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Estudando o Espiritismo
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terça-feira, 29 de outubro de 2013
Julgamentos precipitados
Julgamentos precipitados
Havia numa aldeia um velho muito pobre, mas até reis o invejavam,
pois ele tinha um lindo cavalo branco...
Reis ofereciam quantias fabulosas pelo cavalo, mas o homem dizia:
- Este cavalo não é um cavalo para mim, é uma pessoa.
E como se pode vender uma pessoa, um amigo ?
Mesmo pobre, ele jamais vendeu o cavalo.
Certa manhã, descobriu que o cavalo não estava na cocheira.
A aldeia inteira se reuniu, e lhe disseram: - Seu velho estúpido!
Sabíamos que um dia o cavalo seria roubado.
Teria sido melhor vendê-lo. Que desgraça!
O velho disse: - Não cheguem a tanto. Simplesmente digam que o cavalo não está na cocheira. Este é o fato, o resto é julgamento.
Se é uma desgraça ou uma benção, não sei, porque este é apenas um julgamento. Quem pode saber o que vai se seguir?
As pessoas riram do velho.
Elas sempre souberam que ele era um pouco louco.
Mas, quinze dias depois, de repente, numa noite, o cavalo voltou.
Ele não havia sido roubado, ele havia fugido para a floresta.
E não apenas isso, ele trouxera uma dúzia de cavalos selvagens consigo.
Novamente, as pessoas se reuniram e disseram: -Velho, você estava certo. Não se trata de uma desgraça, provou ser uma benção.
O velho disse: -Vocês estão se adiantando mais uma vez. Apenas digam que o cavalo está de volta... Quem poderá saber se é uma benção ou não ? Este é apenas um fragmento. Se você lê uma única palavra
de uma frase, como poderá julgar todo o livro?
Desta vez, as pessoas não podiam dizer muito, mas sabiam que ele estava errado. Afinal doze lindos cavalos tinham vindo...
O velho tinha um único filho, que começou a treinar os cavalos selvagens. Apenas uma semana mais tarde, ele caiu de um cavalo
e fraturou as pernas. As pessoas se reuniram e, mais uma vez, julgaram. Elas disseram: - Você tinha razão novamente. Foi uma desgraça. Seu único filho perdeu o uso das pernas, e na sua velhice ele era seu único amparo. Agora você está mais pobre do que nunca.
O velho disse: - Vocês estão obcecados por julgamento.
Não se adiantem tanto. Digam apenas que meu filho fraturou as pernas. Ninguém sabe se isso é uma desgraça ou uma benção.
A vida vem em fragmentos; mais que isso, nunca é dado.
Aconteceu que, depois de algumas semanas, o país entrou em guerra,
e todos os jovens da aldeia foram forçados a se alistar. Somente o filho do velho foi deixado para trás, pois recuperava-se das fraturas.
A cidade inteira estava chorando, lamentando-se porque aquela era uma luta perdida e sabiam que a maior parte dos jovens jamais voltaria.
Elas vieram até o velho e disseram:
- Você tinha razão, velho. Aquilo se revelou uma benção.
Seu filho pode estar aleijado, mas ainda está com você.
Nossos filhos foram-se para sempre.
O velho disse: - Vocês continuam julgando. Ninguém sabe!
Digam apenas que seus filhos foram forçados a entrar para
o exército e que meu filho não foi. Mas somente Deus sabe
se isso é uma benção ou uma desgraça.
Não julguem, porque dessa maneira jamais se tornarão uno com a totalidade. Na verdade, a jornada nunca chega ao fim.
Um caminho termina e outro começa: uma porta fecha, outra abre.
Aqueles que não julgam estão satisfeitos simplesmente em viver o momento presente e nele crescer...
Somente eles são capazes de caminhar com Deus.
Na próxima vez que você for tirar alguma conclusão apressada
sobre algum assunto ou pessoa, lembre-se desta mensagem!
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