Estudando o Espiritismo

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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

VALORES IMPERECÍVEIS




VALORES IMPERECÍVEIS

"E A NENHUMA DELAS FOI ENVIADO ELIAS, SENÃO A SAREPTA DE SÍDON, A UMA MULHER VIÚVA". (LUCAS, 4:26)
Os Evangelhos de Jesus Cristo são altamente consoladores. Em cada página perlustrada deparamos com novos preceitos vivificantes, preceitos esses com destinação certa e com elevado potencial para equação dos múltiplos problemas que assolam a Humanidade, ainda que eles sejam dos mais angustiantes.

Muitos homens, ao serem submetidos a penosos processos expiatórios, tão peculiares à vida terrena, blasfemam e atribuem seus males a desvios da justiça divina. Analisando tudo por um prisma bitolado, julgam que Deus agiu com inconcebível falta de equidade: enquanto cumulou a uns com riquezas, saúde e felicidade, submeteu outros a toda sorte de penúrias e dores, fazendo com que a prosperidade material seja propícia a muita gente de má índole, enquanto criaturas boas e altamente virtuosas passam por negras tribulações, encontrando a adversidade a cada passo.

A lei da Reencamação tem a solução para todas essas anomalias, e o Cristo nos dá a resposta nos versículos 25 a 27, do capítulo 4, do Evangelho de Lucas:— Existiam muitas viúvas na Terra, no tempo do profeta Elias, quando houve grande crise e fome, mas Deus enviou o seu emissário apenas a uma pobre viúva residente na cidade de Sarepta de Sidon, curando-lhe o filho e provendo-Ihe meios de subsistência (I Reis, 17:8-24).


— Havia muitos leprosos em Israel, no tempo de Eliseu, no entanto, o profeta foi enviado para curar apenas a um estrangeiro, procedente da Síria, cujo nome era Naaman, livrando-o da temível enfermidade (II Reis, 5:1-19). — Muitas mulheres pecadoras habitavam Israel, quando do advento de Jesus, no entanto, ele apenas foi ao encontro de Maria Madalena e Maria de Betânia.

— Vários publicamos residiam na Judéia no tempo de Jesus Cristo, entretanto, o Mestre apenas procurou Mateus e Zaqueu, a fim de encaminhá-los na senda do bem, ensinando-os a viverem realmente os preceitos evangélicos.

Obviamente não ocorreu qualquer sorte de favoritismo por parte desses emissários do Alto, mas, tão-somente o atendimento de pessoas qualificadas, as quais, após longos aprendizados em vidas anteriores, faziam jus a essas dádivas, uma vez que eram Espíritos predispostos à reforma interior.

O Espiritismo nos ensina que ninguém sofre sem que exista uma causa anterior, ou melhor, que não existe efeito sem causa. Pessoas que acumularam tesouros no Céu, onde os ladrões não roubam nem as traças corroem, poderão desfrutar dos benefícios desses tesouros sempre que deles necessitarem. Isso levou Jesus Cristo a sentenciar, de forma bastante judiciosa:

— Quem muito amou, muito será amado;
— Àquele que muito tem, muito mais lhe será acrescentado;
— Muito será perdoado a quem muito amou;
— A quem buscar o Reino de Deus, tudo lhe será (concedido;
— Onde existir a boa obra, ali haverá a recompensa.

A viúva de Sarepta de Sidon, e o leproso Naaman, obviamente possuíam esse tesouro nos Céus, conquistado em existências pretéritas, por isso o socorro do Alto veio sob a forma de sustentação e de cura para duas pessoas que eram merecedoras desses benefícios. O mesmo não sucedeu com outras milhares de viúvas e leprosos que viviam na mesma época.

Muitos enfermos existiam em Israel na época de Jesus, entretanto, pode-se contar as poucas curas materiais operadas por seu intermédio, narradas nas páginas dos Evangelhos. De uma feita o Mestre, cercado por uma verdadeira multidão de sofredores de todos os matizes, curou apenas uma pobre mulher que há doze anos sofria penosa hemorragia (Lucas, 8:43-47).

Essas curas e socorros do Alto, praticados assim como autênticos atos de favoritismo, seriam realmente injustos se examinados à luz da aberrante teoria da unicidade das vidas físicas. Tornam-se, porém, lógicos e equitativos quando analisados pelo prisma da lei da Reencarnação.

Através das vidas sucessivas, os Espíritos que palmilham o terreno da evolução poderão acumular bens espirituais que se tornarão autênticos socorros no desenrolar de qualquer existência, nos momentos mais agudos, quando eles realmente se tornam mais necessários.
Paulo A. Godoy

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