Em Dezembro último, escrevi uma postagem intitulada “Nem tudo é obsessão“. Recentemente, o confrade paulista Victor Manoel Ventura Seco fez um comentário e me pediu que desse minha opinião após ler o artigo “Tudo é obsessão? “, fruto de seu estudo e raciocínio baseados na codificação kardequiana e nas revelações dos Espíritos Emmanuel e André Luiz, via-Chico Xavier. Aprofundo minha resposta a ele e compartilho a seguir:
Apesar de toda a teoria advinda das obras espíritas – mesmo oriunda de Kardec e André Luiz e Emmanuel/Chico Xavier – ao longo de 2 décadas de observação e prática, vi que a maioria das pessoas que chegam aos centros espíritas estão na sua maioria AUTO-OBSEDIADAS. Ou seja, toda e qualquer desgraça (depressão, perda de animais de estimação, acidentes, discussões, dificuldades familiares, financeiras etc.) na existência delas é criada PRINCIPALMENTE a partir do descuido consigo mesmas.
No meu entender, como formadores de opinião, dar ênfase na organização de poderosos obsessores é fomentar o medo da obsessão na “vítima” e, por conseguinte, alimentar a impressão de impotência ante os “perigosos fluidos do mal” vindo dos “algozes espirituais” sobre o peixinho do meu aquário que, se morrer, me lançará numa depressão. Onde a auto-responsabilidade, que tantos Espíritos comentam (vide Joanna de Ângelis e Hammed, p. e.)??? Mesmo que um médium vidente visse fluidos negativos transitando em sua casa, isto não significa apenas a existência dos tais fluidos, mas precipuamente a sintonização do sensitivo com os fluidos densos. Se ele tiver “olhos de ver”, poderá ver fluidos luminosos, simultaneamente presentes no ambiente, acessados a partir da elevação de seu padrão vibratório.
Enquanto o ser humano adotar a postura de depositar a culpa de suas agruras nos Espíritos (que não podem se defender) ou nas outras pessoas, as casas espíritas, centros de umbanda e clínicas de videntes estarão sempre lotados, na busca da dissolução da negatividade (externa), ao invés de chamar a responsabilidade para si, de aprofundar no conhecimento de si mesmo. Afinal, se eu não sei o que tem dentro de mim, como poderei distinguir se um pensamento ou um sentimento repentino é meu ou de um ser espiritual????
Enquanto o ser humano adotar a postura de depositar a culpa de suas agruras nos Espíritos (que não podem se defender) ou nas outras pessoas, as casas espíritas, centros de umbanda e clínicas de videntes estarão sempre lotados, na busca da dissolução da negatividade (externa), ao invés de chamar a responsabilidade para si, de aprofundar no conhecimento de si mesmo. Afinal, se eu não sei o que tem dentro de mim, como poderei distinguir se um pensamento ou um sentimento repentino é meu ou de um ser espiritual????
Somos nós mesmos (com pensamentos, sentimentos e ações continuadas) que ESCOLHEMOS e atraímos as influências seja de desencarnados ou encarnados. Mesmo sem negar a existência da “frequência do mal” e os fenômenos que possam produzir (situações estas em que a terapêutica espírita das reuniões de desobsessão é uma importante facilitadora no processo de recuperação), prefiro enfatizar para o público o que nos inspirou o Espírito Santo Agostinho, na resposta à Pergunta 919-a, em “O Livro dos Espíritos” (1857):
O conhecimento de si mesmo é, portanto, a chave do progresso individual…Com este objetivo é que ditamos “O Livro dos Espíritos”.
As sombras externas são reflexos das nossas sombras internas, negadas ou assumidas e não trabalhadas. Se focalizarmos a atenção do público espírita para o autoconhecimento, acredito que o mundo interno das pessoas mudará para melhor. Quando desencarnarem, não precisarão estar em reuniões mediúnicas para se reconhecerem como Espíritos. E o que é uma sociedade terrena pacífica e iluminada, senão o somatório dos indivíduos transformados no Amor ?!?!?!?!?
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