Depois que cometas um erro e tenhas consciência dele, começa a reabilitação. Nada de entregar-te ao desalento ou ao remorso. Da mesma forma como não deves insistir no propósito inferior, não te podes deixar consumir pelo arrependimento. Este tem somente a função de conscientizar-te do mal feito. Perdoa-te, encoraja-te e dá início à tarefa de reequilíbrio pessoal, diminuindo e reparando os prejuízos causados. Joanna de Ângelis A conseqüência do arrependimento no estado corporal é fazer que, já na vida atual, o Espírito progrida, se tiver tempo de reparar suas faltas. Quando a consciência o exprobra e lhe mostra uma imperfeição, o homem pode sempre melhorar-se. Não há homens que só têm o instinto do mal e são inacessíveis ao arrependimento. Já te disse que todo Espírito tem que progredir_incessantemente. Aquele que, nesta vida, só tem o instinto do mal, terá noutra o do bem e é para isso que renasce_muitas_vezes, pois preciso é que todos progridam e atinjam a meta. A diferença está somente em que uns gastam mais tempo do que outros, porque assim o querem. Aquele, que só tem o instinto do bem, já se purificou, visto que talvez tenha tido o do mal em anterior existência. O homem perverso, que não reconheceu suas faltas durante a vida, sempre as reconhece depois da morte e, então, mais sofre, porque sente em si todo o mal que praticou, ou de que foi voluntariamente causa. Contudo, o arrependimento nem sempre é imediato. Há Espíritos que se obstinam em permanecer no mau caminho, não obstante os sofrimentos por que passam. Porém, cedo ou tarde, reconhecerão errada a senda que tomaram e o arrependimento virá. Para esclarecê-los trabalham os bons Espíritos e também vós podeis trabalhar. O arrependimento durante a vida concorre para a melhoria do Espírito, mas ele tem que expiar o seu passado. Se, diante disto, um criminoso dissesse que, cumprindo-lhe, em todo caso, expiar o seu passado, nenhuma necessidade tem de se arrepender, tornar-se mais longa e mais penosa a sua expiação, desde que ele se torne obstinado no mal. Já desde esta vida poderemos ir resgatando as nossas faltas, reparando-as. Mas, não creiais que as resgateis mediante algumas privações pueris, ou distribuindo_em_esmolas o que possuirdes, depois que morrerdes, quando de nada mais precisais. Deus não dá valor a um arrependimento estéril, sempre fácil e que apenas custa o esforço de bater no peito. A perda de um dedo mínimo, quando se esteja prestando um serviço, apaga mais faltas do que o suplício da carne suportado durante anos, com objetivo exclusivamente pessoal.
O arrependimento para aquele que, em artigo de morte, reconhece suas faltas, quando já não tem tempo de as reparar lhe apressa a reabilitação, mas não o absolve. Diante dele não se desdobra o futuro, que jamais se lhe tranca? É indispensável ajuizar quanto à direção dos próprios passos, de modo a evitarmos o nevoeiro da perturbação e a dor do arrependimento. Paz aos irmãos! Mazelas cercam o homem do mundo. Caminhando entre erros e desacertos involuntários, o espírito ainda carece de renovação constante, a título de se aprimorar no esmeril cálido das sucessivas existências. Mister é conhecer as razões de algumas falhas sucessivas, levando-o a uma marca no seu perispírito, que oscila entre...
Talvez a explicação mais convincente para a reincidência do erro seja a baixa auto-estima, a equivocada sensação da falta de capacidade em superar os próprios dilemas. Abrindo um parêntese na dinâmica do erro-reparação, encontramos o arrependimento. Podemos definir o arrependimento como instrumento valioso, único e necessário à rearquitetura do ser. Sim, pois só através do arrependimento é que podemos dar ciência da dimensão negativa dos nossos atos. E é também por meio dele que nos voltamos à Deus, reconhecendo a sua magnitude no que tange ao respeito às leis da vida. Mecânica maravilhosa que nos leva ao amadurecimento necessário para o soerguimento moral. Meio de preparo a saudável reparação de nossos atos menos felizes, ou das nossas omissões. O arrependimento é o primeiro passo na dinâmica da reparação de um erro. Mas ele não é tudo neste intrincado processo. Do arrependimento bem sentido e constatado, cabe ao ser se disponibilizar a Deus, movido de humildade, pronto a se dedicar ao preparo necessário à reparação do erro.
E quando todas as oportunidades foram dadas e o indivíduo permanece no erro, deverá expiar seu passado nas mais tórridas condições, inclusive com consciência parcial ou totalmente obnubilada, para que o sofrimento lhe seja eficaz e preparatório para as fases posteriores. Para aqueles que não se arrependem, muito há que se lamentar. São irmãos que cultivam o ranço, a galhardia, que se iludem com o vão poder obtido nos baixos campos vibratórios, cuja fraqueza espiritual é tão grande que a mudança de postura lhes parece algo fora da conquista individual. São seres que inconscientemente se creem fatalmente fracassados. Na intenção de olvidar este estado de angústia e inferioridade que se encontram, deixam que o lado negativo assumam a tutoria de suas mentes, apegando-se a este inútil poder que se comprazem. Infelizes irmãos que são condenados por si próprios a permanecer no ostracismo de suas parcas e penosas idéias. Reitero mais uma vez a grande importância do arrependimento, passo necessário a reparação de nossos erros. E com o passar do tempo, verificaremos o abreviamento do intervalo do tempo entre ele e a reparação, o que representará avanço espiritual. Toda a dinâmica da lei de ação e reação ou plantai e colhereis é esplendorosa. Não iremos nos delongar mais sobre isso. Encerro aqui os meus comentários. Grato pela oportunidade. Que Deus abençõe a todos. Irmão Paulo (Espírito) 25/09/2008 Colaboração de Leonardo Machado Carreiro leonardo.mcarreiro@gmail.com |
É sempre boa a influência que os Espíritos bons exercem uns sobre os outros. Os Espíritos perversos, esses procuram desviar da senda do bem e do arrependimento os que lhes parecem suscetíveis de se deixarem levar e que são, muitas vezes, os que eles mesmos arrastaram ao mal durante a vida terrena. O arrependimento se dá, principalmente, no estado espiritual. Mas, também pode ocorrer no estado corporal, quando bem compreendeis a diferença entre o bem e o mal. A conseqüência do arrependimento no estado espiritual é desejar o arrependido uma nova encarnação para se purificar. O Espírito compreende as imperfeições que o privam de ser feliz e por isso aspira a uma nova existência em que possa expiar suas faltas. Pode também acontecer que, depois de se haver arrependido, o Espírito se deixe arrastar de novo para o caminho do mal, por outros Espíritos ainda mais atrasados.
A prece só tem efeito sobre o Espírito que se arrepende. Com relação aos que, impelidos pelo orgulho, se revoltam contra Deus e persistem nos seus desvarios, chegando mesmo a exagerá-los, como o fazem alguns desgraçados Espíritos, a prece nada pode e nada poderá, senão no dia em que um clarão de arrependimento se produza neles. Não se deve perder de vista que o Espírito não se transforma subitamente, após_a_morte do corpo. Se viveu vida condenável, é porque era imperfeito. Ora, a morte não o torna imediatamente perfeito. Pode, pois, persistir em seus erros, em suas falsas opiniões, em seus preconceitos, até que se haja esclarecido pelo estudo, pela reflexão e pelo sofrimento. Há Espíritos de arrependimento muito tardio; porém, pretender-se que nunca se melhorarão fora negar a lei do progresso e dizer que a criança não pode tornar-se homem. SÃO LUÍS — Grande mensageira do bem, confesso aqui minhas faltas diante de todos e peço-te roteiro salvador. Enquanto encarnada, nunca fui punida pelos meus excessos no abuso dos sentidos. Possuí um lar que não honrei, um esposo que depressa esqueci e filhos que afastei, deliberadamente, de meu convívio, para gozar, à saciedade, os prazeres que a mocidade me oferecia. Meu transviamento moral não foi conhecido na comunidade em que vivi, mas a morte apodreceu a máscara que me ocultava aos alheios olhos e passei a experimentar horrível pavor de mim mesma. Que farei por retornar à paz? como traduzir o arrependimento que me enche a alma de infinita amargura? Matilde, a mensageira, fitou-a, compungidamente, e observou: — Milhares de seres, despojados_da_roupagem_fisiológica, estertoram em zona_próxima, sob o güante cruel das paixões a que se algemaram, invigilantes. Poderás encetar o reajustamento de tuas energias, dedicando-te, nos círculos próximos, ao levantamento dos sofredores de boa vontade. Com esquecimento de ti mesma, arrebatarás muitos Espíritos, cadaverizados no abuso, aos pântanos de dor em que se debatem. Plantarás na mente deles novos princípios e novas luzes, consolando-os e transformando-os, a caminho da harmonia divina, reconquistando, por tua vez, o direito de regresso_ao_campo_bendito_da_carne. Reconduzida, então, à abençoada escola terrestre, receberás, talvez, a prova terrível da beleza física, a fim de que o contacto com as tentações da própria natureza inferior te retempere o aço do caráter, se conseguires manter fidelidade suprema ao amor santificante. Esta é a lei, minha filha! Para que nos reergamos com segurança, depois da queda ao precipício, é imprescindível auxiliar quantos se projetaram nele, consolidando, ante as dores alheias, a noção da responsabilidade que nos deve presidir às ações porvindouras, de modo que a reencarnação não se converta em novo mergulho no egoísmo. O único recurso de fugirmos definitivamente ao mal é o apoio constante no Bem Infinito. [96 - página 235] - André Luiz |
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