Estudando o Espiritismo

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terça-feira, 3 de maio de 2011

Fluidos e Perispírito - Esde Antigo

- O fluido cósmico assume os seguintes estados: o de eterização ou imponderabilidade, que se pode considerar o primitivo estado normal, e o de materialização ou de ponderabilidade, que é, de carta maneira, consecutivo àquele. O ponto intermediário é o da transformação do fluido em matéria tangível.
- Os fluidos que envolvem os Espíritos maus, ou que estes projetam são viciados, ao passo que os que recebem a influência dos bons Espíritos são tão puros quanto o comporta o grau da perfeição moral destes.
- Os fluidos não possuem qualidades sui generis, mas as que adquirem no meio onde se elaboram; modificam-se pelos eflúvios desse meio, como o ar pelas exalações, a água pelos sais das camadas que atravessa. Conforme as circunstâncias, suas qualidades são, como as da água e do ar, temporárias ou permanentes, o que os torna muito especialmente apropriados à produção de tais ou tais efeitos.
Síntese do Assunto:
O fluido cósmico universal é o elemento primitivo indispensável à intermediação entre o Espírito e a matéria propriamente dita. Para tornar possível essa intermediação, goza de propriedades comuns a ambos, pelo que não se pode dizer que seja matéria ou Espírito, já que estes são os dois elementos gerais, distintos, do Universo.
Pelas suas inúmeras combinações com a matéria, sob a ação do Espírito, é capaz de produzir a imensa variedade dos corpos da Natureza.
Em sua condição de elemento primitivo do Universo, o fluido cósmico assume os estados de eterização e de materialização ou, em outras palavras, de imponderabilidade e ponderabilidade. O primeiro pode ser considerado o primitivo estado normal e o segundo resulta das transformações daquele ao ponto de se apresentar como matéria tangível no seus múltiplos aspectos. O segundo estado é consecutivo ao primeiro e a tangibilidade da matéria assinala a passagem de um a outro estado. “Mas ainda aí, não há transição brusca, porquanto podem considerar-se os nossos fluidos imponderáveis como termo médio entre os dois estados”.
Esses dois estados são a causa de uma inumerável quantidade de fenômenos. Uns ocorrem no mundo invisível. Constituem os fenômenos espirituais ou psíquicos. Ligam-se ao estado de eterização. Outros sucedem no mundo visível. São os fenômenos materiais e relacionam-se ao estado de materialização.
O fluido cósmico sofre, no estado de eterização, sem deixar de ser etéreo, inúmeras modificações que formam fluidos diferentes. Não obstante a mesma origem, possuem propriedades especiais.
Para os Espíritos, esses fluidos têm, dentro da relatividade das coisas, aspecto material. São, por assim dizer, as substâncias do mundo espiritual e estão para os mesmos como a matéria está para os encarnados. Eles os trabalham e utilizam para obter os mais diferentes resultados, tal como os homens manipulam a matéria propriamente dita. Mudam apenas os processos.
Os fluidos do mundo espiritual escapam aos nossos sentidos, que estão limitados à percepção apenas da matéria tangível. No entanto há alguns intimamente ligados à vida corporal. Não podendo ser observados diretamente, pelo menos seus efeitos são percebidos.
No estado de eterização, os fluidos se apresentam, em virtude das inúmeras modificações por que passam, em diferentes graus de pureza dentro da faixa compreendida por pureza máxima – ponto de partida do fluido universal – e pela sua transformação em matéria tangível. Quanto mais próximos do estado de materialização, menos puros são os fluidos. Estes formam a chamada atmosfera espiritual da Terra. É desse meio, onde igualmente vários são os graus de pureza que os Espíritos encarnados e desencarnados, deste planeta, haurem os elementos necessários à economia de suas existências.
Atendidas as condições físicas e de vitalidade própria de cada um, a situação é a mesma em relação aos outros mundos.
Os fluidos do mundo espiritual são também denominados fluidos espirituais. Isto decorre de sua afinidade com os Espíritos. A rigor, não é uma expressão muito correta porque verdadeiramente espiritual é a alma. Na realidade, eles são a matéria do mundo espiritual.
Os Espíritos agem sobre os fluidos espirituais utilizando o pensamento e a vontade. As repercussões dessa ação assumem grande importância para os homens. Tais fluidos são o meio de propagação do pensamento, o qual tem o poder de modificar-lhes as propriedades. Isto significa que são afetados pela qualidade daquele, ou seja, o pensamento impregna de boas ou más qualidades os fluidos com os quais entra em contato, alterando-os pela pureza ou impureza dos sentimentos. Os pensamentos, conforme sejam bons ou maus, purificam ou poluem os fluidos espirituais. Os fluidos que envolvem os Espíritos maus, ou que estes projetam são, portanto, viciados, ao passo que os que recebem a influência dos bons Espíritos são tão puros quanto o comporta o grau da perfeição moral destes.
Cada pensamento comunica determinada qualidade aos fluidos. Segue-se que, devido à enorme variedade de pensamentos, inumeráveis são os fluidos bons e maus, o que torna impraticável classificá-los. Não possuem denominações próprias. São classificados pelas suas propriedades, efeitos e tipos originais. A natureza de nossos sentimentos, virtudes, vícios e paixões, imprime-lhes características correspondentes. Sob outro ângulo, observa-se que eles produzem efeitos físicos os mais diversos, tais como excitação, calma, irritação, adstringência, narcose, toxidez.
Os fluidos não possuem qualidades sui generis, mas as que adquirem no meio onde se elaboram; modificam-se pelos eflúvios desse meio, como o ar pelas exalações, a água pelos sais das camadas que atravessa. Conforme as circunstâncias, suas qualidades são, como as da água e do ar, temporárias ou permanentes, o que os torna muito especialmente apropriados à produção de tais ou tais efeitos.


Sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica à dos fluidos espirituais, ele os assimila com facilidade, como uma esponja se embebe de um liquido.
Atuando esses fluidos sobre o perispírito, este, a seu turno, reage sobre o organismo material com que se acha em contato molecular. Se os eflúvios são de boa natureza, o corpo ressente uma impressão salutar; se forem maus, a impressão é penosa. Se forem permanentes e enérgicos, os eflúvios maus podem ocasionar desordens físicas; não é outra a causa de certas enfermidades.
O pensamento do encarnado atua sobre os fluidos espirituais, como o dos desencarnados, e se transmite de Espírito a Espírito pelas mesmas vias e, conforme seja bom ou mau, saneia ou vicia os fluidos ambientes.
A ação magnética pode produzir-se de muitas maneiras:
1º. Pelo próprio fluido do magnetizador; é o magnetismo propriamente dito, ou magnetismo humano.
2º. Pelo fluido dos Espíritos, atuando diretamente e sem intermediário sobre um encarnado. É o magnetismo espiritual.
3º. Pelos fluidos que os Espíritos derramam sobre o magnetizador, que serve de veiculo para esse derramamento. É o magnetismo misto.

Síntese do Assunto:
Um lugar qualquer pode ter seus fluidos ambientes poluídos pelos encarnados e pelos desencarnados ou, simplesmente, por ambos.
Sabido que o pensamento do encarnado age, como o do desencarnado, sobre os fluidos espirituais, estes são afetados pelas qualidades de seus pensamentos; se bons, temos fluidos saudáveis; se maus, fluidos viciados.
Essa capacidade de atuação dos encarnados sobre os elementos do mundo espiritual decorre do fato de que a encarnação não os priva, totalmente, da vida espiritual. O pensamento do encarnado atua sobre os fluidos espirituais, como o dos desencarnados, e se transmite de Espírito a Espírito pelas mesmas vias e, conforme seja bom ou mau, saneia ou vicia os fluidos ambientes.
Com a encarnação, o Espírito conserva o seu perispírito, que permanece com todas as qualidades própria e, além disso, não fica encerrado no corpo físico, mas irradia ao seu redor e o envolve como que de uma atmosfera fluídica.
Os fluidos corrompidos pelos maus eflúvios dos Espíritos inferiores podem ser saneados pelo afastamento destes, e isto se consegue eliminando o que se constituía para eles em focos de atração. O cultivo dos bons pensamentos e sentimentos transforma os fluidos ambientes em bons fluidos, os quais têm o poder de repelir os maus fluidos. Cada encarnado dispõe, em seu perispírito, de uma fonte fluídica permanente que pode mobilizar para operar essa renovação.
Quanto à viciação fluídica produzida pelos encarnados, o ambiente se modifica, é bem evidente, observando-se o mesmo procedimento anterior sobre o cultivo dos bons pensamentos e sentimentos, no caso dos maus Espíritos.
Sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica à dos fluidos espirituais, ele os assimila com facilidade, como uma esponja se embebe de um liquido. Esses fluidos exercem sobre o perispírito uma ação tanto mais direta, quanto, por sua expansão e sua irradiação, o perispírito com eles se confunde.
Por outro lado, o perispírito que está intimamente ligado ao corpo físico, molécula a molécula, ao sofrer a influência desses fluidos, reage sobre aquele, transmitindo-lhe uma impressão salutar ou penosa, conforme os eflúvios sejam bons ou maus. A ação continuada e enérgica dos maus eflúvios pode ter repercussões sérias, provocando o surgimento de doenças.
Os ambientes onde pululam maus Espíritos são grandemente impregnados de fluidos deletérios que afetam, de forma muito prejudicial, a saúde dos encarnados, que os absorvem através dos poros perispiríticos.
Como já foi visto, o fluido cósmico universal sofre inúmeras transformações, formando imensa variedade de fluidos com propriedades especiais. Um desses fluidos, condensado no perispírito, é possuído de recursos que possibilitam a recuperação do corpo físico. Isto é possível em razão da identidade existente entre ambos, cuja origem é comum. Para que esses efeitos reparadores se realizem, faz-se mister inocular tais fluidos no organismo combalido. Tanto o encarnado como o desencarnado são os agentes da infiltração dessa substância, extraída de seu próprio perispírito.
Opera-se a cura pela remoção das células doentes, que são substituídas por células sadias, e estas, naturalmente, são produzidas por substâncias puras. Há, ainda, a considerar, a vontade do inoculador que, quanto mais enérgica, mais abundante torna a emissão fluídica; e lhe dá maior poder de penetração no corpo enfermo seu desejo de promover a cura.
A ação desses elementos fluídicos, também chamados elementos magnéticos, apresenta efeitos muito variados sobre os enfermos: às vezes lentos, exigindo tratamento demorado, outras vezes rápidos. Há pessoas que produzem curas instantâneas pela simples imposição das mãos, ou só pelo uso da vontade.
Conforme o agente responsável pela emissão magnética, identifica-se:
a) Magnetismo humano, ou magnetismo propriamente dito, cuja ação, produzida pelos fluidos do encarnado (magnetizador), depende da força e, principalmente, da qualidade do fluido;
b) Magnetismo espiritual, produzido pelos Espíritos, cuja atuação se faz diretamente e sem intermediário sobre a criatura humana. Sua qualidade está ligada às qualidades dos Espíritos;
c) Magnetismo misto, semi-espiritual, associação dos recursos fluídicos do encarnado, ou magnetizador, com os dos Espíritos. Estes irradiam sobre aquele a substância fluídica que lhes é própria e o encarnado as transmite aos enfermos juntamente com seus recursos magnéticos. Há, assim, um enriquecimento fluídico.

“Ideoplastia” (do grego ideo+plastos+ia=modelagem da matéria pelo pensamento).
Criando imagens fluídicas, o pensamento se reflete no envoltório perispirítico, como num espelho; toma nele corpo e aí de certo modo se fotografa. Tenha um homem, por exemplo, a idéia de matar a outro, embora o corpo material se lhe conserve impassível, seu corpo fluídico é posto em ação pelo pensamento e reproduz todos os matizes deste último; executa fluidicamente o gesto, o ato que intentou praticar. O pensamento cria a imagem da vítima e a cena inteira é pintada, como num quadro, tal qual se lhe desenrola no espírito.
Síntese do Assunto:
O fluido espiritual, um dos estados assumidos pelo fluido cósmico universal, fornece aos Espíritos o elemento de onde eles extraem os materiais sobre que operam. Essa atuação se faz usando o pensamento e a vontade. Para os Espíritos, o pensamento e a vontade são o que é a mão para o homem. Pelo pensamento, eles imprimem àqueles fluidos tal ou qual direção; os aglomeram, combinam ou dispersam, organizam com eles conjuntos que apresentam uma aparência, uma forma, uma coloração determinadas; mudam-lhes as propriedades, como um químico muda a dos gases ou de outros corpos, combinando-os segundo certas leis. É a grande oficina ou laboratório da vida espiritual.
É comum a realização dessas modificações sem que haja um pensamento consciente. É o caso dos Espíritos que são percebidos pelos videntes, logo depois de desencarnados, envergando uma vestimenta qualquer, antes mesmo de se haverem dado conta de sua nova realidade.
A maior parte das transformações, contudo, ocorre sob o império de um desejo, a manifestação de um propósito consciente. Basta mentalizar alguma coisa e esta se forma. É por isso que um Espírito pode assumir diferentes aspectos e apresentar diversas aparências, envergar trajes especiais, portar objetos os mais variados, exibir defeitos físicos, mutilações, etc. São expressões assumidas visando a uma identificação, geralmente revivendo situações de existências passadas. Porém, assim como assumiu aspecto do passado, tão logo seu pensamento o situe no presente, ou em outra existência, imediatamente se opera nova transformação.
Há, por outro lado, o caso dos Espíritos que conservam a mutilação, as deformações ou chagas do corpo físico que ocupavam, em razão de um condicionamento. Incapazes, por si mesmos, de reassumir a forma normal e sadia, são induzidos à mudança mediante um processo de esclarecimento e, pelo mesmo princípio de manejo dos fluidos espirituais, logram obtê-la.
As sugestões hipnóticas provocam, também, freqüentes transformações no perispírito, no sentido de seu aviltamento. Isso pode ser observado sob dois aspectos: o primeiro, através da auto-sugestão, motivada por sentimento de culpa ou rebaixamento voluntário; o segundo, pela ação da mente de outro Espírito sobre determinada entidade espiritual, explorando-lhe os deslizes que o tornaram particularmente vulnerável.
Encontramos aí a explicação para os fenômenos conhecidos como zoantropia, onde os Espíritos assumem formas animalescas, total, ou parcialmente. A expressão zoantropia, por seu sentido amplo, vem sendo sugerida, ultimamente, em lugar de licantropia que, etimologicamente, significa estudo sobre o homem-lobo.
É de referir-se, ainda, os casos dos Espíritos que, quase sempre com o propósito de amedrontar para melhor alcançar seus objetivos, apresentam-se com aspectos monstruosos e apavorantes, até mesmo de satanás.
A todas essas transformações operadas pela mente, dá-se o nome de ideoplastia (do grego ideo = idéia + plastos = forma + ia = estudo, análise), ou seja, estudo da modelagem através do pensamento.
Segundo nos ensina André Luiz, ao abordar a ideoplastia, “o pensamento pode materializar-se, criando formas que muitas vezes se revestem de longa duração, conforme a persistência da onda em que se expressam”.
As materializações constituem outro exemplo de plasmagem realizada pelos Espíritos, nas sessões de efeitos físicos, com a utilização de elementos plásticos exteriorizados pelos médiuns e pelos outros participantes dessas reuniões, componentes fluido-plásticos da Natureza.
“Por análogo efeito, o pensamento do Espírito cria fluidicamente os objetos que ele esteja habituado a usar...” isto não se restringe a objetos de uso pessoal, como é o caso do cachimbo, óculos, bengala, faca, chapéu, etc., mas se estende a coisas como casas, prédios, jardins, moveis, veículos, alimentos, instrumentos de toda ordem. Alguns têm existência tão fugidia quanto a duração do pensamento; mas outros persistem longamente, como já citado.
No plano dos Espíritos, suas criações fluídicas são tão reais que assumem, para eles, o mesmo aspecto que as coisas materiais para os encarnados.
Outra questão a considerar é que o pensamento, ao criar imagens fluídicas, se reflete no perispírito do Espírito a que pertence, como num espelho, aí adquirindo corpo e, de alguma maneira, se fotografa.
Para melhor entendimento de como isso se passa, explica-nos Kardec: “Tenha um homem, por exemplo, a idéia de matar a outro, embora o corpo material se lhe conserve impassível, seu corpo fluídico é posto em ação pelo pensamento e reproduz todos os matizes deste último; executa fluidicamente o gesto, o ato que intentou praticar. O pensamento cria a imagem da vítima e a cena inteira é pintada, como num quadro, tal qual se lhe desenrola no espírito”.
Isto permite entender por que todo e qualquer pensamento se torna conhecido: por evidenciar-se, no corpo perispirítico, e poder ser percebido por outro Espírito, mas não pelos olhos da matéria. O que realmente é visto pelo observador é a intenção. Sua execução, todavia, vai depender da persistência de propósitos de circunstâncias que a favoreçam. Modificadas estas, poderão os planos também sofrer mudanças, com a conseqüente alteração das imagens refletidas no envoltório fluídico.

O perispírito, ou corpo fluídico, é um dos mais importantes produtos do fluido cósmico; é uma condensação desse fluido em torno de um foco de inteligência ou alma. No perispírito, a transformação molecular se opera diferentemente, porquanto o fluido conserva a sua imponderabilidade e suas qualidades etéreas.
O perispírito serve de intermediário ao Espírito e ao corpo. É o órgão (veículo) de transmissão de todas as sensações.
Por meio do perispírito é que os Espíritos atuam sobre a matéria inerte e produzem os diversos fenômenos mediúnicos.
Por sua natureza e em seu estado normal, o perispírito é invisível.
Outra propriedade do perispírito é a penetrabilidade.
Do meio onde se encontra é que o Espírito extrai o seu perispírito, isto é, esse envoltório que ele o forma dos fluidos ambientes.
A natureza do envoltório fluídico está sempre em relação com o grau de adiantamento moral do Espírito.
Conforme seja mais ou menos depurado o Espírito, seu perispírito se formará das partes mais puras ou das mais grosseiras do fluido peculiar ao mundo onde ele se encarna.

O perispírito desempenha importante papel em todos os fenômenos psicológicos e, até certo ponto, nos fenômenos fisiológicos e patológicos.
O perispírito é que contém o desenho prévio, a lei onipotente que servirá de regra inflexível ao novo organismo, e que lhe assinará o lugar na escala morfológica, segundo o grau de sua evolução. É no embrião que se executa essa diretiva.
O perispírito é a idéia diretora, o plano imponderável da estrutura orgânica. É ele que armazena, registra, conserva todas as percepções, todas as volições e idéias da alma. Constitui-se a testemunha imutável, o detentor indefectível dos mais fugidios pensamentos, dos sonhos apenas entrevistos e formulados.
De modo geral a etiologia das moléstias perduráveis, que afligem o corpo físico e o dilaceram, guardam no corpo espiritual as suas causas profundas.
O perispírito é o guardião fiel, o acervo imperecível do nosso passado, o conservador de nossa personalidade; por isso que nele reside a memória.
Síntese do Assunto:
O perispírito, encerrando um organismo fluídico-modelo, é a força diretriz responsável pela edificação do plano escultural e do tipo funcional de todos os seres. Contém o desenho prévio, a lei onipotente que servirá de regra inflexível ao novo organismo, e que lhe assinará o ligar na escala morfológica, segundo o grau de sua evolução. É no embrião que se executa essa ação diretiva. Mas esse modelo fluídico, verdadeira matriz, mantém a mesma forma do ser até o fim de sua vida, até mesmo promovendo a regeneração dos tecidos orgânicos destruídos.
No perispírito, dormitam, por assim dizer, propriedades organogênicas, que se ativa, sob a ação da força vital.
Como ensina o Espírito André Luiz, esse corpo espiritual possui todo o equipamento de recursos automáticos que governam os bilhões de entidades microscópicas a serviço da Inteligência, nos círculos de ação em que nos demoramos, recursos esses adquiridos vagarosamente pelo ser, em milênios e milênios de esforço e recapitulação, nos múltiplos setores da evolução anímica.
Refere-se ainda André Luiz que, no corpo espiritual ou psicossoma, estão situados os centros vitais que presidem à atividade funcional dos vários órgãos que integram o corpo físico. Esses centros são fulcros energéticos que, sob a direção automática da alma, imprimem às células a especialização extrema, pela qual o homem possui no corpo denso, e detemos todos no corpo espiritual em recursos equivalentes, as células que produzem fosfato e carbonato de cálcio para a construção dos ossos, as que se distendem para a recobertura do intestino, as que desempenham complexas funções químicas no fígado, as que se transformam em filtros do sangue na intimidade dos rins e outras tantas que se ocupam do fabrico de substâncias indispensáveis à conservação e defesa da vida nas glândulas, nos tecidos e nos órgãos que nos constituem o cosmo vivo de manifestação.
No momento de encarnar, o perispírito une-se, molécula a molécula, à matéria do gérmen. Possui este uma força vital, cuja energia mais ou menos vigorosa, transformando-se em energia atual durante a existência, determina a longevidade do individuo. Esse gérmen está sujeito às leis da genética, isto é, a força vital sofre as ações modificadoras da herança dos pais, que lhe transmite suas disposições orgânicas. Como já foi visto, a ação da força vital é que leva o perispírito a desenvolver suas propriedades funcionais.
O gérmen recapitula, de modo rápido, no seu desenvolvimento, as várias fases da evolução pelas quais a raça passou.
Da mesma forma que o psicossoma traz o registro de todos os estados do Espírito desde a sua origem, assim também o gérmen material encerra as impressões de todas as etapas percorridas pelo psicossoma.
A idéia diretriz que determina a forma está, por conseguinte, no fluido vital, e o perispírito dele se impregnando, nele se transfundindo, a ele unido-se intimamente, materializa-se o bastante para tornar-se o diretor, o regulador, o suporte da energia vital modificada pela hereditariedade. É graças a ele que o tipo individual se forma, desenvolve-se, conserva-se e se destrói.
O perispírito retém todos os estados de consciência, de sensibilidade e de vontade; guarda todos os conhecimentos adquiridos pelo ser. É a sede da memória. É ele que armazena, registra, conserva todas as percepções, todas as volições e idéias da alma. E não somente incrusta na substancia todos os estados anímicos determinados pelo mundo exterior, como se constitui a testemunha imutável, o detentor indefectível dos mais fugidios pensamentos, dos sonhos apenas entrevistos e formulados.
Todo o nosso passado nele fica armazenado. As várias etapas de nosso desenvolvimento estão aí registradas. É o conservador de nossa personalidade, dos elementos de nossa identificação.
Ao longo de sua imensa trajetória, desde quando a alma iniciou suas peregrinações terrestres, sob as formas mais inferiores, vem o perispírito registrando todas as experiências vividas pelo ser inteligente, incorporando uma bagagem crescente. Nada se destrói, tudo se acumula nesse perispírito tão imperecível e incorruptível como a força ou a matéria de que saiu. Os espetáculos maravilhosos que nossa alma contempla, as harmonias sublimes que se dilatam nos espaços infinitos, os esplendores da arte, tudo se fixou em nós, e nós para sempre possuímos o que pudermos adquirir. O mínimo esforço é levado mecanicamente ao nosso ativo, nada se perde, e assim é que lenta, mas seguramente, galgamos a escada do progresso.
É compreensível que os desregramentos, abusos, os atentados contra o corpo físico, as lesões aos direitos de outrem, também, tenham seu registro no corpo espiritual e venham a repercutir já na existência em que ocorrem ou em outra encarnação.
A esse respeito, ensina-nos Kardec que o duplo físico, como um dos elementos componentes do ser humano, além do importante papel nos fenômenos psicológicos, tem a sua participação nas ocorrências fisiológicas e patológicas.
Diz-nos André Luiz que, a etiologia das moléstias perduráveis, que afligem o corpo fisco e o dilaceram, guardam no corpo espiritual as suas causas profundas, e acrescente: o remorso provoca distonias diversas em nossas forças recônditas, desarticulando as sinergias do corpo espiritual, criando predisposições mórbidas para essa ou aquela enfermidade.
Quando encarnado, há uma ligação estreita do Espírito ao corpo físico, através do perispírito, razão por que, qualquer modificação doentia, nas células nervosas do cérebro, importa uma alteração das faculdades espirituais.
Em condições normais, as sensações modificam a natureza das vibrações da força psíquica. Se essas modificações forem, pela sua intensidade e duração, de molde a ultrapassar um limite mínimo, as sensações serão registradas no perispírito de maneira consciente, isto é, haverá percepção, o Espírito toma conhecimento do que está ocorrendo. É a memória de fixação. Se esse limite mínimo não for atingido, haverá registro da sensação, mas no inconsciente.
Nem todas as sensações e recordações podem existir simultaneamente; há um enfraquecimento de seu ritmo que as leva a descer, gradativamente, abaixo do limite mínimo de percepção, pelo que entram na faixa do subconsciente.
Todos os atos da vida vegetativa e orgânica hão sido conservados no perispírito, por essa maneira, estão presentes em cada reencarnação da alma em sua trajetória evolutiva.
A repetição continuada de certos atos cria hábitos. No início, esses atos eram conscientes mas, com a repetição constante, exigindo menos tempo e esforço, foram-se tornando mecânicos até se fazerem automáticos e inconscientes.
A memória evocativa permite-nos lembrar os conhecimentos, através de pontos de referência, de localização no passado bem conhecida por nós.
Por associação de idéias, esses pontos de referência nos ligam aos acontecimentos que se agrupam em seu redor, transportando-nos à época das ocorrências.
Por essa rememoração há que haver uma associação da vontade à atenção, donde resulta trazer-se à consciência as imagens recolhidas no arquivo perispiritual.

Os Espíritos atuam sobre os fluidos espirituais, não os manipulando como os homens manipulam os gases, mas empregando o pensamento e a vontade. Pelo pensamento, eles imprimem àqueles fluidos tal ou qual direção, os aglomeram, combinam ou dispersam, organizam com eles conjuntos que apresentam uma aparência, uma forma, uma coloração determinadas.
A veste fluídica denuncia a superioridade do Espírito: opaca e sombria na alma inferior, seu alvor aumenta de acordo com os progressos realizados. Brilhante no Espírito elevado, ofusca nas almas inferiores.
Há Espíritos, alguns muito inferiores e criminosos, geralmente obsessores da mais ínfima espécie, cuja mente não possui vibrações à altura de efetuar a admirável operação plástica requerida. Por isso mesmo, a aparência destes últimos costuma ser chocante para o vidente, pela fealdade ou simplesmente pela miséria, pois se apresentam cobertos de andrajos e farrapos, ou embuçados em longos sudários negros.
Síntese do Assunto:
Os depoimentos dos médiuns videntes são coincidentes em descrever os Espíritos envergando, normalmente, uma vestimenta qualquer. Há sensitivos que registram os trajes dos Espíritos com grande riqueza de detalhes. Falam de variedades de feitios e de coloridos surpreendentes. Referem-se a roupas de períodos históricos, típicas, com adornos característicos. São percebidos tecidos leves, esvoaçantes, rendados, pesados ou grosseiros; túnicas de cores as mais variadas; calças, camisas, paletós, coletes, gravatas; saias compridas ou curtas; blusas ou casacos, vestidos, uniformes, indumentárias ricas, antigas ou modernas; roupas modestas, muito pobres e até andrajosas ou esfarrapadas. Algumas vestimentas descritas primam pelo estampado de cores vivas, como é o caso de Espíritos que se apresentam sob a aparência de ciganos, exibindo, ainda, colares, brincos bem grandes, pulseiras. Alguns Espíritos se mostram envergando fardas militares bem antigas ou de épocas mais recentes; outros ostentam armaduras e capacetes e empunham armas. Há, também, aqueles que escondem totalmente a cabeça em capuz.
Entre os trajes observados, a túnica é o mais comum.
Como bem refere a médium Yvonne A. Pereira, os Espíritos, freqüentemente, se mostram trajados como o faziam quando no corpo físico: os homens com o terno que costumavam usar; as mulheres com os vestidos de uso habitual. Alguns poucos exibem a roupa com que foram sepultados.
É oportuno mencionar que alguns Espíritos podem ser observados totalmente despidos. O médium antes citado em sua obra Devassando o Invisível, falando de suas ricas observações através da vidência em estado normal ou em processo de desdobramento, afirma que há Espíritos desencarnados, aqueles que foram homens e mulheres de baixa condição moral, que se arrastaram em existências consagradas aos excessos carnais, à devassidão dos costumes que podem, com efeito, aparecer desnudos aos médiuns, revelando mesmo, em cenas degradantes, que lhes foram habituais no estado humano, a degradação mental em que ainda permanecem.
Mas, voltando às vestimentas, uma questão que, naturalmente, se impõe é saber onde os Espíritos conseguem suas roupas e complementos.
Em A Gênese e em O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, encontra-se a resposta a essa indagação. Diz o Codificador da Doutrina dos Espíritos que estes manipulam os fluidos espirituais através do pensamento e da vontade. Pelo pensamento, eles imprimem àqueles fluidos tal ou qual direção, os aglomeram, combinam ou dispersam, organizam com eles conjuntos que apresentam uma aparência, uma forma, uma coloração determinadas.
Os fluidos espirituais são, por conseguinte, o elemento do mundo espiritual donde os Espíritos extraem as substâncias para fins os mais diversos. É com o auxílio deste princípio material que o perispírito toma a aparência de vestuários semelhantes aos que o Espírito usava quando vivo.
Há Espíritos que já se percebem vestidos e não têm idéia de como isto se faz. Por outras palavras, nem sempre têm o conhecimento de como suas vestes são formadas. Eles concorrem para sua formação agindo instintivamente.
Os Espíritos se trajam e modificam a aparência das vestes que usam conforme lhes apraz, exclusão feita de alguns muito inferiores e criminosos, geralmente obsessores da mais ínfima espécie, cuja mente não possui vibrações à altura de efetuar a admirável operação plástica requerida. Por isso mesmo, a aparência destes últimos costuma ser chocante para o vidente, pela fealdade, ou simplesmente pela miséria, pois se apresentam cobertos de andrajos e farrapos, como que empapados de lama, ou embuçados em longos sudários negros, com mantos ou capas que lhes envolvem os ombros e a cabeça.
Ensina Léon Denis, em Depois da Morte, que a veste fluídica denuncia a superioridade do Espírito; é como um invólucro formado pelos méritos e qualidades adquiridas na sucessão de suas experiências. Opaca e sombria na alma inferior, seu alvor aumenta de acordo com os progressos realizados. Torna-se a alma cada vez mais pura. Brilhante no Espírito elevado, ofusca nas almas superiores.


Síntese do Assunto:
O perispírito, ou corpo fluídico dos Espíritos, é uma condensação do fluido cósmico em torna da alma; o corpo carnal resulta de uma maior condensação do mesmo elemento, que o transforma em matéria tangível.
Embora tenham origem comum, no mesmo elemento primitivo, as transformações moleculares são diferentes nesses dois corpos, daí resultando ser o perispírito imponderável e dotado de qualidades etéreas. Ambos são matéria, mas em estados diversos.
O Espírito forma seu envoltório perispirítico com os fluidos retirados do ambiente onde vive. Como a natureza dos mundos varia com o seu grau de evolução, será maior ou menor a materialidade dos corpos físicos de seus habitantes, e os perispíritos guardam relação, quanto à sua composição, com esse grau de materialidade. Admitindo-se que um Espírito emigre da Terra, aí fica seu envoltório fluídico e toma, no mundo físico onde aportar, um outro apropriado ao novo meio.
A natureza do envoltório fluídico está sempre em relação com o grau de adiantamento moral do Espírito.
A condição moral do Espírito corresponde, por assim dizer, uma determinada densidade do perispírito. Maior elevação, menor densidade fluídica. Maior inferioridade, maior densidade, isto é, perispírito mais grosseiro, com maior condensação fluídica. É claro que mesmo os envoltórios fluídicos mais grosseiros permanecem imponderáveis. Mas, dentro da relatividade das coisas, pode-se admitir um peso específico para o envoltório perispirítico. Os de maior peso específico chumbam os Espíritos às regiões inferiores, impossibilitando-lhes o acesso a planos mais elevados ou a saída para mundos mais elevados. A acentuada densidade do perispírito de grande número de Espíritos leva-os a confundi-lo com o corpo físico. Por isso, consideram-se ainda encarnados, e vivem, na Terra, imaginando-se entregues a ocupações que lhes eram habituais.
Os perispíritos dos Espíritos superiores, de reduzido peso específico, lhes conferem uma leveza que lhes permite viver nos planos elevados, assim como o seu deslocamento a outros mundos. É claro que tais Espíritos podem descer aos planos inferiores e, normalmente, dada a sutileza de seu envoltório, não são percebidos pelas entidades inferiores.
Quando encarnado, o Espírito mantém seu envoltório perispirítico, constituindo-lhe o corpo carnal, por conseguinte, um segundo envoltório, mais grosseiro, apropriado ao meio físico onde vive suas experiências.
O perispírito, nessa situação, serve de intermediário ao Espírito e ao corpo. É o órgão de transmissão de todas as sensações, quer partam do Espírito, quer venham do exterior, através do corpo físico.
Dado ao estado grosseiro da matéria, os Espíritos não podem agir diretamente sobre ela. Têm de fazê-lo através de seu perispírito. Por meio do perispírito é que os Espíritos atuam sobre a matéria inerte e produzem os diversos fenômenos mediúnicos.
Os fluidos perispiriticos se constituem, sob a ação da vontade dos Espíritos, em verdadeiras alavancas que lhes permitem produzir pancadas, ruídos, deslocamentos de objetos, etc.
Em condições normais, o perispírito é invisível, mas em razão das modificações que venha a experimentar, pela ação da vontade do Espírito, pode tornar-se visível. Essas modificações constituem numa espécie de condensação ou em novos arranjos das moléculas que compõem esse envoltório fluídico. O aparecimento de um Espírito resulta de seu propósito de se fazer visível. Mas não basta desejar essa visibilidade para obtê-la: a modificação do perispírito requer a existência de certas circunstâncias que não dependem do Espírito; este necessita de permissão, que nem sempre lhe é dada, para mostrar-se a alguém.
Nas aparições, o perispírito se mostra mais ou menos consistente. Comumente se apresenta com aspecto vaporoso e diáfano. De outras vezes, fá-lo com as formas delineadas com os traços bem nítidos. Neste último caso, pode até apresentar a solidez de um corpo físico, sendo, por isso mesmo, tangível, o que não lhe impede de retomar instantaneamente o estado normal de invisibilidade e etéreo.
A matéria não constitui obstáculos ao perispírito. A sua condição etérea confere-lhe a propriedade de penetrabilidade. Ele atravessa a matéria como a luz aos corpos transparentes. É por isso que, portas e janelas fechadas de uma sala qualquer não impedem a penetração, ali, de um Espírito.
Como já foi dito, das camadas dos fluidos espirituais que envolvem a Terra, tiram os Espíritos, que ali vivem, os seus envoltórios perispiriticos. Esses fluidos não são homogêneos, compõem-se de uma mistura de moléculas de várias qualidades, umas mais puras outras menos puras. Os efeitos que produzem guardam relação com a quantidade das partes puras que eles contêm. Conforme seja mais ou menos depurado o Espírito, seu perispírito se formará das partes mais puras ou das mais grosseiras do fluido peculiar ao mundo onde ele encarna. O Espírito atrai as moléculas que se afinam com seu padrão vibratório.
Como conseqüência, a constituição íntima do perispírito não é idêntica em todos os Espíritos encarnados ou desencarnados que povoam a Terra ou o Espaço que a circunda, o que não ocorre com o corpo carnal, que é formado pelos mesmos elementos, independentemente da maior ou menor elevação dos Espíritos que p revestem. Outra decorrência da forma de composição do perispírito, o envoltório perispirítico de um Espírito se modifica com o progresso moral que este realiza em cada encarnação, embora ele encarne no mesmo meio. Os Espíritos superiores, encarnando excepcionalmente, em missão, num mundo inferior, têm perispírito menos grosseiro do que o dos indígenas desse mundo.

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