Parábola do Grão de Mostarda
Sérgio Biagi Gregório
1) Como está posta a parábola do grão de mostarda?
A parábola do grão de mostarda está assim expressa: “O Reino de Deus é semelhante a um grão de mostarda, que um homem tomou e semeou em seu campo. Na verdade, ele é a menor de todas as sementes, mas, depois de crescido, é maior que todos os legumes e torna-se uma árvore, de sorte que as aves do céu vêm habitar seus ramos”. (Mateus, 8, 31-32; Marcos, 4, 30-32; Lucas, 13, 18-19.)
2) Qual o significado de mostarda?
Conhecemo-la como condimento, molho, geralmente utilizado em refeições. Na Palestina, a sinapsis nigra atinge enormes proporções, chegando ter, mesmo no estado selvagem, mais de três metros de altura.
3) Qual a concepção dos rabinos acerca do grão de mostarda?
Entre os rabinos, um “grão de mostarda” era uma expressão para qualquer coisa pequena. Daí, a surpresa e o “maravilhamento” pelo fato de uma minúscula semente se tornar a maior das árvores.
4) Que tipo de ensinamento Jesus quer nos passar nesta parábola?
Jesus quis mostrar que este pequeno grão pode crescer e tornar-se a maior das árvores, abrigando os pássaros sob a sombra de seus ramos. Enquanto os rabinos se maravilhavam pelo fato de algo pequeno se tornar grande, Jesus a exemplificava com o crescimento da verdade: no começo, eram os 12 apóstolos; depois, a humanidade toda.
5) É possível relacionar princípio inteligente e o grão da mostarda?
O princípio inteligente (semente minúscula) foi lançado no mundo, primeiramente, no reino mineral. Depois, estagiou no reino vegetal e no reino animal. Como Espírito, vivenciou o reino hominal, com a possibilidade de ir para o reino angelical. Em cada um desses reinos, foram-lhe agregadas as virtudes necessárias para o prosseguimento de sua evolução moral e espiritual.
6) Qual o mecanismo do crescimento da semente?
A semente, uma vez lançada ao solo, tende a crescer Cada semente, porém, cresce de acordo com a sua potência, com a sua característica própria: umas se desenvolvem rapidamente; outras, lentamente. O mesmo se pode falar do solo do espírito. Há necessidade de o ser humano aguardar o tempo de maturação para as verdades espirituais. Apressando, acaba absorvendo as fantasias e, assim, distanciando-se do verdadeiro caminho de sua evolução espiritual.
7) Como explicar, em termos da revelação, o crescimento do grão de mostarda?
Os Dez Mandamentos, recebidos mediunicamente por Moisés, no Monte Sinai, pode ser considerado o ponto de partida do crescimento do grão de mostarda (ensinamento evangélico). A semente era pequenina, sujeita aos contratempos e as intemperanças da época, ainda animalizada.
Jesus, ao resumir os Dez Mandamentos no “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”, deu a sua contribuição para o crescimento da semente. Em termos práticos, Jesus reuniu, primeiramente, os doze apóstolos. É a minúscula semente. Depois, vieram os discípulos, que se incumbiram de divulgar a boa nova ao mundo.
O Espiritismo, cognominado de cristianismo redivivo, é o desenvolvimento dos ensinamentos de Cristo. Como Consolador Prometido, ele veio no tempo certo para recordar o que o Cristo disse e desenvolver aquilo que na época de Cristo ficara oculto, obscuro. O grão de mostarda, pelo princípio da reencarnação e da pluralidade dos mundos habitados, penetra em outros campos de interesse, propiciando-nos a certeza da imortalidade da alma.
São Paulo, maio de 2010
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