Estudando o Espiritismo

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sábado, 10 de maio de 2014

A REALEZA MORAL DE JESUS

A REALEZA MORAL DE JESUS

A história do Mestre Jesus é uma das mais belas da humanidade. Desde o seu nascimento vemos a sua presença amorosa iluminando simbolicamente o nosso mundo de dor, no desejo de resgatar o homem dos enganos e erros em que se metera, ignorando, voluntariamente, dos primeiros profetas às mais antigas civilizações, o Deus que há de trazer a juízo toda obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau, conforme exorta a Bíblia em Eciesiastes (12:14).

Sua presença fraterna e humilde, simples e majestosa, firme e poderosa, lembra a visita de uma estrela brilhante em meio ao mar revolto e ameaçador.

Todavia, paradoxalmente, sua história de vida na Terra e sua grandiosa missão de amor estão recheadas de episódios tristes e injustos que o desatino humano não deixou de provocar. Incompreendido, repudiado, perseguido, só encontrou obstáculos, humilhações, dificuldades e hipocrisia daqueles que viera salvar e despertar para as luzes espirituais do reino de Deus; e cujas almas decidira elevar para o mundo superior através dos ensinamentos da fraternidade, do amor e da caridade.

O reino que Jesus veio apresentar e chefiar na Terra, na qualidade de embaixador da Paz, não era e continua não sendo deste mundo. Sua realeza jamais esteve representada pelos títulos honoríficos dos estados políticos humanos, mas pela moral evangélica da qual se fazia iluminado portador. "( ... ) a realeza moral se prolonga e mantém o seu poder, governa, sobretudo, após a morte': explicam os Espíritos em O Evangelho Segundo o Espiritismo (capítulo 2, A realeza de Jesus, item 4).

Pela sua grandeza, Jesus não é um beneficiado do Pai no sentido de pertencer a uma espécie diferente da criação. Nem foi criado já virtuoso e perfeito. Como todos os seres da Criação, certamente fez sua majestosa caminhada nas estradas comuns dos mundos materiais, espalhados pelo Universo, de onde saiu vitorioso na livre escolha dos caminhos por onde passou e emancipou-se espiritualmente.

Modelo único na Terra, no sentido de apresentar as maiores virtudes já presenciadas pelo homem, inigualável no exemplo, imbatível nas provas, mestre nas lições e irmão na dor, as virtudes que o animam correspondem à vitória do espírito sobre a matéria, da alma sobre o mundo, do amor sobre o ódio, da consciência limpa e em paz sobre os tormentos íntimos.

Para o ser vulgar, que constitui a realidade de todos os homens na Terra, a existência humana é de trabalho incessante e os derradeiros sofrimentos são a coroa do testemuunho (apóstolo Paulo in Paulo e Estevão, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, pág. 450). Já para Jesus, ela é a representação do amor no seu grau maior em perfeita sintonia com o Criador.

Caso tenhamos dúvida sobre o porquê de nossa presença neste planeta e do objetivo da vida, eis o humilde carpinteiro, presença viva, espelho e exemplo perenes para os nossos corações, impulsionando nossa alma para o aprendizado regenerador.

A felicidade, segundo ensinou, está ao alcance de todos, necessitando apenas que cada um caminhe na sua direção, buscando-a como objetivo maior de vida. Não a felicidade terrena de consolo passageiro, personificada pelas aquisições que a Terra fornece e permite, mas a da alma livre que após percorrer a sua estrada de Damasco, nas provas da vida, emancipa-se no sofrimento, desperta na dor e realiza-se na humildade. Eis a escrita que reconhecemos e a única com poder de nos impulsionar ao progresso do próprio ser. O bom combate, como nos define o bondoso Emmanuel.

Aprendemos ainda com a espiritualidade que o Espírito para chegar à perfeição deve saber de tudo, (O Livro dos Espíritos, questão 898), o que nos dá a nossa medida no mundo e impõe silêncio aos orgulhosos e egoístas. Muito nos falta ainda para adquirir a nossa emancipação espiritual e conquistar os próprios sentimentos e pensamentos.

Ao invés de nos sentirmos derrotados, seja isso motivo de desafio para a nossa alma rebelde, necessitada de disciplina e de muito trabalhar nas aquisições morais do Bem. Com o alerta de que a moral sem as ações é a semente sem trabalho (LE, questão 905).

E quando falamos em ações, voltamos à fonte inesgotável do exemplo crístico que vivenciou cada lição, exemplificou cada ensinamento. O Mestre da Galiléia permanece vivo, pois a sua realeza está calcada no cumprimento da lei de Deus. A mesma a qual estamos todos subordinados infinita e eternamente.

Entender esta lei e cumpri-la está no destino universal de todos os seres.

Cabe hoje ao Espiritismo revelá-la em sua grandeza, dando ao homem da Terra a sua natureza divina e espiritual e explicando que somente com muito amor no coração e sincero arrependimento na alma se evolui. Ou como define a espiritualidade: É preciso fazer o bem no limite de suas forças, porque cada um responderá por todo o mal que resulte do bem que não tiver feito, (LE, questão 642).

Eliana Thomé - O Semeador - julho/07

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