O mesmo tema, vários artigos, para ajudar a alguém que está preparando uma exposição ou estudando um assunto
Estudando o Espiritismo
Observe os links ao lado. Eles podem ter artigos com o mesmo tema que você está pesquisando.
segunda-feira, 14 de maio de 2012
A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Bem sabemos que não seríamos nós os mais autorizados a falar sobre o assunto "Educação Infantil", porquanto não somos portadores de nenhum título acadêmico que abranja o professorado, no entanto, como vamos buscar apoio na farta bibliografia contida na Doutrina Espírita, à qual sempre recorreremos, atrevemo-nos a tecer considerações sobre ele.
Temos gravado em nossa mente: "Eduque a criança para não ter que punir o adulto".
Inicialmente, sabemos que a criança nada mais é do que um Espírito reencarnado, isto é, um Espírito inexperiente num corpo infantil, carregando farta bagagem de acertos e desacertos e que necessita ser educado pelos que aqui o recebem como educadores, sejam pais e mães ou os responsáveis diretos pela sua orientação.
É da competência dos responsáveis pela educação da criança a observação meticulosa do seu procedimento, de seus primeiros impulsos, de suas reações e tendências, seus instintos e predisposições, oportunidades para constatarem o caráter do Espírito que lhe está chegando.
O Espírito vai revelando, desde cedo, nos dois ou três anos de vida na carne, o seu conteúdo moral, ético, espiritual trazido do passado, competindo aos pais irem corrigindo tudo quanto fuja da boa educação, dos bons princípios.
Disseram as Nobres Entidades a Allan Kardec que, a finalidade do espírito passar pela fase infantil é a seguinte: "Encarnado, com o objetivo de se aperfeiçoar, o Espírito, durante esse período (o infantil, lembramos), é mais acessível às impressões que recebe, capazes de lhe auxiliarem o adiantamento para o que devem contribuir os incumbidos de educá-lo" (1)
É do conhecimento de todos quantos se interessam pelo estudo mais profundo do Espiritismo que o Espírito vai somando em seu psiquismo todas as experiências e vivências anteriores, constituindo-se tais experiências e vivências em verdadeiro patrimônio espiritual impostergável, e do qual ele, Espírito, não deixará com facilidade de sofrer acirrada e poderosa influência, pelo fato de ser o inconsciente, justamente, a região do psiquismo onde se acham alojadas as vivências que na verdade normatizam, dirigem a vontade do Espírito, e nem tanto o consciente. Este passa apenas a obedecer, submisso, o que flui de lá de dentro do Espírito de forma autoritária, imperiosa. Foi isto, justamente, que levou Paulo a dizer, peremptoriamente: "Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço. - Ora, se eu faço o que não quero, já não faço eu, mas o pecado que habita em mim. Acho então esta lei em mim; que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo" (2). O mesmo vai acontecendo conosco, estudantes do Bem, mas que ainda não lançamos dentro do inconsciente a prática diária, a vivência normal desse Bem. Muitas vezes o consciente quer, mas o inconsciente, por ser bem mais forte, prepondera e deixamos de fazer o que gostaríamos. Paulo ainda diz que, "... com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem". (3) Considerava-se, por isso mesmo, assim: "Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte? (4)
Como percebemos, Paulo tinha essa sua luta como algo que o conduzia à morte, morte moral, claro, mas que também pode conduzir à morte do corpo carnal. tudo depende do que fazemos das lições que recebemos.
A Natureza, sempre operosa e sábia, proporcionou o choro da criança como uma forma de estimular o interesse dos pais aos cuidados de que há mister. Caso a criança manifestasse apenas alegria, na fase em que nem sabe falar, naturalmente deixariam seus pais sem nenhum tipo de inquietação quanto às suas necessidades indispensáveis. (5)
Fomos adquirindo mais conhecimento na medida em que estudamos o livro básico do Espiritismo, especificamente na parte em que é abordado o tema "A Infância" (6), quando o Espírito reencarnante, ao retornar à natureza que lhe é própria, mostra-se tal qual era no passado. Nós, em verdade, não sabemos o que oculta a inocência das crianças, o que nos leva a ter por elas afeição, carinho, como se fossem parcelas de nós mesmos. É desta forma que o amor de mãe é considerado como o maior que um ser pode dedicar a um outro.
Com o providencial esquecimento do passado, os pais não sabem quem são seus filhos e o que fizeram, como também o reencarnante desconhece quem eles, pais, foram no passado; é como se as vidas fossem livros que estariam sendo escritos pela vez primeira, na atual reencarnação.
Como a reencarnação tem a finalidade precípua de aperfeiçoamento do Espírito, a delicadeza da idade infantil torna o Espírito brando, acessível aos conselhos da experiência dos que devem fazê-lo progredir. É nesta fase infantil que os caracteres são mais moldáveis e maiores possibilidades existem de serem reprimidos os maus pendores. Foi esse o dever imposto por DEUS aos pais.
Costumamos salientar em nossas palestras sobre educação dos filhos, que DEUS divide com os pais terrenos a Sua Paternidade Divina, esperando tão somente que façamos a nossa parte que ELE fará a dELE, e por uma razão muito simples: 'ELE é o autêntico PAI, e nós não. Somos "pais de aluguel", por isso mesmo temporários, incumbidos de prestarmos a nossa modesta colaboração na obra da criação e educação dos filhos de DEUS. E aditamos: se fizermos a nossa parte, DEUS fará a dELE. Caso não cumpramos com a nossa obrigação, seremos responsabilizados e responderemos carmicamente pela nossa negligência, sofrendo o que fizermos sofrer.
Em vista do que estamos apreciando, fácil é deduzirmos que, o Espírito, ao animar um corpo infantil, pode ser mais adulto, mais evoluído do que os seus pais, caso tenha progredido anteriormente em vidas passadas.
Emmanuel, Venerável Mentor de Chico Xavier, afirma que até os sete anos o Espírito ainda se encontra em fase de adaptação para a nova existência que lhe compete no mundo, inexistindo uma integração perfeita entre ele e a matéria orgânica (7). Recorda mais vivamente o mundo que deixou para trás, tornando-se, deste modo, mais suscetível de renovar o caráter e moldar novos caminhos existenciais. Resulta daí ser a vida no lar uma experiência muito importante para edificar o homem, sendo também muito profunda a missão da mulher perante as leis divinas, aditou o Venerável Espírito.
As melhores energias paternais e maternais devem ser desenvolvidas, no sentido de canalizar para seus descendentes diretos um modelo de educação que integre o reencarnante num digno padrão moral de vida. Ainda é, pois, o lar a melhor escola onde a criatura deve receber as bases do sentimento e do caráter.
Não sendo oferecida a educação no lar, só mesmo o processo violento das provas rudes, no mundo, poderá renovar o pensamento e o modo de ser da criatura recém-chegada para uma nova vida.
Emmanuel não se mostrava muito favorável, pelo menos na época em que ditou pelo Chico Xavier o livro em apreciação, quanto à instalação da educação sexual nas escolas, (8) alegando que os professores não sentiam (ainda) nos discípulos os filhos reais dos seus corações. Eles estão muito aferrados aos problemas salariais, tabelas administrativas, auxílios oficiais, situações de evidência no magistério, fixados nas promoções, etc. Desconhecemos se hoje Ele continua pensando do mesmo jeito, tendo em vista que já se cogita este tipo de ensino compartilhado pelos pais e professores nos estabelecimentos de ensino. Claro, acentua o Venerável Espírito, que há as exceções no quadro daqueles professores que querem apenas instruir o intelecto, sem saberem iluminar os corações de seus alunos. Aconselha que a tarefa de educação sexual dos filhos seja atribuída aos pais, até que o planeta possua as verdadeiras escolas de JESUS, onde a mulher cumprirá seu sagrado ministério de mãe e o pai será um centro de paternal amor.
Considera Emmanuel que as escolas podem renovar seus métodos pedagógicos de ensino visando melhor atender aos alunos, mas que é o lar a escola educativa por excelência, porque nele deve estar instalado o culto do Evangelho que se constitui numa fonte de renovação moral/espiritual, levando em consideração que surge a oportunidade de mostrar às crianças e jovens o único e inigualável modelo de vida - JESUS.
Sobre o problema dos pais espíritas forçarem ou não os seus filhos a seguirem suas orientações religiosas espiritistas, vale a pena lembrarmos palavras de Divaldo Pereira Franco inseridas num livro (9): "Temos ouvido alguns confrades afirmarem: Eu não forço os meus filhos para a evangelização espírita, porque sou muito liberal. Ao que poderia acrescentar: "Porque não tenho força moral". Se o filho está doente, ele o força a tomar remédios; se o filho não quer ir à escola, ele o força. Isto porque acredita no remédio e na educação. Mas não crê na religião que abraçou, quando afirma: "Vou deixá-lo crescer, e depois ele escolherá". "Para mim" - acrescentou Divaldo - "representa o mesmo que o deixar contaminar-se pelo tétano ou outra enfermidade, para depois aplicar o remédio". Deu outro exemplo, isto é, quando frente a um tuberculoso, falar-lhe: "Você deve cuidar da higiene, de sua alimentação e de sua saúde". Divaldo, em nosso entender, quis mostrar que o comportamento desses pais obedece o seguinte critério: "Fechar a porta depois dela ser arrombada".
Prosseguindo, o grande tribuno espírita quis mostrar resumindo, que os pais dão a melhor alimentação, o melhor vestuário, o melhor colégio dentro de suas possibilidades, mas na hora de dar a melhor religião, eles se acomodam, amedrontam-se. Aos pais é incumbido o dever de oferecer aos filhos o que há de melhor, cabendo aos filhos, ao se tornarem adultos, fazerem, aí sim, as suas opções de ordem religiosa. Necessário é motivar os filhos, enquanto crianças, através dos exemplos em casa, que o Espiritismo é, sem dúvida, a mais indicada de todas as religiões, imprimindo em si mesmos todo o comportamento espírita. Uns obrigam os filhos a irem à evangelização; todavia, em casa, não mantém uma atitude espírita. O exemplo dos pais espíritas em casa tem efeito altamente convincente.
Há pais que reclamam do horário, muito embora Divaldo tenha perguntado qual a melhor hora para a evangelização sem ser domingo de manhã. Divaldo interroga um desses pais que não têm hora para levar os filhos à evangelização: "Que hora é melhor?" Outra hora - respondeu. Divaldo insiste: "Mas qual?" Volveram a perguntar: O que é que é que você acha? Divaldo retrucou: "Eu não acho nada, porque eu não tenho filho, você é que tem". Mas não poderia ser em outra hora - voltou o pai à carga: Contesta Divaldo: "Depende de você achar a hora, porque, durante os dias da semana as crianças não podem porque estão estudando; no sábado, à tarde, o evangelizador tem que arrumar a casa, cuidar das compras, etc. Domingo, à tarde, os pais não podem porque as crianças têm as festinhas de aniversário, as matinezinhas, isso e aquilo; de noite não convém, porque criança não pode dormir tarde. Domingo de manhã - continua o pai desavisado - nem sonhar, porque a Bahia foi feita por DEUS com tantas praias e mulheres bonitas para serem desfrutadas. Para que praia, então, se o baiano não pode ir? Domingo queremos ir à praia, Sr. Divaldo". Em vista desses argumentos, Divaldo responde que a evangelização não era, absolutamente, o problema, muito pelo contrário, era a solução para todos os problemas do ser humano. E aditou que as pessoas que pensavam assim, não eram espíritas, que elas não querem é perder a praia, alegando que os filhos precisam tomar sol e banho de mar. Por fim, Divaldo acrescentou: "Percam umas praiazinhas mas salvem os seus filhos. Hoje vocês os levam à praia, mas depois, invariavelmente, ficarão chorando e perguntando a DEUS por quê o filho cometeu tamanho deslize?"
O remorso pode bater no interior desses pais e, naturalmente, frente às suas próprias negligências, haverão de perguntar sem obter a resposta desejada: "Por quê Senhor, o meu filho cometeu tal delito? Eu o fiz nascer com as feições do menino JESUS, e agora o vejo com o rosto de Judas de Kerioth".
Que seja, pois, uma preocupação permanente, nas mentes paternais e maternais espíritas, principalmente, a evangelização de seus filhos, evitando mais tarde que eles descambem para toda sorte de vícios e paixões próprias do momento que nossas crianças atravessam, e cujas conseqüências são terrivelmente dolorosas.
(1) O Livro dos Espíritos, pergunta 383, edição FEB.
(2) Epístola de Paulo aos Romanos, cap. 7:19/21
(3) id ibidem versículo 18.
(4) id ibidem versículo 24
(5) O Livro dos Espíritos, perg. 384
(6) O Livro dos Espíritos, Parte 2ª cap. VII
(7) Livro O Consolador, edição da FEB, perg. 109
(8) id ibidem, perg. 110
(9) Livro "Diálogo", da USE (União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo) Pág. 68.
ADÉSIO ALVES MACHADO
Escritor, Orador e Radialista.
Autor dos livros: Ser, Crer e Crescer - Elucidações Para uma Vida Melhor;
Diálogo com Deus - Preces de MEIMEI e Verdades que o tempo não apaga, lançado recentemente.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário