Estudando o Espiritismo

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segunda-feira, 11 de junho de 2012

Recordação do passado


Recordação do passado

A união entre o espírito e o corpo começa com a concepção.  A ligação é feita através de um laço fluídico.

A plenitude desta ligação ocorrerá muito depois, ocasião em que o Espírito toma definitivamente as rédeas do corpo físico.  Diz-nos André Luiz que este fato ocorreria aos 7 anos de idade. 
No momento da concepção a perturbação do espírito aumenta, o nascimento está próximo, suas idéias se apagam, como também a lembrança do passado, do qual já não tem mais consciência. 
Essa lembrança lhe voltará, pouco a pouco, como Espírito.  Na nova existência as faculdades irão desenvolver-se gradativamente.  O espírito aprenderá a movimentar-se outra vez, as idéias e lembranças lhe vêm aos poucos.  As tendências tornar-se-ão vivas.  Ele mostrará, pelo seu procedimento, o seu grau evolutivo.

O corpo constitui-se, portanto, no invólucro que o espírito usa quando encarnado.  As faculdades morais e intelectuais são conquistas do espírito que anima esse corpo.
Encarnação após encarnação, o espírito progride; seu avanço numa encarnação pode dar-se no campo moral e noutra mais no campo intelectual, ou ainda em ambas.  Entenda-se, portanto, que em casos de loucura ou outras doenças mentais, não se trata absolutamente de um espírito que não tenha o intelecto desenvolvido, mas de um espírito que habita um corpo incapaz de lhe proporcionar uma manifestação clara das suas faculdades. É a Lei cobrando do Espírito as dívidas do passado, provocando o resgate dos abusos verificados em outras existências.  Muitos gênios têm provocado absurdos crimes contra a Humanidade; a dor, porém, fará com que o Espírito reflita e reformule a sua conduta. 
As simpatias ou antipatias existentes entre os Espíritos têm origem na afinidade vibratória, na similitude de pensamentos, pelos quais se atraem ou se repelem.  A misericórdia Divina atua aqui de forma interessante, pois o esquecimento do passado, ou o fato de não recordar-se de existências anteriores, causa menos inconvenientes do que causaria a sua lembrança.

Nesse ponto transcrevemos as observações de Kardec anotadas no capítulo VII do "O Livro dos Espíritos":
"... se, durante a vida corpórea, não temos uma lembrança precisa daquilo que fomos e do que fizemos de bem e de mal em nossas existências pretéritas, temos a sua intuição; e nossas tendências instintivas são uma reminiscência do nosso passado, às quais a nossa consciência, que é o desejo por nós concebido de não mais cometermos as mesmas faltas, adverte-nos que devemos resistir."

Continua Kardec:

"Não há no esquecimento dessas existências passadas, sobretudo quando foram penosas, algo de providencial, onde se revela a sabedoria divina?  Quando a lembrança das existências infelizes já não é mais que um sonho mau, é, nos mundos superiores que elas se apresentam à memória.

"Nos mundos inferiores, as desgraças presentes não seriam agravadas pela lembrança de todas as outras que se suportou?  Concluamos, pois, que tudo quanto Deus faz é bem feito e não nos cabe criticar as suas obras e dizer como ele deveria ter regulado o Universo.

"A lembrança de nossas personalidades anteriores teria graves inconvenientes, poderia, em certos casos, humilhar-nos sobremaneira; noutros, poderia exaltarmos o orgulho e, por isso mesmo, entravar o nosso livre-arbítrio.  A fim de nos melhorarmos, concedeu-nos Deus justamente o que nos é necessário e suficiente; a voz da consciência e as nossas tendências instintivas; tira-nos, porém, aquilo que nos pode ser prejudicial.

"Acrescente-se, ainda, que se tivéssemos a lembrança de nossos atos pessoais anteriores, teríamos igualmente a dos alheios, e que um tal conhecimento poderia ter os mais desagradáveis efeitos nas relações sociais.  Não havendo sempre razão para nos gloriarmos de nosso passado é, por vezes, uma felicidade que um véu tenha sido lançado sobre ele.  Isto concorda perfeitamente com a doutrina dos Espíritos sobre os mundos superiores ao nosso.  Nesses mundos onde só reina o bem, a lembrança do passado nada tem de penosa.  Eis porque aí é recordada a existência anterior, do mesmo modo que nos lembramos daquilo que fizemos na véspera.  Quanto ao estágio que possamos ter feito em mundos inferiores, como já vos disse, não passa de um sonho mau."



Bibliografia:

"O Evangelho Segundo o Espiritismo" - Allan Kardec.
"O Tesouro dos Espíritas" - Miguel Vives.
"Alguns Ângulos dos Ensinos do Mestre" - João Nunes Maia. 
"O Principiante Espírita" - Allan Kardec.
"O Livro dos Espíritos" - Allan Kardec.

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