ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
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Londrina, Paraná (Brasil)
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ESPIRITISMO SÉCULO XXI
A leitora Maria José Anunciação Camargo, de São Paulo (SP), em carta publicada na edição passada, enviou-nos três perguntas, a respeito de Jesus e de seus ensinos. A primeira foi respondida naquela mesma edição.
Hoje responderemos à segunda pergunta por ela formulada: - Quem é Jesus na concepção espírita? Recorreremos para isso a três conhecidos e respeitados autores espíritas: Emmanuel, Léon Denis e Allan Kardec.
Segundo Emmanuel, antes mesmo de existir o planeta em que vivemos, Jesus já era um Espírito puro, qualificação adotada na doutrina espírita para designar os Espíritos que chegaram ao ápice da escala evolutiva.
Lê-se no cap. 1 do livro A Caminho da Luz, obra de Emmanuel psicografada por Chico Xavier:
“Rezam as tradições do mundo espiritual que na direção de todos os fenômenos, do nosso sistema, existe uma Comunidade de Espíritos Puros e Eleitos pelo Senhor Supremo do Universo, em cujas mãos se conservam as rédeas diretoras da vida de todas as coletividades planetárias. Essa Comunidade de seres angélicos e perfeitos, da qual é Jesus um dos membros divinos, ao que nos foi dado saber, apenas já se reuniu, nas proximidades da Terra, para a solução de problemas decisivos da organização e da direção do nosso planeta, por duas vezes no curso dos milênios conhecidos. A primeira verificou-se quando o orbe terrestre se desprendia da nebulosa solar, a fim de que se lançassem, no Tempo e no Espaço, as balizas do nosso sistema cosmogônico e os pródromos da vida na matéria em ignição, do planeta, e a segunda, quando se decidiu a vinda do Senhor à face da Terra, trazendo à família humana a lição imortal do seu Evangelho de amor e redenção”.
Entendimento semelhante era defendido também por Léon Denis antes mesmo de surgir no cenário espírita a figura ímpar do médium Chico Xavier.
Léon Denis diz em sua obra que Jesus "ascendeu à eminência final da evolução" e no seu livro Cristianismo e Espiritismo o conceituou como "governador espiritual deste planeta".
Allan Kardec, comentando a resposta dada à pergunta 625 d' O Livro dos Espíritos ("Qual o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem, para lhe servir de guia e de modelo? R.: Vede Jesus"), escreveu o seguinte comentário:
"Jesus é para o homem o tipo da perfeição moral a que pode aspirar a humanidade na Terra. Deu no-lo oferece como o mais perfeito modelo, e a doutrina que ele ensinou é a mais pura expressão de sua lei, porque ele estava animado do espírito divino e foi o ser mais puro que já apareceu sobre a Terra."
Em O Evangelho segundo o Espiritismo (cap. 1, item 4), Kardec esclarece que o papel de Jesus "não foi simplesmente o de um legislador moralista sem outra autoridade além da palavra". "Ele veio cumprir as profecias que haviam anunciado a sua vinda, e a sua autoridade provinha da natureza excepcional do seu Espírito e da sua missão divina."
O mesmo ensino se lê em Obras Póstumas, págs. 136 e seguintes:
"Jesus era um messias divino pelo duplo motivo de que de Deus é que tinha a sua missão e de que suas perfeições o punham em relação direta com Deus" (...).
"Para que Jesus fosse igual a Deus, fora preciso que ele existisse, como Deus, de toda a eternidade, isto é, que fosse incriado" (...).
"Digamos que Jesus é filho de Deus, como todas as criaturas, que ele chama a Deus Pai, como nós aprendemos a tratá-lo de nosso Pai. É o filho bem-amado de Deus, porque, tendo alcançado a perfeição, que aproxima de Deus a criatura, possui toda a confiança e toda a afeição de Deus."
Em seu livro A Gênese (cap. 15:2), o Codificador do Espiritismo ensina que, como homem, "Jesus tinha a organização dos seres carnais; porém, como Espírito puro, desprendido da matéria, havia de viver mais da vida espiritual do que da vida corporal, de cujas fraquezas não era passível".
E no mesmo passo, o Codificador esclarece que, pelos imensos resultados que produziu, "a sua encarnação neste mundo forçosamente há de ter sido uma dessas missões que a Divindade somente a seus mensageiros diretos confia, para cumprimento de seus desígnios".
Aí está, no entendimento dos autores espíritas mais respeitados, a resposta à pergunta formulada pela leitora.
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