Estudando o Espiritismo

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terça-feira, 29 de outubro de 2013

Julgamento alheio



Famosos são os julgamentos da História. O de Nuremberg, que o mundo todo acompanhou, opinando pela punição dos que, barbaramente, durante a Segunda Guerra Mundial, haviam torturado e matado seres humanos.

O de Jesus, em que se verifica a injustiça gritando alto e superando o bom senso da justiça e da verdade.

Julgamentos de pessoas famosas que cometeram atos criminosos ou desabonadores.

Julgamentos de criminosos que, de alguma forma, envolveram pessoas famosas, como o caso do raptor do filho de Lindenberg.

Em tais processos, sempre a opinião pública se inflama e, de alguma forma, influencia os próprios jurados, de maneira a que esses condenem ou absolvam.

Desde as primeiras idades, quando a chama tênue do pensamento de justiça acendeu no homem, ele começou a julgar os seus irmãos.

Muitas vezes, o sentimento de justiça ficou empanado pelas paixões e interesses mesquinhos, levando o homem a cometer erros, punindo seu semelhante com o cerceamento da liberdade, o confisco de bens e a morte.

Nos dias atuais, prosseguimos a julgar o semelhante com todo rigor, sem estabelecer critérios e princípios básicos.

Afoitos, opinamos e damos a nossa sentença tão logo a imprensa torne pública a conduta dessa ou daquela criatura, embora desconhecendo detalhes e razões.

E não tememos aumentar um pouco a intensidade da falta cometida, mesmo para justificar a impiedade com que julgamos e a sentença que proferimos.

Por vezes, a inveja por não ter conseguido alcançar a posição social, o cargo ou a função do julgado, nos incita ainda mais ao julgamento arbitrário.

E, mesmo assim, prosseguimos a nos afirmar cristãos. Seguidores de Jesus que ensinou:

Não julgueis para não serdes julgados, porquanto sereis julgados conforme houverdes julgado os outros.

Há necessidade de cultivarmos a indulgência e a empatia. A indulgência para olharmos os que erram com olhos de quem sabe que o equivocado é sempre um Espírito enfermo.

Não necessita do nosso frio julgamento, mas do nosso auxílio para superar sua problemática.

A empatia, a fim de nos situarmos no lugar daquele que julgamos e nos indagarmos se fôssemos nós os julgados, como nos sentiríamos?

Fosse nosso filho o julgado, como estaria o nosso coração?

A questão do julgamento nos parece fácil, porque os que são trazidos à barra pública do Tribunal não passam de números. Sequer nos recordamos que são seres humanos.

Mas são Espíritos imortais, exatamente como nós, e merecem receber justiça, não impiedade ou a carga das nossas frustrações.

*   *   *

A autoridade para censurar está na razão direta da moralidade daquele que censura.

Aos olhos de Deus, a única autoridade legítima é a que se apoia no exemplo do bem.

A base da Justiça Divina se assenta na misericórdia de nosso Pai Criador.

É por esse motivo que Ele nos concede a reencarnação como bendita oportunidade de reparação de nossas faltas, ao tempo que nos faculta crescer e produzir no bem.




Redação do Momento Espírita.
Em 16.11.2011.

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