Estudando o Espiritismo

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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

GÊNESE: ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SERES


A GÊNESE- SEGUNDO O ESPIRITISMO POR ALLAN KARDEC CAP. V E VI.
GÊNESE: ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SERES.
          Dois elementos, duas forças regem o Universo: O elemento espiritual e o elemento material. Da ação simultânea desses dois princípios nascem fenômenos especiais que o espiritismo explica cientificamente.
          Assim como o Espiritismo, todas as ciências revelam a Natureza para a Humanidade.
          A Astronomia- revelou o mundo astral, que não conhecíamos
          A Geologia- revelou-nos a formação da Terra.
          A Química- A lei de afinidades.
          A fisiologia- a função dos organismos, etc...
          A característica essencial de qualquer revelação tem que ser a verdade.
          Qual o papel do professor, diante de seus discípulos: o de ensinar o que eles não sabem.
          Mas o professor não ensina senão o que aprendeu: é um revelador de Segunda ordem:
          O homem de gênio ensina o que descobriu pôr si mesmo. Que seria da humanidade sem a revelação desses homens de gênio?
          Assim: Copérnico, Galileu, Newton, Laplace, Lavosier, foram geniais reveladores.
          Por sua natureza, a revelação espírita tem duplo caráter: participa ao mesmo tempo da revelação Divina e Cientifica. Aplicando o método experimental.
          Todas as ciências se encadeiam e sucedem numa ordem racional: Nascem umas das outras, à proporção que acham ponto de apoio nas idéias e conhecimentos anteriores.
          O Espiritismo revelou a existência do elemento espiritual que unido ao elemento material, se constituem em forças vivas da natureza.

PAPEL DA CIÊNCIA NA GENESE.
          É impossível se conceba a Gênese sem os dados da Ciência: A Ciência é chamada a constituir a verdadeira Gênese, segundo a lei da Natureza. Levando suas investigações às entranhas da Terra e às profundezas do Céu, vem a Ciência demostrando conhecimentos novos.
          A Ciência se divide em duas partes: A história da formação do mundo material e da humanidade considerada em seu duplo princípio corporal e espiritual.
          A Ciência se tem limitado a pesquisa das leis que regem a matéria. No próprio homem, ela apenas tem estudado a fisiologia material.
          No estudos dos princípios espiritual a ciência se apresenta experimental.
          Com o estudo da faculdade dos médiuns, mais desenvolvida, o homem se achou de posse de um novo instrumento de observação. A mediunidade foi, para o mundo espiritual, o que o Telescópio foi para o mundo astral, e o Microscópio o dos infinitamente pequenos. Permitiu se explorassem, e estudassem as relações daquele mundo com o mundo corpóreo.
          Uma vez estabelecidas relações com os habitantes do mundo espiritual, possível se tornou ao homem, seguir a ALMA EM SUA MARCHA ASCENDENTE, Em suas migrações, e em suas transformações.
          Pode-se em fim, estudar o elemento espiritual. Eis ai o de que careciam os anteriores comentadores da Gênese, para a compreenderem e lhes justificarem os erros.
          Estando o mundo espiritual e o mundo material em incessante contato, os dois são solidários, ambos tem sua parcela de ação na Gênese.
          Somente agoira, muito embora, nem a ciência espiritual, hajam dito a última palavra, possui o homem os dois elementos próprios a lançar luz sobre esse imenso problema. Eram-lhe absolutamente indispensáveis, essas duas chaves para chegar a uma solução, embora aproximativa.

ANTIGOS E MODERNOS SISTEMAS DE MUNDOS
          A primeira idéia que os homens formaram da Terra, do movimento dos astros e da constituição do Universo, há de, a princípio, ter-se baseado unicamente no que os sentidos percebiam. Ignorando as mais elementares leis da física e as forças da natureza, não dispondo senão da vista como meio de observação, apenas pelas aparências, podiam julgar.

          Vendo o Sol aparecer pela manhã, de um lado e desaparecer à tarde, do lado oposto, concluíram que ele girava em torno da Terra, conservando-se esta imóvel. A pequena extensão das viagens, que naquela época raramente iam além dos limites da tribo ou da comunidade, não permitia provar a esfericidade da Terra.
          Para eles pois a Terra era uma superfície plana e circular, qual um mó de moinho. Pôr se mostrar de uma forma côncava, o céu, na crença vulgar era tido como uma abóbada real, cujos bordos inferiores repousavam na Terra e lhe marcavam os confins, vasta cúpula cuja opacidade o ar enchia complemente. Sem nenhuma noção de espaço infinito, imaginavam os homens que essa abóbada era constituída de matéria solida, donde a denominação de firmamento. ( firme- resistente).
          As estrelas, de cuja natureza não podiam suspeitar, eram simplesmente pontos luminosos, de volumes diversos, engastadas na abóbada, como lâmpadas suspensas.
          Igualmente era desconhecida a formação das nuvens pela evaporação. Das águas da Terra. A ninguém podia acudir a idéia de que a chuva que cai do céu, tivesse origem na Terra onde ninguém a via subir.
          Daí a crença na existência de águas superiores e águas inferiores. As águas superiores, escapando-se pelas frestas da abobada, caíam em forma de chuvas e conforme fossem as frestas, as chuvas eram brandas ou torrencial. A ignorância do conjunto do Universo, faziam considerar a Terra como a coisa principal da criação. Não tardou porem se aperceberem do movimento aparente das estrelas que se deslocam em massa do Oriente para o Ocidente, despontando ao anoitecer e ocultando-se pela manhã. Sob o céu puro da Caldeia, da Índia e do Egito, berço das mais antigas civilizações, o movimento dos astros foi observado com tanta exatidão, quanto o permitia a falta de instrumentos especiais.
          Outros povos, imaginavam o nosso planeta sob forma de hemisfério o qual descansava sobre quatro gigantescos elefantes que, pôr sua vez, pousavam sobre o casco de uma tartaruga descomunal. Os elefantes, representavam os quatro pontos cardeais: Norte, Sul, Leste e Oeste. A tartaruga, representava a paciência do Criador.
          Outras idéias surgiram. A Terra seria um imenso disco plano dotado de uma quantidade infinita de raízes boiando no oceano Universal.
          De acordo com a concepção Egípcia da antigüidade, a terra era representada pelo Deus Geb ( A Terra), deitado, sobre ele arqueava-se Nut ( A deusa do Céu), cujo corpo era recoberto de estrelas. No centro, o deus Shu, filho de Rá, (o Sol) sustentava a abobada estrelada sobre a Terra.
          Sabemos hoje que a Terra é um esferoide, ou seja, uma esfera ligeiramente achatada nos dois pólos. A esfericidade da Terra já foi largamente demonstrada pelas viagens de circunavegação do Globo. Pelas projeções da sombra da Terra sobre a Lua ( durante os eclipses) e mais recentemente pelas fotografias tomadas a grande altura, pêlos foguetes interplanetários. Alias, todos os astros, estrelas planetas e satélites. Apresentam formas esféricas, Não havendo motivo para que a Terra constituísse uma exceção a regra.
          Pelo ano 600 AC., Tales de Mileto (Ásia Menor) descobriu a esfericidade da Ecliptica e a causa dos Eclipses.
          Um século depois Pitágoras, de Samos, descobre o movimento diurno da Terra, sobre o próprio Eixo, e seu movimento anual em torno do Sol e incorpora os Planetas e os Cometas ao sistema Solar. Hiparco de Alexandria (Egito) 160anos antes de Cristo, inventou o Astrolábio, que calcula e prediz os eclipses, observa as manchas do Sol, determina o ano trópico, a duração das revoluções da Lua. Embora preciosa para o progresso da ciência, essas descobertas levaram perto de 2000 anos a se popularizarem.
          Cerca do ano 140 da era Cristã Ptolomeu, um dos homens mais ilustres da escola de Alexandria, cominando as suas próprias idéias com as crenças vulgares e com algumas das mais recentes descobertas astronômicas, compôs um sistema que se pode qualificar de misto, e perto de 15 séculos, foi o único que o mundo civilizado adotou. Segundo o seu sistema - a Terra é uma esfera posta no centro do Universo, composta de 4 elementos: Terra, água, Ar, e fogo.
          Essa a primeira região dita elementar.
          A Segunda, dita Etérea, compreendia 11 céus.
          Para alem dos 11 céus estava a habitação dos bem aventurados.
          No começo do século 16, Copérnico, astrônomo celebre, nascido em Thorn ( Prússia ) no ano 1472 e morto em 1543, reconsiderou as idéias de Pitagoras e concebeu um sistema que, confirmado todos os dias pôr novas observações, teve acolhimento favorável e não tardou a desbancar o de Ptolomeu. Segundo o sistema de Copérnico, o Sol esta no centro, e ao seu derredor os astros descrevem órbitas circulares, sendo a Lua um satélite da Terra. Decorrido um século (100 anos) veio Galileu, natural de Florença, e inventa o Telescópio: Em 1610 descobre os quatro satélites de Júpiter. Reconhece que os Planetas não tem luz própria como as estrelas, mas que são iluminadas pelo Sol. Ruiu então a construção dos céus superpostos. Reconheceu-se que os Planetas são mundos semelhantes à Terra e, dúvida habitados, como esta. Que as estrelas, são Sois, prováveis centros de outros sistemas Planetários. Sendo o próprio Sol reconhecido como uma estrela, centro de um turbilhão de Planetas que se lhe acham sujeitos.
          Os grupos que tomaram o nome de constelações mais não são do que agregados aparentes, causados pela distância; suas figuras não passam de efeitos de perspectiva, como as que as luzes espalhadas pôr uma vasta planície. Na verdade, porém, tais agrupamentos não existem.
          Se nos pudéssemos transportar para a reunião de uma dessas constelações, a medida que nos aproximasse-mos ela, a sua forma se desmancharia e novos grupos se desenharia a vista. A partir de Copérnico e Galileu velhas cosmogonia deixaram para sempre de subsistir. A história diz das lutas que esses homens de gênio tiveram de sustentar os preconceitos e, sobretudo contra o espírito de seita, interessado em manter erros sobre os quais se haviam fundado crenças supostamente afirmadas em bases inabaláveis. Bastou um instrumento d ótica para derrotar uma construção de muitos milhares de anos.
          _Quão grande é o Universo.
          _Quanto é sublime a obra de Deus.
          _Estava desde então abeto o caminho.
          Na Alemanha Kepler descobre as celebres leis que lhe conservam o nome. E pôr meio das quais se reconhece que as órbitas que os planetas descrevem, não são circulares, mas Elipses, das quais, o Sol ocupa um dos focos. Newton, na Inglaterra, descobre a lei da gravitação Universal. Laplace, na França, cria a mecânica celeste. Finalmente a Astronomia, torna-se uma ciência assente nas mais rigorosas bases, do calculo e da geometria.
          Fica assim, lançada uma das pedras fundamentais da Gênese, cerca de 3.500 anos depois de Moisés.
URANOGRAFIA GERAL
  • O espaço e o tempo
  • A matéria
  • As leis e as forças
  • A criação primária
  • Os sois e os planetas
  • Os satélites
  • Os cometas
  • A via- látea
  • As estrelas fixas
  • Os desertos do espaço
  • Eterna sucessão dos mundos
  • A vida universal
  • Diversidade dos mundos.

O ESPAÇO E O TEMPO
          Já muitas definições de espaço, foram dadas, sendo a principal esta: O espaço é a extensão que separa dois corpos.
          O espaço é infinito
          É impossível imaginar-se lhe um limite qualquer.
          Para figurar-mos o infinito do espaço, suponhamos que partindo da Terra perdida no meio do infinito para um ponto qualquer do Universo, com a velocidade da luz, 300.000 k pôr Seg. e que havendo percorrido milhões de léguas, mal tenhamos deixado este globo, nos achamos num lugar de onde a Terra, não nos aparece mais senão sob o aspecto de um pálido planeta. Um instante depois, seguindo sempre na mesma direção, chegaremos a essas estrelas longínquas que mal percebemos da nossa estação terrestre. Daí não só a Terra nos desaparece inteiramente do olhar nas profundezas do céu, mas também o próprio Sol, com todo o seu esplendor.
          Animados nessa velocidade relâmpago a cada passo que avançamos na extensão, transpomos sistemas de mundos, ilhas de luz etéreas, estradas esteliferas, paragens suntuosas onde Deus semeou mundos na mesma profusão com que semeou as plantas nas pradarias terrestres.
          Ora há apenas poucos minutos caminhamos e já centenas de milhões de milhões nos separam da Terra, e bilhões de mundos, nos passaram sob a vista e, entretanto escutai! Em realidade, não avançamos mais do que um só passo que seja no Universo. Se continuarmos durante séculos, milhares de períodos cem vezes seculares e sempre com a mesma velocidade da luz, pouco teremos avançado, a partir desse pontinho insignificante de onde saímos e que se chama Terra. Eis o que é o ESPAÇO.

O TEMPO
          Como a palavra ESPAÇO, TEMPO é também um termo já pôr si mesmo definido. O tempo é a sucessão das coisas. Está ligado a eternidade, do mesmo modo que as coisas estão ligadas ao infinito. Suponhamo-nos na origem do nosso mundo: No começo da Gênese. O tempo então ainda não saíra do misterioso berço da natureza e ninguém pode dizer em que época dos séculos nos achamos porquanto o balancem dos séculos ainda não foi posto em movimento. Mas, o silencio! Soa na sineta eterna a primeira hora de uma Terra insulada, o planeta se move no espaço e desde então há tarde e manhã e durante uma determinada série de gerações contar-se-ão os anos e os séculos. Transportemo-nos agoira ao último dia desse mundo à hora que ele se apagará do livro da vida.
          Interrompe-se então a sucessão dos eventos; cessão os movimentos terrestres que mediam o tempo. Esta simples exposição das coisas que dão nascimento ao tempo, que o alimentam e deixam que ele se extinga, basta para mostrar que, visto do ponto em que houvermos de colocar-nos para os nossos estudos, o TEMPO é uma gota de água que cai da nuvem no mar e cuja queda é medida. IMENCIDADE sem limites e ETERNIDADE sem limites, tais as duas grandes propriedades da natureza Universal. Concebemos então o TEMPO, como sendo apenas a relação das coisas transitórias. E dependendo unicamente das coisas que se medem. Se tomássemos os séculos terrestres pôr unidade e os empilhássemos aos milheiros para formar um número colossal, esse número nunca representaria mais que um ponto na eternidade, do mesmo modo que milhares de léguas, somadas a milhares de léguas não dão mais que um ponto na extensão.
          Tornamos a dizer que, o TEMPO é apenas uma medida relativa da sucessão das coisas transitórias. A ETERNIDADE não é suscetível de medida alguma, do ponto de vista da duração, para ela, não há começo nem fim: Tudo lhe é PRESENTE. (nota:- SE séculos e séculos são menos que um segundo, relativamente à ETERNIDADE, que vem a ser a duração da vida humana)

A MATÉRIA.
          A primeira vista, não há o que pareça tão profundamente variado, nem tão essencialmente distinto, como as diversas substancias que compõe o mundo. Quanta semelhança, sob os aspectos da solidez, da compressibilidade, do peso e das múltiplas propriedades dos corpos entre as gases atmosféricas e um filete de ouro, entre a molécula aquosa da nuvem e a do mineral. Que diversidade entre o tecido químico das variadas plantas que adornam o reino vegetal e o animal. Entretanto, podemos firmar que todas substâncias, conhecidas e desconhecidas, pôr mais que dessemelhantes que pareçam, quer pela constituição intima ou ações recíprocas; são apenas diversos modos sob que a MATÉRIA se apresenta.
          A Química, observadora da matéria, mostrou que os elementos terrestres mais não são, que a combinação de diversas substancias variadas ao infinito, que o AR, e a ÁGUA, são igualmente decomponíveis. E que o fogo, é um estado da Matéria. Deu a conhecer os corpos simples e os considera primitivos e indecomponíveis.EX: Oxigênio, Hidrogênio, Azoto, Cloro, Carbono, Fósforo, Enxofre, iodo etc....
          METÁLICOS, Ouro, Prata, Platina, Mercúrio, Chumbo, Ferro, Cálcio, Alumínio etc.....
          Mas onde param as apreciações do homem, o olhar daquele que pôde aprender o modo de ação da natureza, não vê, nos materiais constitutivos do mundo, senão a Matéria Cósmica Primitiva, Simples e Una, diversificada em certas regiões na época do aparecimento destas.
          O olhar investigador verá a multiplicidade das operações da natureza e se não admitir a UNICIDADE DA MATÉRIA, impossível será explicar somente os Sóis e as Esferas, mas até a germinação de uma semente na terra ou a produção de um inseto.
          Se observa grande diversidade na Matéria.
          Ilimitado as forças que hão presidido às suas transformações.
          Ilimitado também as varias combinações da Matéria.
          Logo, quer a substancia, pertença aos fluidos, aos corpos imponderáveis, certo é que não há, em todo o UNIVERSO, senão uma única substância primitiva: O COSMO OU MATÉRIA CÓSMICA UNIVERSAL.

AS LEIS A AS FORÇAS.
          Há um fluido etéreo que enche o espaço e penetra os corpos.
          Esse fluido é o éter ou Matéria; Cósmica Primitiva, geradora do Mundo e dos seres. São-lhe enerentes as forças que presidiram às metamorfoses da matéria, as leis imutáveis e necessárias que regem o mundo. Essas múltiplas forças indefinidamente variadas segundo as combinações da matéria, diversificadas em seus modos de ação; segundo as circunstancias e os meios, são conhecidas na Terra sob os nomes de GRAVIDADE, COESÃO, AFINIDADE ATRAÇÃO, MAGNETISMO ELETRICIDADE. ETC.....
          Os movimentos vibratórios do agente são conhecidos sob os nomes de SOM, CALOR, LUZ, etc.... Em outros mundos, elas se apresentam sob outros aspectos, revelam outros caracteres desconhecidos na Terra e, na imensa amplidão dos Céus. Forças em número indefinido se tem desenvolvido numa escala inimaginável, cuja grandeza tão incapazes somos de avaliar, como o é o crustáceo, no fundo do Oceano para apreender a universalidade dos fenômenos terrestres.
          Assim como há uma só substância, simples Primitiva, geradora de todos os corpos, mas diversificada em suas combinações, também, todas essas forças dependem de uma lei Universal, diversificada em seus efeitos e que pêlos designo eterno, foi soberanamente imposta à criação, para lhe imprimir harmonia e estabilidade. A natureza, jamais se encontra em oposição a si mesma. Uma só é a divisa do brasão do Universo: UNIDADE - VARIEDADE.
          Remontando a escala dos mundos, encontra-se Unidade de Harmonia e de Criação, ao mesmo tempo que uma variedade infinita no imenso jardim de estrelas. Percorrendo os degraus da vida, desde o último dos seres até Deus, patenteia-se a grande lei de continuidade.
          Não podemos apreciar essa lei em toda a sua extensão, pôr serem restritas e limitadas as forças que a representam no campo das nossas observações. Entretanto a Gravitação e a Eletricidade, podem ser consideradas como uma larga aplicação da lei primordial, que impera para lá dos céus. Todas essas forças, são eternas e universais como a criação. Elas atuam necessariamente em tudo e toda parte, modificando suas ações mas afinal, preparando, dirigindo, conservando e distribuindo os mundos em seus diversos períodos de vida, governando os maravilhosos trabalhos da natureza.

CRIAÇÃO PRIMÁRIA
          Depois de termos considerado o Universo sob os pontos de vista gerais da sua composição, das suas leis e das suas propriedades, podemos estender os nossos estudos do modo de formação que deu origem aos mundos e aos seres.
          Se bem compreendemos o tempo, que não é mais do que uma medida relativa a sucessão das coisas transitórias, ao passo que a Eternidade é essencialmente uma, imóvel e permanente.
          Existindo, por natureza de toda eternidade, Deus criou desde toda eternidade, e não poderia ser de outro modo, visto que pôr mais longínqua que seja a época a que recuemos pela imaginação, os supostos limites da criação, haverá sempre, além desse limite, uma eternidade.
          O começo absoluto de todas as coisas, remonta pois a Deus.
          Ainda uma vez: compreendamos melhor a natureza. Saibamos que atrás de nós, como à nossa frente, está a ETERNIDADE. E que o espaço é teatro de inimagináveis sucessão e simultaneidade de criações. Tais nebulosas que mal percebemos nos mais longínquos pontos de sois em via de formação, outros são vias- láteas de mundos habitados, outros finalmente, sedes de catástrofes e de desaparecimento. Saibamos que, assim estamos no meio de uma dupla infinidade de durações anteriores e interiores; e que a criação Universal não se acha restrita a nós.

A CRIAÇÃO UNIVERSAL
          A Matéria Cósmica Primitiva, encerrava os elementos materiais, fluídicos e vitais de todos os universos que estadeiam suas magnificência diante da eternidade. Ela e a mãe fecunda de todas as coisas. A primeira Avó e sobre tudo a primeira geratriz. Essa potência incessante, dá a luz a novas criações. Se encontra pôr todo espaço, interplanetário. Esse fluido penetra os corpos, como um oceano imenso. É nele que reside o PRINCIPIO VITAL que dá origem a vida dos seres. Principio que em estado latente, se conserva adormecido, até que a voz do ser o chame. Mineral, Vegetal, Animal. As moléculas do mineral, tem soma dessa vida, do mesmo modo que a semente do embrião vegetal ou animal. Efetua-se assim a criação Universal.
          É pois, exato dizer-se que, sendo as operações da natureza a expressão da vontade Divina, Deus há criado sempre, cria incessantemente e nunca deixará de criar.

OS SÓIS E OS PLANETAS
          Sucedeu que num ponto do Universo, perdido entre as Miríades de mundos, a matéria cósmica se condensou sob a forma de imensa nebulosa, animada esta das leis universais, que regem a matéria. Em virtude dessas leis, especialmente da força molecular de atração, tomou ela a forma de uma esfera, a única que pode assumir uma massa de matéria insulada no espaço. O movimento circular produzido pela gravitação, rigorosamente igual, de todas as zonas moleculares em direção ao centro, logo modificou a esfera primitiva a fim de a conduzir de movimento à forma lenticular ( Lentilha). Novas formas surgiram em conseqüência desse movimento de rotação: A força CENTRÍPETA e a força CENTRÍFUGA. A primeira, tendendo a reunir todas as partes no centro, A Segunda, tende afasta-las dele. Ora, acelerando-se o movimento, a medida que a nebulosa se condensa, e seu raio aumentando à medida que ela se aproxima da forma lenticular, a força Centrífuga, incessantemente desenvolvida pelas suas duas causas, logo predomina sobre a atração central. Assim como um movimento demasiado rápido da funda lhe quebra a corda, indo o projétil cair longe, também a predominância da força centrífuga destaca o centro o centro equatorial da nebulosa, e, desse anel uma nova massa se formou isolada da primeira, mas todavia, submetida ao seu império.
          Essa massa conservou o seu movimento de translação em torno do astro solar. Além disso, o seu novo estado lhe dá um movimento de rotação em terno do próprio centro. A nebulosa geratriz, que deu origem a esse novo mundo, condensou-se e retomou a forma esférica; mas como o primitivo calor, desenvolvido pôr seus movimentos diversos, não se enfraquecendo senão com uma extrema lentidão, o fenômeno que acabamos de descrever se reproduzirá muitas vezes e durante longo período, enquanto a nebulosa não se haja tornado bastante densa, bastante sólida, para oferecer resistência eficaz às modificações de forma, que o seu movimento de rotação sucessivamente lhe imprime. Ela não terá dado nascimento a um só astro, mas a centenas de mundos, destacados do foco central, saídos dela pelo modo de formação mencionados acima. Ora, cada um desses mundos, revestidos como o mundo primitivo, de forças naturais que presidem a criação de universos, engendrará, em seguida, novos globos gravitando, doravante, ao redor dele, como ele gravita, concorrentemente com os seus irmãos, ao redor do foco que lhe deu existência e vida. Cada um desses mundos será um Sol, centro de um turbilhão de Planetas, sucessivamente destacados do seu equador. Esses Planetas, receberão uma vida especial, particular, embora dependente do astro que os gerou.
          Os Planetas, são assim formados de massas de matéria condensada, porem ainda não solidificadas, destacadas da massa central pela ação de força centrifuga e que tomam, em virtude das leis do movimento, a forma esferoidal, mais ou menos elíptica, conforme o grau de fluidez que conservaram. Um desses Planetas, será a Terra que antes de se resfriar e se revestir de uma crosta sólida, dará nascimento a Lua, pelo mesmo processo de formação astral, a que ela própria deveu a sua existência.
          A Terra doravante inscrita no livro da vida, berço de criaturas, cuja fraqueza as asas da Divina providencia protege, mas que no lugar que ocupa, tem de vibrar no conserto universal dos mundos.

OS SATÉLITES

          Antes que as massas planetárias houvessem um grau de resfriamento, bastante a lhes operar a solidificação, massas menores, verdadeiros glóbulos líquidos, se desprenderam de algumas no plano equatorial, plano em que é maior e em virtude das mesmas leis, adquiriram um movimento de Translação ao redor de seu planeta gerador, como ocorreu com estes ao redor de seu astro central gerador. Foi assim que s Terra deu nascimento a Lua, cuja nassa menos considerável sofreu um resfriamento mais rápido. As leis e as forças que presidiram o seu destacar-se do equador da Terra e o seu movimento de translação no mesmo plano, agiram de tal sorte que esse mundo, em vês de revestir a forma esférica, tonou a de um globo ovóide, isto é, a forma alongada de um ovo, com o centro de gravidade fixado na parte inferior.
          As condições em que se efetuaram a desagregação da Lua lhe permitiriam, com dificuldade, distanciar-se da Terra, e a constrangeram a permanecer perpetuamente suspensa em seu céu, como uma figura ovóide, cujas partes as mais pesadas, formaram a face inferior, voltada para a Terra, e cujas partes menos densas ocuparam o topo, e se designa pôr esse nome o lado virado à Terra, e se elevando para o Céu. É o que faz com que esse astro se nos apresente, sempre a mesma face. O número e o estado dos satélites de cada Planeta,tem variado de acordo com as condições especiais em que eles se formaram. Alguns Planetas, não deram origem a nenhum astro secundário, como se verifica com Mercúrio, Vênus e Marte. Ao passo que outros como a Terra, Júpiter, Saturno.....formaram um ou mais desses astros secundários. Alem de seus satélites ou Luas, o Planeta Saturno, apresenta um fenômeno especial. Um anel que visto de longe, parece cerca-lo de uma auréola branca. Esse anel é com efeito, o resultado de uma separação que se operou no equador de Saturno, ainda nos tempos primitivos, do mesmo modo que uma zona equatorial se escapou da Terra, para formar o seu satélite. A diferença é que esse anel se formou em todas as suas partes, de moléculas homogêneas e em estado de condensação mais rápida. Desde essa época, se solidificou do mesmo modo que os outros corpos planetários.

OS COMETAS
          Astros errantes, os COMETAS, ainda mais do que os Planetas, que conservaram a denominação etimológica, serão os guias que nos ajudarão a transpor os limites do sistema a que pertence a Terra e nos levarão as regiões longínquas da extensão sideral. Mas, antes de explorarmos os domínios celestes, com o auxilio desses viajantes do universo; bom será demos a conhecer tanto quanto possível a natureza intrínseca deles e o papel que lhes cabe na economia planetária.
          Alguns acham que esses astros de cabeleira, são mundos nascentes, outros mundos em estado de destruição. Existe até aqueles que os consideram como pressagiadores de desgraças, enviados pôr desígnios providenciais à Terra.
          Estes corpos celestes, são coisa muito diversa. Vão sucessivamente de Sois em Sois, enriquecendo-se as vezes, pelo caminho, de fragmentos planetários reduzido ao estado de vapor, vão haurir nos focos solares, os princípios vivificantes e renovadores.
          Hoje se acredita que os Cometas sejam formados pôr fragmentos de matéria anteriormente pertencente a outros astros, desintegrados. Essas partículas reunir-se-iam em um ponto qualquer do espaço, agregando-se pôr intermédio de gases congelados (solidificados).
          Aproximando-se do Sol os gases que formam a sua "cabeleira " ou " coma" (de que se deriva a palavra Cometa) são parcialmente vaporizados e arremessados no espaço, a forma de cauda. Seria a pressão das radiações solares responsável pela luminosidade dessas caudas, que se mostram sempre em direção contrária do Sol. São muito alongadas as suas órbitas: podem os Cometas percorrer órbitas Elípticas, Parabólicas (curvas abertas) Certos Cometa, só aparecem uma única vez. Outros voltam periodicamente. O primeiro cientista a predizer o retorno dos Cometas, foi o astrônomo inglês, Edmundo Halley. Para tanto, comparou os dados relativos aos Cometas aparecidos em 1.531 (descrito pelo sábio Apiano) em 1.607 (descrito por Kepler) era o mesmo que ele próprio Halley, observara em 1.682.
          Muitos contemporâneos de Halley zombaram de suas palavras. Mas Halley estava com a razão: O Cometa, voltou a se apresentar em 1.758, ou seja exatamente 76 anos depois. Conta-se que admiradores de Halley, reuniram-se em torno de seu túmulo, para prestar-lhe homenagem. Nessa noite, o túmulo do grande astrônomo mostrava-se inteiramente iluminado pelo esplêndido astro, cujo retorno ele previra e que passou a denominar-se Cometa de HALLEY.
          O mesmo Cometa, voltou á aparecer, pôr duas vezes : em 1.854 e 1.910
          Muitos ainda estarão vivos para testemunhar em 1.986 a sua volta. Verão o magnifico astro cuja órbita é calculada em 12 bilhões de quilômetros.

VIA LÁCTEA
          Pelas belas noites estreladas e sem luar, toda gente há contemplado essa faixa esbranquiçada, que atravessa o Céu de uma extremidade a outra. Os antigos denominaram de Via Láctea, pôr motivo de sua aparência leitosa. Essa Via de Leite da mitologia antiga, se transformou num vasto campo inconcebíveis maravilhas.
          A Via Láctea é uma campina matizada de flores solares e planetária, que brilham em toda a sua enorme extensão. O nosso Sol e todos os corpos que o acompanham fazem parte desse conjunto de globos radiosos que formam a Via Látea. Sua proporção é tão gigantesca, que o sol, ocupa inapreciável lugar em tão vasta criação. Pode-se contar uma trintena de milhões de Sois, semelhantes a ele, que gravitam nessa imensa região, afastados uns dos outros de mais de 100 mil vezes o raio da órbita terrestre. ( mais de 3 trilhões e 400 bilhões de léguas) Pôr esse calculo aproximativo se pode julgar a extensão de tal região sideral e da relação que existe entre nosso sistema Planetário e a universalidade dos sistemas que ela contem. Assim, fica-se conhecendo a posição que o nosso Sol ou a Terra ocupam no mundo das estrelas.
          A Via Látea, na imensidade das criações siderais, não representa mais do que um ponto, vista de longe, porquanto ela não é mais do que uma nebulosa estelar entre as milhões das que existem no espaço. Se ela nos parece mais vasta, é pela única razão de que nos cerca e se desenvolve em toda a sua extensão, sob os nossos olhares, ao passo que as outras, sumidas nas profundezas insondáveis, mal se deixam entrever.
          Ora, sabendo-se que a Terra nada é, ou quase nada,no sistema Solar, e que este nada é, ou quase nada, na Via Látea, e ainda que esta nada é ou quase nada na Universalidade das nebulosas que pôr sua vez [e bem pouca coisa dentro do Imensurável infinito, começa-se a compreender o que é o Globo Terrestre.

AS ESTRELAS FIXAS (SOIS)
          As estrelas chamadas "FIXAS" que constelam os dois Hemisférios do firmamento, pertencem a uma aglomeração de astros estelares, aglomeração que não é senão a grande nebulosa de que fazemos parte e cujo plano equatorial, projetada no Céu, recebeu o nome de Via Látea.
          Todos ao Sois que a constituem são solidários. Suas múltiplas influencias reagem perpetuamente umas sobre as outras e a gravitação universal as agrupa todas numa mesma família. Cercados de mundos secundários que eles iluminam e fecundam pôr intermédio das mesmas leis que presidem a vida do nosso sistema Planetário. Uns como SIRIOS, são milhares de vezes mais grandiosos e importantes no papel que desempenham no Universo.
          E certo número desses SOIS, verdadeiros gêmeos da ordem sideral, são acompanhados de seus irmãos da mesma idade e formam no espaço, sistemas binários, aos quais a natureza outorgou funções inteiramente diversas das que tocaram ao nosso SOL.

ESTRELAS DUPLAS
          São dois Sois, um dos quais gira em torno do outro, como um planeta em torno de seu Sol.
          Essas estrelas, pertencem a mesma Nebulosa estelar. As estrelas chamadas "fixas" não estão imóveis na extensão. A distancia que se acham da Terra e a perspectiva sob a qual se mede o universo desde essa posição de pé, são as duas causas dessa dupla ilusão de ótica.

          Sabe-se que o nosso SOL, não é fixo nem central.
          Sabe-se que avança pelo espaço, arrastando consigo o seu vasto sistema de Planetas de satélites e cometas em direção da estrela VEJA da constelação de LIRA.
          Esses astros em número considerável, vivem vida solidária. Nada se acha isolado na economia do vosso pequeno mundo Terrestre. Assim também nada esta isolado no incomensurável Universo. O grande espetáculo que se desenrola desse modo, sob os nossos olhares, seria a criação real, imensa e cheia de vida etérea, que abarca, no conjunto imenso, o olhar infinito do Criador.
          Mas até aqui, não falamos senão de uma NEBULOSA: e seus bilhões de SOIS. E seus Milhões de Planetas e Satélites, não formando como dissemos, uma ilha no arquipélago INFINITO.

OS DESERTOS DO ESPAÇO
          Imensos desertos, sem limites, se estendem para lá da aglomeração de estrelas isoladas pelo espaço. Os amontoados de matéria cósmica, como ilhas flutuantes. A extensão que as separa umas das outras é incomparavelmente maior do que as que lhes mede as respectivas dimensões. Para além de tão vastas solidões.
          Sucedem-se agregados longínquos, de distancias cósmicas, que dá-se o nome de nebulosas IRRESOLÚVEIS. As quais parecem nuvem de poeira branca. Lá se revelam e desdobram novos mundos. Aquelas em cujo seio ainda não puderam distinguir as estrelas que as compõe. Foram a princípio, consideradas acervos de matéria cósmica em via de condensação para formar mundos: Hoje porém, se entende que essa aparência é devida ao afastamento e que, com instrumentos bastante poderosos, todas seriam RESOLÚVEIS.

ETERNA SUCESSÃO DE MUNDOS
          Vimos que uma única lei, primordial e geral, foi outorgada ao Universo, para lhe assegurar a estabilidade. Se remontarmos à origem primária das primitivas aglomerações da substancia cósmica, já notaremos que, sob o império dessa lei, a matéria sofre as transformações necessárias, que levam do germe ao fruto maduro, e que, sob a impulsão de diversas forças nascidas dessa lei.
          Ela percorre a escala das suas revoluções periódicas: primeiro, centro fluídico de movimentos, em seguida, geradora de mundos, mais tarde, núcleo central e atraente de estrelas que nasceram em seu seio. Já sabemos que essas leis presidem à história do Cosmo; O que agoira importa saber é que elas presidem igualmente à destruição dos astros, porquanto a morte não é apenas uma metamorfose do ser vivo, mas também uma transformação da matéria inanimada. O nosso mundo, desde o primitivo berço, percorreu toda a extensão dos anos. Extinguiu-se o foco interior, seus elementos perderam a virtude inicial. As mesmas leis e forças que a governaram nos primeiros passos e na adolescência, que a conduziram a idade madura e à velhice, vão também presidir à desagregação de seus elementos constitutivos. A morte não será um acontecimento inútil. Noutras regiões, ela renovará outras criações da natureza. E, lá onde os sistemas de mundos se desvaneceram, em breve renascerá outro jardim de flores brilhantes e mais perfumadas. Desse modo, mundos sucedem a mundos, Sois sucedem a Sois. Sem que o imenso mecanismo dos vastos Céus, jamais seja atingido nas suas gigantescas Atividades. Lá onde os nossos olhos, admiram esplendidas estrelas na abobada da noite, onde o nosso espírito contempla irradiações magnificas que resplandecem nos espaços distantes, de a muito o vazio sucedeu a esses deslumbramentos.
          A distancia imensa que se encontram esses astros, pôr efeito da qual, a luz que enviam, gasta milhares de anos a chegar até nós, faz com que somente hoje recebamos os raios que eles nos enviam, muito tempo antes da criação da Terra. E que ainda os admiraremos durante milhares de anos após a sua desaparição real.
          Que são pois, alguns milênios da humanidade histórica?

A VIDA UNIVERSAL
          Essa imortalidade das almas, tendo pôr base o sistema do mundo físico, pareceu imaginária a certos pensadores prevenidos; qualificaram-na ironicamente de imortalidade viajora e não compreenderam que só ela é verdadeira ante o espetáculo da criação. Que as obras de Deus sejam criadas para o pensamento e a inteligência. Que os mundos sejam moradas de seres que as contemplam e lhes descobrem sob o véu, o poder e a sabedoria daqueles que as formou, são questões que já não oferecem dúvidas; mas que sejam solidárias as almas que as povoam. É o que importa saber e conhecer. Com efeito a inteligência humana, encontra dificuldades em considerar esses globos radiosos que cintilam na amplidão como simples massas de matéria inerte e sem vida. Custa-nos pensar que não haja que não haja nestas regiões, magníficos crepúsculos e noites trasbordantes de luz, vales e montanhas, onde as produções múltiplas da natureza desenvolvem toda a sua luxuriante pompa. Mas, essa idéia eminentemente justa da criação, faz-se mister acrescentar a da Humanidade SOLIDÁRIA e é nisto que consiste o mistério da eternidade futura. Uma mesma família humana foi criada na universalidade dos mundos. E os laços de uma fraternidade que ainda não sabemos apreciar, foram postos a esses mundos.
          Se os astros que se harmonizam em seus vastos sistemas, são habitados pôr inteligências, não o são pôr seres desconhecidos uns dos outros, mas ao contrário, pôr seres que trazem marcado na fronte o mesmo destino, que se hão de encontrar temporariamente, segundo suas funções de vida. E encontrar de novo, segundo as suas mútuas simpatias. É a grande família dos espíritos que povoam as terras celestes.

DIVERSIDADE DOS MUNDOS E SISTEMA SOLAR.
          Acompanhando-nos em nossas excursões celestes, visiteis conosco as regiões imensas do espaço.
          Debaixo de nossas vistas, os Sois, sucedem aos Sois (Sistema Solar).
          Os sistemas aos sistemas, as nebulosas as nebulosas: Diante dos nossos passos desenrolou-se o panorama esplendido da harmonia do CÓSMOS.
          É belo, sem dúvida, haver reconhecido, quanto é ínfima a Terra e medíocre a sua importância na hierarquia dos mundos; É belo haver abatido a presunção humana que nos é tão cara, e nos termos humilhado ante a grandeza absoluta.
          Quero falar do poder infinito da natureza e da idéia que devemos fazer do seu modo de ação nos diversos domínios do vasto universo.
          Ainda mais belo, no entanto, será interpretarmos em sentido moral o espetáculo de que fomos testemunhas. Age a natureza conforme os lugres, os tempos e as circunstâncias; Ela é una em sua harmonia geral, mas múltipla em suas produções; Brinca com o Sol, como uma gota de água, povoa de seres vivos um mundo imenso com a mesma facilidade com que faz se abra o ovo posto pela borboleta.
          Lançai por um instante o olhar sobre uma região qualquer do vosso globo e sobre produções da vossa natureza. Não reconhecereis ai o cunho de uma variedade infinita e a prova de uma atividade sem par? Não vedes na asa de um passarinho das canárias, na pétala de um botão de rosa entreaberto a prestigiosa fecundidade dessa bela natureza?
          Assim como nenhum rosto de homem se assemelha a outro, Também uma portentosa diversidade inimaginável, se acha espalhada pelas moradas dos espaços.

SISTEMA SOLAR
UM SOL E NOVE PLANETAS--- TEORIA SOBRE O SISTEMA.
          O Sol, foi no passado, grande esfera de fogo. Desintegrando algumas frações de sua massa que no entanto ficaram presas a sua força de gravidade. Ao esfriar, essas frações formaram os Planetas que hoje compõem o seu sistema.
          O Sol é o nosso astro Rei. É uma estrela de 5ª grandeza, cor alaranjada, possuindo um volume de 1.300.000 mais que a Terra. É uma das inúmeras estrelas do Universo. Não é a maior nem a mais brilhante, apenas a mais próxima. Sua luz que percorre 300.000 km por segundo, nos chega em 8 minutos e meio. Não é uma esfera rochosa como a Terra e sim uma esfera de gases incandescentes que pode ser comparada a uma fornalha atômica. Essa incandescência, gera luz, calor e energia. Pôr causa dos gases em alta pressão, calcula-se sua força gravitacional, 28 vezes mais que a Terra. Leva 25 dias para completar seu movimento de Rotação e o movimento de Translação0, ele o faz em direção a estrela Veja da Constelação de Lira, arrastando consigo, todos os Planetas do Sistema Solar. O Sol é a nossa fonte de vida. Sem ele, não haveria vida na Terra. O nosso Planeta seria um túmulo gelado em trevas com uma temperatura de 250 graus c. abaixo de zero.
          Giram ao seu redor 9 Planetas Entre eles a Terra e muitos outros corpos, chamados Satélites. Desconfia-se que existem mais Planetas na família Solar. Isso pelo comportamento dos últimos Planetas descobertos. ( Urano, Netuno e Plutão) os estudiosos acham que a qualquer momento, poderá ser descoberto um ou mais planetas no Sistema. `e só aumentar uma lente de observação. Uma lente de maior alcance.
          Os 9 Planetas do Sistema são: MERCÚRIO que é o mais próximo do Sol. Depois vem VÊNUS, TERRA, MARTE, JÚPTER, SATURNO, URANO, NETUNO e PLUTÃO.

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