ARREPENDIMENTO | |
BIBLIOGRAFIA | |
01- A reencarnação na Bíblia - pág. 123 | 02 - Antologia do Espírito - ref. 1104a |
03 - Auto desobsessão- pág. 18 | 04 - Caminho Verdade e Vida - pág. 199 |
05 - Chão de flores- pág. 140 | 06 - Depoimentos vivos - pág. 71 |
07 - Do país da luz - vol. 3 pág. 53 | 08 - Falando à Terra - pág. 145, 157 |
09 - Fonte Viva - pág. 193 | 10 - Justiça Divina - pág. 149 |
11 - Luz da Esperança - pág. 90 | 12 - Manual e Dic. Básico do Esp. - pág. 21 |
13 - Memórias de um suicida - pág. 117, 165 | 14 - Nosso Lar - pág. 219 |
15 - O Batismo - intr. 8, 10 | 16 - O Céu e o Inferno - pág. 271, 357 |
17 - O Consolador - pág. 110 | 18 - O Exilado - pág. 88 |
19 - O Livro dos Espíritos - q 194, 216,etc | 20 - O Pensamento de Emmanuel - pág. 223 |
21 - Pão Nosso - pág. 37, 173 | 22 - Parnaso Além-Túmulo - pág. 67 |
23 - Pedaços do cotidiano - pág. 161 | 24 - Pérolas do Além - pág. 29 |
25 - Relicário de Luz - pág. 125 | 26 - Rumo Certo - pág. 125 |
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ARREPENDIMENTO – COMPILAÇÃO
09 - FONTE VIVA - EMMANUEL - ITEM 83 - PÁG. 193
"Pelo que, deixando os rudimentos da doutrina do Cristo, prossigamos até à perfeição, não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas" - Paulo,(Hebreus, 6:1)
Aceitar o poder de Jesus, guardar certeza da própria ressurreição além da morte, reconfortar-se ante os benefícios da crença, constituem fase rudimentar no aprendizado do Evangelho. Praticar as lições recebidas, afeiçoando a elas nossas experiências pessoais de cada dia, representa o curso vivo e santificante.
O aluno que não se retira dos exercícios no alfabeto nunca penetra o luminoso domínio mental dos grandes mestres. Não basta situar nossa alma no pórtico do templo e aí dobrar os joelhos reverentemente; é imprescindível regressar aos caminhos vulgares e concretizar, em nós mesmos, os princípios da fé redentora, sublimando a vida comum. Que dizer do operário que somente visitasse a porta de sua oficina, louvando-lhe a grandeza, sem, contudo, dedicar-se ao trabalho que ela reclama? Que dizer do navio admiravelmente equipado, que vivesse indefinidamente na praia sem navegar?
Existem milhares de crentes da Boa Nova nessa lastimável posição de estacionamento. São quase sempre pessoas corretas em todos os rudimentos da doutrina do Cristo. Crêem, adoram e consolam-se, irrepreensivelmente; todavia, não marcham para diante, no sentido de se tornarem mais sábias e mais nobres. Não sabem agir, nem lutar e nem sofrer, em se vendo sozinhas, sob o ponto de vista humano. Precavendo-se contra semelhantes males, afirmou Paulo, com profundo acerto: — "Deixando os rudimentos da doutrina de Jesus, prossigamos até à perfeição, abstendo-nos de repetir muitos arrependimentos, porque então não passaremos de autores de obras mortas."
Evitemos, assim, a posição do aluno que estuda ... e jamais se harmoniza com a lição, recordando também que se o arrependimento é útil, de quando, em quando, o arrepender-se a toda hora é sinal de teimosia e viciação.
Existem milhares de crentes da Boa Nova nessa lastimável posição de estacionamento. São quase sempre pessoas corretas em todos os rudimentos da doutrina do Cristo. Crêem, adoram e consolam-se, irrepreensivelmente; todavia, não marcham para diante, no sentido de se tornarem mais sábias e mais nobres. Não sabem agir, nem lutar e nem sofrer, em se vendo sozinhas, sob o ponto de vista humano. Precavendo-se contra semelhantes males, afirmou Paulo, com profundo acerto: — "Deixando os rudimentos da doutrina de Jesus, prossigamos até à perfeição, abstendo-nos de repetir muitos arrependimentos, porque então não passaremos de autores de obras mortas."
Evitemos, assim, a posição do aluno que estuda ... e jamais se harmoniza com a lição, recordando também que se o arrependimento é útil, de quando, em quando, o arrepender-se a toda hora é sinal de teimosia e viciação.
10 - JUSTIÇA DIVINA - EMMANUEL - FOGO MENTAL - PÁG. 149
Fogo íntimo!... As consciências insensibilizadas no crime só lhe sentem as chamas quando as entranhas do espírito se lhe contorcem ao peso; todavia, basta ligeira falta cometida para que as almas retas lhe sofram as labaredas... Figura-se látego mortífero, em agitação permanente, conquanto retido no coração, imobilizando o pensamento no desespero. Agrava-nos a inferioridade, devora-nos o tempo, dilapida-nos a esperança, consome-nos as forças.
É como se, depois de atacar alguém, viéssemos a tombar no recesso de nós mesmos, confundidos pelas pancadas que desferimos nos outros... O remorso é esse fogo mental, diluindo a existência em suplício invisível. Foge, assim, de ofender, pois, embora o perdão se erija qual remédio eficaz, na Misericórdia Divina, para as doenças que levianamente criamos, é da própria Lei que, aos ferirmos alguém, caiamos, por nossa vez, inevitavelmente entregues aos resultados de nossos golpes, a fim de que sejamos também feridos.
12 - MANUAL E DICIONÁRIO BÁSICO DE ESPIRITISMO - ARIOVALDO CAVERSAN - PÁG. 21
Arrependimento, expiação e reparação constituem fases pelas quais o espírito passa, para apagar faltas e suportar as consequências de atos menos felizes praticados. O arrependimento conduz à expiação. A esperança dá forças para a reabilitação, mas somente a reparação elimina a causa e pode anular o efeito de todo o mal.
14 - NOSSO LAR - ANDRÉ LUIZ - ÍTEM 34 - COM OS RÉCEM CHEGADOS DO UMBRAL
Estacaram as matilhas de cães ao nosso lado, conduzidas por trabalhadores de pulso firme. Daí a minutos, estávamos todos enfrentando os enormes corredores de ingresso às Câmaras de Retificação. Servidores movimentavam-se apressados. Alguns doentes eram levados ao interior, sob amparo forte. Não somente Narcisa, Salústio e outros companheiros se lançavam a lide, cheios de amor fraternal, mas também os Samaritanos mobilizavam todas as energias no afã de socorrer. Alguns enfermos portavam-se com humildade e resignação; outros, todavia, reclamavam em altas vozes. Atacando igualmente o serviço, notei que uma velhota procurava descer do último carro, com muita dificuldade. Observando-me perto, exclamou, espantada:
- Tenha piedade, meu filho! Ajude-me por amor de Deus!...
- Tenha piedade, meu filho! Ajude-me por amor de Deus!...
Aproximei-me com interesse.- Cruzes! Credo! - continuou benzendo-se graças à Providência Divina, afastei-me do purgatório... Ah! que malditos demônios lá me torturavam! Que inferno! Mas os Anjos do Senhor sempre chegaram. Ajudei-a a descer, tomado de extrema curiosidade. Pela primeira vez, ouvia referências ao inferno e ao purgatório, partidas de uma boca que me parecia calma e ajuizada. Talvez obedecendo mais à malícia que me era peculiar, interroguei: - Vem, assim, de tão longe? Falando desse modo, afetei ares de profundo interesse fraternal, como costumava fazer na Terra, olvidando por completo, naquele instante, as sábias recomendações da mãe de Lísias. A pobre criatura, percebendo o meu interesse, começou a explicar-se: - De grande distância. Fui, na Terra, meu filho, mulher de muito bons costumes; fiz muita caridade, rezei incessantemente como sincera devota. Mas, quem pode com as artes de Satanás? Ao sair do mundo, vi-me cercada de seres monstruosos, que me arrebataram em verdadeiro torvelinho. A princípio implorei a proteção dos Arcanjos Celestes. Os espíritos diabólicos, entretanto, conservaram-me enclausurada. Mas eu não perdia a esperança de ser libertada, de um momento para outro, porque deixei uns dinheiros para celebração de missas mensais por meu descanso.
Atendendo ao impulso vicioso de perseguir assuntos que nada tinham que ver comigo, insisti: - Como são interessantes as suas observações! Mas não procurou saber as razões de sua demora naquelas paragens? - Absolutamente não - respondeu, persignando-se. Como lhe disse, enquanto estive na Terra, fiz o possível por ser uma boa religiosa. Sabe o senhor que ninguém está livre de pecar. Meus escravos provocavam rixas e contendas, e embora a fortuna me proporcionasse vida calma, de quando em quando era necessário aplicar disciplinas. Os feitores eram excessivamente escrupulosos e eu não podia hesitar nas ordens de cada dia. Não raro algum negro morria no tronco para escarmento geral; outras vezes, era obrigada a vender as mães cativas, separando-as dos filhos, por questões de harmonia doméstica. Nessas ocasiões, sentia morder-me a consciência, mas confessava-me todos os meses, quando o padre Amâncio visitava a fazenda e, depois da comunhão, estava livre dessas faltas veniais, porque, recebendo a absolvição no confessionário e ingerindo a sagrada partícula, estava novamente em dia com todos os meus deveres para com o mundo e com Deus.
A essa altura, escandalizado com a exposição, comecei a doutrinar: - Minha irmã, essa razão de paz espiritual era falsa. Os escravos eram igualmente nossos irmãos. Perante o Pai Eterno, os filhinhos dos servos são iguais aos dos senhores. Ouvindo-me, ela bateu o pé autoritariamente e falou, irritada: - Isso é que não! Escravo é escravo. Se assim não fora, a religião nos ensinaria o contrário. Pois se havia cativos em casa de bispos, quanto mais em nossas fazendas? Quem haveria de plantar a terra, senão eles? E creia que sempre lhes concedi minhas senzalas como verdadeira honra!... Em minha fazenda nunca vieram ao terreiro das visitas, senão para cumprir minhas ordens. Padre Amâncio, nosso virtuoso sacerdote, disse-me na confissão que os africanos são os piores entes do mundo, nascidos exclusivamente para servirem a Deus no cativeiro. Pensa, então, que me poderia encher de escrúpulos no trato com essa espécie de criaturas? Não tenha dúvida; os escravos são seres perversos, filhos de Satã! Chego a admirar-me da paciência com que tolerei essa gente na Terra. E devo declarar que saí quase inesperadamente do corpo, por me haver chocado a determinação da Princesa, libertando esses bandidos.
Decorreram muitos anos, mas lembro-me perfeitamente. Achava-me adoentada, havia muitos dias, e quando padre Amâncio trouxe a nova da cidade, piorei de súbito. Como poderíamos ficar no mundo, vendo esses criminosos em liberdade? Certo, eles desejariam escravizar-nos por sua vez, e a servir a gente dessa laia, não seria melhor morrer? Recordo que me confessei com dificuldade, recebi as palavras de conforto do nosso sacerdote, mas parece que os demônios são também africanos e viviam à espreita, sendo eu obrigada a sofrer-lhes a presença até hoje...- E quando veio? - perguntei. - Em maio de 1888. Experimentei estranha sensação de espanto. A interlocutora fixou o olhar embaciado no horizonte e falou: - É possível que meus sobrinhos tenham esquecido de pagar as missas; entretanto, deixei a disposição em testamento. Ia responder, convocando-lhe os raciocínios à zona superior, fornecendo-lhe idéias novas de fraternidade e fé, mas Narcisa aproximou-se e disse-me, bondosa: - André, meu amigo, você esqueceu que estamos providenciando alívio a doentes e perturbados? Que proveito lhe advém de semelhantes informações? Os dementes falam de maneira incessante, e quem os ouve, gastando interesse espiritual, pode não estar menos louco.
Aquelas palavras foram ditas com tanta bondade que corei de vergonha, sem coragem de a elas responder.- Não se impressione - exclamou a enfermeira delicadamente -, atendamos aos irmãos perturbados.- Mas, a senhora é de opinião que estou nesse número? - perguntou a velhota, melindrada. Narcisa, porém, demonstrando suas excelentes qualidades de psicóloga, tomou expressão de fraternidade carinhosa e exclamou:- Não, minha amiga, não digo isso; creio, porém, que deve estar muito cansada; seu esforço purgatorial foi muito longo... - Justamente, justamente - esclareceu a recém-chegada do Umbral -, não imagina o que tenho sofrido, torturada pelos demônios...A pobre criatura ia continuar repetindo a mesma história, mas Narcisa, ensinando-me como proceder em tais circunstâncias, atalhou: - Não comente o mal. Já sei tudo que lhe ocorreu de amargo e doloroso. Descanse, pensando que vou atendê-la. E, no mesmo instante, dirigiu-se a um dos auxiliares, sem afetação: - Você, Zenóbio, vá ao departamento feminino e chame Nemésia, em meu nome, para que conduza mais uma irmã aos leitos de tratamento.
16 - O CÉU E O INFERNO - ALLAN KARDEC - 2ª. PARTE - CAP. IV
LISBETH (BORDÉUS, 13 DE FEVEREIRO DE 1862) - Um espírito sofredor inscreve-se com o nome de Lisbeth. 1 - Quereis dar-nos algumas informações a respeito da vossa posição, assim como da causa dos vossos sofrimentos? Resp. -Sede humilde coração, submisso à vontade de Deus, paciente na provação, caridoso para com o o pobre, consolador do fraco, sensível a todos os sofrimentos e não sofrereis as torturas que amargo.
2. — Pareceis sentir as falhas decorrentes de contrário procedimento... O arrependimento deverá dar-vos alívio? — R. Não: — O arrependimento é inútil quando apenas produzido pelo sofrimento. O arrependimento profícuo tem por base a mágoa de haver ofendido a Deus, e importa no desejo ardente de uma reparação. Ainda não posso tanto, infelizmente. Recomendai-me às preces de quantos se interessam pelos sofrimentos alheios, porque delas tenho necessidade. Este ensinamento é uma grande verdade; às vezes o sofrimento provoca um brado de arrependimento menos sincero, que não é a expressão de pesar pela prática do mal, visto como, se o Espírito deixasse de sofrer, não duvidaria reencetá-la. Eis por que o arrependimento nem sempre acarreta a imediata libertação do Espírito. Predispõe-no, porém, para ela — eis tudo.
É-lhe preciso, além disso, provar a sinceridade e firmeza da resolução, por meio de novas provações reparadoras do mal praticado.
Meditando-se cuidadosamente sobre todos os exemplos que citamos, encontrar-se-á nas palavras dos Espíritos — mesmo dos mais inferiores — profundos ensinamentos, pondo-nos a par dos mais íntimos pormenores da vida espiritual. O homem superficial pode não ver nesses exemplos mais que pitorescas narrativas; mas o homem sério e refletido encontrará neles abundante manancial de estudos.
3. — Farei o que desejais. Podereis dar-me alguns pormenores da vossa última existência corporal? Daí talvez nos advenha um ensinamento útil e assim tornareis proveitoso o arrependimento.(O Espírito vacila na resposta, não só desta pergunta, como de algumas das que se seguem.) — R. Tive um nascimento de elevada condição. Possuía tudo o que os homens julgam a fonte da felicidade. Rica, tornei-me egoísta; bela, fui vaidosa, insensível, hipócrita; nobre, era ambiciosa. Calquei ao meu poderio os que se me não rolavam aos pés e oprimia ainda mais os que sob eles se colocavam, esquecida de que também a cólera do Senhor esmaga, cedo ou tarde, as mais altivas frontes.
4. — Em que época vivestes? - R. Há cento e cinqüenta anos, na Prússia.
5. — Desde então não fizestes progresso algum como Espírito? — R. Não; a matéria revoltava-se sempre, e tu não podes avaliar a influência que ela ainda exerce sobre mim, a despeito da separação do corpo. O orgulho agrilhoa-nos a brônzeas cadeias, cujos anéis mais e mais comprimem o mísero que lhe hipoteca o coração. O orgulho, hidra de cem cabeças a renovarem-se incessantes, modulando silvos empeçonhados que chegam a parecer celeste harmonia! O orgulho — esse demônio multiforme que se amolda a todas as aberrações do Espírito, que se oculta em todos os refolhos do coração; que penetra as veias; que absorve e arrasta às trevas da eterna geena!... Oh! sim... eterna!
Provavelmente, o Espírito diz não ter feito progresso algum, por ser a sua situação sempre penosa; a maneira pela qual descreve o orgulho e lhe deplora as consequências é, incontestavelmente, um progresso. Certo, quando encarnado e mesmo logo após a morte, ele não poderia raciocinar assim. Compreende o mal, o que já é alguma coisa, e a coragem e o propósito de o evitar lhe advirão mais tarde.
6. — Deus é muito bom para não condenar seus filhos a penas eternas. Confiai na sua misericórdia. — R. Dizem que isto pode ter um termo, mas onde e quando? Há muito que o procuro e só vejo sofrimento, sempre, sempre, sempre!
7. — Como viestes hoje aqui? — R. Conduzida por um Espírito que me acompanha muitas vezes. — P. Desde quando o vedes, a esse Espírito? — R. Não há muito tempo. — P. E desde quando tendes consciência das faltas que cometestes? — R. (Depois de longa reflexão.) Sim, tendes razão: foi daí para cá que principiei a vê-lo.
8. — Compreendeis agora a relação existente entre o arrependimento e o auxílio prestado por vosso protetor? Tomai por origem desse apoio o amor de Deus, cujo fim será o seu perdão e misericórdia infinitos. — R. Oh! como desejaria que assim fosse. — Creio poder prometer no nome, aliás sacratíssimo, d'Aquele que jamais foi surdo à voz dos filhos aflitos.
9. — Pedi de coração e sereis ouvida. — R. Não posso; tenho medo. — Oremos juntos, Ele nos atenderá. (Depois da prece.) Ainda estais aí? — R. Sim. Obrigada! Não me esqueçais.
10. — Vinde inscrever-vos aqui todos os dias. — R. Sim, sim, virei sempre. O guia do médium. — Nunca esqueçais os ensinos que bebeis nos sofrimentos dos vossos protegidos e notadamente nas suas causas, visto serem lição que a todos aproveita no sentido de se preservarem dos mesmos perigos e de idênticos castigos. Purificai os corações, sede humildes, amai-vos e ajudai-vos sem esquecerdes jamais a fonte de todas as graças, fonte inesgotável na qual podem todos saciar-se à vontade, fonte de água viva que desaltera e alimenta igualmente, fonte de vida e ventura eterna. Ide a ela, meus amigos, e bebei com fé. Mergulhai nela as vossas vasilhas, que sairão de suas ondas pejadas de bênçãos. Adverti vossos irmãos dos perigos em que podem incorrer. Difundi as bênçãos do Senhor, que se reproduzem incessantes; e quanto mais as propagardes, tanto mais se multiplicarão. Está em vossas mãos a tarefa, porquanto, dizendo aos vossos irmãos — aí estão os perigos, lá os escolhos; vinde conosco a fim de os evitar; imitai-nos a nós que damos o exemplo — assim difundireis as bênçãos do Senhor sobre os que vos ouvirem. Abençoados sejam os vossos esforços. O Senhor ama os corações puros: fazei por merecer-lhe o amor. Saint Paulin.
2. — Pareceis sentir as falhas decorrentes de contrário procedimento... O arrependimento deverá dar-vos alívio? — R. Não: — O arrependimento é inútil quando apenas produzido pelo sofrimento. O arrependimento profícuo tem por base a mágoa de haver ofendido a Deus, e importa no desejo ardente de uma reparação. Ainda não posso tanto, infelizmente. Recomendai-me às preces de quantos se interessam pelos sofrimentos alheios, porque delas tenho necessidade. Este ensinamento é uma grande verdade; às vezes o sofrimento provoca um brado de arrependimento menos sincero, que não é a expressão de pesar pela prática do mal, visto como, se o Espírito deixasse de sofrer, não duvidaria reencetá-la. Eis por que o arrependimento nem sempre acarreta a imediata libertação do Espírito. Predispõe-no, porém, para ela — eis tudo.
É-lhe preciso, além disso, provar a sinceridade e firmeza da resolução, por meio de novas provações reparadoras do mal praticado.
Meditando-se cuidadosamente sobre todos os exemplos que citamos, encontrar-se-á nas palavras dos Espíritos — mesmo dos mais inferiores — profundos ensinamentos, pondo-nos a par dos mais íntimos pormenores da vida espiritual. O homem superficial pode não ver nesses exemplos mais que pitorescas narrativas; mas o homem sério e refletido encontrará neles abundante manancial de estudos.
3. — Farei o que desejais. Podereis dar-me alguns pormenores da vossa última existência corporal? Daí talvez nos advenha um ensinamento útil e assim tornareis proveitoso o arrependimento.(O Espírito vacila na resposta, não só desta pergunta, como de algumas das que se seguem.) — R. Tive um nascimento de elevada condição. Possuía tudo o que os homens julgam a fonte da felicidade. Rica, tornei-me egoísta; bela, fui vaidosa, insensível, hipócrita; nobre, era ambiciosa. Calquei ao meu poderio os que se me não rolavam aos pés e oprimia ainda mais os que sob eles se colocavam, esquecida de que também a cólera do Senhor esmaga, cedo ou tarde, as mais altivas frontes.
4. — Em que época vivestes? - R. Há cento e cinqüenta anos, na Prússia.
5. — Desde então não fizestes progresso algum como Espírito? — R. Não; a matéria revoltava-se sempre, e tu não podes avaliar a influência que ela ainda exerce sobre mim, a despeito da separação do corpo. O orgulho agrilhoa-nos a brônzeas cadeias, cujos anéis mais e mais comprimem o mísero que lhe hipoteca o coração. O orgulho, hidra de cem cabeças a renovarem-se incessantes, modulando silvos empeçonhados que chegam a parecer celeste harmonia! O orgulho — esse demônio multiforme que se amolda a todas as aberrações do Espírito, que se oculta em todos os refolhos do coração; que penetra as veias; que absorve e arrasta às trevas da eterna geena!... Oh! sim... eterna!
Provavelmente, o Espírito diz não ter feito progresso algum, por ser a sua situação sempre penosa; a maneira pela qual descreve o orgulho e lhe deplora as consequências é, incontestavelmente, um progresso. Certo, quando encarnado e mesmo logo após a morte, ele não poderia raciocinar assim. Compreende o mal, o que já é alguma coisa, e a coragem e o propósito de o evitar lhe advirão mais tarde.
6. — Deus é muito bom para não condenar seus filhos a penas eternas. Confiai na sua misericórdia. — R. Dizem que isto pode ter um termo, mas onde e quando? Há muito que o procuro e só vejo sofrimento, sempre, sempre, sempre!
7. — Como viestes hoje aqui? — R. Conduzida por um Espírito que me acompanha muitas vezes. — P. Desde quando o vedes, a esse Espírito? — R. Não há muito tempo. — P. E desde quando tendes consciência das faltas que cometestes? — R. (Depois de longa reflexão.) Sim, tendes razão: foi daí para cá que principiei a vê-lo.
8. — Compreendeis agora a relação existente entre o arrependimento e o auxílio prestado por vosso protetor? Tomai por origem desse apoio o amor de Deus, cujo fim será o seu perdão e misericórdia infinitos. — R. Oh! como desejaria que assim fosse. — Creio poder prometer no nome, aliás sacratíssimo, d'Aquele que jamais foi surdo à voz dos filhos aflitos.
9. — Pedi de coração e sereis ouvida. — R. Não posso; tenho medo. — Oremos juntos, Ele nos atenderá. (Depois da prece.) Ainda estais aí? — R. Sim. Obrigada! Não me esqueçais.
10. — Vinde inscrever-vos aqui todos os dias. — R. Sim, sim, virei sempre. O guia do médium. — Nunca esqueçais os ensinos que bebeis nos sofrimentos dos vossos protegidos e notadamente nas suas causas, visto serem lição que a todos aproveita no sentido de se preservarem dos mesmos perigos e de idênticos castigos. Purificai os corações, sede humildes, amai-vos e ajudai-vos sem esquecerdes jamais a fonte de todas as graças, fonte inesgotável na qual podem todos saciar-se à vontade, fonte de água viva que desaltera e alimenta igualmente, fonte de vida e ventura eterna. Ide a ela, meus amigos, e bebei com fé. Mergulhai nela as vossas vasilhas, que sairão de suas ondas pejadas de bênçãos. Adverti vossos irmãos dos perigos em que podem incorrer. Difundi as bênçãos do Senhor, que se reproduzem incessantes; e quanto mais as propagardes, tanto mais se multiplicarão. Está em vossas mãos a tarefa, porquanto, dizendo aos vossos irmãos — aí estão os perigos, lá os escolhos; vinde conosco a fim de os evitar; imitai-nos a nós que damos o exemplo — assim difundireis as bênçãos do Senhor sobre os que vos ouvirem. Abençoados sejam os vossos esforços. O Senhor ama os corações puros: fazei por merecer-lhe o amor. Saint Paulin.
17 - O CONSOLADOR - EMMANUEL - PÁG. 110
Perg. 182. O remorso é uma punição? - O remorso é a força que prepara o ARREPENDIMENTO, como este é a energia que precede o esforço regenerador. Choque espiritual nas suas características profundas, o remorso é o interstício para a luz, através do qual recebe o homem a cooperação indireta de seus amigos do Invisível, a fim de retificar seus desvios e renovar seus valores morais, na jornada para Deus.
19 - O Livro dos Espíritos - questões: 194, 216, 295, 350, 658, 664, 761, 949, 990, 1007
Perg. 194a. - A alma de um homem perverso pode transformar-se na de um homem de bem? - Sim; se ela se arrepender, e então será uma recompensa.
A marcha dos Espíritos é progressiva e jamais retrógrada. Eles se elevam gradualmente na hierarquia e não descem do plano atingido. Nas suas diferentes existências corporais podem descer como homens, mas não como Espíritos. Assim, a alma de um poderoso da Terra pode mais tarde animar um humilde artesão, e vice-versa. Porque as posições entre os homens são frequentemente determinadas pelo inverso da elevação dos sentimentos morais. Heródes era rei, e Jesus carpinteiro.
Perg. 216 - O homem conserva, em suas novas existências, os traços do caráter moral das existências anteriores? - Sim, isso pode acontecer. Mas ao melhorar-se, ele se modifica. Sua posição social também pode não ser a mesma. Se de senhor ele se torna escravo, suas inclinações serão muito diferentes e teríeis dificuldades em reconhecê-lo. O Espírito sendo o mesmo, nas diversas encarnações, suas manifestações podem ter, de uma para outra, certas semelhanças. Estas, entretando, serão modificadas pelos costumes da nova posição, até que um aperfeiçoamento notável venha a mudar completamente o seu caráter, pois de orgulhoso e mau pode tornar-se humilde e humano, desde que se haja arrependido.
Perg. 295 - Que sentimento experimentam, após a morte, aqueles a quem fizemos mal neste mundo? - Se são bons, perdoam, de acordo com o vosso arrependimento. Se são maus, podem conservar o ressentimento, e por vezes vos perseguir até numa outra existência. Deus pode permití-lo, como um castigo.
Perg. 350 - O Espírito, uma vez unido ao corpo da criança, e não podendo mais retroceder, lamenta algumas vezes a escolha feita? - Queres perguntar se, como homem, ele se queixa da vida que tem? Se desejaria outra? Sim. Se lamenta a escolha feita? Não, porque não sabe que a escolheu. O Espírito, uma vez encarnado, não podem lamentar uma escolha de que não tem consciência, mas pode achar muito pesada a carga. E, se a considera acima de suas forças, é então que recorre ao suicídio.
Perg. 658 - A prece é agradável a Deus? - A prece é sempre agradável a Deus, quando ditada pelo coração, porque a intenção é tudo para Ele. A prece do coração é preferível à que podes ler, por mais bela que seja, se a leres mais com os lábios do que com o pensamento. A prece é agradável a Deus quando é proferida com fé, com fervor e sinceridade. Não creias, pois, que Deus seja tocado pelo homem vão, orgulhoso e egoísta, a menos que a sua prece represente um ato de sincero arrependimento e de verdadeira humildade.
Perg. 664 - É útil orar pelos mortos e pelos Espíritos sofredores? E, nesse caso, como podem as nossas preces lhes proporcionar consolo e abreviar os sofrimentos? Têm elas o poder de fazer dobrar-se a justiça de Deus? - A prece não pode ter o efeito de mudar os desígnios de Deus, mas a alma pela qual se ora experimenta alívio, porque é um testemunho de interesse que se lhe dá e porque o infeliz é sempre consolado, quando encontra almas caridosas que compartilham as suas dores. De outro lado, pela prece provoca-se o arrependimento, desperta-se o desejo de fazer o necessário para se tornar feliz. É nesse sentido que se pode abreviar a sua pena, se do seu lado ele contribui com a sua boa vontade. Esse desejo de melhora, excitado pela prece, atrai o Espírito sofredor os Espíritos melhores que vêm esclarecê-lo, consolá-lo e dar-lhe esperanças. Jesus orava pelas ovelhas transviadas. Com isto vos mostrava que sereis culpados se nada fizerdes pelos que mais necessitam.
Perg. 761 - A lei de conservação dá ao homem o direito de preservar a sua própria vida; não aplica ele esse direito, quando elimina da sociedade um membro perigoso? - Há outros meios de se preservar do perigo, sem matar. É necessário, aliás, abrir e não fechar ao criminoso a porta do arrependimento.
ARREPENDIMENTO, desperta-se o desejo de fazer o necessário para se tornar feliz. É nesse sentido que se pode abreviar a sua pena, se do seu lado ele contribui com a sua boa vontade. Esse desejo de melhora, excitado pela prece, atrai para o Espírito sofredor os Espíritos melhores que vêm esclarecê-lo, consolá-lo e dar-lhe esperança. Jesus orava pelas ovelhas transviadas. Com isso vos mostrava que sereis culpados se nada fizerdes pelos que mais necessitaPerg. 999. Basta o arrependimento durante a vida para que as faltas do Espírito se apaguem e ele ache graça diante de Deus? - O arrependimento concorre para a melhoria do Espírito, mas ele tem que expiar o seu passado.
Perg. 999a. Se de acordo com isso um criminoso dissesse que, tendo de expiar o seu passado, não precisa se arrepender, quais seriam para ele as consequências? - Se teimar no pensamento do mal, sua expiação será mais longa e mais penosa.
Perg. 1000. Podemos nós, já nesta vida, resgatar as nossas faltas? - Sim, reparando-as. Mas não julgueis resgatá-las por algumas privações pueris ou por meio de doações de após morte, quando de nada mais necessitais. Deus não considera um arrependimento estéril, sempre fácil e que só custa o trabalho de bater no peito. A perda de um dedo, quando se presta um serviço, apaga maior número de faltas do que o cilício suportado durante anos, sem outro objetivo que o bem de si mesmo. O mal é reparado senão pelo bem, e a reparação não tem mérito algum, se não atingir o homem no seu orgulho ou nos seus interesses materiais. De que serve restituir após a morte, como justificação, os bens mal adquiridos, que foram desfrutados em vida e já não lhe servem para nada? De que lhe serve a privação de alguns gozos fúteis e de algumas superfluidades, se o mal que fez a outrem continua o mesmo? De que lhe serve, enfim, humilhar-se diante de Deus, se conserva o seu orgulho diante dos homens.
Perg. 999a. Se de acordo com isso um criminoso dissesse que, tendo de expiar o seu passado, não precisa se arrepender, quais seriam para ele as consequências? - Se teimar no pensamento do mal, sua expiação será mais longa e mais penosa.
Perg. 1000. Podemos nós, já nesta vida, resgatar as nossas faltas? - Sim, reparando-as. Mas não julgueis resgatá-las por algumas privações pueris ou por meio de doações de após morte, quando de nada mais necessitais. Deus não considera um arrependimento estéril, sempre fácil e que só custa o trabalho de bater no peito. A perda de um dedo, quando se presta um serviço, apaga maior número de faltas do que o cilício suportado durante anos, sem outro objetivo que o bem de si mesmo. O mal é reparado senão pelo bem, e a reparação não tem mérito algum, se não atingir o homem no seu orgulho ou nos seus interesses materiais. De que serve restituir após a morte, como justificação, os bens mal adquiridos, que foram desfrutados em vida e já não lhe servem para nada? De que lhe serve a privação de alguns gozos fúteis e de algumas superfluidades, se o mal que fez a outrem continua o mesmo? De que lhe serve, enfim, humilhar-se diante de Deus, se conserva o seu orgulho diante dos homens.
20 - O PENSAMENTO DE EMMANUEL - MARTINS PERALVA - ÍTEM 37 - REMORSOS
"A cada momento, o Criador concede a todas as criaturas a bênção do trabalho, como serviço edificante, para que aprendam a criar o bem que lhes cria luminoso caminho para a glória na Criação". Emmanuel
Quem expõe, oralmente ou por escrito, sobre Espiritismo, deve argumentar sempre, com lógica e clareza, que nele não encontrará o homem prerrogativas pessoais, no capítulo da realização em si mesmo. Este aspecto da Doutrina dos Espíritos, que impõe responsabilidade individual e intransferível, em quaisquer circunstâncias da vida, no âmbito da Lei de Causa e Efeito - este aspecto do Espiritismo inegavelmente abrevia o processo da redenção e aperfeiçoamento do homem, uma vez que, excluindo-se a idéia de privilégios e favores, diretos ou indiretos, da Providência Divina, leva-nos a concentrar o máximo de esforço no sentido de enquadrarmos nossa vida, tanto quanto possível, nos padrões do Cristianismo.
Quem expõe, oralmente ou por escrito, sobre Espiritismo, deve argumentar sempre, com lógica e clareza, que nele não encontrará o homem prerrogativas pessoais, no capítulo da realização em si mesmo. Este aspecto da Doutrina dos Espíritos, que impõe responsabilidade individual e intransferível, em quaisquer circunstâncias da vida, no âmbito da Lei de Causa e Efeito - este aspecto do Espiritismo inegavelmente abrevia o processo da redenção e aperfeiçoamento do homem, uma vez que, excluindo-se a idéia de privilégios e favores, diretos ou indiretos, da Providência Divina, leva-nos a concentrar o máximo de esforço no sentido de enquadrarmos nossa vida, tanto quanto possível, nos padrões do Cristianismo.
Em sã consciência, nenhum espírita esclarecido julgar-se-á isento de experiências reabilitadoras, sob a alegação, doutrinariamente inconsistente, de que "se arrependeu do mal praticado" e, por tal motivo, justificado está perante as leis divinas. As leis da vida são, efetivamente, magnânimas, misericordiosas, compassivas. Entretanto, exatamente por serem justas e harmoniosas, por representarem o Pensamento Divino, atuam retificadoramente sobre quantos as infrinjam, destruindo, desta maneira, a errônea tese de que bastará ao homem arrepender-se para que se redima dos males cometidos. Esclarece a Doutrina Espirita que não basta o arrependimento, se ele não se faz acompanhar, nesta ou noutra existência, da correspondente e inevitável reparação. A bondade do Pai está em toda a parte; contudo, por mais estranho pareça, colhe sempre o homem aquilo que semeia.
Com o entendimento aclarado pelo Espiritismo, ninguém poderá, quando assediado pelo remorso, a fustigar-lhe o mundo consciencial, confiar-se ao desânimo, à lamentação ou à revolta, como se revolta, lamentação e desânimo solvessem dívidas, equacionassem problemas, isentassem-nos de responsabilidade. Se é verdade que o mal praticado "vem a cavalo e o remorso na garupa", o que vale dizer que este acompanha sempre aquele, como a sombra é inseparável do corpo, verdade é, também, que à luz do Espiritismo deve o remorso ter função restauradora do equilíbrio, sob pena de atirar-nos aos abismos da alucinação. Todo remorso, ao invés de anular-nos o espírito de reação, transformando-nos em seres apáticos, incapazes, vencidos, deve converter-se, com vistas ao reerguimento, em deliberado propósito de regeneração, guardando todos nós a certeza de que, na expressão de André Luiz, nosso erro de hoje não foi o primeiro, nem será o último.
Evidentemente, ninguém deverá interpretar o pensamento do elevado e querido Instrutor por incentivo à repetição, indefinida, das mesmas faltas, mas como reconhecimento caridoso e real às fraquezas humanas, as quais nos levam sempre a fazer o mal que não queremos e a não fazer o bem que desejamos, segundo o conceito de Paulo de Tarso. O Amor de Deus funciona sempre para construir e salvar. Nunca para destruir e perder. Aquele que persistir no propósito de renovação espiritual jamais será dominado pelo sofrimento, pelo remorso: empregará sempre suas melhores energias no sentido de, reabilitando-se pela reparação da falta cometida, soerguer-se para a Luz Imortal. A calma e a coragem no sofrimento, aliadas à fé e à oração, ao amor e ao trabalho, são elementos de reerguimento e progresso. As melhores e mais proveitosas lições da vida não se encontram, como parece, nos livros, mas nas experiências sentidas pela própria criatura.
Um apólogo, uma história, podem, de fato, significar um sinal de alerta em nosso caminho. A experiência vivida funciona por cadinho purificador da alma, concitando-nos, vigorosamente, à tomada de melhores rumos. O livro é sempre o grande e maravilhoso amigo da humanidade. Convenha-se, no entanto, que ele apenas informa. A leitura, por conseguinte, é simples notícia. A experiência pessoal corrige, educando. Sendo uma vivência e não simples informação, prepara-nos para comentimentos maiores no sentido da obtenção de valores definitivos para o Espírito eterno. O obstetra, o ginecologista podem dar deslumbrante aula ante um grupo de estudantes de Medicina, pondo-os extasiados, em torno do delicado e sublime tema "maternidade", aos quais transmitirão, com proficiência, o resultado de seus estudos e observações. Contudo, somente a sensibilidade feminina, que sofreu o transe da maternidade dolorosa e sacrificial, pode sentir e viver o divino mistério de sua alegria. O remorso aflitivo, que resulta do arrependimento sincero, deve ser substituído pela reflexão e pela coragem moral da expiação de nossos erros.
O enunciado é essencialmente doutrinário e corresponde, em gênero, número e grau, aos mais elevados conceitos de amor e justiça que a Doutrina Espírita atribui a Deus — Nosso Criador e Pai. A advertência de Emmanuel, de que "a cada momento, o Criador concede a todas as criaturas a bênção do trabalho", constitui valiosa orientação para que, ao invés de permitirmos a invasão, nos domínios da alma, do remorso improdutivo, por lamuriento, reunamos todas as nossas possibilidades, desenvolvidas ou latentes, no sentido de reparar o mal cometido. Reabilitando-nos, corajosamente, das faltas praticadas, no ontem da vida, edificaremos, com todas as forças do nosso coração, as definitivas construções do amor e do perdão, restaurando, assim, nossa consciência para o Grande Porvir.
No exame dos enganos que nos são peculiares, como criaturas imperfeitas, devemos levar em conta quatro pontos essenciais, a saber:
a) — Reconhecer, com humildade, o erro cometido.
b) — Não reproduzi-lo ou, pelo menos, tudo fazer no sentido de evitar sua repetição.
c) — Ajudar aqueles a quem ferimos.
d) — Sustentar-nos na fé e no trabalho, a fim de que a reabilitação se dê, gloriosa e sublime, uma vez que, indubitavelmente, o trabalho e a fé são alavancas de sustentação das almas enfraquecidas. O remorso é, em si mesmo, inevitável. Convertamo-lo, pois, em oportunidade de progresso e felicidade.
Com o entendimento aclarado pelo Espiritismo, ninguém poderá, quando assediado pelo remorso, a fustigar-lhe o mundo consciencial, confiar-se ao desânimo, à lamentação ou à revolta, como se revolta, lamentação e desânimo solvessem dívidas, equacionassem problemas, isentassem-nos de responsabilidade. Se é verdade que o mal praticado "vem a cavalo e o remorso na garupa", o que vale dizer que este acompanha sempre aquele, como a sombra é inseparável do corpo, verdade é, também, que à luz do Espiritismo deve o remorso ter função restauradora do equilíbrio, sob pena de atirar-nos aos abismos da alucinação. Todo remorso, ao invés de anular-nos o espírito de reação, transformando-nos em seres apáticos, incapazes, vencidos, deve converter-se, com vistas ao reerguimento, em deliberado propósito de regeneração, guardando todos nós a certeza de que, na expressão de André Luiz, nosso erro de hoje não foi o primeiro, nem será o último.
Evidentemente, ninguém deverá interpretar o pensamento do elevado e querido Instrutor por incentivo à repetição, indefinida, das mesmas faltas, mas como reconhecimento caridoso e real às fraquezas humanas, as quais nos levam sempre a fazer o mal que não queremos e a não fazer o bem que desejamos, segundo o conceito de Paulo de Tarso. O Amor de Deus funciona sempre para construir e salvar. Nunca para destruir e perder. Aquele que persistir no propósito de renovação espiritual jamais será dominado pelo sofrimento, pelo remorso: empregará sempre suas melhores energias no sentido de, reabilitando-se pela reparação da falta cometida, soerguer-se para a Luz Imortal. A calma e a coragem no sofrimento, aliadas à fé e à oração, ao amor e ao trabalho, são elementos de reerguimento e progresso. As melhores e mais proveitosas lições da vida não se encontram, como parece, nos livros, mas nas experiências sentidas pela própria criatura.
Um apólogo, uma história, podem, de fato, significar um sinal de alerta em nosso caminho. A experiência vivida funciona por cadinho purificador da alma, concitando-nos, vigorosamente, à tomada de melhores rumos. O livro é sempre o grande e maravilhoso amigo da humanidade. Convenha-se, no entanto, que ele apenas informa. A leitura, por conseguinte, é simples notícia. A experiência pessoal corrige, educando. Sendo uma vivência e não simples informação, prepara-nos para comentimentos maiores no sentido da obtenção de valores definitivos para o Espírito eterno. O obstetra, o ginecologista podem dar deslumbrante aula ante um grupo de estudantes de Medicina, pondo-os extasiados, em torno do delicado e sublime tema "maternidade", aos quais transmitirão, com proficiência, o resultado de seus estudos e observações. Contudo, somente a sensibilidade feminina, que sofreu o transe da maternidade dolorosa e sacrificial, pode sentir e viver o divino mistério de sua alegria. O remorso aflitivo, que resulta do arrependimento sincero, deve ser substituído pela reflexão e pela coragem moral da expiação de nossos erros.
O enunciado é essencialmente doutrinário e corresponde, em gênero, número e grau, aos mais elevados conceitos de amor e justiça que a Doutrina Espírita atribui a Deus — Nosso Criador e Pai. A advertência de Emmanuel, de que "a cada momento, o Criador concede a todas as criaturas a bênção do trabalho", constitui valiosa orientação para que, ao invés de permitirmos a invasão, nos domínios da alma, do remorso improdutivo, por lamuriento, reunamos todas as nossas possibilidades, desenvolvidas ou latentes, no sentido de reparar o mal cometido. Reabilitando-nos, corajosamente, das faltas praticadas, no ontem da vida, edificaremos, com todas as forças do nosso coração, as definitivas construções do amor e do perdão, restaurando, assim, nossa consciência para o Grande Porvir.
No exame dos enganos que nos são peculiares, como criaturas imperfeitas, devemos levar em conta quatro pontos essenciais, a saber:
a) — Reconhecer, com humildade, o erro cometido.
b) — Não reproduzi-lo ou, pelo menos, tudo fazer no sentido de evitar sua repetição.
c) — Ajudar aqueles a quem ferimos.
d) — Sustentar-nos na fé e no trabalho, a fim de que a reabilitação se dê, gloriosa e sublime, uma vez que, indubitavelmente, o trabalho e a fé são alavancas de sustentação das almas enfraquecidas. O remorso é, em si mesmo, inevitável. Convertamo-lo, pois, em oportunidade de progresso e felicidade.
LEMBRETE:
1° - No arrependimento verdadeiro é preciso saber calar, para construir de novo. André Luiz
2° - O arrependimento é caminho para regeneração e nunca passaporte direto para o céu. André Luiz
3° - O arrependimento, conquanto seja o primeiro passo para a regeneração, não basta por si só; são precisas a expiação e a reparação. Arrependimento, expiação e reparação constituem, portanto, as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas consequências. O arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa. Do contrário, o perdão seria uma graça, não uma anulação.
4º. - O arrependimento pode dar-se por toda a parte e em qualquer tempo; se for tarde, porém, o culpado sofre por mais tempo. Até que os últimos vestígios da falta desapareçam, a expiação consiste nos sofrimentos físicos e morais que lhe são consequentes, seja na vida atual, seja na vida espiritual após a morte, ou ainda em nova existência corporal. A reparação consiste em fazer o bem àqueles a quem se havia feito o mal. Quem não repara os seus erros numa existência, por fraqueza ou má-vontade, achar-se-á numa existência ulterior em contacto com as mesmas pessoas que de si tiverem queixas, e em condições voluntariamente escolhidas, de modo a demonstrar-lhes reconhecimento e fazer-lhes tanto bem quanto mal lhes tenha feito. Nem todas as faltas acarretam prejuízo direto e efetivo; em tais casos a reparação se opera, fazendo-se o que se deveria fazer e foi descurado; cumprindo os deveres desprezados, as missões não preenchidas; praticando o bem em compensação ao mal praticado, isto é, tornando-se humilde se se tem sido orgulhoso, amável se se foi austero, caridoso se se tem sido egoísta, benigno se se tem sido perverso, laborioso se se tem sido ocioso, útil se se tem sido inútil, frugal se se tem sido intemperante, trocando em suma por bons os maus exemplos perpetrados. E desse modo progride o Espírito, aproveitando-se do próprio passado.
5° - (...) é apenas a preliminar indispensáveis a reabilitação, mas não é o bastante para libertar o culpado de todas as penas. (..) Allan Kardec
6° - O arrependimento não é a remissão total da dívida, é a faculdade, o caminho para redimí-la. E é nisso que consiste, segundo o código de Kardec, o perdão do Senhor. Carlos Imbassahy
7° - O arrependimento é, com efeito, um meio de chegar ao fim, de chegar à expiação produtiva, à atividade nas provações, à perseverença no objetivo. É uma venda que que se rasga e que, permitindo ao cego ver a luz brilhante que tem diante de si, o enche do desejo de possuí-la. Mas, isso não o exime de perlustrar o seu caminho. Ele passa a ver melhor os obstáculos, consegue transpô-lo mais rapidamente e com maior destreza e atinge mais prontamente o fim colimado. Nunca, porém, vos esqueçais desta sentença. A cada um de acordo com as suas obras. As boas apagam as más. Todavia, o Espírito culpado não pode avançar, senão mediante a reparação. Roustaing
Edivaldo
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