Pergunta de Everaldo Veloso: Gostaria que me dessem um esclarecimento sobre pessoas que morrem em acidente fatal. Meu filho de 6 anos morreu no dia 27 de setembro de 2000, quando uma carreta bateu em um muro e o muro caiu sobre ele.
A fatalidade é a doutrina que supõe que todos os acontecimentos da vida, e, por extensão, todos os nossos atos, são determinados por antecipação e submetidos a uma lei à qual não nos podemos subtrair. Destino inevitável.
A fatalidade, no sentido absoluto da palavra, faz do homem uma máquina sem iniciativa, nem livre-arbítrio e, por conseguinte, sem responsabilidade: é a negação de toda moral.
Segundo a doutrina espírita, o espírito, escolhendo nova existência e o gênero de provas que deve enfrentar, faz disso um ato de liberdade. Os acontecimentos da vida são a consequência dessa escolha e estão em relação com a posição social da existência.
A única fatalidade é o instante da morte, pois o gênero dela é ainda uma decorrência da natureza das provas escolhidas.
Por pior que seja a condição de um ser encarnado, ele conserva seu livre-arbítrio em todos os atos de sua vontade e não é fatalmente levado a fazer tal ou tal coisa, nem a sofrer tal ou tal acidente.
Não há mesmo fatalidade absoluta nas provas que são impostas por Deus, pois depende do homem modificar-lhes as consequências através da sua conduta, sua coragem, sua inteligência e sua perseverança. É o caráter do homem que torna certas coisas fatais, porque o mesmo caráter traz quase sempre as mesmas consequências. Aquele que não se sai bem em nada, deve atribuí-lo mais à sua inaptidão, ao seu falso juízo e à sua falta de energia do que à fatalidade, que lhe é apenas um meio de se desculpar a seus próprios olhos. Seria um erro acreditar que as provas impostas privam o espírito de seu livre-arbítrio.
O tipo de morte ou o que acontece com o corpo físico, no momento do desencarne ou logo após, não traz muita relevância para a situação do espírito, desde que ele já possua um certo grau de maturidade espiritual.
No caso particular de uma criança, tão mais fácil é o desencarne quanto mais jovem ela for, já que o processo de reencarne ainda não foi terminado. Nessa situação, o espírito recém-liberto será auxiliado por entidades amigas e encaminhado a lugares de apoio para que ele se prepare para uma nova encarnação, ou então que ele recupere a sua consciência (de espírito adulto) que ficou embotada no processo de ligação com a matéria.
A morte de qualquer ente querido nos traz sentimentos bastante
tristes e opressivos mas temos que manter em mente, primeiro que a separação não é definitiva, e segundo, que o espírito desencarnante nunca fica desamparado. A morte é apenas a extensão da vida física e sua continuação natural.
Na verdade, é em espírito que vivemos plenamente. No corpo físico estamos em condição de exceção, e não de regra.
Dúvidas sobre a Doutrina? Envie sua pergunta para o e-mail: divulgacao@neapa.org.br.
Autoria:
Referências: "Definições Espíritas" de Allan Kardec. Colaboração: Hugo Puertas de Araújo e Márcia Regina Farbelow
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