Estudando o Espiritismo

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domingo, 24 de agosto de 2014

Inteligência e instinto. O pensamento.

FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA
Programa: Ciência Espírita.


O cérebro é o órgão do corpo humano que expressa a inteligência do Espírito, daí a Ciência considerar a inteligência como um atributo do cérebro. O Espiritismo entende que a inteligência é atributo do Espírito. Entretanto, conforme o enfoque, mais ou menos materialista das ciências e das escolas filosóficas, a questão é comprexa. Alguns conceitos podem, talvez, esclarecer o assunto.
1. O que é inteligência?
Uma conceituação ampla mostra que inteligência pode ser definida como a capacidade mental de raciocinar, planejar, resolver problemas, abstrair idéias, compreender idéias e linguagens e aprender. Embora pessoas leigas geralmente percebam o conceito de inteligência sob um escopo muito maior, na Psicologia, o estudo da inteligência geralmente entende que este conceito não compreende a criatividade, a personalidade, o caráter ou a sabedoria. Para a Biologia a  capacidade de sobrevivência da espécie humana, adaptação ao ambiente,  aprendizagem e raciocínio associativo-criativo e ou pensamento abstrato são características da inteligência do seres humanos. Todos estudiosos do assunto concordam que a inteligência se desenvolve pelo exercício. Os fatores genéticos influenciam a manifestação e aperfeiçoamento da inteligência. Da mesma forma, algumas doenças mentais e neurológicas, obsessões e traumatismos. As drogas dificultam ou impedem a expressão da inteligência.  Atualmente, o conceito de inteligência está muito associado ao de "inteligência social": a pessoa inteligente bem sucedida é discutida, especialmente em seus aspectos sociais.
O relatório americano, assinado por 52 pesquisadores de inteligência, e publicado em 1994, afirma que inteligência é   "uma capacidade mental bastante geral que, entre outras coisas, envolve a habilidade de raciocinar, planejar, resolver problemas, pensar de forma abstrata, compreender idéias complexas, aprender rápido e aprender com a experiência. Não é uma mera aprendizagem literária, uma habilidade estritamente acadêmica ou um talento para sair-se bem em provas. Ao contrário disso, o conceito refere-se a uma capacidade mais ampla e mais profunda de compreensão do mundo à sua volta - 'pegar no ar', 'pegar' o sentido das coisas ou 'perceber'
Os estudos sobre inteligência tiveram como base os testes psicométricos, sendo que o mais conhecido é o do “QI” (Quociente de Inteligência). Os testes de QI medem a inteligência cognitiva. Os psicólogos, porém, têm evitado elaborar definições de inteligência com base nesses testes, considerando-os mais um slogan do que um conceito científico, sobretudo em razão das implicações históricas: reação ao darwinismo, segregacionismo nazi-fascista e a idéia de supremacismo anglo-saxão à moderna sociobiologia. Entretanto, tais testes têm seu valor e não devem ser totalmente desprezados, sobretudo porque se faz, hoje, inúmeros cruzamentos com outros testes e análises mais precisas de fatores envolvidos na testagem. O conceito de quociente de inteligência foi adotado pelo psicólogo norte-americano Louis Terman, em 1915. O QI é calculado de acordo com a fórmula: QI = IM/IC x 100 em que IM é a «idade mental» (a idade em que uma criança média é capaz de desempenhar determinadas tarefas) e IC é a «idade cronológica». Daí o fato de uma pessoa média possuir um QI de 100.
1.1 Inteligências múltiplase Inteligência emocional
Nas propostas de alguns investigadores, a inteligência não é uma, mas consiste num conjunto de capacidades relativamente independentes. O psicólogo Howard Gardner, na Universidade de Havard-USA,  desenvolveu a Teoria das múltiplas inteligências classificando, num primeiro momento,  a inteligência em sete componentes diferentes: lógico-matemática, linguística, espacial, musical, cinemática, intra-pessoal e inter-pessoal. Daniel Goleman e outros investigadores desenvolveram o conceito de Inteligência emocional e afirmam que esta inteligência é pelo menos tão importante como a perspectiva mais tradicional de inteligência. Para Howard Gardnerinteligência seria : "um potencial biopsicológico para processar informações que pode ser ativado num cenário cultural para solucionar problemas ou criar produtos que sejam valorizados numa cultura".Gardner explica também que as inteligências não são objetos que podem ser contados, e sim, potenciais que poderão ser ou não ativados, dependendo dos valores de uma cultura específica, das oportunidades disponíveis nessa cultura e das decisões pessoais tomadas por indivíduos e/ou suas famílias, seus professores e outros. Entretanto, Gardner não apresenta respostas convincentes a respeito da Inteligência Existencial ou Espiritual, analisada por outros estudiosos. Embora o autor se sinta interessado, ele conclui que “o fenômeno é suficientemente desconcertante e a distância das outras inteligências suficientemente grande para ditar prudência - pelo menos por ora”.
A Inteligência Emocional é um tipo de inteligência que envolve as habilidades para perceber, entender e influenciar as emoções. Foi introduzida e definida por John D. Mayer e Peter Salovey, mas o conceito foi popularizado pelo jornalista por Daniel Goleman (1995). Inteligência emocional, chamada também EI, é medida freqüentemente como um Quoficiente de inteligência Emocional ou um QE emocional. QE descreve uma habilidade, uma capacidade, ou uma habilidade de perceber, para avaliar, e controlar as emoções de si mesmo, de outro, e dos grupos.  As principais pesquisas científicas  na área da inteligência são:  A relevância da inteligência psicométrica com o senso comum de inteligência
A inteligência aplicada no dia-a-dia.
O impacto dos genes e do ambiente na inteligência humana
Raça e inteligência
Sexo e inteligência
2. Há  diferença entre inteligência e intelecto?
Existe sim. Inteligência é faculdade ou capacidade de conhecer, compreender e  aprender. Pode também ser conceituada como a capacidade de apreender e organizar  dados, fatos e acontecimentos em circunstâncias para as quais de nada servem o instinto, a aprendizagem e o hábito. A inteligência se desenvolve pelo intelecto. Intelecto/intelectualidade é capacidade pensante inerente ao ser  humano que viabiliza o desenvolvimento da inteligência. No ser humano  a intelectualidade se desenvolve pelo pensamento continuo.Os animais têm uma inteligência primitiva (pensamento descontínuo), mas não possuem intelecto ou intelectualidade, propriamente dita. O aprendizado se baseia no instinto e no hábito (automatismo). Sendo assim, o homem primitivo tinha inteligência (possuidor de pensamento contínuo), mas não intelectualidade (poucos conhecimentos). O gênio possui uma inteligência elevada em razão da do alto grau de intelectualidade que possui. O gênio representa forte   evidência à teoria reencarnatória.
A palavra intelecto foi constantemente usado pelos filósofos com dois sentidos: a) genérico como capacidade de pensar associada à inteligência (Platão, Aristóteles) que difere dos sentidos (Tomás de Aquino); b) como capacidade técnica ou particular de pensar, considerada como algo que se fixa no intelecto (Fichte). O intelecto pode ser sinônimo de intuição (Aristóteles); de intuir os princípios do raciocínio (Tomas de Aquino); razão ou raciocínio (Kant); capacidade operante (Bergson). A inteligência, como capacidade primordial, é objeto do(ou serve de base pelo) intelecto (Aristóteles) ou “atividade pura”, segundo Kant. Dessa forma , a inteligência compreende por meio do intelecto.

O que é instinto
Instinto é uma palavra usada para descrever disposições inatas em relação a ações particulares. Instintos geralmente são padrões herdados de respostas ou reações a certos tipos de situações ou características mecanizadas de determinadas espécies. Em humanos, eles são mais facilmente observados em respostas a emoções. As ações particulares executadas podem ser influenciadas pelo aprendizado, ambientes e princípios naturais. Alguns sócio-biólogos e etólogos têm tentado compreender o comportamento social humano e animal em termos de instinto. Psicanalistas afirmaram que o instinto se refere a forças motivacionais humanas (como sexo., alimento e agressão), especificadas no sistema límbico do cérebro. Atualmente, não se refere ao instinto como ‘forças motivacionais”, mas como impulso instintivo. Para os filósofos é um guia natural da conduta animal (inclusive a humana) não adquirido, não escolhido e pouco nada modificável nas diferentes espécies animais. O instinto tem caráter biológico porquanto  se destina à preservação do indivíduo e da espécie e se vincula a uma estrutura orgânica determinada. Distingue-se de impulso por seu caráter estável. O instinto, do ponto de vista da Filosofia, tem uma conceituação metafísica (é a força que assegura a concordância entre a conduta animal e a ordem do mundo) e, segundo a Ciência, é uma disposição biológica. (Nicolla Abbagnano: Dicionário de Filosofia)

3. Inteligência e instinto segundo o Espiritismo

“A inteligência e a matéria são independentes, porquanto um corpo pode viver sem a inteligência. Mas, a inteligência só por meio dos órgãos materiais pode manifestar-se. Necessário é que o espírito se una à matéria animalizada para intelectualizá-la. A inteligência é uma faculdade especial, peculiar a algumas classes de seres orgânicos e que lhes dá, com o pensamento, a vontade de atuar, a consciência de que existem e de que constituem uma individualidade cada um, assim como os meios de estabelecerem relações com o mundo exterior e de proverem às suas necessidades. Podem distinguir-se assim: lº, os seres inanimados, constituídos só de matéria, sem vitalidade nem inteligência: são os corpos brutos; 2º, os seres animados que não pensam, formados de matéria e dotados de vitalidade, porém, destituídos de inteligência; 3º, os seres animados pensantes, formados de matéria, dotados de vitalidade e tendo a mais um princípio inteligente que lhes outorga a faculdade de pensar.”( Allan Kardec: O livro dos espíritos, questão 71)
a fonte da inteligência, humana ou animal, é a Inteligência Universal (Op. Cit, questão 72). Todavia a inteligência é uma faculdade própria de cada ser e constitui a sua individualidade moral. (Op. Cit, questão 72-a). A inteligência independe do instinto, mas este, na verdade, pode ser considerado uma “espécie de inteligência”. Pelo instinto todos os seres provêem às suas necessidades.” (Op. Cit, questão 73).Nem sempre se consegue estabelecer-se uma linha de separação entre o instinto e a inteligência, porque muitas vezes se confundem, mas é possível identificar um ato instintivo e um ato inteligente. ((Op. Cit, questão 74). O instinto pode conduzir ao bem  e representar um guia mais seguro. (Op. Cit, questão 75). A rzão (intelecto) pode enganar-se, sobretudo se falseada por má educação (aprendizados incorretos), pelo orgulho e pelo egoísmo. “ O instinto não raciocina; a razão permite a escolha e dá ao homem o livre arbítrio. (Op. Cit, questão 75-a).
“O instinto é uma inteligência rudimentar, que difere da inteligência propriamente dita, em que suas manifestações são quase sempre espontâneas, ao passo que as da inteligência resultam de uma combinação e de um ato deliberado. O instinto varia em suas manifestações, conforme às espécies e às suas necessidades. Nos seres que têm a consciência e a percepção das coisas exteriores, ele se alia à inteligência, isto é, à vontade e à liberdade.” (Op. Cit, questão 75-a).
 “A inteligência se manifesta pelo pensamento. Através do pensamento, sobrevêm a vontade de agir, a consciência de si mesmo e a de sua individualidade em relação ao mundo que o cerca. É o cogito cartesiano: "Penso. Logo, existo!". Com os instrumentos do pensamento, da vontade e da consciência, agimos, incursionando, compulsoriamente, pelas vertentes das Leis Divinas, sob a tutela do livre arbítrio, na construção do próprio destino.
Quando nos referimos, pois, ao espírito, referimo-nos à inteligência e, por conseguinte, ao pensamento e à vontade. Como a inteligência é um atributo do espírito, deduz-se que nele está sediada a mente. Para o homem encarnado, os sistemas nervosos (cérebro, medula e nervos) do perispírito e do corpo denso são requintados aparelhos de manifestação das faculdades intelectuais da alma.” (Milton Santiago – Espiritismo e Medicina, n.º67 http://www.seareirosdejesus.com.br/esp-med/espmed.html)

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