Parábola do Credor Incompassivo
1) O que é uma parábola?
Parábola é uma história que se conta tendo por finalidade um ensinamento moral. Cristo era um exímio contador de parábolas.
2) Como está posta a Parábola do Credor Incompassivo?
O Reino do Céu é como um rei que resolveu acertar as contas com seus empregados. Quando começou o acerto, levaram a ele um que devia dez mil talentos. Como o empregado não tinha com que pagar, o patrão mandou que fosse vendido como escravo, junto com a mulher e os filhos e tudo o que possuía, para que pagasse a dívida. O empregado, porém, caiu aos pés do patrão e, ajoelhado, suplicava: 'Dá-me um prazo. E eu te pagarei tudo'. Diante disso, o patrão teve compaixão, soltou o empregado, e lhe perdoou a dívida. Ao sair daí, esse empregado encontrou um de seus companheiros que lhe devia cem moedas de prata. Ele o agarrou, e começou a sufocá-lo, dizendo: 'Pague logo o que me deve'. O companheiro, caindo aos seus pés, suplicava: 'Dê-me um prazo, e eu pagarei a você'. Mas o empregado não quis saber disso. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse o que devia.
Vendo o que havia acontecido, os outros empregados ficaram muito tristes, procuraram o patrão, e lhe contaram tudo. O patrão mandou chamar o empregado, e lhe disse: 'Empregado miserável! Eu lhe perdoei toda a sua dívida, porque você me suplicou. E você, não devia também ter compaixão do seu companheiro, como eu tive de você?' O patrão indignou-se, e mandou entregar esse empregado aos torturadores, até que pagasse toda a sua dívida. É assim que fará com vocês o meu Pai que está no céu, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão. (Mateus, 18, 23 a 35)
3) Que pergunta antecede este ensinamento?
Pedro aproximou-se de Jesus, e perguntou: "Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?" Jesus respondeu: "Não lhe digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete”. (Mateus, 18, 21-22)
4) O que representam o número 7 e seus múltiplos?
O número sete e seus múltiplos representam um número indeterminado. Quando se trata de perdoar não há número, contagem ou peso. O Senhor quer mostrar a Pedro que o perdão não deve estar restrito a números, mas a ações que valham mais do que os números.
5) Qual a proporção entre as duas dívidas?
Nesta parábola, nota-se a grande diferença entre as duas dívidas. O primeiro devia dez mil talentos; o outro, apenas cem dinheiros, uma quantia infinitamente menor. Se a pessoa foi perdoada de uma grande dívida, por que não perdoou uma dívida pequena de seu irmão de jornada?
6) Qual o elemento chave nesta parábola?
A tônica desta parábola é o perdão. É extremamente fácil fazer teoria, propor soluções para os outros. E quando tivermos de aplicar a nós mesmos esses ensinamentos? Quanto nos custa de esforço e sacrifício?
7) Que subsídios o Espírito Emmanuel nos oferece para uma melhor compreensão deste tema?
Eles nos diz que Deus estabeleceu a lei de cooperação como um princípio dos mais nobres. Há um só pai, que é Deus. Todos somos irmãos que devemos nos ajudar mutuamente. Se Ele nos encaminhou um companheiro menos desejável, tenhamos compaixão e ensinemos sempre. Se a tarefa apresenta obstáculos, tenhamos paciência e resguardemos na oração. Se há percalços e incompreensões, usemos a misericórdia. (1)
8) O que se depreende da leitura desta parábola?
Que devemos “amar ao próximo como a nós mesmos”; “fazer aos outros o que gostaríamos que nos fosse feito”. Estas duas frases resumem todos os nossos deveres para com o próximo. Colocando-os em prática, estaremos contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e mais fraterna. (2)
(1) XAVIER, F. C. Caminho, Verdade e Vida, pelo Espírito Emmanuel. 6. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1973, capítulo, 20.
(2) KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed. São Paulo: IDE, 1984, capítulo 11.
Nenhum comentário:
Postar um comentário