04/04/2006
Francisco Aranda Gabilan“Não vos façais, pois, idólatras”
Paulo, I Coríntios, 10:7
No sentido mais geral, idolatria significa o ato de prestar culto divino a criaturas, mas se vulgarizou como a adoração aos ídolos. Ídolo, no sentido que aqui será abordado, é a estátua, a figura, a imagem que representa uma divindade e que é objeto de adoração.
No passado remoto, especialmente antes e ao tempo de Jesus, os povos, com exceção dos hebreus, eram politeístas e, em conseqüência, idólatras, pois que adoravam toda a sorte de divindades, elegendo um deus para cada circunstância, necessidade, ou desejo da vida: por exemplo, chuva, vento, fogo, riqueza, beleza, colheita, amor, sexo e dezenas ou centenas de outros.
Parece incrível que passados milênios - e mais especialmente depois da mensagem clara e precisa do Cristo da existência de um Criador, em tudo e por tudo conceituado como causa fundamental de todas as coisas, ou, como quer a ciência moderna, o princípio fundamental do Universo, o “agente estruturador” ou “agente atuante” inicial - ainda as criaturas precisam de símbolos e imagens materiais para expressar a “sua fé”. Colocamos entre aspas, porquanto fé não é crença mística em qualquer objeto, mas a confiança que se tem na realização de uma coisa, a certeza de atingir determinado fim, movimentada pela vontade de atingi-lo; e ainda: ter apoio na inteligência (alijando o misticismo) e ter apoio na compreensão das coisas e das causas (apoiada nos fatos e na lógica).
Ensina-nos a espiritualidade que a adoração de imagens e objetos, os cultos exteriores constituem-se em “venenoso processo de paralisia da alma” pois que, representa um perigo sutil através do qual “inúmeros trabalhadores têm resvalado para o despenhadeiro da inutilidade.”
Não se pense que os Espíritos comprometidos com a evolução e moralização dos seres estão apenas criticando as seitas e religiões que usam da idolatria com a intenção de manter viva a chama da fé ou a manutenção dos seus cultos. Não, os Espíritos chamam a atenção para o fato de que no próprio meio espírita cristão, apesar de erguida a bandeira da fé raciocinada, ainda são encontradas criaturas “tentando a substituição dos ídolos inertes pelos companheiros de carne e osso da experiência comum, quando chamados ao desempenho da responsabilidade mediúnica”. Vale dizer que, muitas vezes, “as homenagens inoportunas costumam perverter os médiuns dedicados e inexperientes, além de criarem certa atmosfera de incompreensão que impede a exteriorização espontânea dos verdadeiros amigos do bem, no plano espiritual.” “Criar ídolos humanos é pior que levantar estátuas destinadas à adoração. O mármore é impassível, mas o companheiro é nosso próximo de cuja condição ninguém deveria abusar.”
A Espiritualidade adiciona ainda que o culto das imagens nos altares de pedra é a face mais singela do problema. Existem ídolos mais perigosos e traiçoeiros que os homens necessitam exterminar e que lhes perturba a visão e o sentimento: o culto do imediatismo terrestre com o propósito de atingir vantagens transitórias no campo material, a inquietação constante e descabida, a excessiva preocupação com os insucessos e desgostos, que levam a criatura humana a buscar na Doutrina ou na mediunidade soluções mágicas. Isso é também uma forma corrosiva de idolatria.
A recomendação é que alijemos de nós a idolatria de qualquer natureza (sem converter essa luta em iconoclastia e violência, ou seja, ataques físicos a imagens e assaques a outras crenças e religiões), mas com respeito às convicções alheias, trabalhando na libertação da mente das pessoas pelo nosso exemplo de edificações.
Conservemos, pois, a luz da consolação, a bênção do concurso fraterno, a confiança em nossos Maiores e a certeza na proteção deles; contudo, não olvidemos o dever natural de seguir para o Alto, utilizando os próprios pés. Devemos, sim, combater os ídolos falsos que ameaçam às vezes o Espiritismo, mas lembre-se cada discípulo de Jesus dos amplos recursos da lei de cooperação, atirando-se ao esforço próprio com sincero devotamento à tarefa, lembrando-se todos de que “no apostolado do Mestre Divino, o amor e a fidelidade a Deus constituíram o tema central”.
Francisco Aranda Gabilan
F. A. Gabilan, Entre o Pecado e a Evolução, pg. 53,
Emmanuel, Pão Nosso, cap. 52
Emmanuel, O Espírito da Verdade, cap. 72
Idem, 2
Idem 2, cap. 150
Emmanuel, Caminho, Verdade e Vida, cap. 126
Idem
Idem, 2
Paulo, I Coríntios, 10:7
No sentido mais geral, idolatria significa o ato de prestar culto divino a criaturas, mas se vulgarizou como a adoração aos ídolos. Ídolo, no sentido que aqui será abordado, é a estátua, a figura, a imagem que representa uma divindade e que é objeto de adoração.
No passado remoto, especialmente antes e ao tempo de Jesus, os povos, com exceção dos hebreus, eram politeístas e, em conseqüência, idólatras, pois que adoravam toda a sorte de divindades, elegendo um deus para cada circunstância, necessidade, ou desejo da vida: por exemplo, chuva, vento, fogo, riqueza, beleza, colheita, amor, sexo e dezenas ou centenas de outros.
Parece incrível que passados milênios - e mais especialmente depois da mensagem clara e precisa do Cristo da existência de um Criador, em tudo e por tudo conceituado como causa fundamental de todas as coisas, ou, como quer a ciência moderna, o princípio fundamental do Universo, o “agente estruturador” ou “agente atuante” inicial - ainda as criaturas precisam de símbolos e imagens materiais para expressar a “sua fé”. Colocamos entre aspas, porquanto fé não é crença mística em qualquer objeto, mas a confiança que se tem na realização de uma coisa, a certeza de atingir determinado fim, movimentada pela vontade de atingi-lo; e ainda: ter apoio na inteligência (alijando o misticismo) e ter apoio na compreensão das coisas e das causas (apoiada nos fatos e na lógica).
Ensina-nos a espiritualidade que a adoração de imagens e objetos, os cultos exteriores constituem-se em “venenoso processo de paralisia da alma” pois que, representa um perigo sutil através do qual “inúmeros trabalhadores têm resvalado para o despenhadeiro da inutilidade.”
Não se pense que os Espíritos comprometidos com a evolução e moralização dos seres estão apenas criticando as seitas e religiões que usam da idolatria com a intenção de manter viva a chama da fé ou a manutenção dos seus cultos. Não, os Espíritos chamam a atenção para o fato de que no próprio meio espírita cristão, apesar de erguida a bandeira da fé raciocinada, ainda são encontradas criaturas “tentando a substituição dos ídolos inertes pelos companheiros de carne e osso da experiência comum, quando chamados ao desempenho da responsabilidade mediúnica”. Vale dizer que, muitas vezes, “as homenagens inoportunas costumam perverter os médiuns dedicados e inexperientes, além de criarem certa atmosfera de incompreensão que impede a exteriorização espontânea dos verdadeiros amigos do bem, no plano espiritual.” “Criar ídolos humanos é pior que levantar estátuas destinadas à adoração. O mármore é impassível, mas o companheiro é nosso próximo de cuja condição ninguém deveria abusar.”
A Espiritualidade adiciona ainda que o culto das imagens nos altares de pedra é a face mais singela do problema. Existem ídolos mais perigosos e traiçoeiros que os homens necessitam exterminar e que lhes perturba a visão e o sentimento: o culto do imediatismo terrestre com o propósito de atingir vantagens transitórias no campo material, a inquietação constante e descabida, a excessiva preocupação com os insucessos e desgostos, que levam a criatura humana a buscar na Doutrina ou na mediunidade soluções mágicas. Isso é também uma forma corrosiva de idolatria.
A recomendação é que alijemos de nós a idolatria de qualquer natureza (sem converter essa luta em iconoclastia e violência, ou seja, ataques físicos a imagens e assaques a outras crenças e religiões), mas com respeito às convicções alheias, trabalhando na libertação da mente das pessoas pelo nosso exemplo de edificações.
Conservemos, pois, a luz da consolação, a bênção do concurso fraterno, a confiança em nossos Maiores e a certeza na proteção deles; contudo, não olvidemos o dever natural de seguir para o Alto, utilizando os próprios pés. Devemos, sim, combater os ídolos falsos que ameaçam às vezes o Espiritismo, mas lembre-se cada discípulo de Jesus dos amplos recursos da lei de cooperação, atirando-se ao esforço próprio com sincero devotamento à tarefa, lembrando-se todos de que “no apostolado do Mestre Divino, o amor e a fidelidade a Deus constituíram o tema central”.
Francisco Aranda Gabilan
F. A. Gabilan, Entre o Pecado e a Evolução, pg. 53,
Emmanuel, Pão Nosso, cap. 52
Emmanuel, O Espírito da Verdade, cap. 72
Idem, 2
Idem 2, cap. 150
Emmanuel, Caminho, Verdade e Vida, cap. 126
Idem
Idem, 2
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