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Joana de Cusa: sentir o Evangelho é praticar a Caridade
Este capítulo do livro “Boa Nova”, de Humberto de Campos (Espírito), permite entender muito bem o que Jesus dizia com sentir —manifestação que, na Terra, foi depurada em séculos de trabalho pela manifestação feminina de nossa força criativa que todos nós Espíritos trazemos em nosso psiquismo.
A história de Joana de Cusa, tanto quanto a de Maria Madalena e de Nossa Senhora, demonstram isso muito bem.
Mas o que é sentir o Evangelho?
a) Você percebe a diferença entre sentir prazer e sentir felicidade?
b) Preste atenção na diferença que existe quando você come um pedaço de pizza e quando você dá um abraço em uma criança carente;
c) O prazer do pedaço de pizza não tem nada de errado;
d) Mas perceba que ele passa logo, e para senti-lo novamente é preciso você comer outro pedaço;
e) Já o abraço na criança carente dá a você uma sensação de felicidade muito mais profunda que o prazer do pedaço de pizza;
f) E não passa nunca. Toda vez que você se lembra dele, você se sente feliz;
g) Sentir o Evangelho é exatamente isso —é você entender, através do sentimento, o que praticar os ensinos de Jesus pode causar em você;
h) Por isso, a simples teoria do que seja o Evangelho não vai fazer você feliz;
i) Necessário se faz praticá-lo;
j) O seu pedaço de pizza satisfaz apenas a sua necessidade;
k) Já o pedaço de pizza que você dá para o menino de rua irá satisfazer a necessidade dele e a sua necessidade de ser feliz;
l) E assim, com esses pequenos gestos, iremos aprendendo o que é sentir o Evangelho;
m) O que é praticar a Caridade, amar o próximo;
n) Aprender que o prazer satisfaz apenas nossas necessidades;
o) A felicidade é o prazer que não passa, quando fazemos a felicidade do próximo;
p) Isso é sentir o Evangelho.
Joana era esposa de Cusa, intendente de Ântipas, que também colaborava com os Romanos. Por tudo isso, não gostava de Jesus, que pregava a igualdade entre os homens. Ela, sempre que podia, assistia às pregações do Mestre. Também insistia para que o marido aceitasse Jesus. Triste com a situação do marido, foi falar com Jesus sobre isso, e também sobre o comportamento infiel que tinha. Disse-lhe o Mestre:
a) “Joana, só há um Deus, que é o nosso Pai, e só existe uma fé para nossas relações com seu amor.”
b) “Só existe uma fé”— uma única maneira de nos relacionarmos com Deus;
c) Aqui Jesus deixa muito claro que nossa relação com Deus nada tem a ver com as religiões, mas com o nosso comportamento na vida;
d) Explica com clareza que templos e rituais não passam de coisas exteriores;
e) Com “para nossas relações com seu amor”, Jesus resume o que é importante em nossa relação com Deus: o amor;
f) O Pai está sempre nos doando seu amor, em qualquer situação da vida, para que sejamos felizes;
g) Nós, contudo, só estaremos nos relacionando com o Pai quando praticarmos a Caridade;
h) Exatamente como Deus mesmo faz, trabalhando pela felicidade dos que estão próximos de nós;
i) Isso é praticar a Caridade no dia-a-dia.
“Eu venho, em nome de Deus, abrir o templo da fé viva no coração dos homens”, diz Jesus a Joana de Cusa.
a) Eis o Divino Mestre confirmando que o único templo que devemos construir para Deus é o do nosso coração;
b) Não significa que devemos nos isolar, deixando de ir a reuniões para compartilhar da companhia e da palavra de nossos irmãos;
c) Mas se lá formos sem amor no coração, sem transformar nosso comportamento no dia-a-dia, a única coisa que fazemos é transformar esse mesmo coração em pedra, como o templo;
d) Não só nos templos religiosos, mas em todos momentos de nossas vidas, devemos agir com amor a todos.
“Entre o sincero discípulo do Evangelho e os erros milenares do mundo, começa a travar-se o combate sem sangue da redenção espiritual”, completou o Mestre.
a) Esta é a nossa luta diária contra nossas imperfeições, para que sejamos cada dia melhores que na véspera;
b) Como o mundo seria diferente se tivéssemos entendido e praticado esses ensinos;
c) O mundo estaria repleto de templos onde Deus habitasse —o coração de cada um de nós seria um templo de Deus;
d) A Caridade seria a lei maior a nos conduzir em nosso comportamento;
e) Todos trabalhando pelo bem de todos;
f) Não haveria direitos a requerer, pois todos conheceríamos e cumpriríamos nossos deveres;
g) Só paz, harmonia e fraternidade nas relações sociais;
h) Nada de supérfluos, mas também nada de necessidades não satisfeitas;
i) Por mais utópico que isso pareça, é como seria o mundo se o Evangelho tivesse sido seguido, sem as distorções mitológicas;
j) Mas a notícia da Boa Nova é que neste novo Ciclo de Regeneração em que entramos, isso será uma realidade;
k) Restabelecido o Evangelho em sua pureza, como neste livro de Humberto de Campos (Espírito), o Consolador prometido fará tudo isso se tornar realidade;
l) Porém não sem antes de nossa casa terrestre ser em parte demolida, por tudo o que acontecerá nas próximas décadas;
m) Para que a nova humanidade se reconstrua somente nas bases evangélicas da Caridade.
Após explicar a Joana a ligação cármica entre ela e seu marido, Jesus a orienta a amá-lo ainda mais, semeando o amor em seu coração. Porém Joana ainda pergunta: “Mestre, vossa palavra me alivia o espírito atormentado; entretanto, sinto dificuldade extrema para um entendimento recíproco no ambiente do meu lar. Não julgais acertado que lute para impor os vossos princípios? Agindo assim, não estarei reformando o meu esposo para o céu e para o vosso reino?”
Jesus responde:
“Quem sentirá mais dificuldade em estender as mãos fraternas: será o que atingiu as margens seguras do conhecimento com o Pai, ou aquele que ainda se debate entre as ondas da ignorância ou da desolação, da inconstância ou da indolência do espírito?”
a) Já vimos anteriormente que tudo busca o equilíbrio na natureza;
b) O maior se junta com o menor, para fazer o equilíbrio;
c) Logo, quem está com Deus sempre tem mais, e deve ser quem estende a mão e ajuda.
Em seguida o Mestre diz: “Quanto à imposição de ideias, por que motivo Deus não impõe seu amor e sua verdade aos tiranos da Terra? A sabedoria celeste não extermina as paixões: transforma-as”.
a) Esta é uma pergunta que nós os “tiranos” sempre fazemos;
b) Exatamente por não ser um tirano e não fazer de nós robôs é que Deus não se impõe a nós;
c) Caso contrário simplesmente nos criaria perfeitos;
d) Nossos erros são as formas de aprendermos o que não fazer;
e) Mas também de como fazer o certo;
f) Assim construímos nossa vontade e nossa individualidade, e evoluímos.
Em seguida o Mestre Amigo diz uma frase muito especial: “Aquele que semeou o mundo de cadáveres desperta, às vezes, para Deus, apenas com uma lágrima.”
a) Aqui Jesus mostra em sua plenitude o Deus Consolador;
b) O Pai que não castiga, transforma;
c) Deus não condena, esclarece. Nada de demônios e infernos e que tais;
d) Deus sabe esperar o momento de nossa mudança, sem nunca impor;
e) Nesta frase o Mestre mostra que não importa o tamanho do erro cometido;
f) Mas a nossa compreensão e nossa vontade em corrigir (despertar para Deus —fazer o certo);
g) “Apenas uma lágrima” demonstra como não existe o “olho por olho, dente por dente”, e que uma pequena dor pode ser o suficiente para nos alertar;
h) A dor que sentiremos para querer mudar nosso comportamento não depende do tamanho do erro ou da maldade que fizemos, mas da nossa vontade em corrigir tudo;
i) Como nós pudemos trocar uma verdade tão consoladora sobre Deus, por um conceito de um Deus profundamente humano?
j) Porque tudo o que vem de Deus não se impõe;
k) E o Evangelho que nos trouxe essa maravilhosa verdade sobre nosso Pai provém dele e, portanto, não pode ser imposto.
Em seguida lemos sobre a mudança de comportamento de Joana: “Procurou esquecer todas as características inferiores do companheiro, para observar somente o que possuía ele de bom, desenvolvendo, nas menores oportunidades, o embrião vacilante de suas virtudes eternas.”
a) Aqui está o comportamento que todos devemos ter;
b) Sempre focar no bem, sem esperar resultados imediatos;
c) Nunca valorizar o mal, mas somente o bem;
d) Pois assim nossa semente irá se fixar, e um dia fatalmente o bem irá germinar;
e) Porque o bem, por menor que seja, jamais deixa de germinar e crescer.
No final da lição, Joana passa pela prova mais difícil que um ser humano pode passar: podendo evitar sua morte e do filho, abjurando, ou seja, negando a Jesus, não o fez, pois confiou no Mestre e respeitou a vontade de Deus.
a) Agiu ela corretamente? Não seria mais certo salvar o filho? E também a ela mesma?
b) Que situação…
c) Perguntamos: Jesus se quisesse teria salvo a sua vida e deixado de passar tudo o que passou no Calvário? Sim.
d) Mas como ele explicou várias vezes, ele não veio para fazer a sua vontade, mas a de Deus;
e) E por isso se submeteu a tudo;
f) Ele era puro e não tinha nenhum débito a quitar com a justiça divina;
g) Logo, só passou por tudo isso, por amor a nós;
h) E Joana, tinha débitos a quitar? Sim, tinha até resgate com o marido.
i) Então só passamos por situações tão difíceis ou por amor ou por resgate;
j) E é fácil distinguir —se você compreende a situação, está fazendo aquilo por amor; mas se há sentimento de revolta com o acontecimento, por menor que seja, esteja certo: é resgate;
k) A justiça e o amor de Deus nunca permitem que passemos por dores que não precisamos;
l) É também lei que temos que evoluir com o mínimo de sofrimento;
m) Então Joana agiu certo, pois salvou sim seu filho, ensinando a ele a importância de aceitar a vontade de Deus, em nosso benefício, por mais dura que seja a situação;
n) Portanto ser fiel a Deus é sermos fieis a nós mesmos, pois com certeza a vontade do Pai sempre será a melhor para nós;
o) Não nos preocupemos, porém, pois atualmente o que mais temos que sacrificar, não são nossas vidas, mas nosso egoísmo e nosso orgulho;
p) Não ficou bem mais fácil?
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