Estudando o Espiritismo

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terça-feira, 31 de maio de 2011

Origem e natureza dos Espíritos - Mollo

Estudo com base in O Livro dos Espíritos,
livro segundo, cap. 1, MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS - DOS ESPÍRITOS,
obra codificada por Allan Kardec

Pesquisa: Elio Mollo
(01 de junho de 2009)
               

Podemos definir que os Espíritos são os seres inteligentes da Criação. Eles povoam o Universo, além do mundo material. (LE – 76) (#)

Nota de Allan Kardec: A palavra Espírito é aqui empregada para designar os seres extra-corpóreos e não mais o elemento inteligente Universal. (--)

(#) LE é referente ao O Livro dos Espíritos.

Os Espíritos são obra de Deus, precisamente como acontece com um homem que faz uma máquina; esta é obra do homem, e não ele mesmo. O homem, quando faz uma coisa bela e útil, chama-a sua filha, sua criação. Podemos dizer que dá-se o mesmo com Deus. Somos seus filhos porque somos sua obra. (LE – 77)

A lógica nos leva a deduzir que os Espíritos tiveram um começo, pois se os Espíritos não tivessem tido princípio, seriam iguais a Deus, mas pelo contrário, são sua criação, submetidos à sua vontade. Deus existe de toda a eternidade, isso é incontestável: mas quando e como ele criou, não o sabemos. Podemos dizer que não tivemos princípio, se com isso entendermos que Deus, sendo eterno, deve ter criado sem cessar; mas quando e como cada um de nós foi criado, ninguém o sabe; isso é um mistério para ser desvendado. (LE – 78)

Uma vez que há dois elementos gerais do Universo: o inteligente e o material (1), podemos dizer que os Espíritos são formados do elemento inteligente (2), como os corpos inertes são formados do material. Os Espíritos são individualizações do princípio inteligente, como os corpos são individualizações do princípio material; a época e a maneira dessa formação é que desconhecemos. (LE – 79)

(1) Há então dois elementos gerais do Universo: a matéria e o Espírito e acima de tudo Deus, o criador, o pai de todas as coisas. Deus, espírito e matéria constituem o princípio de tudo o que existe, a trindade universal. Mas ao elemento material se tem que juntar o fluido universal, que desempenha o papel de intermediário entre o Espírito e a matéria propriamente dita, por demais grosseira para que o Espírito possa exercer ação sobre ela. Embora, de certo ponto de vista, seja lícito classificá-lo com o elemento material, ele se distingue deste por propriedades especiais. Se o fluido universal fosse positivamente matéria, razão não haveria para que também o Espírito não o fosse. Está colocado entre o Espírito e a matéria; é fluido, como a matéria, e suscetível, pelas suas inumeráveis combinações com esta e sob a ação do Espírito, de produzir a infinita variedade das coisas de que apenas conheceis uma parte mínima. Esse fluido universal, ou primitivo, ou elementar, sendo o agente de que o Espírito se utiliza, é o princípio sem o qual a matéria estaria em perpétuo estado de divisão e nunca adquiriria as qualidades que a gravidade lhe dá. (q. 27 de LE)

Espírito           Fluido Universal            Matéria
[----------------------I-----------------------]

Esse fluido é suscetível de inúmeras combinações. O que chamamos de fluido elétrico, fluido magnético, são modificações do fluido universal, que não é, propriamente falando, senão matéria mais perfeita, mais sutil e que se pode considerar independente. ((q. 27a de LE)

(2) Observações importantes:

in O Livro dos Espíritos, q. 23.

Que é o espírito? (*)
“O princípio inteligente do Universo.”

(*) Alma ou espírito elementar fazendo abstração do perispírito.

In O que é o Espiritismo, Cap. II, item 9, 10 e 14 – Allan Kardec observa que:

Quando a alma está ligada ao corpo, durante a vida, tem duplo envoltório: um pesado e grosseiro e perecível, que é o corpo; o outro fluídico, leve e indestrutível, chamado perispírito.

Existem, portanto, no homem, três elementos essenciais:

1º. A alma ou espírito, princípio inteligente onde residem o pensamento, a vontade e o senso moral (vide qq. 23, 25 e 26 de LE);

2º. O corpo, envoltório material que põe o espírito em relação com o mundo exterior; (vide q. 25 de LE)

3º. O perispírito, invólucro fluídico, leve, imponderável, servindo de liame e de intermediário entre o espírito (alma) e o corpo.”

A união da alma, do perispírito, e do corpo material constitui o homem. A alma e o perispírito separados do corpo constituem a ser a que chamamos Espírito. (vide qq. 27, 135 e 135a  de LE)

NOTA DE ALLAN KARDEC referindo-se aos itens acima citados:

• A alma é assim um ser simples;
• O Espírito um ser duplo, e
• O homem um ser triplo.

Seria portanto mais exato reservar a palavra alma para designar o princípio inteligente, e a palavra Espírito para o ser semimaterial formado desse princípio e do corpo fluídico. Mas como não se pode conceber o princípio inteligente sem ligação material, as palavras alma e Espírito são, no uso comum, indiferentemente empregadas uma pela outra; é a figura que consiste em tomar a parte pelo todo, da mesma forma que se diz que uma cidade é habitada por tantas almas, uma vila composta de tantas casas; porém, filosoficamente é essencial fazer-se a diferença (**).
(**) Fazendo a diferença sugerida por Kardec, deduzimos que:
Alma = espírito = principio inteligente = ser simples, primitivo. Neste caso espírito se escreve com "e" minúsculo).
Espírito = elemento inteligente individualizado = ser semimaterial = ser duplo (alma + perispírito) – o ser inteligente da criação (Coletivamente povoam o Universo, fora do mundo material.). Neste caso Espírito se escreve com "E" maiúsculo.
Homem = Espírito encarnado = ser triplo (alma + perispírito + corpo físico).
Espírito Errante = Espírito (alma + perispírito) que aguarda uma encarnação.
A criação dos Espíritos é permanente, não se verificou apenas na origem dos tempos, o que quer dizer que Deus jamais cessou de criar. (LE – 80)

Deus os criou os Espíritos, como a todas as outras criaturas, pela sua vontade, mas como já dissemos a sua origem é um mistério para ser desvendado. (LE – 81)

Não há como dizer se os Espíritos são imateriais. Como iremos definir uma coisa (3), quando não dispomos de termos de comparação e se usamos uma linguagem insuficiente? Um cego de nascença pode definir a luz? Imaterial não é o termo apropriado, a definição incorpóreo, seria mais exato, pois devemos compreender que, sendo uma criação, o Espírito deve ser alguma coisa. É uma matéria quintessenciada (*), para a qual não dispomos de analogia, é tão eterizada, que não pode ser percebida pelos nossos sentidos. (LE – 82)

(3) Aos nossos olhos os espíritos não tem uma forma determinada, limitada e constante. Podemos dizer que eles são uma flama, um clarão ou uma centelha etérea [1]. (vide q. 23, 23ª e 26 de O Livro dos Espíritos. (LE – 88)

(*) in dicionário UOL (http://www2.uol.com.br/michaelis/)
quin.tes.sên.cia  sf  (fr quintessence) Veja quinta-essência
quin.ta-es.sên.cia  sf  (quinta+essência)
1 Substância etérea e sutil, considerada pelos alquimistas como um quinto elemento, além da água, da terra, do fogo e do ar, e obtida após cinco destilações sucessivas.
2 Extrato retificado, refinado e apurado ao extremo.
3 A parte mais pura, mais delicada; excelente, sutil.
4 Requinte, auge, grau mais elevado. Pl: quinta-essências. Var: quintessência.

Nota de Allan Kardec: Dizemos que os Espíritos são imateriais porque a sua essência difere de tudo o que conhecemos pelo nome de matéria. Um povo de cegos não teria palavras para exprimir a luz e os seus efeitos. O cego de nascença julga ter todas as percepções pelo ouvido, o olfato, o paladar e o tato; não compreende as idéias que lhe seriam dadas pelo sentido que lhe falta. Da mesma maneira, no tocante à essência dos seres super-humanos, somos como verdadeiros cegos. Não podemos defini-los, a não ser por meio de comparações sempre imperfeitas, ou por um esforço da imaginação [---].
[---] Os Espíritos revestidos do perispírito são o objeto desta referência. Sem o perispírito, nada tem de material, como podemos ver na resposta à questão 79 do “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”, obra codificada por Allan Kardec. Nota de J. Herculano Pires. (vide nota (2))
Os Espíritos terão fim? Compreende-se que o princípio de que eles emanam seja eterno, mas a sua individualidade terá um termo? E, num dado tempo, mais ou menos longo, o elemento de que são formados não se desagregará e não retornará a massa de que saíram, como acontece com os corpos materiais?

Realmente, é difícil compreender que uma coisa que teve começo não tenha fim. Porém, há muitas coisas que ainda não compreendemos, porque a nossa inteligência é limitada: mas não é isso razão para as repelirmos. O filho não compreende tudo o que o pai compreende, nem o ignorante tudo o que o sábio compreende, mas neste caso podemos dizer que a existência dos Espíritos não tem fim: é tudo quanto somos levados compreender, por enquanto. (LE – 83)

* * *
(--) Para ler mais sobre este item acione os < link’s > abaixo indicados:

ALMA, PERISPÍRITO, FLUIDOS (Universal e Vital) E PRINCÍPIO VITAL
http://aeradoespirito.sites.uol.com.br/A_ERA_DO_ESPIRITO_-_Portal/Apostilas/ALMA_ESP_PERISP_FLUIDOS.html

DIFERENÇA ENTRE espírito e Espírito
http://aeradoespirito2.sites.uol.com.br/Estudos/DIFER_ENTRE_esp_e_ESP.html

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