Estudando o Espiritismo

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terça-feira, 22 de novembro de 2011

ESPIRITISMO E IDOLATRIA


ESPIRITISMO E IDOLATRIA

Doutrina de cunho progressista, o Espiritismo não tem em seu arcabouço nenhum princípio que possa levar ao Obscurantismo e aos preconceitos. Por isso, abomina qualquer modalidade de culto externo ou de adoração de imagens, de esculturas.

E oportuno lembrar que o primeiro mandamento do Decálogo é taxativo na condenação do uso de imagens, de esculturas, como forma de adoração: Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima no céu, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. (Êxodo, 20:3-4)

A idolatria sempre exerceu fascinação sobre os povos demasiadamente apegados aos formalismos e propensos às formas exteriores do culto. As raças mais primitivas adotavam-na, porque não concebiam a idéia de adorar algo que não fosse tangível.
Queriam coisas que impressionassem os sentidos: objetos palpáveis, concretos, terra-a-terra, que pudessem ser vistos e tocados. Muitos povos dos tempos modernos ainda pensam dessa maneira.

O apóstolo Paulo de Tarso, (Atos dos Apóstolos, 17:16) um homem de mente arejada, ao visitar Atenas, o seu Espírito ficou comovido em si mesmo, vendo a cidade tão entregue à idolatria.
Percorrendo os templos da cidade, ali constatou a existência de várias esculturas, homenageando os deuses do Paganismo. Entretanto, notou também que os atenienses, na suposição de que houvesse outros deuses por eles desconhecidos, erigiram um altar ao Deus Desconhecido.
Por isso, Paulo proclamou no meio do Areópago: Varões atenienses, em tudo vos vejo um tanto supersticiosos. Porque, passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Esse, Deus, que vós honrais, não o conhecendo é o que eu vos anuncio. O Deus que fez o mundo e tudo o que nele há, Senhor do Céu e da Terra, não habita em templos feitos por mãos de homens. Nem é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa, pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e as coisas. (Atos, 17:22-25)

A História afirma que, no ano 726 a.D. o imperador do oriente, Leão III Isaurico, no décimo ano do seu reinado, assinou um decreto, abolindo o culto das imagens, declarando-o inadmissível segundo as Sagradas Escrituras. Foram chamados Iconoclastas os que compartilhavam de suas idéias.
Não se sabe ao certo se ele foi induzido pelo exemplo dos muçulmanos, como consequência de abusos supersticiosos, ou por qualquer outra razão. Esse decreto encontrou feroz resistência de todos, e, após a morte de Leão III, tentaram restaurar as estátuas nos altares. Quando da sua decretação, essa lei encontrou bastante adeptos sendo aplaudida por vários bispos.
No ano 730, foi lavrado novo decreto contra o uso de imagens, não só proibindo a sua veneração como até mandando destruí-las. Esse gesto teve também a condescendência do Chefe da Igreja do Oriente e também foi aplaudido por muitos bispos, no tempo do Imperador Constantino V Coprônímo.

O Concílio de Constantinopla, realizado em 754 a.D., declarou a veneração das imagens como "obra do demônio" e grande idolatria, pelo que tratou de destruí-las com mais rigor que anteriormente. Em todos os lugares foram as esculturas retiradas das Igrejas, as pinturas substituídas por paisagens, e quase todos se curvaram à decisão do Concílio.
A Igreja do Ocidente ofereceu resistências porém não foi muito bem-sucedida. Leão, o Armênio, no ano 815, renovou aquele ato, ordenando a destruição das imagens, uma vez que os decretos anteriores haviam sido revogados por alguns dos seus antecessores.

O apóstolo Paulo também combateu a idolatria entre os chamados gentios. Para isso, ele se dirigiu à cidade de Éfeso, juntamente com outros companheiros tentando explicar ao povo que não são deuses os que se fazem com as mãos, que eles não deveriam continuar prestando culto diante dos nichos da deusa Diana.

Entretanto, levantaram-se contra Paulo os ourives da cidade, tendo à frente Demétrio. Formaram uma espécie de motim dentro da cidade; durante duas horas o povo enfurecido gritou: Grande é a Diana dos Efésios. É desnecessário dizer que prevaleceu o fanatismo, e Paulo e seus companheiros tiveram que deixar, apressadamente, a cidade, dada a fúria desenfreada da população, que ameaçava linchá-los.

No O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, encontramos a seguinte explanação sobre a adoração exterior:
"Ela é útil, se não consistir num vão simulacro. É sempre proveitoso dar um bom exemplo, mas os que somente por afetação e amor-próprio o fazem, desmentindo com o proceder a aparente piedade, mau exemplo dão e não imaginam o mal que causam." (Cap. II - Livro Terceiro, perg. 633-a)

Paulo A. Godoy

Um comentário:

  1. II – Adoração Exterior
    653. A adoração necessita de manifestações exteriores?

    — A verdadeira adoração é a do coração. Em todas as vossas ações, pensai sempre que um senhor vos observa.

    653 – a) A adoração exterior é útil?

    — Sim, se não for um vão simulacro. É sempre útil dar um bom exemplo: mas os que a fazem só por afetação e amor próprio e cuja conduta desmente a sua aparente piedade dão um exemplo antes mau do que bom e fazem mais mal do que supõem.

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