Causas anteriores e atuais
das nossas aflições
“Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos. Bem-aventurados os que padecem perseguição, por amor da justiça, porque deles é o Reino dos Céus.” (Jesus -Mateus, V:5, 6 e 10).
Na condição de Espíritos eternos que somos, tendo sido criados por Deus na simplicidade e na ignorância, com destino à perfeição, segundo nos informa o Espírito André Luiz, no livro “Libertação”, no seu capítulo I, estamos fazendo uso da razão há quarenta mil anos. Nesse período, com liberdade, escolhemos os nossos caminhos, decidimos, deliberamos, fizemos escolhas e tomamos decisões.
Sendo as Leis de Deus de amor e de justiça e jamais de castigos e de punições, obviamente coadunam com os preceitos de causa e efeito e de ação e reação, onde cada ação nossa produz uma reação e cada causa gera um efeito. Atitudes enquadradas nos padrões do Evangelho de Jesus geram reflexos ajustados e positivos. Procedimentos adversos das lições do Cristo promovem efeitos desequilibrados e infelizes.
Assim, as causas das nossas aflições do momento podem ter suas origens em vidas passadas ou mesmo na existência presente. Mas em todas as situações sempre prevaleceu a nossa liberdade de escolha. Ninguém decidiu por nós e nem nos obrigou a deliberar nesse ou naquele sentido. A dor e o sofrimento que carregamos e as conquistas e realizações benéficas que ostentamos, decorrem da total liberdade que tivemos para tomar nossas decisões.
Quando carregamos algum infortúnio como, por exemplo, um problema de saúde, de nascença, determinadas limitações físicas, condição de vida na pobreza mesmo diante dos nossos esforços no trabalho – sem que nada de errado tenhamos feito na vida presente –, certamente suas origens estão em vidas anteriores, quando agimos com descaso e invigilância, circulando na contramão das sábias lições de Jesus.
No entanto, muitas dores e aflições nascem das atitudes de hoje. As leis de trânsito, por exemplo, nos informam que a velocidade de um veículo em determinados trechos de rodovia não pode ultrapassar a oitenta, cem quilômetros por hora, para a nossa segurança. Se trafegamos a cento e quarenta, cento e sessenta quilômetros por hora, a possibilidade de acidentes é muito maior e as consequências deles muito mais trágicas. Portanto, o abuso da velocidade pode nos proporcionar ferimentos que não aconteceria estando a direção do veículo feita com equilíbrio.
Ainda nos adverte a ciência médica que a utilização de alcoólicos e de fumo causa terríveis danos a saúde. Fazendo uso, inadvertidamente, de tais tóxicos, por certo, prejudicaremos o nosso corpo físico. Serão aflições desnecessárias e originadas no presente.
Dessa forma, podemos concluir que as aflições decorrentes de erros passados são inevitáveis no momento, como reflexos naturais dos atos equivocados de ontem, mas, as do presente, podemos evitá-las agindo com discernimento e convicção sobre os reais valores da vida.
Portanto, ninguém é culpado pelos dissabores que experimentamos, pois que, durante esses quarenta mil anos, fomos totalmente livres para seguir os rumos escolhidos.
Se não podemos retroceder para modificar o ontem, temos plenas condições de alterar o hoje, vivendo-o com equilíbrio, dentro dos padrões da dignidade, honra e altivez, para fazermos um novo amanhã.
Vivemos agora sob os reflexos do passado. Tendo consciência disso, organizemos o presente, sob a égide dos sábios preceitos evangélicos, para a construção de um futuro promissor em busca da paz e da felicidade que tanto almejamos.
Waldenir Aparecido Cuin
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