Estudando o Espiritismo

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terça-feira, 11 de setembro de 2012

Obstáculos à reprodução


Obstáculos à reprodução

693. São contrários à lei da Natureza as leis e os costumeshumanos que têm por fim ou por efeito criar obstáculos à reprodução?
“Tudo o que embaraça a Natureza em sua marcha é contrário à lei geral.”
a) — Entretanto, há espécies de seres vivos, animais e plantas, cuja reprodução indefinida seria nociva a outras espécies e das quais o próprio homem acabaria por ser vítima. Pratica ele ato repreensível, impedindo essa reprodução?
“Deus concedeu ao homem, sobre todos os seres vivos, um poder de que ele deve usar, sem abusar. Pode, pois, regular a reprodução, de acordo com as necessidades. Não deve opor-se-lhe sem necessidade. A ação inteligente do homem é um contrapeso que Deus dispôs para  estabelecer o equilíbrio entre as forças da Natureza e é ainda isso oque o distingue dos animais, porque ele obra com conhecimento de causa. Mas, os mesmos animais também concorrem para a existência desse equilíbrio, porquanto o instinto de destruição que lhes foi dado faz com que, provendo à própria conservação, obstem ao desenvolvimento excessivo, quiçá perigoso, das espécies animais e vegetais de que se alimentam.”
694. Que se deve pensar dos usos, cujo efeito consiste em obstar à reprodução, para satisfação da sensualidade?
“Isso prova a predominância do corpo sobre a alma e quanto o homem é material.”
Texto complementar
   Sabemos que, basicamente, existem dois tipos de obstáculos a reprodução humana: Os que chamaremos de naturais ou cármicos, por serem postos pela Justiça Divina, ante faltas cometidas no passado e os artificiais, produtos da ação do homem e com o fim de impedir a reprodução humana. Estes últimos recebem o nome genérico de anticonceptivos ou anticoncepcionais.
   À pergunta 693 de O Livro dos Espíritos, "São contrários a lei da Natureza as leis e os costumes humanos que tem por fim ou por efeito criar obstáculos a reprodução?"(1), respondem os Espíritos Superiores: "Tudo o que embaça a Natureza em marcha é contrário a lei geral".
   Diz-nos Joanna de Ângelis: "(...) Alegações ponderosas que merecem consideração vem sendo arroladas para justificar-se a planificação familiar através do uso dos anticonceptivos de variados tipos. São argumentos de caráter sociológico, ecológico, econômico, demográfico, considerando-se com maior vigor os fatores decorrentes das possibilidades de alimentação numa Terra tida como semi-exaurida de recursos para nutrir aqueles que se multiplicam geometricamente com espantosa celeridade.(...) Sem dúvida, estamos diante de um problema de alta magnitude, que deve ser, todavia, estudado à luz do Evangelho e não por meio de complexos cálculos frios da precipitação materialista. O homem pode (...) programar a família que deseja e lhe convém ter: número de filhos, período para a maternidade, nunca, porém, se eximirá dos imperiosos resgates a que faz juz, tendo em vista o seu próprio passado. Melhor usar o anticonceptivo do que abortar.(...)"(3)
   Melhor, ainda, seria não impedir a volta dos Espíritos ao corpo de carne, já que o espírita não desconhece a seriedade da planificação reencarnatória. Antes de retomarmos as experiências físicas é bem provável que nos tenhamos comprometido a receber, como filhos, um número determinado de Espíritos. Logo, a reprodução humana estava naturalmente acertada numa cota previamente estabelecida, quando ainda nos encontrávamos nos planos espirituais. É nesse sentido que compreendemos a afirmação exposta anteriormente por Joanna de Ângelis e as seguintes, enunciadas por Emmanuel e André Luiz, respectivamente nos livros Entrevistas e Ação e reação.
   "Não acreditamos que a coletividade humana esteja, por enquanto, habilitada espiritualmente a controlar o renascimento na Terra sem prejudicar seriamente o desenvolvimento da lei de provas purificadoras".(6)
   "(...) Já que nos detemos, em matéria de sexologia, na lei de causa e efeito, como interpretar a atitude dos casais que evitam os filhos, dos casais dignos e respeitáveis, sob todos os pontos de vista, que sistematizam o uso de anticoncepcionais? (...) O orientador Silas, em face dessa questão, ponderou: "Se não descambam para a delinqüência do aborto, na maioria das vezes são trabalhadores desprevenidos que preferem poupar o suor, na fome de reconforto imediatista. Infelizmente para eles, porém, apenas adiam realizações sublimes, as quais deverão fatalmente voltar, porque há tarefas e lutas em família que representam o preço inevitável de nossa regeneração. Desfrutam a existência, procurando inutilmente enganar a si mesmos, no entanto, o tempo espera-os, inexorável, dando-lhes a conhecer que a redenção nos pede esforço máximo. Recusando acolhimento a novos filhinhos, quase sempre programados para eles antes da reencarnação, emaranham-se nas futilidades e preconceitos das experiências de subnível, para acordarem, depois do túmulo, sentindo frio no coração.(...)" (4)
   Quanto aos obstáculos naturais (ou cármicos) à reprodução humana, diz Emmanuel em O  Consolador: "No quadro de interpretações da Terra (...) podem indicar situações de prova para as almas que se encontram em experiências edificadoras: todavia, se considerarmos a questão no seu aspecto espiritual, somos obrigados a reconhecer que a esterilidade não existe para o Espírito que, na Terra, ou fora dela, pode ser fecundo em obras de beleza, de aperfeiçoamento e de redenção" (5)
Fonte de consulta:
01 - KARDEC, Allan. O livro dos Espíritos .trad. Guillon Ribeiro. 57 ed. Rio de Janeiro, FEB, 1983, perg. 693.
02 - Op. cit., perg. 694
03 - FRANCO, Divaldo Pereira, Anticonceptivos e Planejamento Familiar. Após a tempestade. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. 2. ed. Salvador, Liv. Espírita Alvorada, 1977. pp. 58-59.
04 - XAVIER, Francisco Cândido, Anotações Oportunas. IN Ação e Reação. Ditado pelo Espírito Emmanuel. 8. ed. Rio de Janeiro, FEB, 1980, p. 210
05 - O Consolador. Ditado pelo Espírito Emmanuel. 8. ed. Rio de Janeiro, FEB, 1980, perg. 40
06 - Entrevistas, 3ª ed. Araras SP. ide, 1981, perg. 102, 142
Para baixar o texto acima, no formato pdf, a partir do site cura metafísica, clique aqui
LIMITAÇÃO DE FILHOS
   "O problema da planificação familiar, antes de maiores cogitações, deve merecer dos cônjuges, mais profundas análises e reflexões. Pela forma simplista como alguns o apresentam, a desordenada utilização de métodos anticonceptivos interfere, negativamente, na economia moral da própria família.
   Na situação atual, os pais dotados de recursos econômicos, menos procriam, em considerando as disponibilidades que possuem, enquanto os destituídos de posses aumentam a prole, tornando muito mais complexas e difíceis as engrenagens do mecanismo social. Os filhos são programados na esfera extra-física da vida, tendo-se em vista as injunções crédito-débito, defluentes das reencarnações passadas.
   Normalmente, antes do mergulho no corpo carnal, o espírito reencarnante estabelece intercâmbio com os futuros genitores, de cujo concurso necessitam para o cometimento a empreender. Os filhos não chegados pela via normal, não obstante, alcançarão a casa dos sentimentos negados, utilizando-se dos sutis recursos da vida, que reaproximam os afins pelo amor ou pela rebeldia quando separados, para as justas reparações. Chegarão a outros tetos, mas dali sairão atraídos pelas necessidades propelentes ao encontro da família que lhe é própria, nem sempre forrados em objetivos relevantes... Alguém que te chega, perturbando a paz... Outrem que te rouba pertences e sossego... O ser que te sobrecarrega de dissabores... Aquele que de fora desarmoniza a tua família... O vadio que te adentra o lar... O viciado que corrompe quem te é caro... O aliciador que chega de longe e infelicita o filho ou a filha que amas... Todos eles estão vinculados a ti.
   Quiçá houvessem renascido sob o teu teto e as circunstâncias impediriam dramas maiores... O Senhor dispõe de recursos inimagináveis. Confia a ele as tuas dificuldades e entrega-te consciente, devotadamente. Seja qual for a opção que escolhas - ter mais ou menos filhos - os que se encontram na pauta das tuas necessidades chegar-te-ão, hoje ou mais tarde. Sendo possível, acolhe-os da melhor maneira, porquanto, conforme os receberes, ser-te-ão amigos generosos ou rudes adversários dos quais não te libertarás facilmente."
(Joanna de Ângelis/Divaldo Pereira Franco - Leis Morais da Vida)
Apresentamos, em seguida, o estudo da Sociedade Espírita Fraternidade a respeito:
Inicialmente vejamos o que nos diz "O Livro dos Espíritos" a respeito deste tema tão importante.
Questão 693 - São contrários à lei da Natureza as leis e os costumes humanos que têm por fim ou por efeito criar obstáculos à reprodução?
"Tudo o que embaraça a Natureza em sua marcha é contrário à lei geral".
a) - Entretanto, há espécies de seres vivos, animais e plantas, cuja reprodução indefinida seria nociva a outras espécies e das quais o próprio homem acabaria por ser vitima. Pratica ele ato repreensível, impedindo essa reprodução?
"Deus concedeu ao homem. sobre todos os seres vivos, um poder de que ele deve usar, sem abusar. Pode, pois, regular a reprodução, de acordo com as necessidades. Não deve opor-se-lhe sem necessidade. A ação inteligente do homem é um contrapeso que Deus dispôs para restabelecer o equilíbrio entre as forças da Natureza e é ainda isso o que o distingue dos animais, porque ele obra com conhecimento de causa. Mas, os mesmos animais também concorrem para a existência desse equilíbrio, porquanto o instinto de destruição que lhes foi dado faz com que, provendo à própria conservação, obstem ao desenvolvimento excessivo, quiçá perigoso, das espécies animais e vegetais de que se alimentam".
Questão 694 – Que se deve pensar dos usos, cujo efeito consiste em obstar á reprodução, para satisfação da sensualidade?
"Isso prova a predominância do corpo sobre a alma e quanto o homem é material."
Ensina Rodolfo Calligaris no seu livro "As Leis Morais", que com relação ao controle da natalidade humana, objeto, hoje, de complexas pesquisas nos campos da Biologia, da Genética, da Farmacologia, da Sociologia, etc., a Doutrina Espírita nos autoriza afirmar que, "em havendo razões realmente justas para isso, pode o homem limitar sua prole, evitando a concepção".
Neste aspecto três pontos devem ser ressaltados:
1 – Pode-se evitar a concepção, nunca porém destruir uma vida já em processo de formação.
2 - Deve-se adotar métodos não agressivos à natureza humana, ou que lhe possa trazer desequilíbrio em sua estrutura psicofísica.
3 - Deve-se levar em conta que os usos, cujo efeito consiste em obstar a reprodução para satisfação única e exclusiva da sensualidade são provas de uma natureza ainda muito ligada à matéria e desprovida dos valores espirituais.
A ordenação bíblica – "Crescei e multiplicai-vos" – não tem sido, até hoje, bem compreendida por todos.
Os que interpretam as escrituras literalmente, sem penetrar-lhes o espírito, vêem nessas palavras uma determinação Divina estabelecendo que a reprodução das espécies, inclusive a humana, deva ser livre e ilimitada e que obstá-la seria grave pecado.
Entretanto, embora a reprodução dos seres seja regida pela Lei Divina, não significa que seja proibido ao homem adotar certas medidas para a regular. Tudo depende da finalidade que se tenha em vista.
Portanto, o preceito bíblico não determina que a reprodução humana deva acontecer sem qualquer discriminação, subordinada apenas ao instinto natural, ao contrário, fatores sociais, econômicos, saúde física dos genitores, principalmente da mãe, devem ser levados em conta.
É preciso se reconheça que o lar não é um estabelecimento destinado a reproduzir seres humanos em série, mas sim um santuário-escola, onde os pais devem pontificar como plasmadores de nobres caracteres, incutindo nos filhos, a par do amor a Deus, uma vivência sadia, pautada nos princípios da Moral e da justiça, de modo que se tornem elementos úteis a si mesmos, à família e à sociedade.
O homem se distingue dos animais - disseram ainda os mentores da Codificação – "por obrar com conhecimento de causa" - Portanto, o que dele se espera não é apenas que procrie por força do instinto se tal, qual mero reprodutor, mas que, convém repeti-lo dignifique o nome de pai ou de mãe com que Deus lhe honra a existência.
Cumpre-se aqui, uma importante observação: Há quem não admita nenhum motivo para a limitação dos filhos, ou seja, o planejamento da família, na suposição de que tal medida, se constitua um entrave à Lei de Progresso, por reduzir as oportunidades de que os desencarnados necessitam para expiar delitos do passado.
No entanto, é preciso a compreensão de que, se existem tantos seres precisando retornar à Terra, para provações reparadoras, visto se acharem endividados perante a Justiça Divina, é precisamente porque faltou a muitos, nas encarnações anteriores, a orientação espiritual que só um lar bem constituído pode oferecer, e que lançar ao mundo proles destinadas ao abandono, absolutamente não ajuda o adiantamento da Terra, antes o retarda, pois contribui para aumentar o número dos desajustados, dos marginais e dos criminosos de todas sorte, infelizes que, por sua vez, exigiriam outras tantas oportunidades de reajuste e assim sucessivamente, numa progressão geométrica que não acabaria mais.
Complementa seu pensamento Rodolfo Calligaris, afirmando que, é preferível ter poucos filhos e fazer deles homens de bem, a tê-los numerosos, mas abandoná-los à própria sorte, como acontece amiúde.
Por outro lado, o que não guarda nenhuma relação com o que até então foi exposto, é a situação em que casais, evitam ou limitam os filhos, atendendo tão somente ao comodismo, à tranqüilidade de suas vidas; obviamente, se tornam tanto mais repreensíveis quanto maiores sejam as suas possibilidades de concebê-los, criá-los e educá-los.

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