Estudando o Espiritismo

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segunda-feira, 14 de maio de 2012

A Educação na visão espírita


Do CE Anália Franco

Jesus veio à terra, também, para trazer esclarecimentos à infância intelectual da criatura humana. Por isso Ele falava aos fracos, aos escravizados, aos viciosos, àqueles presos à matéria, e submetidos ao jugo do instinto, ou ainda aos não incluídos na categoria superior da razão e da vontade que se exercem em torno dela e por ela.
Todavia, até hoje a maioria ainda admira e busca o que os seus sentidos elegeram como conquistas a realizar: a notoriedade, a riqueza, o luxo, a posição social, o prazer e todos os valores da vida material.
Nesse contexto, desejamos destacar a importância do Centro Espírita como Escola de Espiritismo, onde se pode observar total dedicação ao ensinamento da Doutrina Espírita.
No entanto, para atingir a verdadeira necessidade do espírito encarnado na terra, O Centro Espírita deve passar à condição de Escola do Espírito, onde priorize a educação integral do ser e não apenas a educação doutrinária.
Hipolite Leon Denizard Rivel, codificador da Doutrina Espírita, foi discípulo de  Pestalozzi, o grande pedagogo da época e era também um grande pedagogo.
José Herculano Pires, (Nascimento da Educação Espírita)  Diz: “Hipolite era um grande pedagogo, que interessava-se por todos os fenômenos que pudessem dar-lhe um conhecimento mais profundo da natureza humana. Partia do princípio de que o objeto da Educação é o homem e por isso o pedagogo tinha por dever aprofundar o conhecimento deste.”
DORA INCONTRI, jornalista e escritora com doutorado pela USP com o tema “Pedagogia espírita”, diz que “a própria Doutrina Espírita é uma proposta pedagógica de Educação do Espírito. Kardec não foi educador por acaso. Foi com essa visão de educador que codificou o Espiritismo. Nada mais óbvia, portanto a contribuição que a Doutrina pode dar para o campo específico da pedagogia, com uma visão reencarnacionista do homem.”
A educação do espírito consiste na realização dos objetivos principais na vida de cada individualidade, ou seja, conquista de valores definitivos. No atual estágio em que se encontram muitas nações, inclusive o Brasil, confunde-se o conceito de educação com o de instrução. Assim, o nosso Ministério da Educação cuida, na realidade, da instrução do povo, mas a educação a que nos referimos tem um sentido mais amplo: abrange a instrução de todos os níveis e vai além, para alcançar o campo dos sentimentos.
A finalidade do Espiritismo, como doutrina de educação, é o aperfeiçoamento do homem, tanto no campo moral quanto no intelectual.
Diz Emmanuel: (Dicionário da Alma, 5. ed. FEB, p. 100.)
“A educação é obra de sacrifício no espaço e no tempo e, atendendo à Divina Sabedoria – que jamais nos situa uns à frente dos outros sem finalidades de serviço e reajustamento, para a vitória do amor – amemos nossas cruzes, por mais pesadas e espinhosas que sejam, nelas recebendo as nossas mais altas e mais belas lições.”
A missão da Doutrina Espírita é também a de modificar as concepções sobre a vida. Os estabelecimentos de ensino, representados pelas escolas em geral, preocupam-se somente com a instrução e não com a educação, predominando os erros concepcionais da vida, pela influência religiosa tradicional e pelo materialismo. Por isso, seguidores do Espiritismo terão o encargo honroso de sustentar a verdade. Onde? Nos lares, nas casas espíritas, nos meios de comunicação e, sobretudo, na exemplificação.
A família é fundamental na formação da personalidade da criança, por isso, deve conhecer a importância que a lei da reencarnação exerce sobre a criança nas menores particularidades da existência. Deve ainda conhecer a lei de causa e efeito, explicando o problema do ser, do destino e da dor e entender que tais leis repercutem, sobremaneira, na formação da nossa parentela corporal e espiritual.
Emmanuel nos diz que : “O colégio familiar tem suas origens sagradas nas esferas espirituais. Em seus laços reúnem-se todos aqueles que se comprometeram, no Além, a desenvolver na erra uma tarefa construtiva de fraternidade real e definitiva”.
É no seio da família, portanto, onde restabelecemos contato com espíritos que têm afinidade ou não conosco, competindo aos pais envidarem esforços para orientar estas personalidades deformadas em matizes novas.
André Luiz comenta ensinando: “Os frutos falam pelas árvores que os produzem. Nossas obras na esfera viva de nossa consciência, são as expressões gritantes de nós mesmos”.
A qualidade e quantidade de afeto recebida na primeira infância, determinam, mais do que qualquer outra influência, o curso e a qualidade da vida da criança. Barkwin, pesquisador, demonstrou que 95% dos índices de mortalidade são de crianças cuidadas ou tratadas por pessoas competentes, mas que não se relacionam com elas afetivamente. 15% são as que vivem em ambiente familiar com muito amor.
Harlow observou  que em macaquinhos com mães afastadas existem maiores distúrbios. Já Spitz, em suas observações, descreveu  casos de morte por carência afetiva, mesmo com aleitamento natural ou artificial,
O Dr. Hain Grunspun, professor de psiquiatria infantil da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo diz.
 “A criança que não recebe suficiente afeto em sua infância, em especial no seu primeiro ano de vida, projetará as conseqüentes sensações no ambiente e não terá, por isso, equilíbrio emocional para aceitar o mundo e nele ser aceito”,
Muitas das vezes os pais projetam no filho suas vivências desequilibradas. Desejam que ele seja o que  não puderam ser, ou que tenham o que não puderam alcançar, aplicando uma pseudo-educação moderna que desconhece limites. As conseqüências deste comportamento são catastróficas.
Joanna de Ângelis nos diz que “A família é o fulcro da maior importância para a formação do Homem”, e Emmanuel esclarece que “Em família, temos aqueles que permanecem conosco para o nosso amor e aqueles que se demoram conosco para a nossa dor”.
Em O Livro dos Espíritos, questão 199-a, diz: “Aliás, não é racional considerar-se a infância como um estado normal de inocência. Não se vê em crianças dotadas dos piores instintos, numa Idade em que ainda nenhuma influência pode ter tido a educação? Donde a precoce perversidade, senão da inferioridade do Espírito, uma vez que a educação em nada contribuiu para isso?”
A criança deve ser levada às aulas de Evangelização Espírita, onde os ensinamentos ministrados dar-lhe-ão os esclarecimentos e o conforto de que tanto carece. Mas há pais que não querem se dar ao trabalho de levar os filhos à evangelização e justificam sua indolência recorrendo às teses do livre arbítrio em matéria de religião. Que escolha religiosa fará um jovem que não vivenciou religião nenhuma? Outros dizem: A criança não é muito nova para ser exposta às idéias espíritas? Como se as próprias idéias que esposa fossem ruins. Cada idade permite certa apreensão e entendimento das coisas, respeitadas as diferenças individuais.
As idéias espíritas estão sempre dando significação aos atos e ações da criança e de seus familiares no mundo. Desperte o interesse da criança interagindo com ela em seu próprio mundo. Onde se realiza a educação espírita da criança? Realiza-se nas diferentes esferas do mundo da própria criança, na família, na casa espírita (comunidade espírita), na escola, na comunidade (social), nas instituições que ela freqüenta (esportivas, escolas de idiomas, etc.).
Se as ações dos pais são influenciadas pelos valores espíritas, eles deveriam explicar isto às crianças. As idéias espíritas devem ser objeto de conversação e discussão, assim como são os assuntos da escola, as tarefas de casa, o jogo de futebol, o uso do computador, o valor do dinheiro.
O Centro Espírita, na educação espírita da criança, deve participar como um espaço de socialização e aprendizagem, um espaço o mais prazeroso possível, onde nele a criança deve aprender que os valores de sua família não são únicos no mundo, que há outras pessoas que pensam de forma semelhante. Isto ajuda na construção da sua identidade como espírita.
A relação da criança com o Centro Espírita não deve se reduzir à presença em uma sala de aula. É importante a criação de espaços para o processo de educação espírita e de socialização da criança no movimento espírita.


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