Destinação da Terra. Causas das misérias humanas
Muitos se admiram de que na Terra haja tanta maldade e tantas paixões grosseiras, tantas misérias e enfermidades de toda natureza, e daí concluem que a espécie humana bem triste coisa é. Provém esse juízo do acanhado ponto de vista com que se colocam os que o emitem e que lhes dá uma falsa ideia do conjunto.
Deve-se considerar que na Terra não está a Humanidade toda, mas apenas uma pequena fração da Humanidade.
Com efeito, a espécie humana abrange todos os seres dotados de razão que povoam os inúmeros orbes do Universo. Ora, que é a população da Terra, em face da população total desses mundos? Muito menos que a de uma aldeia, em confronto com a de um grande império. A situação material e moral da Humanidade terrena nada tem que espante, desde que se leve em conta: a destinação da Terra e a natureza dos que a habitam.
Jesus disse: "Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Há muitas moradas na casa de meu Pai; se assim não fosse, já eu vo-lo teria dito " (João, 14:1 a 3), o Mestre estava nos ensinando o princípio da pluralidade dos mundos habitados.
Espanta-se em encontrar na Terra, tanta maldade e más paixões, tantas misérias e enfermidades.
Pensa-se: Toda a humanidade é uma triste coisa.
Porém esse julgamento é limitado e falso: a Terra não representa toda a humanidade, mas sim uma pequena porção dela.
Tomando-se a Terra como planeta ainda de provas e de expiação, compreende-se por que ainda as aflições sobrepujam as alegrias.
Não se envia a um hospital pessoas sadias, nem às casas de correção aqueles que não fizeram o mal.
Da mesma forma que numa cidade, toda a população não está nos hospitais ou nas prisões, toda a humanidade não está sobre a Terra.
LEI DE CAUSA E EFEITO
André Luiz [Ação e Reação] nos diz:
"É a conta do destino criada por nós mesmo, englobando os créditos e os débitos que em particular nos digam respeito. É o sistema de contabilidade do Governo da Vida."
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA LEI DE CAUSA E EFEITO:
Allan Kardec examina [CI-cap VII] com profundidade a Lei de Causa e Efeito. Através de 33 itens, ele tece inúmeros comentários importantes a respeito.
Apresentamos uma síntese:
a) "O estado feliz ou desgraçado de um Espírito é inerente ao seu grau de pureza ou impureza. A completa felicidade prende-se à perfeição. Toda imperfeição é causa de sofrimento e toda virtude é fonte de prazer."
O homem sofre em função dos defeitos que tem: a inveja, o ciúme, a ambição, egoísmo, maldade, os vícios sociais são as causas fundamentais dos sofrimentos.
Portanto, o único caminho que nos levará à felicidade completa é o do esforço constante no combate às más inclinações, através da reforma íntima;
b) "O bem como o mal são voluntários e facultativos: livre o homem não será fatalmente impelido para um nem para outro."
Em [LE-qst 645] os benfeitores espirituais afirmam que não há arrastamento irresistível. O homem tem sempre liberdade de escolher entre o bem e o mal e seguir o caminho da Correção ou do vício. Por esse motivo, por ter escolhido livremente a opção a tomar, ele torna-se responsável pelos seus atos.
Emmanuel diz:
"A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória."
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