Estudando o Espiritismo

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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Lei do Progresso

LEI DO PROGRESSO


O progresso é lei natural, cuja ação se faz sentir em tudo no universo, não sendo admissível, por conseguinte, possa o homem frustrá-la ou contrapor-se-lhe.
                Com efeito, impulsionado por ela, o homem foi perdendo, ao longo dos séculos, as ferezas do troglodita, a amoralidade do bárbaro, a insipiência do selvagem, num desenvolvimento intelecto-moral vagaroso, mas seguro e ininterrupto, eis que, imagem e semelhança de Deus, está fadado a adquirir todos os conhecimentos da Sabedoria e todas as virtudes da Santidade.
                Claro que ele se encontra, ainda, bastante distanciado dessa perfeição, mas quem quer que conheça um pouquinho de história da civilização, não pode deixar de reconhecer o enorme avanço, não só na técnica como nos costumes, que conseguiu realizar.
                É verdade, sim, que o seu progresso moral se acha muito aquém do fabuloso progresso intelectual a que chegou,  e daí porque prevalece, em nossos dias, uma ciência sem consciência, valendo-se, não poucos, de suas aquisições culturais, apenas para prática do mal.
                Os funestos resultados do mau emprego de sua inteligência recairão, porém, fatalmente, sobre si mesmo, arrancando-lhe sangue, suor e lágrimas em crescente profusão, até que, trabalhado pela dor, ganhará experiência, aprendendo então a equilibrar as forças da mente e do coração, como lhe convém, para que sua marcha ascensional se efetue sem quedas nem desvios.
                É verdade, também, que o egoísmo e o orgulho, inspiradores de muitas das leis iníquas em vigência neste mundo, favorecendo os poderosos em prejuízo dos fracos, podem retardar, como efetivamente têm retardado, a prosperidade e o bem-estar comuns.
                E que a Providência, para dar ao homem o mérito do elevar-se pelo próprio esforço e livre iniciativa, sempre lhe concede moratória para que corrija e aperfeiçoe suas instituições, visando aquele objetivo.
                De tempo em tempo, entretanto, esgotados os compassos de espera, sacode-as violentamente, destruindo privilégios odiosos, preconceitos estúpidos e govdrnos opressores, dando ensejo a que, embora a contragosto dos reacionários e dos retrógrados, o progresso se faça e a conduta humana se harmonize, gradativamente,com a Lei Divina, que outra coisa não quer senão que os bens terrenos sejam partilhados equitativamente por quantos hajam concorrido para produzi-los, e que a paz, alicerçada na justiça, seja uma bênção a felicitar todas as raças e nações.
                Antes de malsinar a civilização, urge que cada um de nós ofereça a sua contribuição pessoal para que ela se apure; e, em vez de tentarmos embaraçar a torrente do progresso, acompanhemo-lo, porque, resistir-lhe, é correr o risco de ser esmagado.

Do Livro: As Leis Morais – Rodolfo Calligaris

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