Como é o casamento no Espiritismo?
- Nas obras que compõem a Codificação da Doutrina Espírita, de Allan Kardec, não há nenhuma referência a qualquer cerimônia ou ritual, tais como casamentos, batizados, etc. No livro "Conduta Espírita" de Chico Xavier, pelo Espírito André Luiz, está claro que no Espiritismo não cabem rituais de qualquer tipo. Isso porque, todos nós somos filhos diretos de Deus e, como tal, não precisamos de nenhum intermediário para entrarmos em contato com Ele, tais como sacerdotes ou objetos materiais, como talismãs, imagens, etc..
Já o verdadeiro espírita, é aquele que pode ser reconhecido "pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más" (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVII, item 4). Ou seja, os verdadeiros espíritas não sao espíritos já superiores, até porque estes não reencarnam em nosso planeta normalmente, mas sim, aqueles que se esforçam por se tornar pessoas melhores. Portanto, para o Espírita não há necessidade de rituais, tais como o batismo, casamento religioso e outros. O que podemos fazer é, sempre, solicitar a proteção e o amparo dos bons Espíritos para que tenhamos uma vida conjunta em harmonia ( no caso de casamentos ) e, que possamos recepcionar e cumprir nossos compromissos com o novo ser que venha a reencarnar sob nossa responsabilidade. Em todos os momentos de nossa vida nos utilizarmos da prece, tanto para pedir amparo, como para agradecer o que temos recebido.
O casamento existe no Espiritismo enquanto Instituição, mas não como rito. Para ficar mais claro, não existe cerimônia religiosa de Casamento no Espiritismo, mas os Espíritos Superiores confirmam, nas obras básicas da Codificação, a importância do Casamento: Livro dos Espíritos, questão 695 - O casamento, quer dizer, a união permanente de dois seres, é contrário à lei natural?
- É um progresso na marcha da Humanidade. Certo, mas ainda não chegamos ao ponto. Porque o Espiritismo não tem Cerimônia Religiosa de Casamento, ou rito de casamento?
A resposta não poderia ser mais simples. Primeiro, porque Deus abençoa e auxilia a todos, e a todos os casamentos, com ou sem cerimônia. Então, o primeiro motivo é este: o rito não é necessário na busca do auxílio divino. Deus auxilia mesmo sem o pedir. O rito não é proibido ou mau, não. Ele é apenas desnecessário.
O segundo motivo é o seguinte: para conquistar a aprovação divina para a sua união, o casal não deve promover atos externos, mas condutas íntimas: assim, amar sem condições, ser fiel e monogâmico, paciencioso, e todos os deveres que devemos ter para com o nosso consorte. Por isto, o Espiritismo não tem a cerimônia religiosa. Quando for casar, pensando na questão espiritual, o Espírita buscará livros, a opinião dos mais velhos, de psicólogos e não correrá atrás de vestido, terno, flores, carro, alianças, jura, e todo o aparato exterior que não contribui com o interior...
Além disso, há que considerar que muitos rituais religiosos são caros e a moral cristã nos recomenda buscar no mundo somente o necessário, distribuindo o supérfluo com o nosso semelhante. Quantas velas e incensos são queimados em rituais religiosos, ao passo que bilhões de irmãos sofrem necessidades? Quem distribui um pão a quem precisa agrada mais aos olhos de Deus do que, quem cumpre um rito religioso, quanto mais se for dispendioso.
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