No Livro dos Espíritos, no capítulo IX, questão 459, Kardec pergunta: “Influem os espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos?” recebendo como resposta dos espíritos superiores: “Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles que vos dirigem”. O que podemos esperar por trás de verdade tão profunda e que nos enseja a uma melhor observação dos fatos da vida? Assim como um véu que acaba de cair e estava a nos obscurecer a vista, devemos tentar estudar esta realidade que se configura mais nítida.
Os espíritos povoam a erraticidade ou mundo espiritual e estão em contato permanente com o mundo material e principalmente com as criaturas encarnadas. Eles convivem conosco e lêem os nossos pensamentos, assim como, podemos ler qualquer página de um livro a nossa disposição. Tais quais os homens, existem espíritos de todas as categorias morais e intelectuais. Logo, nos assalta a percepção que podemos ser influenciados tanto por bons espíritos, assim como os maus.
Os espíritos se aproximam de nós perante a lei da afinidade e da sintonia fluídica. Aqueles que pensam e se comprazem nos prazeres e viciações do mundo, terão a companhia de espíritos semelhantes. Estes espíritos os induzirão a permanecerem no erro e no vício para que eles possam reviver tais experiências ou os fazem por inveja, por não suportarem que possamos ser felizes.
Se apenas assim o fosse, haveria um desequilíbrio e que implicaria em acreditar que Deus é injusto. Pois bem, da mesma forma que os espíritos inferiores nos influenciam ao mal e a queda moral, existem também os bons espíritos que nos concitam a lutarmos contra as nossas fraquezas e nos convidam ao caminho do amor, bondade, humildade, fé, coragem e resignação, que foi tanto exemplificado pelo Mestre dos Mestres – Jesus. Por exemplo, aquela criatura que estivesse pensando em cometer a maledicência, atrairia para perto de si, espíritos maledicentes, mas os bons espíritos, também, tentariam influenciar esse indivíduo para que ele seja indulgente para com os erros alheios. Desta forma, configura-se um equilíbrio, tendo que a criatura assumir as conseqüências perante Deus da sua escolha de acordo com o livre-arbítrio. Caso o indivíduo escolha o mau caminho, é porque esta estrada o compraz, caso escolha o bem, é porque seu espírito está prosseguindo com mais afinco na busca da evolução espiritual.
Os espíritos nos influenciam através dos pensamentos, os maus tentam impor as suas idéias, tentando tolher a escolha do indivíduo, já os bons nos aconselham e procuram nos mostrar as conseqüências dos nossos atos. Por isso meus irmãos, temos que ter muito cuidado com o que pensamos. Não alimentemos os maus pensamentos, não deixemos que eles tomem conta da nossa mente, nessas horas oremos com o coração, que a ajuda dos emissários de amor chegará. Substituamos os pensamentos que não possam vir de Deus, ou seja, os pensamentos inferiores, e tentemos alçar a nossa mente a um patamar mais elevado, lembrando dos ensinamentos do amigo Jesus e dos conselhos deixados pelos bons espíritos, porque só assim conseguiremos mudar o nosso estado mental.
Tenhamos cuidado para não deixarmos a “porta aberta”, ou seja, não deixarmos os motivos pelos quais os espíritos malfazejos sintonizem com nós, vivos e ativos. Ao contrário, lutemos arduamente contra as nossas más tendências e roguemos auxílio ao Pai para que ele nos dê coragem e nos ilumine com sua misericórdia para que o nosso espírito tenha condições de caminhar sempre em direção ao alto e evoluir nas lides encarnatórias.
Wagner Ramos Ferreira Júnior
Estudo baseado:
Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos. Capítulo IX, questão 459.
O que caracteriza um estudo sério é a continuidade que se lhe dá.
Allan Kardec
Allan Kardec
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