Estudando o Espiritismo

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quinta-feira, 8 de agosto de 2013

PSICOPATIA NA VISÃO ESPÍRITA

PSICOPATIA NA VISÃO ESPÍRITA

Psicopatas: visão médica e espírita
Luiz Antônio de Paiva*
As personalidades psicopáticas causam perplexidade no mundo social e científico. O termo vem do grego psique (mente) mais pathos (doença), ou seja, mente doentia. Entretanto, em sentido estrito nada têm de doentes. Quando muito poderiam ser chamados de diferentes. Não vivem num mundo à parte, não tem alucinações ou delírios e compreendem perfeitamente a diferença entre o certo e o errado.
Podem ser médicos, políticos, advogados, líderes religiosos (pasmem!), jornalistas ou terem qualquer profissão, pois suas inteligências em termos de aptidões intelectuais são normais e não raro superiores. Já as inteligências emocional e espiritual constituem outra realidade.
Muitos associam psicopatia com criminalidade, com os famosos “serial Killers” ou assassinos em série. Conquanto estes sejam de fato psicopatas, nem todos os psicopatas são criminosos na acepção do termo, mesmo possuindo diminuto senso moral nos casos mais atenuados.
Antes mesmo do aparecimento dos novos instrumentos de pesquisa por neuroimagem, psiquiatras e psicólogos já haviam traçado um perfil da psicopatia a que hoje dá-se o nome de Transtorno da Personalidade Anti-Social. Basicamente um padrão de conduta de desrespeito e violação dos direitos alheios, incapacidade de empatizar com o outro, isto é, colocar-se no seu lugar, com uma série de comportamentos que vai do logro, da mentira, da agressividade até a ausência de remorso e crueldade para com animais e pessoas. Este padrão pode ser observado  já na infância, mas quase sempre no princípio da adolescência.
Os pesquisadores em neurociências atribuem a psicopatia a estruturas cerebrais anômalas ou disfuncionais. O Dr. Kent Kiehl dedicou-se inteiramente ao estudo do cérebro dos psicopatas em presídios, tentando determinar as diferenças existentes com os cérebros das pessoas normais. Eles correspondem a 5% da população carcerária e a 1% da população em geral. Chegou a montar na Universidade do Novo México, Estados Unidos, o maior banco de imagens de cérebros de psicopatas já criado. Reuniu imagens principalmente obtidas pela Ressonância Nuclear Funcional Magnética, inclusive com imagens de experimentos das reações cerebrais a estímulos específicos.
O Dr. Kiehl constatou a existência de diferenças significativas no sistema límbico, responsável pela recepção e processamento das emoções, especificamente numa de suas estruturas mais importantes, as amígdalas cerebrais. Estas estruturas são intermediárias na expressão de emoções fortes como ira, medo, ansiedade, raiva, pânico etc.
As amígdalas são moduladas em sua reatividade e função pelos lobos frontais que julgam o significado das emoções e a atitude a tomar. Constituem a sede do raciocínio superior e, segundo o espírito André Luiz, sede do nosso Eu Superior, casa do superego. Ora, verificou-se que nos psicopatas as amígdalas são 17% menores, bem como possuem ligação e comunicação deficitária com os lobos frontais. É compreensível, portanto, do ponto de vista neurofisiológico, que os psicopatas dificilmente entrem em ansiedade, sintam o mesmo nível de medo ou tenham remorso. Os criminosos do grupo por isso não temeriam ou teriam escrúpulos em cometer atos cruéis, ou sequer entrariam em ansiedade quando mentem e manipulam as pessoas e circunstâncias.
O Dr. Kent Kiehl, por outro lado, constatou que os psicopatas não violentos, representados pelos estelionatários e escroques de todo tipo, embora tendo suas amígdalas 17% menores têm a comunicação destas com os lobos frontais de maneira íntegra e perfeita. Na sociedade há inúmeros psicopatas de sucesso, pois têm inteligência acima da média, têm boa percepção de si mesmos, ótima capacidade executiva e excelente reação ao estresse, não entrando em ansiedade nas situações mais complicadas. É certo, porém, que deixam muito a desejar no campo da ética. São os criminosos do colarinho branco e os profissionais brilhantes, mas sem escrúpulos.
Concluem os pesquisadores que o cérebro seria mais ou menos moral conforme os genes e a influência do ambiente: 50% para cada um.
Ao balizarmos o nosso pensamento pelo referencial organicista-materialista, sem colocarmos na equação o espírito imortal, este sim o detentor dos valores da personalidade, homem nenhum seria responsável por nada, pois suas ações seriam expressões do determinismo biológico, sobre as quais não teria, virtualmente, controle algum.
Outra é a visão do Espiritismo, que considera a personalidade atual como o resultado da interação espírito-corpo físico e ambiente. O espírito ao reencarnar-se atrai os gametas dotados do patrimônio genético que merece e de que necessita. Mesmo após a fecundação influi extraordinariamente nos mecanismos de controle da expressão gênica, plasmando, por assim dizer, o futuro corpo físico. Exerce igual influência após o nascimento, tendo o tecido cerebral especial neuroplasticidade para receber a cunhagem de sua íntima natureza e posição evolutiva. Os psicopatas seriam espíritos atrasados evolutivamente, seja pelo seu pouco tempo na fase hominal, seja pela sua voluntária estagnação evolutiva, presos nos descaminhos dos excessos passionais, da delinqüência e da revolta, ainda que intelectualmente atilados e desenvolvidos.
Seus cérebros refletem esta realidade que imprimiram indelevelmente através da interação espírito-matéria. Receberam do ambiente o que mereceram pela Lei de Causa e efeito, o que contribui, por outro tanto, na configuração de suas naturezas de relativa insensibilidade emocional e de ausência de maturidade do senso moral.

Um comentário:

  1. muito interessante esta resposta, então podemos dizer que um mago negro ou um irmão ainda em adaptação a forma humanóide pode vir tolhido de sentimentos?

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