Estudando o Espiritismo

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terça-feira, 22 de maio de 2012

Entrevista com Djalma Argollo



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Djalma ArgolloDjalma tem 53 anos de trabalho no movimento Espírita; fundador e presidente do Amar- Sociedade de Estudos Espíritas – AMAR-SE,.Publicou 21 livros em prol do movimento Espírita, palestrante Internacional, bacharel em Ciências e Estatísticas e Analista de Sistemas de Dados, terapeuta Junguiano com sua clínica em Salvador/ Bahia. Promove cursos e workshops em todo o país. Djalma participa e acompanha o crecimento dos trabalhos do KSSF desde seu início, dando palestras e fazendo parte de várias atividades da casa em suas visitas a Florida, Estados Unidos.
Leia a biografia completa de Djalma. Click aqui.
Leia a seguir entrevista com Djalma Argollo falando sobre seu mais recente livro "Desenvolvimento Pessoal - Uma Proposta de Individuação":
1-No seus anos de experiência com o trabalho terapêutico, como você faz a ligação entre a Psicologia e o Espiritismo?
R. Se nós observarmos bem Espiritismo e a Psicoterapia, eles tem uma ligação muito forte. A Psicoterapia ajuda a alma das pessoas e o Espiritismo não so estuda como também auxilia a alma. Kardec deu como sub-título da Revista Espírita – Jornal de Estudos Psicológicos. Na minha visão a Psicoterapia e o Espiritismo se completam por que o Espiritismo dá um embasamento teórico e profundo do ser, e a psicoterapia as ferramentas necessárias para auxiliar os indivíduos a realizarem a metanóia, ou seja,  uma reforma íntima.
2- O que o motivou a escrever sobre o tema Desenvolvimento Pessoal?
R. A minha experiência como terapeuta, por que eu percebi que as pessoas não tinham uma idéia exata do que significa transformação mental, e auto-conhecimento. Assim, inspirado pela questão 919 do O Livro dos Espíritos e a prática terapêutica eu quis estabelecer um esquema para que as pessoas entendessem o que significa conhecer-se para se transformar.
3- Fale um pouco sobre sua proposta  ao leitor logo no primeiro capítulo do seu livro - "quem sou eu"?
R. A proposta é que nós devemos partir para o auto-conhecimento iniciando por um estudo e compreensão do próprio organismo que usamos enquanto Espíritos encarnados.
4- Seu livro tem um foco nos princípios básicos da Psicologia Analítica , melhor dizendo, os conceitos Junguianos. Como pode este conhecimento ajudar na proposta evolutiva do Ser?
R. : Temos que partir do fato que Jung construiu sua Psicologia nao só com base nos conhecimentos da ciência, porém com base no conhecimento da mediunidade e dos fenômenos espíritas. Ainda na faculdade ele comecou a ler e a praticar em reuniões mediúnicas, inclusive dirigindo uma com sua prima, que era médium, durante dois anos. E nisso ele verificou que todos nós ao encarnamos trazemos um designío que precisa ser cumprido, tambem descobriu que a evolução se faz do inconsciente para o consciente. E apesar de não ter dito explicitamente não se pode entender o princípio de individuação sem a base da reencarnação, porque não fora assim a quase totalidade dos seres humanos nunca atingiriam esta meta.
5- Explique para o leitor o que é Individuação?
R. : Segundo Jung é a possibilidade de nós atingirmos a singularidade psíquica. Todos nos desde o nascimento somos influenciados pelo coletivo e obrigados a agir de acordo com ele.  Entenda-se coletivo como a própria sociedade. Pela individuação conseguimos nos libertar da influência sistemática do coletivo, passando a agir segundo nossos próprios critérios de vontade. Podemos até agir de acordo com as normas sociais, mas não por mera imposição simplesmente, porque assim queremos fazer. Um exemplo do homem individuado é o próprio Jesus que sempre e a qualquer instante, apesar de se sujeitar ao ambiente em que viveu sempre demonstrou sua independência.
6- Qual a sua visão da manifestação ou Constelação dos Complexos, como chama Jung, numa reunião mediúnica?
R. : Os Complexos são conteúdos fundamentais para a existência. Temos complexos educacionais que nos ajudam na aquisição de cultura, como temos complexos que influenciam negativamente o nosso comportamento. Assim, tanto encarnados quanto desencarnados, possuímos complexos vez que outros constelados um ou muito deles. Numa reunião mediúnica quando um Espírito com um complexo qualquer se aproxima de um médium, ele constela um complexo semelhante nesse médium e através desta afinidade de complexos se estabelece a comunicação entre as duas mentes.
7-  E o doutrinador como se insere neste contexto?
R : A função do doutrinador é a mesma do Psicoterapeuta porque através da influência dos Espíritos amigos e sua própria condição vai interferir no psiquismo do desencarnado ajudando a tomar conhecimento de suas dificuldades e poder assumir novas posições mentais na nova vida que esta levando. Em consequência o médium também passa por um processo de psicoterapia , pois como ele e o Espírito estão numa mesma sintonia de complexos há a ação pela palavra e pela energia do doutrinador e mentores espirituais que vão ajudá-lo também em suas dificuldades. O doutrinador é levado a este contexto por ter alguma afinidade de complexos neste processo. Ele é um curador ferido , pois não esta acima daqueles a quem esta ajudando. Porém sofrendo das mesmas dificuldades ou semelhanças aprende com o problema que se apresenta a resolver tambem os seus.
8- Que ligação o leitor pode fazer entre seu complexo materno e suas diversas encarnações?
R. : Como todo Complexo se estabelece sobre um arquétipo, o complexo materno também o faz. A cada encarnação o Espírito inicia uma nova existência,  cria um novo ego, uma nova personalidade e sem dúvida desenvolve um complexo materno de acordo com as influências recebidas desde o momento da encarnação no útero de sua mãe. As influências das mães anteriores foram assimiladas pelo ser espiritual e fazem parte do que eu chamo o inconsciente pretérito.
9- No capítulo XII de seu livro Desenvolvimento Pessoal, você aborda sobre as projeções e a sombra. Como aplicar este saber para nosso auto- conhecimento?
R. : A sombra é um arquétipo onde nos reprimimos tudo aquilo que não interessa a nossa consciência saber, tanto positivo como negativo. Por isso a sombra se divide em sombra escura e áurea. O auto- conhecimento exige que nós tragamos para a consciência estes aspectos reprimidos integrando-os à nossa maneira de ser desta forma, a uma expansão da consciência e uma melhor compreensão da nossa vida e dos nossos relacionamentos.
10- Você poderia nos dar uma dica de como integrarmos nossas projeções?
R. : A projeção é um fator inconsciente que acontece por tanto a revelia de nossa vontade, mas ela tem sempre um conteúdo emocional.  Por isso toda vez que alguém desperta em nos uma emoção positiva ou negativa intensa, existe uma projeção de nossa sombra. Quer dizer nos começamos a ver valores ou erros que são nossos transferidos para a outra pessoa. A integração vai acontecer quando passamos a raciocinar de que maneira eu sou como esta pessoa que eu estou ou admirando ou condenando. Descobrindo isso este conhecimento passa a fazer parte do nosso consciente e por isso não somos mais dominados por eles mas passamos  a ser senhores dele.

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