Estudando o Espiritismo

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segunda-feira, 14 de maio de 2012

A INFÂNCIA E A ADOLESCÊNCIA


A INFÂNCIA E A ADOLESCÊNCIA

A INFÂNCIA

O Espírito de uma criança pode ser até mais evoluído do que o de um adulto, porém, sua inteligência não se manifesta plenamente, porque seu organismo físico ainda não está suficientemente desenvolvido.

O estado de perturbação por que passa o Espírito, no ato da encarnação, só aos poucos é que vai cessando, dissipando-se totalmente com o pleno desenvolvimento dos órgãos.

A infância é uma fase de adaptação muito necessária ao Espírito reencarnante, e isto é comprovado pelo período de infância nos seres humanos. Se comparado com o dos animais inferiores, observaremos que é bem maior, pois o homem passa quase um terço de sua existência num estado de imaturidade física, psíquica e emocional.

Recém saído do mundo espiritual, onde gozava de maior liberdade e dispunha de maiores recursos, o Espírito se vê em dificuldades para exprimir seus pensamentos e manifestar suas sensações, em pleno exercício de suas reais faculdades.

Os objetivos da infância, segundo a Doutrina Espírita, são de duas ordens:

a) Pelo fato de tornar o Espírito mais acessível às modificações exteriores, mais "inocente", com um amortecimento das más inclinações, a infância vai permitir que a atuação dos pais possa vir moldar a personalidade do Espírito, contribuindo para o seu progresso moral.

Quando Kardec indagou dos Benfeitores quanto a necessidade de passar pela infância [LE-qst 385] eles disseram:

"Encarando-se com o fim de se aperfeiçoar, o Espírito é mais acessível, durante esse tempo às impressões que recebe e que podem ajudar o seu adiantamento."

Portanto, reencarnando-se sob a forma inicial de uma criança, o Espírito fica mais apto a assimilar as boas condutas e as lições de uma vida digna e correta.

Os pais, assim, assumem grave compromisso ante eles próprios e ante a alma que receberem na condição de filho, pois, na realidade, a paternidade nada mais é do que a missão de modelar caracteres.

O Espírito Santo Agostinho examinando a questão diz:

"Quantos pais infelizes com os filhos, por não terem combatido as suas más inclinações desde o princípio. Por fraqueza ou indiferença, deixaram que se desenvolvesse neles os germes do orgulho e do egoísmo. Mais tarde, colhendo o que semearam, admiram-se e afligem-se com a sua falta de respeito e a sua ingratidão."

b) Mas a infância tem ainda uma outra finalidade, relacionada ao fato de encontrar-se a criança num estado de "inocência", de "fragilidade" e de "pureza". Por que esse estado vai desenvolver nos pais e naqueles com quem convive, muita simpatia, muito interesse e boa vontade, o que muito lhes facilitará o desempenho de suas atividades.

A fragilidade própria da infância vai despertar nos pais um sentimento de amor, carinho e atenção que são fundamentais ao processo educativo. Disseram os Espíritos que amor de uma mãe é o mais profundo sentimento que um Espírito pode ter por outro, e por intermédio desse profundo sentimento encontrarão, os pais, os recursos, a persistência, a resistência para serem os anjos tutelares daquelas almas tão frágeis e necessitadas de disciplina, amor e bons exemplos.

É assim que a infância não é somente útil, necessária, indispensável, mas, ainda, a conseqüência natural das leis que Deus estabeleceu e que regem o universo.

A ADOLESCÊNCIA

Consideramos, aqui, a adolescência como o período de transição da meninice à fase adulta, período no qual se acentua a consciência que o indivíduo tem de sua própria personalidade física, psíquica e social.

Observando os adolescentes, o primeiro fato a registrar é que não se trata de um grupo homogêneo. Cada jovem se distingue nitidamente do outro, apresentando suas características próprias. Em segundo lugar, notamos que a partir de meados deste século ocorreu o que podemos chamar de um "prolongamento do período da adolescência", devido a fatores sociais e educacionais. Um terceiro ponto de interesse é o caráter "pendular" do adolescente, apresentando alterações e transições rápidas, altos e baixos, ambivalências, indecisões, dilemas que confundem seus pais, educadores e médicos.

Allan Kardec [LE-qst 385] questiona a Espiritualidade acerca da mudança de caráter que ocorre com os indivíduos, principalmente por volta da adolescência. Os Instrutores Espirituais sintetizam a explicação na primeira frase:

"É o Espírito que retoma a sua natureza e se mostra tal qual era."

Entendamos que ocorre, no processo reencarnatório, uma série de fenômenos que visam preparar e adaptar o Espírito para a nova situação que ele vai vivenciar. Um dos fatores mais importantes na reencarnação é o esquecimento temporário do passado, que lhe permitirá absorver com mais segurança a educação a ser recebida.

A infância se mostra, assim, como o período propício para que se efetivem as necessárias mudanças no comportamento através dos processos educativos, já que o Espírito encontra-se mais acessível. Com o crescimento e o desenvolvimento dos processos físicos e mentais, ele entra na fase da adolescência, quando ocorre uma verdadeira "explosão do passado", um choque entre a individualidade espiritual e a personalidade atual, dando origem, em muitos casos, a uma verdadeira "crise" de identidade.

ASPECTOS DA ADOLESCÊNCIA

Destacamos quatro aspectos onde podemos notar as mudanças desta fase da vida:

a) Aspecto Psico-Biológico: no período habitualmente denominado puberdade ocorre um crescimento rápido e facilmente perceptível da estrutura corporal, juntamente com a maturação hormonal e sexual. Este crescimento não é proporcional, provocando diferenças no formato do corpo. Estas mudanças físicas trazem consigo vários efeitos psicológicos, dos quais destacamos: excessiva preocupação com a imagem, temor dos impulsos sexuais que começam a despertar em forma de desejos, a busca de atitudes consideradas "adultas" (já que não se consideram mais "crianças") e ainda, em muitos casos, o desenvolvimento do narcisismo como forma de auto-afirmação;

b) Aspecto Mental ou Cognitivo: nota-se na adolescência um progresso da atividade mental, com a capacidade de estruturar melhor seus pensamentos, utilizando-se da lógica e de comparações.

Compreende melhor as situações abstratas e desenvolve um Espírito crítico e observador. Amplia-se, como já comentado, a consciência de si mesmo, da sua existência como indivíduo, dos seus limites, das suas responsabilidades;

c) Aspecto Emocional: apresentam-se, os adolescentes, de uma forma geral, bastante instáveis em seu humor, tornando a convivência muitas vezes difícil, a exigir compreensão e paciência. São, por outro lado, francamente sensíveis.

Habitualmente entregam-se a sonhos ou fantasias, sejam como mecanismo de compensação das frustações e desapontamentos, exercício de imaginação ou criatividade, ou recurso de fuga diante de uma realidade que não conseguem compreender ou aceitar;

d) Aspecto Social: o adolescente vai desenvolver uma verdadeira "luta" por se integrar a um grupo, na tentativa de se ajustar da melhor forma possível, influenciando e sendo influenciado por aqueles que, no seu entender, são os únicos que o compreendem.

Vai questionar de forma bastante insistente todos os valores estabelecidos, seja na sociedade, seja na família, apelando sempre para a necessidade de "renovação" e "mudança", que espelha, na realidade, os processos que ele próprio está vivendo.

Enfrenta nesta fase, ainda, uma série de outras pequenas crises causadas pela obrigação de estudar, a busca de trabalho, o vestibular, o namoro, etc...

RELAÇÕES FAMILIARES

Os pais formam, desde o início, as figuras mais importantes da vida infantil. São os chamados "adultos significativos". São as pessoas que influenciam e sugestionam; que impõem as leis, a disciplina, as ordens, os regulamentos; que trasmitem a ética, a moral, os hábitos, os conceitos, a fé religiosa, a educação sexual, etc. Com o desenvolvimento, a criança vai tentar lutar contra esta "colonização", buscando liberdade e independência. Ao chegar à adolescência, esta luta vai se tornar ainda mais acirrada, ao mesmo tempo que o jovem vai perceber que tem necessidade de continuar dependente, recebendo a proteção e o carinho que sempre recebeu. Esta situação vai caracterizar uma verdadeira "ambivalência" nas relações familiares.

Uma das técnicas inconscientes, impulsivas e automáticas utilizadas pelos adolescentes para se libertarem do domínio dos adultos chama-se "desmitificação dos ídolos". Consiste em modificar o ponto de vista forjado na infância referente à onisciência e onipotência dos pais, transformando-os em "criaturas humanas", que têm vida sexual, fraquezas, cometem erros, injustiças, falhas, defeitos. A grande maioria dos pais não está preparada para ser questionada tão duramente, o que explica, também, as desarmonias familiares comuns neste período. É necessário que, da mesmo forma que o adolescente, os pais também sejam orientados acerca da situação que estão vivendo.

COMPORTAMENTOS PREOCUPANTES

- Total isolamento na família, na escola, no grupo de amigos;

- Alteração de humor, de forma constante e extrema, passando de estados de euforia a estados de depressão;

- Agressividade excessiva;

- Dificuldades sexuais (em relação à própria sexualidade ou em relação a outras pessoas);

- Dificuldades escolares sem motivos aparentes.

BIBLIOGRAFIA

1) O Livro dos Espíritos - Allan Kardec

2) O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec

3) Os Adolescentes - Isaac Mielnik

4) Nossos Filhos São Espíritos - Hermínio C. Miranda

5) Vida em Família - Rodolfo Calligaris

Apostila Original: Instituto de Difusão Espírita de Juiz de Fora - MG

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