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Estudando o Espiritismo
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segunda-feira, 25 de março de 2013
LEI NATURAL E LEI DE ADORAÇÃO
Devemos entender por lei natural, ou lei divina, o conjunto de princípios eternos, imutáveis e perfeitos que governam o Universo, funcionando automaticamente. São as chamadas "leis da Natureza" e exprimem a vontade do Criador para a criação. Como estas leis provêm de Deus, trazem consigo as características ou atributos do próprio Deus, ou seja, são leis perfeitas, eternas e imutáveis.
Ensinam os Espíritos [LE-qst 614] que a lei natural é a única necessária à felicidade do homem, indicando-lhe o que deve fazer e o que deve evitar. A infelicidade surge sempre como uma conseqüência do seu afastamento da lei.
Entre as leis naturais algumas estão relacionadas ao mundo material, à constituição e às propriedades da matéria, tais como a lei de gravitação, leis da eletricidade, leis da genética, a estrutura dos átomos, etc. Outras se relacionam mais ao homem, como Espírito, e as suas relações com Deus e com seus semelhantes; são as chamadas leis morais.
O objetivo das leis divinas é levar o Homem à perfeição, através do desenvolvimento da sua inteligência e da sua moralidade. A legislação humana é um pálido reflexo das leis divinas, variando de povo para povo através dos tempos, segundo o grau de evolução alcançado pelos homens. Conforme cresce o conhecimento das leis divinas, o homem evolui e aperfeiçoa suas próprias leis.
FINALIDADE DA ADORAÇÃO
A concepção da paternidade divina traz benefícios enormes ao Espírito. Vindo de Deus, todas as almas são irmãs; todos os filhos da raça humana são unidos por laços estreitos de paternidade e solidariedade.
Em decorrência desses conhecimentos passa-se a entender e a justificar a relação que os homens devem ter para com o seu Criador.
Adoração, consiste na elevação do pensamento a Deus.
Pela adoração o homem aproxima dele a sua alma.
A adoração está na Lei Natural pois resulta de um sentimento inato no homem. Por essa razão é que existe entre todos os povos, se bem que de forma diferente.
Ensina-nos a Doutrina Espírita que a adoração dispensa aparatos exteriores.
A verdadeira adoração é a do coração, aquela que parte do homem e se dirige a Deus no recanto de sua consciência, sem cerimônias e rituais religiosos.
VIDA CONTEMPLATIVA
Como conseqüência do ato de adoração, muitos homens se afastam do mundo, vivendo isolados em vida contemplativa.
Nenhum mérito traz a vida contemplativa porque, se é certo que não fazem o mal, também o é que não fazem o bem e são inúteis. Demais, não fazer o bem já é um mal. Deus quer que o homem pense nele, mas não quer que só nele pensem, pois que lhe impõe deveres a cumprir na Terra. Quem passa todo o tempo na meditação e na contemplação nada faz de meritório aos olhos de Deus, porque vive uma vida toda pessoal e inútil à Humanidade.
Disseram os Benfeitores a Kardec [LE-qst 673]:
"Amparar os pobres e os aflitos é o melhor meio de homenagear a Deus."
SACRIFÍCIOS
A palavra sacrifício, etmologicamente, tem o sentido de "fazer alguma coisa sagrada."
No sentido primitivo e unicamente religioso, representa uma oferenda que se faz à divindade, através de rituais. A oferenda pode ser representada por uma pessoa ou animal vivo, ou ainda produtos de colheita vegetal ou outros objetos.
É importante que se faça uma diferença entre o conceitos religiosos que se tem do termo e a sua concepção social ou popular. Assim, no aspecto religioso, além da característica do ritual, subentende-se que o sacrifício será consumido pela divindade. O fato de alguém exercer tarefas que certas religiões exigem dos adeptos, como por exemplo, o pagamento do dízimo, não são sacrifícios, mas regras da prática religiosas.
Raramente é usado em ciências sociais no seu significado popular de renúncia de qualquer coisa de valor em favor de qualquer autoridade superior ou objeto de respeito ou dever. O propósito declarado do sacrifício varia muito entre as diferentes culturas.
Por extensão, o sacrifício pode ser considerado como uma renúncia ou privação voluntária de alguma coisa. Neste sentido, o Espiritismo esclarece-nos que as privações voluntárias meritórias seriam representadas pela
"privação dos gozos inúteis, porque desprende da matéria o homem e lhe eleva a alma. Meritório é resistir à tentação que arrasta ao excesso ou ao gozo das coisas inúteis; é o homem tirar do que lhe é necessário para dar aos que carecem do bastante."
Portanto, para a Doutrina Espírita, fazer o bem aos nossos semelhantes é o maior mérito que as privações voluntárias podem proporcionar.
A PRECE E SUA EFICÁCIA
"Há quem conteste a eficácia da prece, com fundamento no princípio de que, conhecendo Deus as nossas necessidades, inútil se torna expô-las." [ESE-cap XXVII it 6]
Este argumento não oferece muita lógica porque, independente de Deus conhecer as nossas necessidades, a prece proporciona, a quem ora, um bem-estar incalculável já que aproxima a criatura do seu Criador.
Não existe qualquer fórmula para orar.
"O Espiritismo reconhece como boas as preces de todos os cultos, quando ditas de coração e não de lábios somente." [ESE-cap XXVIII it 1]
A qualidade principal da prece é ser clara, simples e concisa. Pode ter por objeto um pedido, um agradecimento, ou uma glorificação. As preces feitas a Deus escutam-nas os Espíritos incumbidos da execução de suas vontades.
"Pela prece, obtém o homem o concurso dos bons Espíritos que acorrem a sustentá-lo em suas boas resoluções e a inspirar-lhe idéias sãs. Ele adquire, desse modo, a força moral necessária a vencer as dificuldades e a volver ao caminho reto, se deste se afastou. Por esse meio, pode também desviar de si os males que atrairia pelas suas próprias faltas." [ESE-cap XXVII it 11]
Quando Jesus nos disse: "tudo o que pedirdes com fé, em oração, vós o recebereis" [Mateus-XXI:22] revelou-nos que o ato de orar é algo muito profundo do que se pode observar à primeira vista. Desta máxima : "concedido vos será o que quer que pedirdes pela prece", fora ilógico deduzir que basta pedir para obter e fora injusto acusar a Providência se não acede a toda súplica que se lhe faça, uma vez que ela sabe, melhor do que nós, o que é para o nosso bem.
"O que o homem não deve esquecer, em todos os sentidos e circunstâncias da vida, é a prece do trabalho e da declaração, no santuário de lutas purificadoras, porque Jesus abençoará as suas realizações de esforço sincero."
Devemos aprender a orar e a entender as respostas do Alto às nossas súplicas.
"Entre o pedido terrestre e o Suprimento Divino, é imperioso funcione a alavanca da vontade humana, com decisão e firmeza, para que se efetive o auxílio solicitado"
"Em verdade, todos nós podemos endereçar a Deus, em qualquer parte e em qualquer tempo, as mais variadas preces; no entanto, nós todos precisamos cultivar paciência e humildade, para esperar e compreender as respostas de Deus."
Características da Prece
É clara, simples, espontânea e breve.
Está acompanhada de sentimento de humildade e sinceridade.
Dispensa aparatos exteriores.
Independe do local, hora, atitude física e gestos.
Bibliografia
O Livro dos Espíritos - Allan Kardec
O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec
Entre a Terra e o Céu - André Luiz / Chico Xavier
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