Estudando o Espiritismo

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quinta-feira, 7 de março de 2019

Ansiedade, Psicologia e Espiritismo

Ansiedade, Psicologia e Espiritismo

Sérgio Biagi Gregório 
SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Conceito. 3. Considerações Iniciais. 4. Ansiedade e Psicologia: 4.1. Sintomas da Ansiedade; 4.2. Transtornos de Ansiedade; 4.3. Freud e a Ansiedade. 5. Tipos de Ajuda Psicológica: 5.1. Relaxamento e Auto-Hipnose; 5.2. Programação Neurolingüística; 5.3. Enfrentando a Ansiedade. 6. Ansiedade e Espiritismo: 6.1. A Codificação Espírita; 6.2. Orientações do Espírito Emmanuel; 6.3. O Centro Espírita. 7. Conclusão. 8. Bibliografia Consultada.  
1. INTRODUÇÃO
O que se entende por ansiedade? Qual a concepção da Psicologia? Qual o contributo de Freud? Que subsídios a Psicologia e o Espiritismo podem nos oferecer para o seu controle?  Como um Centro Espírita pode prestar auxílio?
2. CONCEITO  
Ansiedade. É um intenso mal-estar físico e psíquico, acompanhado de aflição e agonia. Figuradamente, desejo veemente e impaciente.  
Na Psicologia, a ansiedade pode variar de simples apreensão aos ataques de fobias, melancolia e síndrome de pânico. Pode-se dizer que é um estado de agitação motora e excitação intelectual, provocado por sentimentos de natureza penosa, que se revela por movimentos desordenados, mas pouco variados, indicando medo, angústia, desespero, pavor etc. (Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira)
3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A ansiedade e os termos correlacionados, tais como, medo, angústia, melancolia, síndrome de pânico, não é somente de nossos dias, embora a correria do mundo moderno possa provocá-la mais intensamente do que no passado.
Observe as pessoas dentro do ônibus ou metrô. A maioria não pára de mexer nos seus aparelhos eletrônicos: parece que todos estão fugindo de si mesmos. Inconscientemente, provocam os sintomas da ansiedade.
Acrescentemos, também, as diversas preocupações de subsistência, de relacionamentos, de compromissos assumidos. Quando não são devidamente administradas, elas geram ânsia, que é a pressa para tudo resolver.  
Todos, em menor ou maior grau, estamos sujeitos à ansiedade: uns preferem racionalizá-la, outros narcotizá-la e outros ainda evitá-la.
Diante de uma adversidade, devemos nos preparar para “lutar-ou-fugir”. A fuga pode gerar problemas futuros; a luta, embora penosa, pode gerar grandes benefícios.
4. ANSIEDADE E PSICOLOGIA
4.1. SINTOMAS DA ANSIEDADE
Fisicamente, palpitações, rigidez do tórax, suor, sequidão da boca, aumento da vontade de defecar ou urinar, dores de cabeça, tonturas.
Psicologicamente, sentimentos de medo, pânico e tendências para temas de desgraças dominando os seus pensamentos. (Sheehan, 2000, p. 13)
4.2. TRANSTORNOS DE ANSIEDADE
Transtorno de ansiedade é “Um estado de ansiedade e apreensão contínua e irracional, algumas vezes desencadeando um medo agudo que chega ao pânico, acompanhado por sintomas de perturbação autônoma; com efeitos secundários em outras funções mentais como a concentração, a atenção, a memória e o raciocínio”. (Sheehan, 2000, p. 13) Há cinco tipos: transtorno de ansiedade generalizada, transtorno de pânico, transtorno de pânico com agorafobia, fobia social e fobia simples.
As causas dos transtornos de ansiedade podem ser descritas: De uma lista de aproximadamente 40 itens (com pontuação de 0 a 100), tais como, casamento, férias, natal, ou seja, como passamos o nosso dia a dia, a morte do cônjuge recebeu 100, o divórcio, 73, a separação conjugal, 65, a aposentadoria, 45. (Sheehan, 2000, p. 25)
4.3. FREUD E A ANSIEDADE
Na concepção de Freud, a ansiedade é uma espécie de “sistema de alarme”, que nos previne do perigo quando certas ideias estão a ponto de alcançar a expressão consciente. Freud estabeleceu três tipos de ansiedade: moralreal e neurótica. A ansiedade moral decorre da censura do superego; a ansiedade real, pela percepção de um perigo que de fato existe; a ansiedade neurótica, expressa-se pelas fobias, medo persistente e irracional. (Souza, s.d.p.)
5. TIPOS DE AJUDA PSICOLÓGICA
Os psicólogos desenvolveram alguns métodos com o propósito de ajudar os indivíduos a manterem a ansiedade sob controle, uma vez que ela, em pequenas doses, é bastante útil. Para tanto, falam-nos do relaxamento, das visualizações criativas, da reeducação do pensamento, da programação Neurolinguística, da hipnose etc. Vejamos alguns deles:
5.1. RELAXAMENTO E AUTO-HIPNOSE
As pessoas que sofrem os transtornos de ansiedade têm muita dificuldade de relaxar, pois acreditam que o importante é estar sempre alertas e vigilantes. Não resta dúvida que os benefícios do relaxamento são muitos: depois de praticá-lo as pessoas relatam a mudança do tônus vital, do sono e da sua conduta diária.
A auto-hipnose assemelha-se à meditação, pois estimula o lado direito do cérebro, parte responsável pela intuição e conhecimento interior. Na auto-hipnose não se deve forçar o relaxamento, pois isso prejudica a concentração. Deveríamos fazê-lo de acordo com o nosso ritmo, no sentido de nos sentirmos confortáveis. (Sheehan, 2000, cap. 6)
5.2. PROGRAMAÇÃO NEUROLINGUÍSTICA
A Programação Neurolinguística lida com o modo como estruturamos nossa experiência subjetiva. Há pensamentos negativos tão enraizados em nosso subconsciente, que temos dificuldade de nos libertar deles. Por isso, propõe-se o método “pare”, no sentido de quebrar a seqüência deles em nosso consciente. Um exemplo: Posso morrer durante um ataque de pânico. PARE! Enfoque positivo: já passei tantas vezes por isso no passado e sempre sobrevivi. Isso é totalmente inofensivo. (Sheehan, 2000, cap. 4)
5.3. ENFRENTANDO A ANSIEDADE
Há lembranças do passado que interferem de tal maneira no presente que absorve toda a nossa energia mental. Para isso, a psicologia diz-nos que o passado já está morto, mas que podemos interpretar aquelas lembranças com outras imagens. O fato antigo não é o mesmo que recordamos hoje; ele tem uma interpretação atual, mais positiva.
Para este enfrentamento, propõe diversos exercícios de visualizações mentais no sentido de identificar o que está acarretando o problema e mudar para um enfoque positivo, pois não se deve dar ordem negativa ao cérebro. Ele acaba aceitando como positivo. Exemplo: dizer para uma criança não pegar o pedaço de bolo que está na geladeira é dar-lhe a pista para pegá-lo. (Sheehan, 2000, cap. 7)
6. ANSIEDADE E ESPIRITISMO
6.1. A CODIFICAÇÃO ESPÍRITA
A codificação espírita, como um todo, é um convite à paz e à harmonia interior, antídotos da ansiedade. Especificamente, o capítulo V (Bem-Aventurados os Aflitos), de O Evangelho Segundo o Espiritismo, oferece-nos subsídios valiosos para o tratamento da ansiedade, pois fala-nos das causas e da justiça das aflições, o que estimula o equilíbrio do nosso pensamento.
6.2. ORIENTAÇÕES DO ESPÍRITO EMMANUEL  
Ele nos diz que as ansiedades armam muitos crimes e jamais edificam algo de útil na Terra. Se o homem nascesse para andar ansioso, seria dizer que veio ao mundo, não na categoria de trabalhador em tarefa santificante, mas por desesperado sem remissão. Muitas ocasiões incitam-nos à ansiedade, porém pensemos com Pedro: “Lança as inquietudes sobre as tuas esperanças em Nosso Pai Celestial, porque o Divino Amor cogita do bem-estar de todos nós”. (Xavier, 1977, cap. 8)
6.3. O CENTRO ESPÍRITA
O Centro Espírita é a Universidade da alma. Nele, podemos encontrar auxílio para qualquer tipo de dor. Suponha que a ansiedade seja acompanhada por influência de Espíritos imperfeitos. Nesse caso, o diálogo com essa entidade pode afastá-la do nosso convívio e nos dar calma para o nosso dia a dia. As palestras evangélicas, os passes, os cursos de Espiritismo são outros tantos alimentos para modificar os nossos reflexos condicionados infelizes.
7. CONCLUSÃO
Os estímulos psicológicos e as orientações dos Espíritos superiores ajudam sobremaneira o controle da ansiedade. Contudo, o trabalho maior compete a nós mesmos, pois temos de “lutar-ou-fugir”.
8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
GRANDE ENCICLOPÉDIA PORTUGUESA E BRASILEIRA. Lisboa/Rio de Janeiro: Editorial Enciclopédia, [s.d. p.].
SHEEHAN, Elaine. Ansiedade, Fobias e Síndrome do Pânico: Esclarecendo as suas Dúvidas. Tradução de ZLF Assessoria Editorial. São Paulo: Ágora, 2000. (Guias Ágora)
SOUZA, Irene Sales de (org.). Dicionário de Psicologia Prática. Rio de Janeiro: Esparsa, s.d.p.
XAVIER, F. C. Pão Nosso, pelo Espírito Emmanuel. 5. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1977.
São Paulo, julho de 2011

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