrimento...
***
A cruz simboliza, tradicionalmente, a carga das atribulações que devemos carregar na jornada humana.
No Espiritismo aprendemos que ela representa, acima de tudo, as situações cármicas em que resgatamos nossos débitos do pretérito e nos reajustamos diante das Leis Divinas.
Considerando que jamais Deus nos imporia um peso superior às nossas forças, é óbvio que a transportadora celeste jamais comete equívocos na entrega dos madeiros.
Nossa cruz é exatamente aquela que nos foi destinada.
Ocorre que sentimentos negativos, como revolta, irritação, desespero, inconformação, funcionam como sobrecarga indevida, pesos que subtraem méritos e acrescentam deméritos que complicam a jornada.
Ao cultivar a aceitação, livraremo-nos desses indesejáveis adicionais, e a cruz nos parecerá bem leve.
***
Considere, entretanto, leitor amigo, duas nuances importantes no ato de aceitar.
A primeira é a aceitação passiva de quem simplesmente se dispõe a carregar a sua cruz sem murmúrios e queixas.
A segunda é a aceitação ativa de quem faz dela um arado para fertilizar o solo dos corações, com exemplos de dedicação ao bem, conservando a disposição de servir.
Na primeira acertamos nossas contas com o passado.
Na segunda investimos para o futuro.
Exatamente como fazia Chico.
Aceitava de forma positiva os percalços de sua condição de missionário sem contas do passado, para investir em favor do futuro de todos aqueles que têm a felicidade de conhecer os livros que psicografou e mirar-se em seus exemplos de dedicação ao bem.
Maio de 2009 - Edição número 417
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