Espíritos Protetores e Anjos Guardiões
Todos nós temos um?
Olá amigos, a resposta é...
Sim, todos nós temos Protetores Espirituais!
Não é maravilhoso isto?
Mas você sabe como, por que e quando começa esta ligação entre protetor e protegido?
Vamos aqui explicar à luz da Doutrina Espírita esta maravilhosa Providência Divina, a beneficiar a todos e a cada um de nós!
Comecemos...
(Porém antes devo dizer, que parte desta pesquisa foi extraída da apostila do 19 Encontro sobre “O LIVRO DOS ESPÍRITOS” do Centro Espírita Léon Denis, disponível e encontrado na Internet, transcrito aqui por mim por encontrar nela as explicações de acordo com o Evangelho Segundo o Espiritismo e O Livro dos Espíritos, objetivando esclarecer este assunto àqueles que gostam, como eu, de pesquisar, estudar e aprender.)
Então, agora sim, comecemos...
As relações entre os homens são, pois, regidas pela Lei das Afinidades. E, no decorrer das muitas vidas, estabelecem-se relações de atração, repulsão ou indiferença entre as almas. A muitas almas nos ligamos e de outras até fugimos. Por outras simplesmente passamos.
Entre as almas humanas que se atraem, emerge de modo natural, uma hierarquia moral, que nasce da diversidade de conhecimentos e do grau de maturidade espiritual.
Os que menos sabem e os que menos podem, reconhecem, instintivamente, que estão abaixo de outros que, embora não estejam extremamente distanciados deles, lhes são superiores em muitos aspectos e podem orientá-los, conduzi-los, protegê-los ou mesmo liderá-los em muitas circunstâncias das suas vidas.
A sociedade dos homens e a sociedade espiritual se interpenetram, porque as relações tecidas durante a vida terrestre e durante a vida espiritual permanecem, após a morte do corpo e após o renascimento. Os projetos comuns idealizados, os conflitos e querelas ou a simples afetividade, os interesses e preferências e a disposição de ajudar, especialmente àqueles escolhidos pelo coração, mas também aos que o dever moral aponta como os credores, de dívida ás vezes contraídas em tempos remotos, encaminham os espíritos a estagiar entre os homens.
Guiados então pela Lei de Afinidade e pela Lei de Solidariedade, espíritos já interessados em ajudar os que ficaram na Terra aproximam-se daqueles a quem, por alguma razão, se sentem ligados e com eles desenvolvem projetos de vida, relativos às suas vidas individuais ou a instituições e tarefas.
São os Protetores, de quem fala a Doutrina Espírita. São também conhecidos como Guias ou Mentores ou Anjos da Guarda.
Mas todos nós temos Espíritos que nos protegem?
“Todos temos ligados a nós, desde o nosso nascimento, um Espírito bom, que nos tomou sob a sua proteção...” (ESE Cap. 28, item 11)
Quem é esse Espírito Protetor que se liga a nós desde o nascimento?
“...o irmão espiritual...bom Espírito ou bom gênio.” (LE questão 489)
Muitos dos que aceitam a ideia de ter um Espírito ligado a si desde o nascimento, para guiá-lo, para auxiliá-lo a progredir, imaginam uma relação austera, autoritária, distante, sobretudo pelo fato de ser o Protetor um Espírito situado numa posição espiritual mais elevada. No entanto, não é essa a ideia que parece emergir do que temos aprendido.
Qual a missão do Espírito Protetor?
“A de um pai para com relação aos filhos, conduzir o seu protegido pelo bom caminho, ajudá-lo com os seus conselhos, consolá-lo nas suas aflições, sustentar sua coragem nas provas a vida.” (LE questão 491)
Com esse entendimento, vamos consolidando a ideia de que a relação entre nós e o nosso Protetor, embora estruturada no reconhecimento da autoridade moral indiscutível do Protetor, é caracterizada pelo vínculo afetivo forte entre nós e ele, o que deve ser de molde a nos tranquilizar em relação ao seu papel junto a nós, não de cobrador de compromissos assumidos ainda antes de reencarnar, mas, acima de tudo, de “irmão espiritual”, interessado em nossa felicidade.
Por que nos assiste?
Guiados pela Lei de Afinidade e pela Lei de Solidariedade, Espíritos já interessados em ajudar os que ficaram na Terra aproximam-se daqueles a quem, por alguma razão, se sentem ligados e com eles desenvolvem projetos de vida.
Interessante observar que as referências dos Espíritos a essa ligação mencionam as ligações de “irmão” ou “pai e filho” e aponta nelas um conteúdo de orientação (guiar), aconselhamento, inspirada pela solidariedade.
A missão do Espírito Protetor é voluntária ou obrigatória?
O Espírito é obrigado a velar por vós porque aceitou essa tarefa, mas pode escolher os seres que lhe são simpáticos. Para uns, isso é um prazer, para outros, uma missão ou um dever.
Se houver algum homem na Terra que não inspire simpatia a nenhum Espírito, ficará ele desassistido?
TODO HOMEM TEM UM ESPÍRITO QUE POR ELE VELA, isto é, não há possibilidade de alguém ficar órfão de Espírito Protetor.
Com que finalidade ele nos protege? O que ele objetiva?
“...Desempenha junto a nós, a missão... de nos conduzir pelo caminho do bem e do progresso...” (ESE Cap. 28 item 11)
Podemos dizer que a finalidade da tarefa do Espírito Protetor é guiar o seu protegido pela senda do bem. É que sejamos felizes, no menor tempo possível.
Mas, desde quando? Por quanto tempo? Pode nos acompanhar por mais de uma existência?
“Desde o nascimento até a morte e frequentemente o segue depois da morte na vida espírita, e mesmo através de muitas existências corpóreas, porque essas existências mais não são do que fases curtíssimas da vida do Espírito.” (LE questão 492)
Nossos Espíritos Protetores poderiam encarnar-se para nos acompanharem na vida de maneira mais direta?
“Isso às vezes se dá. Porém, o que mais frequentemente se verifica é encarregarem dessa missão outros Espíritos encarnados que lhe são simpáticos.” (LE questão 516)
“Frequentemente sucede que alguns Espíritos deixam suas posições de protetores para desempenhar diversas missões. Mas, nesse caso, outros os substituem.”(LE questão 494)
Somente uma intensa ligação afetiva, um forte laço de simpatia e afinidade pode sustentar uma dedicação de muitas existências e uma solicitude de toda hora. É certo que, algumas vezes, essa atenção precisa ser desviada, mas não por motivo de desistência ou cansaço por parte do Espírito Protetor, e sim para cumprimento da lei de solidariedade em circunstâncias que se sobrepõem à ligação pessoal. Mas, nem nesse caso ficaremos abandonados. Dentro da grade “rede de solidariedade” uns substituem os outros na tarefa de auxílio mútuo, sempre que isso se faça necessário.
Chega um momento em que o Espírito não tem mais necessidade do anjo da Guarda, ou Espírito Protetor?
Sim, quando se torna capaz de guiar-se por si mesmo, como chega um momento em que o estudante não mais precisa de mestre. Mas isso NÃO acontece na Terra. (LE questão 500)
Por que a ação dos Espíritos em nossa vida é oculta, e por que, quando eles nos protegem, não o fazem de maneira ostensiva?
Se contásseis com o seu apoio não agiríeis por vós mesmos e o vosso Espírito não progrediria. Para que ele possa adiantar-se necessita de experiência e em geral é preciso que adquira à sua custa. É necessário que exercite as suas forças, sem o que seria como uma criança a quem não deixam andar sozinha. A ação dos Espíritos que vos querem bem é sempre de maneira a vos deixar o livre-arbítrio, porque se não tivésseis responsabilidade não vos adiantaríeis na senda que vos deve conduzir a Deus. Não vendo quem o ampara, o homem se entrega às suas próprias forças não obstante, o seu guia vela por ele e de quando em quando o adverte do perigo. (LE questão 501)
O Espírito Protetor que vê o seu protegido seguir um mau caminho, apesar dos seus avisos, não sofre com isso e não vê assim perturbada a sua felicidade?
Sofre com os seus erros e os lamenta, mas essa aflição nada tem das angústias da paternidade terrena, porque ele sabe que há remédio para o mal, e que o que hoje não se fez amanhã se fará. (LE questão 503)
Será que temos somente um único Espírito Protetor? Temos outros Espíritos que também nos protejam, sem que tenham se ligado particularmente a nós desde o nascimento?
“Todo homem conta sempre com Espíritos, mais ou menos elevados, que com ele simpatizam, que lhe dedicam afeição e se interessam por ele...” (LE. Questão 512)
Não, não temos um único Espírito a nos proteger. Temos sim, amigos que ajudam nosso Espírito Protetor. Podemos contar com outros que, dentro da rede de solidariedade, se interessam por nós e, em razão mesmo da simpatia e do afeto que tenham por nós, se dispõem a nos auxiliar, nesta ou naquela circunstância.
Podemos perceber pela resposta, que podemos também contar com outros Espíritos que se interessam por nós e, em razão mesmo da simpatia e do afeto que tenham por nós, se dispõem a nos auxiliar, nesta ou naquela circunstância. É aí que reside a diferença entro o nosso Espírito Protetor e esses outros, mais ou menos elevados, que nos assistem, nos ajudam, dentro das suas possibilidades, mas circunstancialmente, sem a responsabilidade que caracteriza a atuação do nosso Espírito Protetor.
KARDEC PREOCUPOU-SE COM ESSA QUESTÃO E CLASSIFICOU-OS DA SEGUINTE FORMA:
ESPÍRITOS SIMPÁTICOS
“Não raro, desempenham missão temporária, porém, as mais das vezes, são apenas atraídos pela identidade de pensamentos e sentimentos, assim para o bem como para o mal...” (LE questão 513)
A característica essencial dos chamados Espíritos Simpáticos é, pois, o fato de terem sido atraídos para nós pela identidade de pensamentos e sentimentos, o que significa que o padrão de nossos pensamentos e sentimentos determina a maior ou menor elevação dos Espíritos que atraímos, em cada momento ou circunstância.
Quando os Espíritos Simpáticos são atraídos pelos nossos pensamentos e sentimentos calcados no interesse pessoal imediato, exclusivista ou até contrário ao bem, não podemos considerá-los como Espíritos Protetores, já que estamos considerando nessa categoria aqueles que atuam junto a nós, exclusivamente, com a finalidade de guiar-nos no caminho do bem.
Outra característica dos Espíritos Simpáticos, mesmo quando podemos considerá-los como Protetores, é que costumam manter conosco uma relação apenas circunstancial, que dura enquanto durarem os motivos que os atraíram para nós, ao contrário do Protetor que se liga a nós desde o nascimento.
Um exemplo dessa ligação circunstancial entre o protegido e o Espírito Simpático, que também é Protetor, é quando nos ligamos à determinada tarefa no Centro Espírita. Enquanto estamos ligados a ela, contamos com a proteção dos Espíritos especialmente responsáveis pela tarefa. Uma vez afastados dela, e agregados à outra, nos desligamos, naturalmente, dos primeiros e nos ligamos também, naturalmente, aos segundos.
Da mesma forma qualquer outro interesse, profissional, material, sentimental, etc...
ESPÍRITOS FAMILIARES
“O Espírito Familiar é antes de tudo o amigo da casa” (LE questão 514)
“Os Espíritos Familiares se ligam a certas pessoas por laços mais ou menos duráveis, com o fim de lhes serem úteis dentro dos limites do poder, quase sempre muito restrito, de que dispõem. São bons, porém muitas vezes pouco adiantados e mesmo um tanto levianos. Ocupam-se de boamente com as particularidades da vida íntima e só atuam por ordem ou com permissão dos Espíritos Protetores.” (LE questão 514)
Percebe-se que a característica essencial do Espírito chamado Familiar, àquela época, era a de ser “o amigo da casa”. Note-se que Kardec observa que eles são bons, isto é, não são capazes de fazer mal àquelas pessoas a quem se ligam. Kardec também nos responde à questão da liberdade de ação desses Espíritos, frisando que eles “só atuam por ordem ou com permissão dos Espíritos Protetores”. Isto significa que, a rigor, funcionam como auxiliares deles.
A princípio, essa denominação não tinha a característica de se referir a Espíritos que fizeram parte de nossa família, mas, no entanto, sob essa denominação, muitas vezes, podemos encontrar a referência a Espíritos que são ligados a nós de outras experiências anteriores, na Terra ou na vida espiritual, sem que os tenhamos conhecido nesta existência ou sequer lhe saibamos o nome.
AS GRADAÇÕES NA PROTEÇÃO E NA SIMPATIA E A SUBORDINAÇÃO AO ESPÍRITO PROTETOR.
Embora as diferentes classificações, o que transparece é que somos alvo do cuidado de diferentes tipos de Espíritos além daquele que se tornou responsável por nós nesta existência. Quanto as diferentes gradações na proteção e na simpatia, da resposta a questão 514, podemos entender que os Espíritos manifestaram o pensamento de que o que importa é que os Espíritos que protegem os homens pertencem a diferentes graus de elevação (o que gera as gradações na proteção) e a eles se associam por diferentes tipos de ligação (o que gera as gradações na simpatia) e que a questão da denominação (familiares, simpáticos, ou protetores) corre por nossa conta.
Mas cuidado!!! Assim como constatamos a existência de protetores que nos assistem para o bem, também reconhecemos a existência de espíritos que nos influenciam e nos assistem no mal, dadas às Leis de Afinidade. Seriam espíritos simpáticos, conosco afinados no mal, que se nos ligam pela analogia das inclinações que apresentamos e com as quais os atraímos. Na obra Kardequiana são denominados de maus gênios ou espíritos sedutores.
Portanto, quando dizemos Cuidado!! Dizemos cuidado com nossos pensamentos, palavras e ações... Somos nós, portanto, que os atraímos, pela nossa fraqueza, ou pela negligência que ponhamos em seguir as inspirações dos bons Espíritos.
Resulta desse fato que jamais nos encontramos privados da assistência dos bons Espíritos e que unicamente de nós depende o afastamento dos maus.
Até aqui trabalhamos com a ideia do Espírito Protetor e dos outros Protetores.
E o Anjo Guardião?
É apenas outra denominação para esse espírito Protetor que se liga a nós desde o nascimento?
Ou haverá alguma diferença entre um e outro?
Qual a relação do que Kardec chama de Anjo Guardião com a doutrina dos Anjos da Guarda da religião católica?
ANJOS DA GUARDA
(Atenção: Podemos encontrar alusão a asas nos anjos em Ex. 25,20; Is 6,2; e outras. Mas isto não quer dizer que os anjos tenham asas de fato; é apenas um simbolismo. Sabemos que os anjos são espíritos puros que não têm corpo; logo, não têm asas. A aparição do anjo na forma materializada é apenas um recurso representativo)
Que se deve entender por Anjo da Guarda ou Anjo Guardião?
“O espírito protetor, pertencente a uma ordem elevada” (LE questão 490)
Nota-se aqui que os Espíritos não dizem que se trata de uma ordem mais elevada em relação ao seu protegido, mas sim, de forma absoluta, a uma ordem elevada.
Ou seja, não é o Espírito Protetor, que se liga a nós desde o nascimento, que é sempre de categoria superior ao seu protegido (ou seja, de elevação relativa à do seu protegido).
No entanto, os Espíritos se referem ao fato de que, a seu turno, esse que responde imediatamente pelo que lhe é inferior, tem outro, de categoria mais elevada, que o protege e, assim sucessivamente, formando a gradação na proteção.
Se considerarmos que a escala de progresso dos Espíritos os leva a categoria de Espíritos Puros, a gradação dos Protetores também os levará até esses.
Ao final da gradação na proteção, o que temos são Espíritos Puros, dedicados à proteção dos homens, principalmente, numa faixa de atuação ligada ao que chamaremos de “plano de progresso da humanidade”, no sentido de estar dirigido ao seu destino coletivo.
Considerando que Kardec associou os Espíritos Puros aos Anjos, podemos, por consequência, fazendo o mesmo tipo de associação, localizar os Anjos Guardiões nessa categoria.
Qual a diferença então, entre o Anjo Guardião e o Espírito Protetor?
ANJO GUARDIÃO, ESPÍRITO PURO E ESPÍRITO PROTETOR
A diferença se encontra, essencialmente na gradação e no fato de que o nosso Espírito Protetor se liga particular e diretamente a nós, e o Anjo Guardião nos protege por meio daqueles que se encontram nos graus intermediários da escala de gradação da proteção e que estão a ele subordinados e atuando por sua ordem ou com a sua permissão.
Isto não quer dizer que o Anjo Guardião só se atenha ao plano coletivo e tenha conosco uma relação exclusivamente nesse plano, como parte que somos da humanidade terrena. Também não quer dizer que somos atendidos pessoalmente por ele. (Isto é por ele em pessoa).
O que parece mais lógico é que podemos recorrer ao nosso Anjo Guardião em função de necessidades pessoais nossas e estar certos de que ele não se manterá distante, por ocupado que esteja com os destinos da humanidade. Nossa súplica poderá alcança-lo sim, desde que sincera, e estejamos certos de que nosso Espírito Protetor se encarregará de fazê-la chegar ao seu destino. E mais certos ainda poderemos estar de que não ficaremos sem resposta.
Hoje, entre os Espíritas, os chamados Espíritos Puros (dentre os quais estamos considerando os Anjos Guardiões), são considerados tão distantes de nós que parecem inatingíveis ao pensamento do Espírito encarnado. No entanto, não é o que se pode depreender da descrição de Kardec. Diz-nos ele: “... Assistir os homens nas suas aflições concitá-los ao bem ou à expiação das faltas que os conservem distanciados da suprema felicidade, constitui para eles ocupação gratíssima”. Estão, pois, ocupados conosco, sim, e se sentem felizes por isso.
O que se pretende passar é que essa distancia não é intransponível, que podemos, apesar dela, alcança-los pelo pensamento e que ao fazermos isso, receberemos deles a resposta para nossa necessidade pessoal, também por intermédio de todos os que se encontram em diferentes graus.
Para que nos sintamos abraçados nesse amplexo divino, basta que pensemos em nossos Protetores, em nosso Anjo Guardião, em Deus, ou que clamemos por misericórdia, reconhecendo nossa impotência diante das circunstâncias que nos atingem.
Qual a importância de ser o Anjo Guardião um Espírito da mais elevada categoria?
Esse é um ponto que diz respeito diretamente à questão do grau de confiança e de segurança que podemos ter em relação a essa proteção de que somos alvo por parte de nossos Protetores.
Se, por um lado, consideramos que estamos sendo protegidos por Espíritos que estão em relação com o nosso próprio progresso, e, por outro lado, consideramos que o estágio em que nos encontramos longe se acha de um perfeito discernimento acerca de Lei de Deus, ficamos com a sensação de que estamos sendo protegidos por Espíritos que, mesmo possuindo mais discernimento que nós, também ainda se encontram em processo de crescimento espiritual, o qual vai se concretizando, apenas gradativamente, inclusive, por meio da própria ação de nos proteger.
Assim sendo, longe estão também de possuir a amplitude de visão que lhes permita, em todas as ocasiões, fazer escolhas acertadas, inclusive a nosso respeito, no contexto da nossa condição de encarnado, como indivíduo pertencente à humanidade terrena e sujeito às contingências do relacionamento com os demais encarnados, na complexidade da vida na Terra, especialmente no momento atual.
Essa amplitude de visão e perfeito discernimento da Vontade de Deus, que é absolutamente indispensável ao acerto infalível nas escolhas, é característica apenas dos Espíritos Puros.
Ora, por um sentimento inato, uma intuição, uma certeza íntima que estamos construindo ao longo de nossa evolução, sabemos que, em última instância, é Deus que nos protege, e depositamos a nossa maior ou menor confiança na Sua bondade, Sua misericórdia, na Sua justiça e no Seu amor.
O que a Doutrina Espírita nos oferece à razão é a informação de que, se não somos capazes, por nós mesmos, de viver em harmonia, Deus prevê a ação dos “Espíritos Puros que são mensageiros e ministros de Deus, cujas ordens executam para manutenção da harmonia universal” (LE. 113). Isto é, a harmonia universal é mantida, a despeito do nosso desrespeito à Lei de Deus, com o concurso dos Espíritos Puros.
Como “ordens de Deus” entendemos uma forma figurada de referência de Deus. Não podemos pensar que Deus chama os Espíritos Puros em assembleia diante da sua pessoa, nesta ou naquela circunstância e lhes transmite ordens. Essa ideia corresponde a de um Deus sob a forma humana.
As ordens de Deus estão estabelecidas de toda eternidade: são suas Leis, perfeitas e imutáveis.
“A HARMONIA QUE REINA NO UNIVERSO MATERIAL, COMO NO UNIVERSO MORAL, SE FUNDA EM LEIS ESTABELECIDAS POR DEUS DESDE TODA ETERNIDADE.” (LE 616)
Assim, o papel dos Espíritos Puros, como “ministros de Deus cujas ordens executam para manutenção da harmonia universal”, é o de garantir que a Justiça Divina se estenda a todos os recantos do universo. Para isso, contam com o auxílio de todos os que lhe estão subordinados (todos aqueles em condição inferior de elevação), muitos dos quais executam suas ordens, sem sequer terem consciência de que, dessa forma estão contribuindo para a harmonia universal.
É a rede de solidariedade, a gradação da proteção, em que cada um age impulsionado pela Lei de Amor, “escrita na consciência”.
Nesse contexto, a questão da existência dos Protetores e sua possibilidade de ação em nosso favor ganha uma enorme dimensão.
É assim que, identificando a escala de gradação na proteção, precisamos confiar que, em algum nível, alguém estará encarregado de tomar decisões para fazer que a Vontade de Deus se cumpra, para cada homem, integral e completamente, sem qualquer risco de erro de avaliação.
“Esses são os Anjos Guardiões, que na categoria de Espíritos Puros, alcançaram essa condição.”
Confiar neles, busca-los através do nosso Espírito Protetor, reconhecer em ambos os mensageiros de Deus junto a nós, garantindo que Sua Vontade se faça perfeita em relação a nós, são elementos de segurança que iremos estruturando passo a passo, à medida que formos construindo a “intimidade com eles”.
Nessa intimidade iremos aprendendo a ouvir suas vozes, falando em nosso íntimo, a identificar a vibração de sua presença, nos momentos de dor e de alegria, amparando-nos, consolando-nos, sustentando-nos, mas, acima de tudo, ajudando-nos a descortinar o caminho da verdadeira felicidade, pelo “dever bem cumprido”.
Resta-nos sintetizar a classificação dos Espíritos Protetores e o faremos com base no texto constante de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, onde essa questão está apresentada de forma já mais amadurecida:
“...DEUS, EM NOSSO ANJO GUARDIÃO, NOS DEU UM GUIA PRINCIPAL E SUPERIOR E, NOS ESPÍRITOS PROTETORES E FAMILIARES, GUIAS SECUNDÁRIOS...” (E.S.E cap. XXVIII item 11)
Anjos Guardiões
“ Os anjos guardiões são embaixadores de Deus, mantendo acesa a chama da fé nos corações e auxiliando os enfraquecidos na luta terrestre.
Quais estrelas formosas, iluminam as noites das almas e atendem-lhes as necessidades com unção e devotamento inigualáveis.
Perseveram ao lado dos seus tutelados em toda circunstância, jamais se impacientando ou os abandonando, mesmo quando eles, em desequilíbrio, vociferam e atiram-se aos despenhadeiros da alucinação.
Vigilantes, utilizam-se de cada ensejo para instruir e educar, orientando com segurança na marcha de ascensão.
Envolvem os pupilos em ternura incomum, mas não anuem com seus erros, admoestando com severidade quando necessário, a fim de lhes criarem hábitos saudáveis e conduta moral correta.
São sábios e evoluídos, encontrando-se em perfeita sintonia com o pensamento divino, que buscam transmitir, de modo que as criaturas se integrem psiquicamente na harmonia geral que vige no Cosmo.
Trabalham infatigavelmente pelo Bem, no qual confiam com absoluta fidelidade, infundindo coragem àqueles que protegem, mantendo a assistência em qualquer circunstância, na glória ou no fracasso, nos momentos de elevação moral e naqueloutros de perturbação e vulgaridade.
Nunca censuram, porque a sua é a missão de edificar as almas no amor, preservando o livre-arbítrio de cada uma, levantando-as após a queda, e permanecendo leais até que alcancem a meta da sua evolução.
Os anjos guardiões são lições vivas de amor, que nunca se cansam, porquanto aplicam milênios do tempo terrestre auxiliando aqueles que lhes são confiados, sem se imporem nem lhes entorpecerem a liberdade de escolha.
Constituem a casta dos Espíritos Nobres que cooperam para o progresso da humanidade e da Terra, trabalhando com afinco para alcançar as metas que anelam.
Cada criatura, no mundo, encontra-se vinculada a um anjo guardião, em quem pode e deve buscar inspiração, auscultando-o e deixando-se por ele conduzir em nome da Consciência Cósmica.
Tem cuidado para que te não afastes psiquicamente do teu anjo guardião.
Ele jamais se aparta do seu protegido, mas este, por presunção ou ignorância, rompe os laços de ligação emocional e mental, debandando da rota libertadora.
Quando erres e experimentes a solidão, refaze o passo e busca-o pelo pensamento em oração, partindo de imediato para a ação edificante.
Quando alcances as cumeadas do êxito, recorda-o, feliz com o teu sucesso, no entanto preservando-te do orgulho, dos perigos das facilidades terrestres.
Na enfermidade, procura ouvi-lo interiormente sugerindo-te bom ânimo e equilíbrio.
Na saúde, mantém o intercâmbio, canalizando tuas forças para as atividades enobrecedoras.
Muitas vezes sentirás a tentação de desvairar, mudando de rumo. Mantém-te atento e supera a maléfica inspiração.
O teu anjo guardião não poderá impedir que os Espíritos perturbadores se acerquem de ti, especialmente se atraídos pelos teus pensamentos e atos, em razão do teu passado, ou invejando as tuas realizações... Todavia te induzirão ao amor, a fim de que te eleves e os ajudes, afastando-os do mal em que se comprazem.
O teu anjo guardião é o teu mestre e amigo mais próximo.
Imana-te a ele.
Entre eles, os anjos guardiões e Deus, encontra-se Jesus, o Guia perfeito da humanidade.
Medita nas Suas lições e busca seguir-Lhe as diretrizes, a fim de que o teu anjo guardião te conduza ao aprisco que Jesus levará ao Pai Amoroso.”
(Divaldo Pereira Franco. Da obra: Momentos Enriquecedores.
Ditado pelo Espírito Joanna de Angelis, Salvador, BA: LEAL, 1994.)
É isto amigos,
Que tenhamos todos, a certeza de que nunca estamos sozinhos, e que Deus através de seus mensageiros, cuida de todos nós!
Que possamos guardar esta última imagem em nossos pensamentos, Jesus, nosso amado Mestre, olhando, juntamente com seus mensageiros pela humanidade inteira!
Que Ele nos envolva em muita paz, amor e harmonia em todos os momentos! E que nos abençoe! Até a próxima, em breve! Paz e Bem!
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