Estudando o Espiritismo

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quinta-feira, 19 de maio de 2011

A UNIÃO LEGALIZADA OU NÃO

CAPÍTULO III
22 - 

22 - A UNIÃO LEGALIZADA OU NÃO ENTRE OS HOMOSSEXUAIS. OS QUE COMPREENDEM E OS QUE CONDENAM.
Questão: o Espiritismo é a favor ou contra a legalização do casamento entre homossexuais?
Questão: Como você encara os homens casados, tendo filhos, que têm relacionamento extraconjugal com outros homens?
Questão: Caso um homem tenha uma vida de casado com outro homem, sem outros relacionamentos, como definir, do ponto de vista espírita, essa situação?
Questão: Por que a Doutrina Espírita afirma que nas relações homossexuais não há permuta saudável de energia? Que o investimento afetivo-sexual da relação é cercado por uma plenitude efêmera e ilusória, muitas vezes seguida do sentimento de frustração?
Questão: Homossexuais podem viver juntos, sem que haja relacionamentos sexuais? Se o amor é tudo que nos foi dado como forma de ensinamento para as nossas atitudes, esse amor não deve ser proibido! Vejo que o ato sexual é que deve estar fora dos padrões morais?
O homem casado que tem filhos e mantém relacionamento sexual com outro homem é ao mesmo tempo hetero e bissexual. Sua alma guarda as experiências psicossexuais bem ativas com homem e com mulher. Este comportamento emocional será sempre viciação sexual.
A busca desenfreada de atender ao desejo carnal e prazer do instinto sexual constitui incontrolável descarga mentoeletromagnética de energias psicossexuais por parte de homossexuais, bissexuais e heterossexuais. Não traz saúde, alegria e paz ao coração. Tudo que constitui viciação sexual obterá certa satisfação carnal, mas não será saudável e completa.
O casamento entre homossexuais é assunto pertinente às leis humanas, aos conceitos jurídicos do Código Civil. O Espiritismo não condena e nem critica. Os costumes da união de homossexuais, porque não ensina a agir com violência, radicalismo, preconceito e fanatismo. Observa com a luz do Cristo, aplicam a indulgência e compaixão, compreensão e respeito à liberdade de cada ser humano.
Na visão espírita do homossexualismo devemos somar a razão de Kardec com o amor de Jesus, ansiamos por enxergar melhor o fenômeno da vida humana, visualizar a realidade dos espíritos reencarnados, instruir construindo, educar o coração sofredor e fortalecer a mente desgovernada.
O Espiritismo não condena as pessoas homossexuais que vivem juntas numa união sexual não-aprovada ainda pela lei civil de nosso país. Entre nós, espíritas, existem os que compreendem, respeitam e não fogem dos laços de amizade cristã com eles. E existem aqueles irmãos de fé que apreciam criticar condenar, zombar por amar mais a verdade do que o semelhante e os excluem de seu círculo de amizades.
O de que mais precisamos na atualidade é compreender de coração evangelizado as experiências afetivo-psicológico-psíquico do homossexual, amá-los, orientá-los e ajudá-los a superar suas ambigüidades e frustrações íntimas. Devemos respeitar plenamente (sem condenar, sem criticar) qualquer união permanente de homossexuais. O que adianta a nós, espíritas, julgá-los, condená-los e persegui-los ! O tempo das cruéis perseguições inquisitoriais, felizmente já passou. Agora é a era do amor sentido, da compreensão do outro, do entendimento de suas grandes lutas morais. Eles têm a liberdade de conviver com quem desejem, mesmo contrariando a família, os amigos e o próprio código da lei civil.
Estes indivíduos não têm potencialidades psíquicas para conviver na união heterossexual, vão viver com quem eles encontrem afinidade na união homossexual. Querem sair da imensa e desoladora solidão afetiva em que se encontram.
Muitos homossexuais chegam a ter melhores dotes de coração do que muitos religiosos fanáticos e dogmáticos ou de espíritas inflexíveis, amantes da verdade teórica mas sem demonstração do amor incondicional na convivência .
Nenhum espírita ajuda, educa e soergue a alma sofredora, se detém o conhecimento sem amor e a sabedoria sem caridade.
Devemos observar as uniões homossexuais (que se multiplicam em todos os povos, grandes e pequenas cidades) sem alarde, sem estranheza, sem desapontamento a qualquer tipo de relacionamento afetivo-sexual: homem com homem e mulher com mulher.
Não é dever de nós, espíritas, sermos: palmatórias do mundo, julgadores contumazes da conduta alheia, condenadores inflexíveis aos que intitulamos pecadores, maledicentes das uniões homossexuais.
Quem ama não critica, não condena e não exige transformações da alma de forma repentina. Quem condena não ama, não ajuda e nem educa o espírito necessitado de apoio, amor e orientação.
Os espíritas mais radicais com o homossexualismo deveriam perguntar a si mesmos: Será que no mundo espiritual, após a nossa desencarnação, os Benfeitores Espirituais irão nos convidar para continuarmos exercendo a atitude condenatória contumaz diante dos espíritos atormentados sexualmente que se contam aos milhões domiciliados nas zonas umbralinas e trevosas do mundo espiritual? O bom senso nos diz que não seremos convidados para agir dessa maneira infeliz.
Com tal conduta de coração endurecido somos espíritas radicais que não amamos, não ajudamos, nem educamos ninguém. Com nossa inflexibilidade vamos desanimar almas, oprimir quem deseja melhorar, destruir as mais nobres esperanças. Seremos espíritas sem Cristo, sem amor legítimo, sem a luz interna do coração.
Os homossexuais são aquelas pessoas talvez, hoje em dia, mais sofrem incompreensão, condenação, preconceito, exclusão, críticas veladas muito especialmente dos religiosos fanáticos, extremistas e puritanos. Disse Jesus com veemência quanto à atitude julgadora das pessoas escravas das expressões infelizes das imperfeições humanas:
"Vós julgais segundo a carne, eu a ninguém julgo". João, 8:15
Aos que julgam com ar de grandeza, pureza e santidade, Jesus chamou de hipócritas, pedindo-lhes que primeiro extraiam seus próprios defeitos antes de julgar os erros do próximo:
"Hipócrita, tira primeiro a trave de teu olho e então verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão". Mateus, 7:5
Colocou o Mestre das almas, como única condição para julgar alguém, que não cometesse nenhum erro ou falta contra outrem: "Aquele que entre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedras". João, 8:7
Neste versículo de Mateus, o Divino Mestre mostra que existe uma justiça superior à dos homens. Pede que não julguemos, a fim de não sermos julgados, mais tarde, pelas nossas vítimas, adversários e também pela Lei de Deus, quanto à nossa dureza de coração. "Não julgueis, para não serdes julgados". Mateus, 7:1.
A Lei de Amor de Deus pede que se julgue o próximo, não que o julguemos segundo as nossas imperfeições morais: julguemos segundo a reta justiça de Deus, que é misericórdia. Deste modo acertaremos, pois julgaremos não para condenar (neste caso os homossexuais), mas para em melhores condições ajudar e socorrer, amparar e servir:
"Não julgueis segundo a aparência, mas, sim, pela reta justiça". João. 7:24.
Com a mesma medida de rigorosidade que aplicarmos aos irmãos que se encontram submetidos às grades da culpa. Deus também usará de rigor em nosso julgamento da consciência e de nossos atos. Quem hoje usa de rigorosidade implacável contra homossexuais, talvez em futura encarnação possa passar pela expiação da homossexualidade. Foi o que Jesus quis dizer: "Pois com o critério com julgardes, sereis julgados; e com a medida com tiverdes medido vos medirão também?" Mateus, 7-2
Jesus não veio ao mundo inferior de provas e expiações para a ninguém julgar; assim deverá comportar o espírita; não ser juiz das faltas do próximo. Abramos o coração evangelizado para amar e respeitar, tolerar e conviver, aceitar e relacionar-nos, ser compreensivos e indulgentes:
"Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele". João, 3:17.
Walter Barcelos

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