Estudando o Espiritismo

Observe os links ao lado. Eles podem ter artigos com o mesmo tema que você está pesquisando.

domingo, 11 de maio de 2014

DIFERENTES ESTADOS DA ALMA NA ERRATICIDADE

DIFERENTES ESTADOS DA ALMA NA ERRATICIDADE
Sérgio Honório da Silva
Campos do Jordão - SP

 

Erraticidade é aquele período em que nós, na condição de Espíritos desencarnados, nos encontramos entre uma encarnação e outra, ainda vinculados a necessidade da reencarnação, através da qual viveremos no plano físico as experiências de que precisamos para o nosso aprendizado até que, diplomados na escola da vida, nos desvinculamos do ciclo reencarnatório e acendemos a mundos mais felizes.

Esse período pode ser bom ou ruim, tudo depende do que levamos conosco. Se formos para uma região muito fria e não levarmos agasalho, sofreremos com o frio, se ao contrário, formos para uma região quente e levarmos muitos agasalhos, perceberemos ao chegar ao destino quanta coisa inútil levamos na bagagem. Assim, também nos sentiremos ao fazer a viagem definitiva para o outro mundo, com a diferença de que quando lá chegarmos a única maneira de refazer a bagagem é renascendo novamente, reencarnando.

No Capítulo III do Evangelho Segundo o Espiritismo Kardec lembra a afirmativa de Jesus: “Não se turbe o vosso coração. Crede em Deus, crede também em mim. — Há muitas moradas na casa de meu Pai”. A casa do Pai é o Universo. As diferentes moradas que Jesus menciona, são as diversas categorias dos mundos que gravitam pelo espaço. Pode-se definir, ainda, a palavra morada usada por Jesus, como sendo o estado de felicidade ou infelicidade que o Espírito desfruta na erraticidade, independentemente de erros ou acertos que eventualmente tenhamos ou não cometidos.

São nessas outras dimensões, que também possuem matéria só que em um grau de densidade diverso do nosso, que nós nos abrigaremos após o nosso desencarne, atraídos que seremos pela lei de afinidades a mundos compatíveis com o nosso princípio espiritual. Cada um desses mundos adaptados ao grau evolutivo dos seres que ali habitam. A preocupação para onde iremos após a morte é simples: para onde merecemos. Não é o estado de cada um desses mundos que determinam a condição em que viveremos e sim o nosso estado íntimo que nós estamos construindo.

Muitos consideram a erraticidade como sendo o estado em que se encontram os Espíritos que cometeram erros e estão por ai perambulando como seres errantes. Na verdade, os Espíritos que levam uma vida errante, são aqueles que ainda não puderam dominar as suas paixões, embora sem lhes trazer sofrimentos, deixa-os mergulhados na incerteza e na inquietação quanto ao futuro. Esta é a condição da maioria dos Espíritos que viveram na Terra, nem bons nem maus, mas muito inclinados às coisas materiais.

Enquanto que as almas desprendidas das influências terrenas se constituem em grupos simpáticos, que se amam, se compreendem e vivem em perfeita igualdade e felicidade. São aqueles seres que já possuem consciência do seu “Eu” e estão perfeitamente integrados na comunidade espiritual.

A Doutrina Espírita ensina que o progresso é uma das Leis a que todos os seres da criação estão submetidos, e o desencarne é uma delas. É uma transformação que teremos que passar diversas vezes, nos levando a um estado mais perfeito, e é nesse processo infinito que os Espíritos migram de um mundo ao outro, de acordo com o seu grau de evolução, que varia ao infinito, enquanto uns, por exemplo, não podem se afastar do meio em que viveram, outros se eleva e percorre o espaço e os mundos, gozando de uma felicidade indizível.

Os Espíritos bons que procuram seguir os ensinamentos de Jesus, que são as Leis Naturais, experimentam um bem estar muito grandes e de muita felicidade, foi no tocante a esse estado de alma, que Jesus prometeu, no Sermão da Montanha, a bem aventurança na vida futura, aos que forem bons, simples de coração e humildes. Enquanto aqueles que forem obstinados na prática do mal, e não se preocupam com suas qualidades morais, cheios de remorsos e pesares, sofrem sob a opressão dos sofrimentos morais, num estado doloroso de sofrimento, estes sim são considerados errantes.

Não podemos nos esquecer que por mais perversos que possam ser os Espíritos, sempre terão uma nova chance, pois Jesus dizia que o Pai jamais abandona um filho, e é através das diversas encarnações que aprenderão as lições do Mestre Jesus, depurando o Espírito, adquirindo as virtudes e aprendendo a amar ao próximo como a si mesmos, se aproximando cada vez mais do nosso Criador.

Na pergunta 114 do Livro dos Espíritos, Kardec pergunta se os Espíritos são bons ou maus por natureza, ou são eles mesmos que se melhoram? Eles responderam que: “São os próprios Espíritos que se melhoram e, melhorando-se, passam de uma ordem inferior para outra mais elevada”, e isso não se dá nem pela graça, nem pelo favor Divino, mas pelo autoaperfeiçoamento.

Quem determina nosso estado de felicidade ou infelicidade somos nós mesmos, pelas nossas ações e atitudes perante o próximo, perante a vida. Como espíritos, estaremos nas mesmas condições que estávamos quando encarnados. Cuidemos, portanto, de nos aperfeiçoarmos na pratica incessante do bem, e Deus nos reservará morada compatível ao nosso esforço.

Nenhum comentário:

Postar um comentário