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Estudando o Espiritismo
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sábado, 10 de maio de 2014
Meu Reino não é deste mundo - Wilkon
O Evangelho segundo o Espiritismo, diz que a afirmação de Jesus “Meu reino não é deste mundo” claramente se refere à vida futura. Estou de acordo, mas creio que não seja só isso…
Qual é a coisa que você mais gosta de fazer? O que lhe dá mais prazer? De que forma você se sente feliz ou próximo da felicidade? Você é espírito imortal. Você não é matéria. As coisas materiais que lhe dão prazer hoje não lhe darão prazer pra sempre, pois você é espírito, não matéria. As pessoas que lhe fazem sentir bem hoje não poderão acompanhá-lo pra sempre, pois você é um ser individual e elas também são seres individuais, cada qual com sua própria trajetória a percorrer.
Não há nada de errado em sentir prazer com coisas materiais, pelo contrário. Estamos temporariamente na matéria, e enquanto durar a nossa passagem por aqui, é bom que sejamos alegres e que aproveitemos o que a matéria tem de útil e de bom.
Não há nada de errado em nos sentirmos bem com a companhia de outras pessoas, isso é evidente. Estamos aprendendo a amar, e as relações interpessoais, mais próximas ou menos próximas, são o meio de praticarmos os sentimentos que queremos desenvolver.
No entanto, você não pode se tornar dependente dos prazeres terrenos e nem atrelar a sua felicidade a qualquer pessoa. O prazer tem que estar em você, deve partir do seu íntimo. As coisas externas devem ser apenas um meio de experimentar esse prazer. E você não pode sentir-se bem apenas condicionado a outra pessoa.
Não há alegria verdadeira se ela for dependente de fatores externos. Todas as coisas que nos causam prazeres fortes, como comida, álcool, drogas, sexo, exigem de nós, para que continuemos sentindo prazer, quantidades cada vez maiores, doses cada vez mais fortes, experiências cada vez mais avançadas.
Todos esses prazeres vão se esgotando naturalmente. E para que sejam mantidos, para que gozemos mais, aproveitemos mais, precisamos experimentar, usar e abusar cada vez mais. Uma pessoa condicionada a sentir prazer exclusivamente dessas coisas materiais não saberia aproveitar uma linda viagem, por exemplo, se não tivesse à sua disposição os ingredientes do seu prazer.
Não podemos depender de nada disso para sermos felizes ou alegres. Esses estados são naturais em nosso íntimo, mas muito sutis, muito delicados. Quem está acostumado a experimentar prazeres fortes talvez não consiga avaliar o bem-estar profundo de simplesmente existir, ser, estar consigo mesmo.
Nada nem ninguém pode ser responsabilizado pelo nosso estado de espírito. Não podemos depender de nada e de ninguém para sermos felizes.
No capítulo II do Evangelho segundo o Espiritismo, há a seguinte explicação para a afirmação de Jesus “Meu reino não é deste mundo”: - Por essas palavras, Jesus claramente se refere à vida futura, que ele apresenta, em todas as circunstâncias, como a meta a que a Humanidade irá ter e como devendo constituir objeto das maiores preocupações do homem na Terra.
Concordo com essa interpretação. Mas não acho que Jesus se referisse exclusivamente à vida futura, depois do desencarne. O reino dos céus está dentro de cada um de nós, é uma condição a ser descoberta, permitida e desenvolvida. O estado de felicidade sem precisar de nada que provoque ou mantenha este estado, é prenúncio desse reino dos céus de que nos falou Jesus. Não acho, de modo algum, que seja preciso desencarnar para experimentar, por tímido e minúsculo que seja este experimento, o reino dos céus.
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