Estudando o Espiritismo

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sábado, 13 de maio de 2017

A SOLIDARIEDADE




     Glória a Deus e paz aos homens de boa vontade!
     O estudo do Espiritismo não deve ser vão. Para certos homens levianos, é uma diversão; para os homens sérios, deve ser sério.
     Antes de tudo refleti numa coisa. Não estais na Terra para aí viver à maneira de animais, para vegetar à maneira de gramíneas ou de árvores. As gramíneas e as árvores têm a vida orgânica e não têm vida inteligente, como os animais não têm a vida moral. Tudo vive, tudo respira na natureza: só o homem sente e se sente.
     Como são insensatos e lamentáveis aqueles que se desprezam a ponto de comparar-se a um fio de erva ou a um elefante! Não confundimos os gêneros nem as espécies. Não são grandes filósofos e grandes naturalistas que, por exemplo, veem no Espiritismo uma nova edição da metempsicose e, sobretudo, uma metempsicose absurda. A metempsicose é o sonho de um homem de imaginação e não outra coisa. Um animal, um vegetal produz o seu congênere, nem mais, nem menos. Diga-se para impedir velhas ideias falsas de serem novamente acreditadas, à sombra do Espiritismo.
     Homem, sede homem; sabei de onde vindes e para onde ides. Sois o filho amado Daquele que tudo fez e vos deu um fim, um destino que deveis realizar sem o conhecer absolutamente. Éreis necessário aos seus desígnios, à sua glória, à sua própria felicidade? Questões ociosas, porque insolúveis. Vós sois; sede reconhecidos por isto; mas ser não é tudo; é preciso ser segundo as leis do Criador, que são as vossas próprias leis. Lançado na existência, sois, ao mesmo tempo, causa e efeito. Nem como causa, nem como efeito, podeis, ao menos quanto ao presente, determinar o vosso papel, mas podereis seguir as vossas leis. Ora, a principal é esta: O homem não é um ser isolado; é um ser coletivo. O homem é solidário do homem. É em vão que procura o complemento de seu ser, isto é, a felicidade em si mesmo ou no que o rodeia isoladamente: não pode encontrá-la senão no homem ou na humanidade. Então nada fazeis para ser pessoalmente feliz, tanto que a infelicidade de um membro da humanidade, de uma parte de vós mesmo, poderá vos afligir.
     Nisto é moral que vos ensino, direis vós, ora, a moral é um velho lugar comum. Olhai em torno de vós: que há de mais ordinário, de mais comum que a sucessão periódica do dia e da noite, que a necessidade de vos alimentardes e de vos vestirdes? É para isto que tendem todos os vossos cuidados, todos os vossos esforços. E é necessário, exige-o a parte material do vosso ser. Mas a vossa natureza não é dupla, não sois mais espírito do que corpo? Então como vos é mais difícil ouvir lembrar as leis morais do que, a todo instante, aplicar as leis físicas? Se fôsseis menos preocupados e menos distraídos, essa repetição não seria tão necessária.
     Não nos afastemos do assunto: O Espiritismo bem compreendido é para a vida o que o trabalho material é para a vida do corpo. Ocupai-vos dele com este objetivo e ficai certos de que quando tiverdes feito, para o vosso melhoramento moral, a metade do que fazeis para melhorar a vossa existência material, tereis feito a humanidade dar um grande passo. (Um Espírito - Revista Espírita 1867).                                      

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