Estudando o Espiritismo

Observe os links ao lado. Eles podem ter artigos com o mesmo tema que você está pesquisando.

segunda-feira, 4 de março de 2013

PARÁBOLA DOS TRABALHADORES DA VINHA - Caibar


"Porque o Reino dos Céus é semelhante a um proprietário, que saiu de madrugada a
assalariar trabalhadores para a sua vinha. E feito com os trabalhadores o ajuste
de um denário por dia, mandou-os para a sua vinha. Tendo saído cerca da hora
terceira, viu estarem outros na praça desocupados, e disse-lhes: Ide também vós
para a minha vinha, e vos darei o que for justo. E eles foram. Saiu outra vez
cerca da hora sexta, e da nona, e fez o mesmo. E cerca da undécima, saiu e achou
outros que lá estavam e perguntou-lhes: Por que estais aqui todo o dia
desocupados? Responderam-lhe: Porque ninguém nos assalariou. Disse-lhes: Ide
também para a minha vinha. À tarde, disse o dono da vinha ao seu administrador.
Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário, começando pelos últimos e acabando
pelos primeiros. Tendo chegado os que tinham sido assalariados cerca da undécima
hora, receberam um denário cada um. E vindo os primeiros, pensavam que haviam de
receber mais; porém, receberam igualmente um denário cada um. Ao receberem-no,
murmuravam contra o proprietário, alegando: Estes últimos trabalharam somente
uma hora, e os igualaste a nós, que suportamos o peso do dia e o calor extremo!
Mas o proprietário disse a um deles: Meu amigo, não te faço injustiça; não
ajustaste comigo por um denário? Toma o que é teu e vai-te embora, pois quero
dar a este último tanto como a ti. Não me é lícito fazer o que me apraz do que é
meu? Acaso o teu olho é mau, porque eu sou bom? Assim os últimos serão os
primeiros, e os primeiros serão os últimos".


(Mateus XX, I-16.)



As condições essenciais para os trabalhadores são: a constância, o desinteresse,
a boa vontade e o esforço que fazem no trabalho que assumiram. Os bons
trabalhadores se distinguem por estes característicos.


O mercenário trabalha pelo dinheiro; seu único fito, sua única aspiração é
receber o salário. O verdadeiro operário, o artista, trabalha por amor à Arte.
Assim é em todas as ramificações dos conhecimentos humanos: há os escravos do
dinheiro e há o operário do progresso. Na lavoura, na indústria, como nas Artes
e Ciências, destacam-se sempre o operário e o mercenário.


O materialismo, a materialidade, a ganância do ouro arranjaram, na época em que
nos achamos, mais escravos do que a vinha arranjou mais obreiros. Por isso,
grande é a seara e poucos são os trabalhadores!


Na parábola, pelo que se depreende, não se faz questão da quantidade do
trabalho, mas sim da qualidade, e ainda mais, da permanência do obreiro até o
fim. Os que trabalharam na vinha, desde a manhã até à noite, não mereceram maior
salário que os que trabalharam uma única hora, dada a qualidade do trabalho.


Os que chegaram por último, se tivessem sido chamados à hora terceira, teriam
feito, sem dúvida, o quádruplo do que fizeram aqueles que a essa hora foram para
o serviço. Daí a lembrança do proprietário da vinha de pagar primeiramente os
que fizeram aparecer melhor o serviço e mais desinteressadamente se prestaram ao
trabalho para o qual foram chamados.


Esta parábola, em parte, dirige-se muito bem aos espíritas. Quantos deles por aí
andam, sem estudo, sem prática, sem orientação, fazendo obra contraproducente e
ao mesmo tempo abandonando seus interesses pessoais, seus deveres de família,
seus deveres de sociedade!


Na seara chega-se a encontrar até os vendilhões que apregoam sua mercadoria
pelos jornais como o mercador na praça pública, sempre visando bastardos
interesses. Ora são médiuns mistificadores que exploram a saúde pública; ora são
"gênios" capazes de abalar os céus para satisfazerem a curiosidade dos
ignorantes. Enfim, são muitos os que trabalham, mas poucos os que ajuntam,
edificam, tratam como devem a vinha que foi confiada à sua ação.


Há uma outra ordem de espíritas que nenhum proveito tem dado ao Espiritismo.
Encerram-se entre quatro paredes, não estudam, não lêem, e passam a vida a
doutrinar espíritos.


Não há dúvida de que trabalham estes obreiros, mas, pode-se comparar a sua obra
com a dos que se expõem ao ridículo, ao ódio, à injúria, à calúnia, no largo
campo da propaganda? Podem-se comparar os enclausurados numa sala, fazendo
trabalhos secretos e às mais das vezes improfícuos, com os que sustentam, aqui
fora, renhida luta e se batem, a peito descoberto, pelo triunfo da causa que
desposaram?


Finalmente, a parábola conclui com a lição sobre os olhos maus: os invejosos que
cuidam mais de si próprios que da coletividade; os personalistas, os egoístas
que vêem sempre mal as graças de Deus em seus semelhantes, e a querem todas para
si.


Na História do Cristianismo realça a Parábola da Vinha com os característicos
dos seus obreiros. "O que era é o que é", diz o Eclesiastes; e o que se passou é
o que se está passando agora com a revelação complementar do Cristo. Há os
chamados pela madrugada, há os que chegaram à hora terceira, à hora sexta, à
nona e à undécima. Na verdade, estamos na hora undécima e os que ouvirem o apelo
e souberem trabalhar como os da hora undécima de outrora, serão os primeiros a
receber o salário, porque agora como então, o pagamento começará pelos últimos.


Ai dos que clamarem contra a vontade do Senhor da vinha! Ai dos malandros, dos
mercenários, dos inscientes!

[Cairbar Schutel]
[Parábolas e Ensinos de Jesus]
[Editora O Clarim]
www.oclarim.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário