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Estudando o Espiritismo
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domingo, 2 de setembro de 2012
O espírita e o desafio da reforma íntima
Rosildo Brito
“Somos o que fazemos repetidamente, por isso, o mérito não está na ação e sim nos hábitos” Aristóteles.
Ser espírita é estar comprometido, antes de mais nada, com a árdua e imprescindível proposta de reforma íntima. Apesar de não ser novidade para aqueles que se autodenominam espírita, esta afirmativa precisa ser sempre relembrada e melhor refletida no sentido de nos levar a uma compreensão mais fiel possível acerca de nossa conduta diária aqui neste planeta de provas e expiações em que estamos todos encarnados para uma nova etapa de aprendizagem intelecto-moral.
Assim, retomando a discussão aqui levantada em outros textos sobre esse tema que particularmente, cada vez mais me convenço de que se trata da chave central da compreensão do Espiritismo, considero relevante convidar o caro (a) amigo (a) a uma breve reflexão em torno dos principais desafios que parecem caracterizar, de maneira geral, os (in) sucessos da reforma íntima.
Nesse sentido, como nos esclarece a literatura espírita, seja através da própria codificação ou dos inúmeros livros psicografados por médiuns renomados, o primeiro e mais importante desafio que surge àquele que se propõe verdadeiramente ser espírita, ou seja, abraçar a proposta de se tornar melhor, domando suas más tendências e fortalecendo as suas virtudes, é a de se conhecer melhor.
É preciso a consciência de que não há transformação íntima sem o autoconhecimento. Premissa essa simples, uma vez que, afinal de contas, como mudarmos aquilo ou aquele – no caso nós mesmos – sem nos conhecermos o suficiente?. Trata-se aqui, vale salientar, de uma preocupação já esboçada há milhares de anos antes de Cristo, por meio, sobretudo, dos filósofos da antiguidade, e que tem no Espiritismo, um de seus preceitos basilares.
Nesse sentido, na condição de doutrina enraizada nessa meta inadiável do homem na sua permanente busca da autoperfeição, muito mais que chamarmo-nos a atenção para essa questão da vida humana, o Espiritismo nos fornece, de maneira objetiva e de fácil compreensão, a receita principal para trabalharmos em nós a reforma íntima. A resposta nos vem por meio de uma das questões elencadas no LE, através de um dos fiéis discípulos de Cristo, Santo Agostinho. Diz-nos ele: “Fazei o que eu fazia, quando vivi na Terra: ao fim do dia, interrogava a minha consciência, passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se não faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo para de mim se queixar”.
Em consonância com essa verdade, na obra: “O problema do ser do destino e da dor”, parafraseando o espírito de Victor Hugo, Léon Denis nos adverte que: “É dentro de nós que devemos olhar o exterior... Inclinando-nos sobre este poço, o nosso espírito, avistamos, a uma distância de abismo, em estreito círculo, o mundo imenso...”.
Em ambos os casos fica patente o fato de que não há progresso sem a observação atenta a nós mesmos, ou como costumam se dizer na literatura de cunho psicológica, ao nosso “eu”. E, complementando, de maneira sábia essa verdade incontestável, nos diz Emmanuel, através da psicografia de Chico Xavier, em “Pensamento e Vida”, que “[...] a educação, com o cultivo da inteligência e com o aperfeiçoamento do campo íntimo, em exaltação de conhecimento e bondade, saber e virtude, não será conseguida tão-só à força de instrução, que se imponha de fora para dentro, mas sim com a consciente adesão da vontade...”.
Portanto, como se percebe, engana-se quem pensa que conhecer a si mesmo é enveredar-se pelo caminho literário a busca do que nos dizem os grandes sábios e autores da psique humana, a maioria desses, vale salientar, também a procura da vivência real e eficiente da autotransformação. É necessário, antes de qualquer coisa, vestir-se da pureza de espírito e munir-se da força da vontade real, aquela que nos faz seguirmos adiante, mesmo depois de haver descoberto no nosso âmago, as verdades incômodas e sombras de que tanto fugimos, utilizando-nos para isso, dos diversos subterfúgios psicológicos de autoenganação.
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