6.1 - Introdução
Segundo a visão materialista somos apenas o corpo com que vivemos neste mundo. Ora, tudo indica - e a análise química o comprova - que o nosso corpo é formado exclusivamente de matéria, como os demais corpos da natureza.
Mas a análise consciente e uma observação mais profunda mostram que no homem existe mais do que matéria. O homem pensa e tem consciência plena de sua existência; relaciona idéias, estabelece conceitos, elabora juízos, constrói raciocínios, tira conclusões, e, servindo-se de um instrumento maravilhoso, que é a linguagem, comunica tudo isto aos seus semelhantes. Nada que a isto sequer se pareça ocorre no mineral, na rocha ou num monte de matéria inanimada.
A matéria por si mesma não pensa; logo, existe em nós, além do corpo material, algo mais, que é o agente do nosso pensamento, e que se chama alma ou espírito.
Esse raciocínio, perfeitamente lógico e conforme a mais pura razão humana, deveria bastar para que nenhuma dúvida existisse no homem a respeito de que nele vive essencialmente um espírito.
Entretanto, muitos há que não crêem na realidade da própria existência, em si como Espírito imortal. Então Deus, na sua infinita bondade e amor, concedeu ao homem, com as manifestações espíritas, as provas cabais de que nele vive um espírito, que pré-existe ao corpo e sobrevive à morte física.
6.2 - O Espírito
Em [LE - qst 76] os Espíritos são definidos como sendo “os seres inteligentes da Criação”. São criados por Deus permanentemente, e, em sua essência, se apresentam como “uma chama, um clarão ou centelha etérea” [LE - qst 88]. Os Espíritos são eternos e indestrutíveis, mantendo sempre a sua individualidade.
Quanto à natureza íntima dos Espíritos podemos compreender que a inteligência é o seu atributo essencial.
Todos são criados iguais, “simples e ignorantes” e dotados de faculdades a serem desenvolvidas através das experiências reencarnatórias.
Em [Gên] Allan Kardec externa mais claramente o seu pensamento evolucionista, afirmando que:
“O espírito não chega a receber a iluminação divina, sem haver passado pela série divinamente fatal dos seres inferiores.”
Quanto a sua apresentação exterior, o espírito propriamente dito não a tem, pois é imaterial, mas se encontra revestido, sempre, de um corpo energético, fluídico, que Kardec denominou de perispírito. O perispírito dará forma ao espírito, permitindo sua identificação.
6.3 - O Perispírito
Estudando as religiões e filosofias vê-se que muitos homens procuraram um elemento energético que pudesse servir de união entre o corpo físico e o espírito, numa harmônica gradação vibratória. Por exemplo: No Egito acreditava-se na existência de um corpo chamado KA. Na Índia, denominavam de “Linga Sharira”. Os filósofos gregos chamavam-no de “Veículo Leve”, “Corpo Luminoso” e “carro sutil da alma”. Para Leibnitz, chamava-se “corpo fluídico” e para Paulo de Tarso, “Corpo Espiritual”.
No exame de suas principais características, o perispírito deverá ser analisado sob os seguintes aspectos:
a) Função: quando encarnado, é o intermediário entre o espírito e o corpo somático, tendo como função transmitir as sensações do corpo para o espírito e as impressões do espírito para o corpo. É ainda o “campo modelador da forma”, pois, durante a gestação, será o perispírito o responsável pela estruturação do embrião, através de um campo magnético criado por ele. No Espírito desencarnado o perispírito corresponde ao seu envoltório, possuindo em sua estrutura eletromagnética órgãos e sistemas celulares à semelhança do corpo físico;
b) Forma: geralmente a forma do perispírito corresponde a aparência do corpo somático. Ao desencarnarmos, o corpo espiritual, na maioria das vezes, mantém a forma que tinha quando encarnado, entretanto muitos Espíritos estão aptos a promoverem transformações em sua organização perispiritual, podendo assumir uma aparência de encarnações anteriores;
c) Densidade: a densidade do perispírito é rarefeita nos Espíritos já evoluídos e pastosa ou opaca nos Espíritos ainda imperfeitos;
d) Coloração: o perispírito não está preso no corpo como se estivesse dentro de uma caixa; ele se irradia e se projeta além do corpo físico, formando a Aura. Esta estrutura vai assumir colorações diferentes em função do estágio evolutivo do indivíduo. Brilhante e luminosa nos Espíritos superiores e sem nenhum brilho, sem luminosidade e sem beleza nas entidades muitos materializadas;
e) Centros de Força: o perispírito é constituído de vários centros energéticos que concentram e coordenam a assimilação e distribuição de energias. São denominados de chacras ou centros de força.
Segundo André Luiz [Missionários da Luz, Evolução em Dois Mundos] os principais chacras são: coronário (alto da cabeça). cerebral (na fronte), laríngeo (pescoço), cardíaco (no peito), gástrico (abdômen), esplênico (região do baço) e genésico (sobre o aparelho genital).
Bibliografia e referências
• [LE] O Livro dos Espíritos - Allan Kardec
• [Gên] A Gênese - Allan Kardec
• Evolução em Dois Mundos - André Luiz/Chico Xavier - Waldo Vieira
• Psi Quântico - Hernani Guimarães Andrade
• Espírito, Perispírito e Alma - Hernani Guimarães Andrade
• Psicologia Espírita - Jorge Andréa
• [OP] Obras Póstumas - Allan Kardec
• Missionários da Luz - André Luiz/Chico Xavier
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